Página inicial

Como atiçar a brasa

 


julho 2021
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
        1 2 3
4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30 31
Pesquise em
Como atiçar a brasa:
Arquivos:
junho 2021
abril 2021
março 2021
dezembro 2020
outubro 2020
setembro 2020
julho 2020
junho 2020
maio 2020
abril 2020
março 2020
fevereiro 2020
janeiro 2020
novembro 2019
outubro 2019
setembro 2019
agosto 2019
julho 2019
junho 2019
maio 2019
abril 2019
março 2019
fevereiro 2019
janeiro 2019
dezembro 2018
novembro 2018
outubro 2018
setembro 2018
agosto 2018
julho 2018
junho 2018
maio 2018
abril 2018
março 2018
fevereiro 2018
janeiro 2018
dezembro 2017
novembro 2017
outubro 2017
setembro 2017
agosto 2017
julho 2017
junho 2017
maio 2017
abril 2017
março 2017
fevereiro 2017
janeiro 2017
dezembro 2016
novembro 2016
outubro 2016
setembro 2016
agosto 2016
julho 2016
junho 2016
maio 2016
abril 2016
março 2016
fevereiro 2016
janeiro 2016
novembro 2015
outubro 2015
setembro 2015
agosto 2015
julho 2015
junho 2015
maio 2015
abril 2015
março 2015
fevereiro 2015
dezembro 2014
novembro 2014
outubro 2014
setembro 2014
agosto 2014
julho 2014
junho 2014
maio 2014
abril 2014
março 2014
fevereiro 2014
janeiro 2014
dezembro 2013
novembro 2013
outubro 2013
setembro 2013
agosto 2013
julho 2013
junho 2013
maio 2013
abril 2013
março 2013
fevereiro 2013
janeiro 2013
dezembro 2012
novembro 2012
outubro 2012
setembro 2012
agosto 2012
julho 2012
junho 2012
maio 2012
abril 2012
março 2012
fevereiro 2012
janeiro 2012
dezembro 2011
novembro 2011
outubro 2011
setembro 2011
agosto 2011
julho 2011
junho 2011
maio 2011
abril 2011
março 2011
fevereiro 2011
janeiro 2011
dezembro 2010
novembro 2010
outubro 2010
setembro 2010
agosto 2010
julho 2010
junho 2010
maio 2010
abril 2010
março 2010
fevereiro 2010
janeiro 2010
dezembro 2009
novembro 2009
outubro 2009
setembro 2009
agosto 2009
julho 2009
junho 2009
maio 2009
abril 2009
março 2009
fevereiro 2009
janeiro 2009
dezembro 2008
novembro 2008
outubro 2008
setembro 2008
agosto 2008
julho 2008
junho 2008
maio 2008
abril 2008
março 2008
fevereiro 2008
janeiro 2008
dezembro 2007
novembro 2007
outubro 2007
setembro 2007
agosto 2007
julho 2007
junho 2007
maio 2007
abril 2007
março 2007
fevereiro 2007
janeiro 2007
dezembro 2006
novembro 2006
outubro 2006
setembro 2006
agosto 2006
julho 2006
junho 2006
maio 2006
abril 2006
março 2006
fevereiro 2006
janeiro 2006
dezembro 2005
novembro 2005
outubro 2005
setembro 2005
julho 2005
junho 2005
maio 2005
abril 2005
fevereiro 2005
janeiro 2005
dezembro 2004
novembro 2004
outubro 2004
setembro 2004
agosto 2004
julho 2004
junho 2004
maio 2004
As últimas:
 

dezembro 31, 2014

'Estou em busca do poema': entrevista com Lygia Pape por Daniela Name, O Globo

'Estou em busca do poema'

Entrevista com Lygia Pape realizada por Daniela Name originalmente publicada no Segundo Caderno do jornal O Globo, em 13 de dezembro de 2001, com e-nforme publicado no mesmo dia. Com o link original quebrado, a matéria foi adquirida do Arquivo Premium para a pesquisa sobre o caso do Museu Guggenheim Rio.

Artista mostra obras inéditas, defende presidiários e ataca rixa entre Rio e SP

Uma conversa com Lygia Pape tem o impacto de um terremoto. A dama do movimento neoconcreto poderia, aos 72 anos, acomodar-se ao status de referência para a arte contemporânea brasileira mas, irrequieta, preferiu mostrar obras inéditas a fazer uma retrospectiva na exposição que abre hoje, no Centro de Arte Hélio Oiticica. Uma das instalações, "Carandiru", é uma cachoeira vermelha, em sala da mesma cor, capaz de atrair a atenção dos olhos mais cansados. Com corpo de passarinho e alma de vulcão, Lygia não mede palavras para comentar a guerra do narcotráfico, o Guggenheim e as críticas de Nuno Ramos ao tratamento dado à obra de Hélio Oiticica.

Por que uma exposição de peças inéditas e não uma retrospectiva?

LYGIA PAPE: Sempre faço exposições com peças inéditas. Acho um tédio pegar um trabalho e apresentar uma releitura. Cada trabalho para mim é muito claro como conceito, então por que eu vou falar duas vezes sobre a mesma coisa?

Dentre as quatro obras que a senhora apresenta no Hélio Oiticica, "Carandiru", a instalação que ocupa o térreo, é a mais sensorial, não?

