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Como atiçar a brasa

 


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outubro 21, 2009

A vida em celulóide por Ana Cecília Soares, Diário do Nordeste

Matéria de Ana Cecília Soares originalmente publicada no Caderno 3 do jornal Diário do Nordeste em 20 de outubro de 2009.

"Quando o cinema se desfaz em fotograma" é o mais novo trabalho de Solon Ribeiro, que será lançado, hoje, às 19h, no CCBNB-Fortaleza. Na mostra, o artista transformou frames de clássicos do cinema em vídeos, objetos e instalações artísticas.

Perdido. Feito alguém que sai à procura de algo desconhecido. O olhar misterioso casa bem ao jeito casmurro. Em cima de uma moto, segue sua saga solitária, de onde só se sabe a justificativa: a perda de memória.

Em qualquer lugar que ele vá, fotogramas aparecem e se camuflam às imagens do real. A confusão entre ficção e realidade é evidente, como no momento em que chega próximo a uma piscina e vê nos corpos das meninas que nadam, frames reluzindo.

As cenas descritas fazem parte de "Sage", vídeo do "não-artista" Solon Ribeiro. Na história, um personagem desmemoriado se lança ao mundo em busca de si mesmo. Mas, enquanto não se "acha", vivencia inúmeras experiências. "Há mais ou menos três anos, que venho construindo uma ficção de mim mesmo. Meu personagem teve a memória roubada pela indústria do cinema. Por isso, é tão constante a relação entre o ficcional e o real. Por meio dele, estou livre para fazer o que eu quiser", justifica Solon.

Laboratório artístico

O vídeo, juntamente, a outros trabalhos estão presentes em "Quando o cinema se desfaz em fotogramas". Ação de Solon Ribeiro, que será inaugurada hoje, às 19 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (CCBNB).

A partir da coleção de mais de 30 mil fotogramas de cinema, álbuns catalogados, arquivados, com nome dos atores e dos filmes, iniciada por seu avô (que vai da década de 1930 à de 1960); Ribeiro desenvolve uma pesquisa, cujo intuito é deslocar os fotogramas de seu contexto original, transformando-os novamente em imagem (fotografia).

O potencial da coleção sofre uma espécie de resignificação. Ele ativa novamente os frames para a vida, mas agora imbricado em outro sentido. Já não importa quem são os atores e suas histórias, mas sim a maneira como atuam nas poéticas construídas por Solon.

"É a partir da razão de ser da fotografia e do cinema com a construção de um corpo capaz de acolher o encontro da diversidade de linguagens, que procuro realizar um corte no tempo cinematográfico. Dos fotogramas criei vídeos, instalações e objetos. A escolha de cada um deles não acontece aleatoriamente, tudo é pensado conforme o contexto que pretendo dar", afirma. Os fotogramas serão exibidos em suportes como oito back-lights (uma espécie de expositor que é iluminado no verso), totens e projeções em vídeo.

Os trabalhos ocuparão o segundo andar do CCBNB, encontrando-se divididos em ambientes temáticos, como a "sala dos beijos". Nela, os visitantes poderão conferir cenas de clássicos do cinema, onde os personagens se beijam.

Além disso, haverá um ambiente de boate, comandada pelo VJ argentino MLIVE (Matias Sebastian Pereyra). Todo o evento de abertura será filmado para exibição no CCBNB, no decorrer da própria mostra.

"Quando o cinema se desfaz em fotograma" traz a proposta de não ser uma exposição. O trabalho é uma posição, que convida ao rompimento com o espaço expositivo de sua tradicional condição de receptáculo de "coisas" para o campo da experiência e da vida.

Diferentemente do interesse das instituições de arte em expor processos de artistas, Solon repensa o próprio espaço como lugar da experiência processual. Ribeiro não é contra o ambiente expositivo. Ele é a favor de um tempo mutante, do risco, da incerteza, da mistura, e, sobretudo, do encontro com o outro.

Arte ao vivo

"Uma coisa importante dessa exposição é que não é uma exposição. É um acontecimento. As pessoas já estão cansadas desse tipo de formato. Na área da boate, que vai ser filmada para um futuro vídeo, por exemplo, não terei controle de nada, eu dependo de tudo e de todos. O que me interessa é a arte como vida", diz ele.

Para Solon, sua iniciativa consiste num laboratório vivo, que vai sendo produzido a medida em que vai acontecendo. O risco é a certeza, que possibilita a liberdade de criação no seu trabalho.

"O que diferencia o artista do artesão e do operário é o envolvimento com o risco, o se deixar levar pela dúvida", diz.

Conforme André Parente, artista e professor da pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Solon se insere na tradição do cinema de invenção no Brasil, ou seja, de um cinema em que o personagem principal apresenta o que poderíamos chamar, provisoriamente, de certa idiotia do real como força espiritual. "Trata-se, no mais das vezes, de mentecaptos, zumbis, macabéas, visionários e autômatos espirituais que habitam cada um de nós, uma vez que são como a pré-história de nossas consciências (O super-outro); de nossos pensamentos e impossibilidades de pensamento; de nossas sexualidades; línguas (Tabu e Sermões); subdesenvolvimento e loucura".

FIQUE POR DENTRO

Solon Ribeiro e a saga de um amante da sétima arte

Solon Ribeiro, artista cearense com formação na Escola de Arte Decorativa de Paris, tem seus trabalhos voltados para a imagem fotográfica. Como em muitos artistas contemporâneos, há em sua obra uma problematização que leva em conta o fenômeno contemporâneo da saturação de imagens. Para ele, a imagem é um mistério, motivo pelo qual precisamos ressuscitar seus aspectos mágicos e metafísicos.

Nos anos 1990, herdou de seu pai uma coleção de mais de trinta mil fotogramas de filmes, iniciada nos anos de 1950 por seu avô Ubaldo Uberaba Solon, dono de uma sala de cinema no interior do Ceará, mais precisamente na cidade do Crato. Os fotogramas, que em geral mostram os atores principais dos filmes, foram cuidadosamente guardados em álbuns feitos para com esse intuito, apresentando, ainda, o nome e o ano da produção.

Mais informações
"Quando o cinema se desfaz em fotograma", do professor e curador Solon Ribeiro, abertura, hoje, às 19 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza.
Rua Floriano Peixoto, 941 - 2º andar - Centro.
Contatos: (85) 3464.3108.

Posted by Cecília Bedê at 1:58 PM