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Como atiçar a brasa

 


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setembro 24, 2004

MAM abre caminhos para a revitalização

Emeio enviado por Carlos Bernardi sobre a matéria "MAM abre caminhos para a revitalização", publicada no Segundo Caderno do jornal O Globo, no dia 23 de setembro de 2004 e reproduzida logo abaixo.

Prezados dO Globo,

Talvez tenha faltado mencionar na matéria "MAM abre caminhos para a revitalização" a total ausência de políticas públicas para as artes visuais no Rio de Janeiro. Não acredito que um museu de grande porte consiga sobreviver sem avivar seu acervo, seja por ações como o Eu Sou Amigo do MAM - preocupados com o mercado internacional de artes, seja por um programa participativo de educação e aproximação das linguagens artísticas. Custa entender também o motivo pelo qual a Prefeitura do Rio de Janeiro retirou ainda esse ano a pequena verba destinada ao museu.

Espero que os senhores abordem a situação de nossas instituições culturais com mais cuidado e de maneira mais próxima da realidade.

Grato,

Carlos B.


Matéria publicada originalmente no Segundo Caderno do jornal O Globo, no dia 23 de setembro de 2004.

MAM abre caminhos para a revitalização

Em busca da revitalização do Museu de Arte Moderna (MAM), que tem passado por várias crises nos últimos anos, será promovido hoje o evento Eu Sou Amigo do MAM. Organizada pelos colecionadores Paulo Vieira e Guilherme M.P. Gonçalves, da Associação de Amigos do MAM, a festa promete atrair mais de mil convidados, na maioria personalidades do mundo das artes, aproveitando o fluxo gerado pela Bienal Internacional de São Paulo, que abre no domingo.

— Conseguimos fazer com que curadores e colecionadores internacionais que estão no Brasil para a Bienal passassem antes pelo MAM e vissem a mostra "Arte contemporânea nas coleções do Rio", que montamos para eles — diz Vieira. — A revitalização de um museu não só passa pela reaproximação com o público da cidade, mas também com o circuito internacional. Nenhum museu é reconhecido se não for reconhecido internacionalmente.

Na busca desta aproximação com o público, será lançado no evento o projeto Amigos do MAM. Através dele, quem quiser se associar terá que pagar anualmente R$ 350 e terá direito, por exemplo, a entrar de graça. Hoje, também será lançada a segunda edição do projeto Colecionadores MAM, que procura estimular, através de preços baixos, a venda de obras. Desta vez, poderão ser adquiridos trabalhos de Adriana Varejão, Artur Barrio, Caetano de Almeida, Marepe e José Damasceno. Com R$ 200 mensais, durante 10 meses, será possível levar para casa — uma a cada dois meses — cinco obras inéditas.

Posted by João Domingues at 3:34 PM

setembro 14, 2004

Boa idéia que não coube dentro do espaço disponível

Texto de Luiz Camillo Osório, publicado originalmente no Segundo Caderno do jornal O Globo no dia 13 de setembro de 2004.

Boa idéia que não coube dentro do espaço disponível

Luiz Camillo Osório

"Tudo é Brasil", atualmente no Paço Imperial, é uma exposição interessante. O seu maior mérito é não se furtar diante da interrogação sobre uma possível e problemática identidade nacional. Em uma época de superação dos ideários nacionalistas e de globalização inexorável, é fundamental repor os termos da discussão sobre as singularidades culturais. Propor uma reflexão sobre nós mesmos, em uma época de crise das identidades coletivas e frente a ausência de novas promessas civilizatórias, é o que mais interessa nesta exposição que tem curadoria de Lauro Cavalcanti.

A vontade de misturar vários segmentos da cultura brasileira, passando pela música, pela poesia, pelo teatro e tendo nas artes plásticas o eixo principal, foi uma opção arriscada. Por um lado, é fundamental perceber as conexões, os diálogos, a contaminação entre as várias linguagens. Por outro, as dificuldades são imensas para reunir tudo em uma mesma temporalidade expositiva e fazer escolhas coerentes entre artistas que dêem um mínimo de equilíbrio para a exposição.

Na década de 50, Brasil encontra a modernidade

A contaminação entre as artes e, para além delas, entre a produção erudita e as artes populares obriga-nos a rever as formas de inserção da arte na vida contemporânea. Não se trata de querer popularizar as artes, mas de mostrar que a experimentação poética e a qualidade estética são bens comuns. Independentemente de se tomar qualquer expressão popular como arte, ser ou não arte é o que menos importa aqui, o relevante é fazer ver a potência criativa disseminada nas práticas cotidianas. Abrir canais entre as ilhas de especialidades artísticas é uma demanda da cultura contemporânea, e mais particularmente ainda do Brasil, que vive da tensão diária entre criatividade e injustiça.

A mostra toma a década de 1950 como o momento inaugural de um sentido de moderno na cultura brasileira. Em se tratando de uma exposição, o foco obviamente aponta para as artes plásticas, mas, dentro deste território específico, vai privilegiar uma necessidade de hibridização poética que vem sendo, há pelo menos 50 anos, fundamental para a renovação dos seus procedimentos criativos. A opção da curadoria foi o de evitar o óbvio na seleção de obras e artistas. As escolhas priorizaram nomes menos conhecidos do público carioca ou então os que ampliam o cânone da experimentação contemporânea. Na primeira sala estão Lygia Pape, Geraldo de Barros, Waldemar Cordeiro, Celso Renato de Lima e Raimundo Colares. Uma bela linha de frente para uma seleção de artistas de filiação concretista. Cada um deles, à sua maneira, deslocou e fez reverberar o vocabulário plástico construtivo para além das expectativas convencionais. Esta sala e a que reúne algumas interessantes experimentações na confluência entre palavra, forma e espaço, ou seja, entre poesia e artes visuais, são o ponto alto da exposição. Devem ser ressaltados nestas duas salas a pesquisa histórica e o resgate de trabalhos pioneiros e relevantes para se avaliar o desenvolvimento da arte brasileira recente. A construção dos poemas-objeto de Ferreira Gullar e a notícia de que farão parte de uma sala especial no Paço dedicada ao poeta são a boa nova de "Tudo é Brasil".

Na sala de vídeo, um destaque para o trabalho de Lula Wanderley que pegou três gols históricos — de Pelé, Romário e Maradona — e retirou a bola, valorizando a plasticidade que envolve o rude esporte bretão e a graça que não se submete à objetividade da bola. A frase do Nelson Rodrigues, que abre o vídeo, é perfeita: "O cego no futebol só vê a bola". Esta frase é interessante também para se pensar a tal singularidade nacional, que não vai estar nunca onde se espera e que implicará sempre em uma invenção coletiva, periférica e comum.

Contemporâneos estão ligados à arte popular

Dois senões da exposição. A escolha dos artistas contemporâneos deixou a desejar. Optou-se por nomes menos conhecidos e que teriam uma ligação mais direta com o universo da arte popular. Até aí tudo bem, mas as obras não têm força suficiente para enfrentar o desafio. Os infláveis de Paulo Paes são ótimos, mas não precisava de tantos. Outros dois artistas a serem destacados são Davi Cury e José Patrício. A presença dos artistas populares também ficou tímida e dispersa, não produzindo o ruído necessário. Na verdade, a abrangência histórica e simbólica da exposição era maior do que o espaço físico disponível. "Tudo é Brasil", mas nem tudo cabe ao mesmo tempo. A idéia ficou maior do que o lugar. Para dar conta do tema e da pesquisa realizada, o ideal teria sido montar mais do que uma exposição.

Posted by João Domingues at 2:50 PM