LYGIA: O som é de cachoeira e na sala anterior à instalação vou projetar imagens dos tupinambás. Não é um discurso político, não é um discurso demagógico, mas é uma referência visual que vai ser criada. O sangue escorrendo na sala vermelha lembra tudo o que se sabe sobre o martírio dos 111 presos. Os relatos dizem que o sangue escorria pelas escadas, é uma imagem muito forte. O Carandiru destrói jovens, porque 65% dos presos no Brasil têm entre 18 e 25 anos. A vitalidade do preso tem muito a ver com a vitalidade dos tupinambás, que queriam fazer a devoração espiritual através da antropofagia. O preso tem o mesmo impulso em relação à sociedade. Mas quem faz esta devoração acaba destruído. Toda a população tupinambá que vivia na costa do Brasil foi dizimada. Os colonizadores chegavam ao requinte de espalhar roupas com varíola nas praias, o índio vestia e contaminava aldeias inteiras. O que o Carandiru faz? Prepara as pessoas para a morte. Como é que o Brasil, que está se tornando um país de velhos, dá-se ao luxo de destruir esta juventude? Não é só uma questão política, é também uma questão de espírito e de conceito. Não se abre mão da vitalidade.

Nos anos 60, a senhora conviveu com uma faceta da marginalidade que parecia diferente da que se vê hoje. Mudou mesmo? O que fez o bandido mais feroz?

LYGIA: A droga. Na nossa época (Lygia e Hélio Oiticica freqüentavam a Mangueira), o máximo que tinha era um pouco de maconha, de cheirinho-da-loló. Conheci o Mineirinho, a mulher dele, Maria Helena, o Cara-de-Cavalo. Eram bandidos românticos. Poderiam até atirar num policial, o que significava que estariam jurados de morte. Mas você podia freqüentar o morro inteiro. Agora não, você não entra no morro se não tiver autorização do chefe da droga. O narcotráfico fez da favela uma coisa doente.

Como é seu processo de criação?

LYGIA: Não faço nenhum desenho, penso as coisas. Gosto muito de ficar no escuro, delirando. Aí as coisas vão surgindo com muita clareza, nesta espécie de delírio. Não é uma coisa que eu decida, planeje. Crio pensando em algo que esteja me mobilizando. Minha leitura de cabeceira é Guimarães Rosa, ele é uma fonte de alimento incrível. Também releio sempre o "Finnegan's wake". A literatura é importante, e a palavra acaba entrando no trabalho. Não procuro a forma estética bem resolvida, porque isso é uma coisa acadêmica na qual eu não estou interessada.

Mas, durante muito tempo, associaram-se o concretismo e sua herança construtiva à necessidade de organização.

LYGIA: O construtivismo começa no Brasil muito ligado a Max Bill. Em São Paulo, havia o Grupo Ruptura; aqui no Rio, o Grupo Frente. Quando o grupo Neoconcreto se forma, ninguém é mais construtivo. Passamos a inventar linguagens novas, mas sem a necessidade daquele rigor, daquela sistematização. Era a liberdade absoluta. Minha obra sempre perseguiu isso. Não estou interessada em fazer um trabalho para a posteridade. Quero trabalhar com um estado poético intensamente. Estou em busca do poema.

Em leituras apressadas do neoconcretismo, Hélio e Lygia Clark aparecem como os pilares do movimento, e os outros, em segundo plano. A senhora se ressente disso?

LYGIA: Isso acontece porque os dois morreram, o Hélio de forma trágica. Mas ainda há Amilcar de Castro, Franz Weissmann e a Lyginha aqui, né? O Carvãozinho (o pintor Aluísio Carvão) agora também morreu e tem que ser reconhecido. Cada um de nós tem sua leitura. Mas acho que muita gente fica incomodada é com a intensa carga poética do neoconcretismo. Andaram saindo uns artigos horríveis...

O que a senhora achou do artigo do artista Nuno Ramos, publicado no "Jornal do Brasil" ("De marginal a modelo", 26/7/2001), em que ele diz que estão institucionalizando a obra de Hélio?

LYGIA: É uma maneira paulista de criticar o neoconcretismo. O Nuno fez uma leitura um pouco perversa.

A senhora acha que há uma implicância paulista com o movimento neoconcreto porque ele se tornou o símbolo da explosão da arte brasileira no mundo?

LYGIA: Por acaso, a maioria dos neoconcretos morava no Rio. Mas Willys de Castro e Hércules Barsotti, que eram paulistas, aderiram ao movimento. Talvez por isso sejam tão pouco estudados em São Paulo. Eles apoiaram a dissidência do grupo Neoconcreto, mas continuaram morando lá e ficaram meio exilados, um pouco malvistos (risos). Isso é um pouco infantil, esta briga entre Rio e São Paulo já poderia ter sido superada. Já tive experiências muito desagradáveis e esta rixa é delicadamente provinciana. São Paulo é uma cidade maravilhosa, que tem artistas da maior importância. Em Salvador, Belém, Belo Horizonte, Goiânia, também têm surgido novos artistas. Talvez não no mesmo volume que no Rio, mas todo mundo tem que lembrar que nós fomos a capital do Brasil, não é pouca coisa! A briga entre cariocas e paulistas é como uma discriminação racial. Não consigo perceber se fulano é mais escurinho ou mais clarinho, porque não tem a menor importância.

Uma coisa que pode ter a ver com isso é a guerra contra a construção do Guggenheim no Rio. Primeiro os paulistas disseram que o Rio não era a cidade adequada para receber a sede do museu. Depois, os próprios cariocas se levantaram contra o projeto. Qual é a sua opinião?

LYGIA: Eu nunca sou contra, sou sempre a favor (risos). O Rio é uma cidade belíssima, cabe muito bem ter uma sede do Guggenheim aqui, porque o dinheiro não vai aparecer para outras coisas que não sejam o próprio Guggenheim. Não adianta dizer que o Museu de Arte Moderna está precisando de dinheiro, que um terço desta verba enorme poderia recuperá-lo. Não vão fazer isto, é uma questão de sistema. Prefiro ter um Guggenheim enorme, que pode até ter problemas, do que não ter nada. Pode ser que ele faça algumas exposições ridículas, outras muito importantes. Mas vai haver mais um espaço para a arte.

Ainda há uma grande reserva e desconfiança em relação à arte contemporânea. Como separar o que é inovador do que é uma mera repetição?

LYGIA: Este problema vai existir permanentemente, porque há pessoas que têm uma leitura curiosa da vida, outras não. Quando o Ezra Pound diz que "o artista é a antena da raça", está afirmando uma coisa eterna. Mas há pessoas que usam o fato de ser artista para uma conquista social, o que é bastante equivocado. A arte é um campo muito vasto. O tempo mostra que alguns são mais perecíveis que outros.

Voltando à sua exposição: as três salas no segundo andar são muito diferentes.

LYGIA: "New house" é uma desconstrução, uma nova casa que vem dos escombros. Vou demolir todas as paredes em volta e vão ficar os restos. Na sala do meio, mostro os "Livros", que são esculturas. Não conseguia simplesmente transformá-las em objetos esteticamente bem resolvidos e a forma que usei ali é apenas um apoio para a palavra. A última, "Jogo de tênis", também é uma síntese, como a cachoeira do Carandiru. Considero o tênis um jogo um pouco estúpido. Então, persegui o máximo de despojamento para falar destes esportes em que você bota o olho para cá e para lá e fica só ouvindo a batida da bola, sem interação entre os jogadores. Mostro isso de uma maneira pouco confortável, porque você entra num espaço mínimo, em que a tela te engole.

A senhora escreveu textos apaixonados sobre Marcos Cardoso e Ronald Duarte, jovens artistas que foram seus alunos. Há outras pessoas interessantes surgindo?

LYGIA: Claro, não são só eles, não! Tenho um prazer enorme de estar presente quando surge o primeiro trabalho, ainda anônimo, mas que é uma manifestação poética fortíssima. Isso ninguém paga. O melhor lado da aula é ver a gênese de uma obra nova. Não sou louca de citar nome de ninguém, mas todos são muito bons. É claro que já dá para perceber que uns vão crescer mais do que outros, mas isso acontece sempre.

Jornal: O GLOBO
Autor: Daniela Name
Editoria: Segundo Caderno
Tamanho: 1562 palavras
Edição: 1
Página: 1
Seção: Caderno: Segundo Caderno
Data: 12/13/2001

Posted by Patricia Canetti at 12:03 PM

dezembro 17, 2014

Pavilhão brasileiro em Veneza terá obras de Antonio Manuel, Berna Reale e André Komatsu

“É tanta coisa que não cabe aqui”

Pavilhão brasileiro em Veneza terá obras de Antonio Manuel, Berna Reale e André Komatsu

Comunicado oficial da Fundação Bienal de São Paulo recebido em 16 de dezembro de 2014.

Responsáveis pela concepção do pavilhão brasileiro na 56ª Bienal de Veneza, o curador Luiz Camillo Osorio e o curador assistente Cauê Alves anunciaram que vão trabalhar com obras dos artistas Antonio Manuel, Berna Reale e André Komatsu. A escolha teve como principal critério a relevância de suas poéticas na cena contemporânea e, ao mesmo tempo, o pertencimento a uma história, não só da arte, mas da conflituosa sociabilidade brasileira.

Segundo os curadores, “o enfrentamento da ditadura no final da década de 1960 obrigou alguns artistas a um tipo de engajamento no qual estratégias conceituais vinham aliadas à precariedade material e à fragilidade corporal. Tais ações e obras, sem perda da intensidade lírica, fraturavam as formas instituídas de percepção da realidade.”

Antonio Manuel pertence a esta geração e se manteve desde então com uma obra em que o rigor construtivo recusa qualquer tipo de discursividade ilustrativa sem abrir mão - pelo contrário, afirmando - sua tonalidade política. Dialogando com sua obra dois artistas cujas trajetórias já nascem no século XXI: a paraense Berna Reale e o paulista André Komatsu. “Nos dois artistas destacamos o mesmo destemor no uso do corpo e da materialidade crua à nossa volta, trazendo à luz o que fica à margem do visível, mas que revela os conflitos de um país e de um mundo fragmentado e brutal”, enfatiza Osorio.

O título da mostra, “É tanta coisa que não cabe aqui” foi inspirado pelos cartazes das manifestações que tomaram as principais capitais brasileiras em junho de 2013. O contato direto com a rua é também comum aos três artistas. Detalhes sobre as obras apresentadas e/ou desenvolvidas serão divulgados no início de 2015.

Sobre a participação brasileira na 55 ª Bienal de Veneza

A mais antiga das grandes mostras internacionais de arte, a Bienal de Veneza oferece, a cada dois anos, uma grande exposição coletiva e dezenas de pavilhões nacionais. O pavilhão do Brasil, por sua vez, construído em 1964 no espaço mais prestigiado do evento italiano, o Giardini, é o lugar onde o próprio país escolhe e expõe artistas que a cada nova edição o representam. Desde 1995, a responsabilidade por essa escolha foi outorgada pelo governo Brasileiro à Fundação Bienal de São Paulo, reconhecimento da grande importância da instituição – a segunda mais antiga no gênero em todo o mundo – para as artes visuais do país.

Desde 1995, as participações brasileiras no evento são organizadas em colaboração conjunta entre o Ministério das Relações Exteriores - mantenedor do pavilhão brasileiro -, o Ministério da Cultura – por meio do aporte de recursos da Fundação Nacional de Arte (Funarte) - e a Fundação Bienal de São Paulo - responsável pela escolha do curador e produção das mostras. “A organização da participação brasileira nas Bienais de arte e arquitetura de Veneza já faz parte da tradição da Fundação Bienal, uma instituição independente, respeitada internacionalmente e comprometida com o pensamento e a produção da arte contemporânea”, afirma Luis Terepins, comissário da exposição e Presidente da Fundação Bienal de São Paulo.

SOBRE OS ARTISTAS

Antonio Manuel
(Avelãs de Caminho, Portugal, 1947; vive e trabalha no Rio de Janeiro)

Um dos principais nomes ligados ao experimentalismo no Brasil a partir dos anos de 1960, Antonio Manuel estabeleceu-se no Rio de Janeiro a partir de 1953, onde desenvolveu toda a sua formação artística e intelectual. No evento “Apocalipopótese” (1968) criou as Urnas Quentes, caixas de madeiras hermeticamente fechadas para serem abertas pelo público. Já no 19º Salão Nacional de Arte Moderna (1970) apresentou-se como a própria obra: O Corpo é a Obra. "Os suportes da arte naquele momento não atendiam as necessidades vigentes, e os chamados objetos artísticos solicitavam uma nova ordem de atuação diante do obscurantismo da época. No Salão de Arte Moderna decidi não usar qualquer suporte. Eu próprio era a obra."

Ao longo de quase 50 anos de trabalho, desenvolveu obras marcantes na arte brasileira, como por exemplo, a série de Flans (1968 a 1975), Repressão outra vez: eis o saldo (1968), Frutos do Espaço (1980), Fantasma (1994), Até que a imagem desapareça (2013) entre outras.

Suas principais exposições individuais são: "Antonio Manuel", no MAM Rio, em 2013; “I want to act, not represent”, na Americas Society, em Nova York, em 2011; “Fatos”, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, em 2007; mostra no Pharos Centre of Contemporary Art, em Chipre, em 2005; no Museu da Chácara do Céu, em 2002; na Fundação Serralves, em Portugal, em 2000; no Jeu de Paume, em Paris, em 1999; no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, em 1998; no Centro de Arte Hélio Oiticica, em 1997, entre outras.

Dentre suas principais exposições coletivas estão: “America Latina 1960-2013", na Fundação Cartier, Paris (2014); “30 × Bienal - Transformações na arte brasileira da 1ª à 30ª edição”, na Fundação Bienal de São Paulo (2013); “Arte de contradicciones. Pop, realismos y política. Brasil - Argentina 1960”, na Fundación PROA, em Buenos Aires (2012), “29° Bienal de São Paulo” (2010); “Art Vida: Action by Artists of the Americas, 1960-2000”, no Museo Del Barrio, em Nova York (2008); “Arte como questão - Anos 70”, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2007); “5th Mercosul Biennial”, em Porto Alegre, e “L’Art Contemporain Brésilien dans sa diversité”, no Carreau du Temple, em Paris, ambas (2005); “Beyond Geometry; Experiments in Form. 1940-70’s”, em Los Angeles Museum of Art e Miami Art Museum, e “Inverted Utopias”, Museum of Fine Arts Houston, ambas em 2004; “Caminhos do Contemporâneo 1952-2002”, no Paço Imperial, no Rio (2002); “Brazil: Body and Soul”, no Guggenheim Museum, em Nova York; “Experiment: art in Brazil 1958-2000”, no Museum of Modern Art, em Oxford, Londres (2001); entre outras.

Berna Reale
(Belém, 1964; vive e trabalha em Belém)

Graduada em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Pará (UFPA), pós-graduada em Arte- Educação pela PUC-MG e em Educação Profissional pelo NAEA-UFPA. Formada em Perita Criminal pela Academia de Polícia - IESP-PA-2009.

Realizadora de instalações e performances, participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e na Europa, como a Bienal de Cerveira, Portugal (2005) e a Bienal de Fotografia de Liege, Bélgica (2006), além da exposição “Amazônia - Ciclos da Modernidade”, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (2012). Recebeu o grande prêmio do Salão Arte Pará, em Belém (2009), e foi selecionada para o Rumos Visuais - Itaú Cultural (2012-2013) e para o Prêmio PIPA (2012/2013), sendo ganhadora do Pipa on line 2012. Participou da exposição “From the margin to the edge” Somerset House, Londres (2012), “Boletim” - Galeria Millan, São Paulo (2013), e realizou a individual “Vazio de Nós”, no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR 2013). Integrou as mostras “Cães sem Plumas”, Galeria Nara Roesler, São Paulo (2013), “Arquivo Vivo”, Paço das Artes, São Paulo (2013) e a 1ª Bienal de Fotografia MASP-Pirelli (2013). Sua mais recente individual “Vapor” acontece na Galeria Millan, São Paulo, até 20/12.

André Komatsu
(São Paulo, 1978; vive e trabalha em São Paulo)

Formado em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), participa de diversas exposições individuais e coletivas nacionais e internacionais. Entre as mais recentes individuais, destacam-se: “Insustentável Paraíso”, galeria Vermelho, São Paulo (2014); “André Komatsu”, galleria Continua, Itália (2014); e “Corpo Dócil”, galeria Vermelho (2013). Já entre as coletivas estão: “Beyond the Supersquare”, Bronx Museum, Nova York (2014); 30ª Bienal de Ljubljana, Eslovenia (2013), "Future Generation Art Prize", Veneza, Itália (2013); Trienal Poli/grafica de San Juan e Caribe, San Juan, Porto Rico (2012); “Sextanisquatsi-Desordem habitable” (2012); X Bienal de Monterrey, México (2012); “The natural order of things", Max Wigram Gallery, Londres, Inglaterra (2011); 8ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2011); "The Peripatetic School: Itinerant drawing from Latin America" - Drawing Room /MIMA, Londres, Inglaterra (2011); “Para ser construídos”, MUSAC, Leon, Espanha (2010); e “Ponto de Equilíbrio”, Instituto Tomie Othake, São Paulo (2010).

SOBRE OS CURADORES

Luiz Camillo Osorio (Rio de Janeiro, 1963, Brasil), professor de estética no departamento de Filosofia da PUC-RJ e curador-chefe do MAM Rio, realizou importantes projetos curatoriais no Brasil e no exterior, entre os quais “Iberê Camargo: Um trágico nos trópicos" (Fundação Iberê Camargo/CCBB-RJ), “O Desejo da Forma” (Akademie der Künste, Berlim, 2010), “MAM 60” (2008) e “Haus der Kulturen der Welt” (Copa da Cultura Berlim, 2006). É autor de “Razões da Crítica” (Zahar) e de livros monográficos sobre Flavio de Carvalho, Abraham Palatnik e Angelo Venosa (CosacNaify).

Cauê Alves (São Paulo, Brasil, 1977), mestre e doutor em filosofia pela USP, professor da PUC-SP e do Centro Universitário Belas Artes, desde 2006 é curador do Clube de Gravura do MAM-SP. Realizou, entre outras curadorias, "MAM[na]OCA: arte brasileira do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo" (2006), "Quase líquido", Itaú Cultural (2008) e "Mira Schendel: avesso do avesso" (2010), Instituto de Arte Contemporânea. Foi curador-adjunto da "8ª Bienal do Mercosul" (2011) e um dos curadores do "32º Panorama da Arte Brasileira" do MAM-SP (2011).

Participação do Brasil na 56ª Exposição Internacional de Arte - la Biennale di Venezia
Comissário: Luis Terepins, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo
Curador: Luiz Camillo Osorio
Local: Pavilhão do Brasil
Endereço: Giardini Castello, Padiglione Brasile, 30122 Veneza, Itália
Bienal: de 09 de maio a 22 de novembro de 2015
Curador geral 56ª Exposição Internacional de Arte - la Biennale di Venezia: Okwui Enwezor

Posted by Patricia Canetti at 10:15 AM

Mais influente galerista do país, Luisa Strina celebra 40 anos de carreira por Silas Martí, Folha de S. Paulo

Mais influente galerista do país, Luisa Strina celebra 40 anos de carreira

Matéria de Silas Martí originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 15 de dezembro de 2014.

"Dizem por aí que eu sou brava, que tenho todo o poder", diz Luisa Strina. "Mas não tem essa glória. Isso tudo é uma babaquice. Minha vida é uma guerra, uma luta."

Na biblioteca de seu apartamento em Higienópolis, no centro de São Paulo, a mais poderosa galerista do país tenta desfazer sua fama de durona. Nas paredes, obras de Leonilson, artista que ela lançou no mercado junto de Tunga, Cildo Meireles e Nelson Leirner, falam da decepção com os homens e da solidão.

Sozinha, Strina, 71, construiu a mais sólida galeria de arte do país, que chega agora aos 40 anos. Em dezembro de 1974, ela abriu as portas da casa que leva seu nome no antigo ateliê do artista Luiz Paulo Baravelli, nos Jardins, zona oeste da cidade. Desde então, a filha de abastados industriais italianos subiu ao topo do mercado do país e está entre os nomes mais influentes do mundo da arte.

Ela é a brasileira na posição mais alta –65ª– do ranking dos cem mais poderosos da arte lançado todo ano pela revista britânica "ArtReview" e este ano apareceu na "Vanity Fair" retratada por Annie Leibovitz entre as 14 "prima galleristas" do planeta –gente que ela diz hoje serem suas amigas, mas que nos anos 1970 perguntavam se cobras rastejavam pelas ruas paulistanas.

"Naquela época, nenhuma galeria aqui tinha o nome do galerista", lembra Strina. "Isso foi uma invenção minha, ou melhor, uma cópia das galerias americanas. E eu trabalhava só com artistas contemporâneos quando as outras tinham tudo misturado, modernismo, impressionismo, naïf."

Um dos primeiros nomes a entrar no time de sua galeria foi Wesley Duke Lee, artista morto aos 78, há quatro anos, que foi casado com Strina. "Eu que aproximei os dois", conta o artista José Resende. "Ela já tinha um bom olho."

Esse olho clínico de Strina, aliás, atravessou décadas da arte do país e ainda aponta os nomes mais cobiçados pelos colecionadores e aclamados pela crítica, um caso raro de galeria comercial capaz de chancelar a carreira de um artista da mesma forma que uma exposição num museu.

Escolhas de Strina tendem a virar tendência na cena artística. Mesmo os artistas mais novos de sua galeria, como o argentino Adrián Villar Rojas e Renata Lucas, já transitam entre as maiores exposições do mundo, da Bienal de Veneza à Documenta de Kassel, na Alemanha.

"Meu modelo é a Marian Goodman, de Nova York", diz Strina. "É uma mulher de 86 anos que acaba de abrir mais uma galeria em Londres com um contrato de aluguel para os próximos 20 anos. Ela tem os melhores artistas do mundo nas mãos dela."

Nos corredores da Art Basel Miami Beach, a feira mais importante para o mercado latino encerrada há duas semanas no balneário dos Estados Unidos, galeristas mais novos vinham pedir a bênção de "tia Luisa" para mais uma temporada de vendas –em todos, ela dava beijinhos no ar, sem encostar a boca no rosto.

"Ela é como um cacto cheio de espinhos, mas quando aberto só tem água doce dentro", compara o marchand Paulo Kuczynski. "Ela é ríspida às vezes, os artistas morrem de medo dela, mas é a agressividade necessária para qualquer galerista. Tem gente que fraqueja, não tem a espinha dorsal que ela tem."

Cildo Meireles, carro-chefe de vendas da galeria e com uma obra em posição de destaque na sala de Strina, conta que quando a conheceu, no fim dos anos 1970, ficou horas esperando para mostrar seus trabalhos, o que nem chegou a acontecer naquele dia.

"Ela ficou lá fazendo crochê, nem me recebeu", lembra. "Foi catastrófico. Jurei que nunca mais iria me encontrar com uma perua paulistana."

Veja Luisa Strina em seu apartamento paulistano

DIVA PUNK

Quase sempre de preto e usando uma bengala com cabo prateado desde que operou um dos joelhos, Strina não costuma se levantar da cadeira. Em vernissages na galeria, é vista sempre ditando ordens aos assistentes e não perde tempo em negociações. Suas ligações telefônicas não duram mais de um minuto.

"É uma pessoa sem subterfúgios, não tem medo de dizer o que pensa", diz Marcia Fortes, da galeria Fortes Vilaça. "Ela é a Vivienne Westwood das artes, com muito estilo e atitude. É nossa diva punk."

Mas sua atitude hostil gerou desafetos. Nos mais de dez anos em que integrou o comitê de seleção da Art Basel Miami Beach, feira que ajudou a estruturar, tinha fama de poder enaltecer ou destruir a reputação das galerias brasileiras, podendo expulsar algumas delas do evento.

Uma das casas que caiu fora e só voltou a Miami depois da saída de Strina do comitê é a galeria Raquel Arnaud. Também há 40 anos no mercado, Arnaud perdeu espaço no circuito e ainda hoje é uma das poucas a criticar Strina.

"Não acho que ela seja superior a qualquer outra", diz Arnaud. "Nunca me preocupei com ela. Sou mais conhecida pela minha coerência. Gosto dela. Quando a gente se encontra, até damos beijinhos."

Strina deixou o comitê da feira há dois anos. "Não quero que me vejam como ameaça, nem tenham raiva de mim." Sem filhos nem herdeiros diretos, ela diz ter o "corpo fechado" e estar planejando agora o futuro de sua galeria.

"Sou uma pessoa só, mas dizem que galerista tem de trabalhar até cair. Tem que ter um DNA estranho para fazer o que a gente faz", diz Strina. "Nada me dá mais prazer do que montar uma exposição, entrar na galeria e ver tudo pronto."

Posted by Patricia Canetti at 10:08 AM

Masp vai aumentar valor do ingresso para amenizar rombo por Silas Martí, Folha de S. Paulo

Masp vai aumentar valor do ingresso para amenizar rombo

Matéria de Silas Martí originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 12 de dezembro de 2014.

Depois de reconhecer que a dívida do Masp é maior do que se imaginava, detectando um rombo de R$ 10 milhões em contribuições previdenciárias não recolhidas, a direção do museu deverá anunciar um aumento do preço do ingresso que pode entrar em vigor em janeiro.

Hoje com entradas a R$ 15, o Masp tem o bilhete mais caro entre os museus paulistanos, contra R$ 6 do MAM ou a entrada franca no Itaú Cultural, ambas instituições privadas que recebem recursos incentivados, como é o caso do Masp. A Pinacoteca, que é pública, tem ingressos a R$ 6.

Segundo a Folha apurou, o presidente do Masp, Heitor Martins, propôs um aumento dos atuais R$ 15 para R$ 25 em reunião do conselho do museu nesta semana, numa tentativa de amenizar o rombo nas contas da instituição.

A última vez que o Masp reajustou o valor do ingresso foi em maio de 2006, quando bilhetes passaram de R$ 10 para R$ 15, um aumento de 50%. Se for a R$ 25 agora, o aumento do valor da entrada, de 67%, equivalerá à inflação acumulada do período.

Em entrevista à Folha, Martins disse que uma decisão final ainda não foi tomada sobre o aumento dos ingressos. "É evidente que a gente discute um leque muito amplo de alternativas", disse. "Mas ainda temos umas coisas para amarrar."

Conselheiros do museu, no entanto, dão como certo um aumento, mas divergem sobre o novo valor. Hoje a bilheteria corresponde a cerca de 13% do orçamento do Masp, rendendo cerca de R$ 2 milhões ao ano. O museu prevê para 2015 um orçamento de R$ 31 milhões, sendo R$ 26 milhões via Lei Rouanet (isenção fiscal).

Na última reunião do conselho do museu, também foi discutida, ainda segundo conselheiros presentes no encontro, uma parceria com o banco Bradesco, que passaria a financiar as mostras de um dos andares da instituição.

Desde que assumiu a direção do Masp em setembro deste ano, o novo grupo de diretores liderado por Martins vem tentando sanar as contas do museu, tendo já liquidado a dívida de R$ 12 milhões com recursos do banco Itaú, da Gerdau e doações de novos conselheiros.

Posted by Patricia Canetti at 10:03 AM

Rombo do Masp se amplia com valores devidos à Previdência por Silas Martí, Folha de S. Paulo

Rombo do Masp se amplia com valores devidos à Previdência

Matéria de Silas Martí originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 10 de dezembro de 2014.

Uma nova dívida pode abalar mais uma vez as finanças do Masp. Liderado pelo empresário Heitor Martins desde setembro deste ano, o museu acaba de decidir que pagará uma série de pendências com a Previdência Social de cerca de R$ 10 milhões.

Desde que Martins assumiu o Masp, substituindo Beatriz Pimenta Camargo, o rombo financeiro da instituição, então em torno de R$ 12 milhões, foi sanado com recursos do Itaú, da Gerdau e de conselheiros convidados pela nova direção do museu.

Essa nova dívida de R$ 10 milhões não estava incluída nas pendências quando o novo grupo entrou no Masp porque o museu havia ganho na Justiça, em 2013, ação que o declarava isento de recolher contribuições por se tratar de uma entidade cultural.

Mas uma decisão do Supremo Tribunal Federal de abril deste ano mudou o entendimento da questão, abrindo um precedente para que o Masp possa ser cobrado no futuro por não recolher o que não paga há 20 anos.

A contribuição é a porcentagem sobre a folha de pagamento que empresas pagam à Previdência. Outros museus e instituições culturais, como a Pinacoteca do Estado, o Museu de Arte Moderna e a Fundação Bienal de São Paulo não são imunes à cobrança.

A situação do Masp era diferente porque ainda tramita uma ação de 2008 que isentaria o museu de recolher os valores, mas por cautela e para evitar que a dívida seja cobrada com uma multa de até 75% no futuro, o museu decidiu se antecipar e pagar a conta.

"Resolvemos ter uma atitude mais conservadora e pagar as contas do passado", diz Martins, em entrevista à Folha. "Na dúvida se deveríamos pagar ou não, assumimos que deveria ser pago. Foi o caminho mais prudente para proteger o museu."

Esse valor de R$ 10 milhões deverá ser parcelado em 15 anos, segundo Martins, num acordo com a Receita Federal. Nas contas do museu, os pagamentos corresponderiam a cerca de 5% de seu orçamento mensal.

"Isso muda a situação financeira, mas não é uma mudança fundamental", diz Martins. "Hoje a dívida líquida do Masp está zerada. Isso será só um compromisso futuro."

MAIS BURACOS

Também no horizonte do museu está uma pendência com a Vivo, patrocinadora de seu anexo, que tem obras paralisadas há dois anos. A antiga gestão do museu não conseguiu tirar o prédio do papel, embora a reforma já tenha consumido R$ 18 milhões. Segundo a nova direção, são necessários mais R$ 20 milhões para concluir os trabalhos.

Segundo Martins, negociações com a empresa de telefonia ainda não avançaram porque o museu quer "colocar a casa em ordem" antes de assumir compromissos.

É também por isso que a programação do Masp no ano que vem será mais modesta, sendo a grande atração a volta dos cavaletes de vidro desenhados por Lina Bo Bardi à galeria de pinturas do museu, um projeto do novo curador do Masp, Adriano Pedrosa.

A nova direção do museu também obteve autorização para captar R$ 26 milhões via Lei Rouanet para bancar as operações do Masp em 2015.

ENTENDA O CASO

1947
Masp é fundado

1994
Início da crise no museu com afastamento do presidente José Mindlin, que teve sua eleição anulada. Júlio Neves assume e se reveza com aliados no poder até 2014

2006
Museu tem luz e telefone cortados. Dívidas chegam a R$ 3,5 milhões. Vivo doa R$ 13 milhões ao museu para criar um anexo, no prédio vizinho ao Masp, exigindo uma torre com a marca da empresa em contrapartida

2010
Patrimônio histórico veta construção de torre da Vivo, iniciando desavenças entre Masp e a telefônica; obras no anexo param em 2012

abr.2014
Masp anuncia que trocará sua diretoria, ampliando conselho e admitindo representantes do poder público em sua gestão. Heitor Martins é anunciado como futuro presidente

set.2014
Martins assume a presidência do museu, então com dívidas de R$ 12 milhões e pendências com a Vivo e o MinC

Posted by Patricia Canetti at 9:51 AM

dezembro 15, 2014

Novo curador da Bienal quer 'ver o mundo a partir do sul' por Silas Martí, Folha de S. Paulo

Novo curador da Bienal quer 'ver o mundo a partir do sul'

Matéria de Silas Martí originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em11 de dezembro de 2014.

Jochen Volz, o curador da próxima Bienal de São Paulo, é um sujeito delicado. Não gosta de pronunciamentos bombásticos, fala baixo e evita chamar a atenção. É um gentleman num mundo da arte cada vez mais histérico.

Um dos curadores do Instituto Inhotim, o museu do magnata do minério Bernardo Paz no interior de Minas Gerais, e diretor de programação da Serpentine, em Londres, o alemão já esteve à frente da Bienal de Veneza e ajudou a organizar a 27ª Bienal de São Paulo, há oito anos.

Sua escolha para comandar a mostra paulistana, a segunda mais tradicional do mundo, só atrás de Veneza, acaba de ser definida e já desencadeou uma onda de especulações sobre o que deve fazer.

"Minha ideia de exposição sempre tem o envolvimento bem forte do artista", diz Volz, 43, em entrevista à Folha. "Criamos projetos a partir de conversas. É isso que pode ser esperado. Tenho uma crença forte nas obras de arte."

De fato, ele está acostumado a ver obras surgirem passo a passo. Viu cada detalhe da construção das instalações do dinamarquês Olafur Eliasson, que fez uma série de mostras em São Paulo há três anos, e ajudou a implantar muitos dos pavilhões de Inhotim, transformando o pasto numa espécie de Disneylândia delirante da arte contemporânea.

"Mas não é uma questão de escala", diz. "É dar mais importância à voz do artista."

Seu interesse parece estar mesmo na construção, não na natureza espetacular de alguns trabalhos. Talvez por isso trabalhe muito com artistas que transformam o espaço com obras de pegada arquitetônica, como as de Renata Lucas, Sara Ramo, Marcius Galan, Rivane Neuenschwander e Cildo Meireles.

Esses dois últimos, aliás, inauguraram o longo namoro de Volz com o Brasil –ele levou obras deles a Frankfurt, quando dirigia um museu na cidade há dez anos, e depois veio viver no país, onde se casou com Neuenschwander.

"Não sou brasileiro, mas a parte mais importante da minha formação aconteceu aqui", diz Volz, que hoje vive entre Londres e Belo Horizonte. "Sinto que a minha casa como profissional é o Brasil."

EQUILÍBRIO

Mesmo com os pés firmes no país, o trânsito internacional de Volz, respeitado no circuito global, é estratégico para a Bienal de São Paulo, que agora tenta encontrar um equilíbrio entre projetos de estrangeiros ao mesmo tempo em que pretende voltar a ser a maior vitrine da arte contemporânea brasileira.

Depois de duas edições criadas por nomes de fora, o britânico Charles Esche e o venezuelano Luis Pérez-Oramas, a escolha de Volz agrada tanto os que querem a volta de um curador mais em sintonia com o Brasil e os que almejam maior impacto global para a Bienal de São Paulo.

"Essa é a maior bienal do sul do mundo, tem uma relevância geopolítica", diz Volz. "É diferente olhar para o mundo daqui do que olhar a partir de Veneza. Tem a possibilidade de criar diálogos entre artistas do mundo todo com um olhar do sul."

Volz também sabe que terá de reforçar o diálogo com o público da Bienal, que vem caindo nos últimos anos. A última edição, encerrada na semana passada, teve 472 mil visitantes, uma queda de 9% em relação à edição de 2012, que levou 520 mil ao Ibirapuera.

"É interessante achar maneiras de fazer uma exposição falar com todo mundo", diz Volz. "Isso tem a ver com uma abertura maior, convocar energias que surpreendam."

Posted by Patricia Canetti at 9:59 AM

Alemão Jochen Volz será o curador da próxima Bienal de São Paulo, em 2016 por Silas Martí, Folha de S. Paulo

Alemão Jochen Volz será o curador da próxima Bienal de São Paulo, em 2016

Matéria de Silas Martí originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 9 de dezembro de 2014.

Um dos diretores artísticos do Instituto Inhotim, em Minas Gerais, e da Serpentine, em Londres, o alemão Jochen Volz será o curador da próxima Bienal de São Paulo, marcada para 2016. A escolha foi oficializada em reunião do conselho da Fundação Bienal de São Paulo na noite desta terça (9).

Nascido em 1971 em Braunschweig, na Alemanha, Volz também já foi cocurador da Bienal de Veneza, em 2009, onde trabalhou ao lado de Daniel Birnbaum. Em 2006, Volz integrou a equipe de curadores da 27ª Bienal de São Paulo, liderada por Lisette Lagnado.

No Inhotim, ele trabalhou na implantação de alguns dos pavilhões mais relevantes do museu do magnata do minério Bernardo Paz, entre eles os dos artistas Adriana Varejão, Dominique Gonzalez-Foerster, Doris Salcedo, Doug Aitken, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Matthew Barney, Rirkrit Tiravanija e Tunga.

Em São Paulo, ele foi responsável pela curadoria da mostra do dinamarquês Olafur Eliasson, parte do 17º Festival Sesc Videobrasil, há três anos, e também já levou artistas do Brasil, como Cinthia Marcelle, à Bienal de Lyon.

Na mesma reunião do conselho da Bienal nesta terça (9), o atual presidente da fundação, Luis Terepins, foi reeleito, permanecendo no comando da instituição pelos próximos dois anos.

31ª BIENAL

Encerrada no último domingo, a 31ª Bienal de São Paulo, com curadoria do britânico Charles Esche, dos israelenses Galit Eilat e Oren Sagiv e dos espanhóis Pablo Lafuente e Nuria Enguita Mayo, atraiu 472 mil visitantes ao pavilhão da mostra no parque Ibirapuera, um número 50 mil abaixo da 30ª edição do evento, organizado em 2012 pelo venezuelano Luis Pérez-Oramas.

Posted by Patricia Canetti at 9:53 AM

dezembro 10, 2014

Jochen Volz será o curador da 32a Bienal de São Paulo

Jochen Volz será o curador da próxima edição da Bienal de São Paulo

Nota enviada pela assessoria de imprensa da Fundação Bienal de São Paulo

Em reunião realizada dia 9 de dezembro, o Conselho da Fundação Bienal de São Paulo reconduziu Luis Terepins à presidência da diretoria da instituição. Na ocasião, a diretoria apresentou Jochen Volz como curador da 32ª edição da mostra, marcada para 2016.

O historiador de arte alemão, nascido em 1971 na cidade de Braunschweig, atua como curador chefe da programação da Serpentine Galleries, em Londres, e também como curador de Inhotim, Minas Gerais, tendo sido diretor artístico da mesma instituição entre 2005 e 2012. Profundo conhecedor da cena artística internacional e nacional, Volz foi co-curador da 53ª Bienal de Veneza (2009), ao lado do diretor artístico Daniel Birnbaum. Em 2006, a convite de Lisette Lagnado, participou da curadoria da 27ª Bienal de São Paulo, onde realizou projeto especial em homenagem a Marcel Broodthaers.

Em Inhotim, trabalhou na concepção artística e na produção de novos pavilhões e instalações, entre eles, os dos artistas Adriana Varejão, Dominique Gonzalez-Foerster, Doris Salcedo, Doug Aitken, Helio Oiticica, Lygia Pape, Matthew Barney, Rirkrit Tiravanija e Tunga. O curador tem contribuído ainda com muitas exposições pelo mundo, entre as quais a de Olafur Eliasson em São Paulo, como parte do 17º Festival Sesc Vídeobrasil (2011), The Spiral and the Square, no Bonniers Konsthall, Estocolmo (2011), Aichi Triennial, Nagoya, Japão (2010), Cinthia Marcelle, na Bienal de Lyon, França (2007). Entre 2001 e 2004 foi curador da Portikus, em Frankfurt, Alemanha.

Desde 2012, a convite da diretora Julia Peyton-Jones e do co-diretor Hans Ulrich Obrist, Volz dirige a curadoria de programas da prestigiada instituição londrina, Serpentine Galleries, na qual colabora para o desenvolvimento de atividades públicas nas áreas de arte, arquitetura, design, educação e programação cultural: dança, filme, literatura, música, performance, ciência e tecnologia.

Segundo Luis Terepins, o processo de escolha do curador é uma preocupação permanente da instituição. A indicação foi sendo definida no segundo semestre de 2014, após uma série de diálogos da diretoria da Fundação Bienal com diretores de outras instituições, intelectuais e personalidades do circuito artístico nacional e internacional: "A ampla experiência em bienais e nas mais variadas plataformas da arte contemporânea somada à sua elogiada postura ética e profissional fazem com que a escolha de Volz seja perfeita para os anseios atuais da fundação e os desafios envolvidos na produção do seu maior evento".

Em fevereiro de 2015 será realizada a primeira coletiva de imprensa da 32ª Bienal. Na ocasião, Volz deverá apresentar o conceito geral da exposição e seu plano de trabalho para os meses subsequentes.

31ª Bienal: encerramento e números

A 31ª Bienal de São Paulo – Como [...] coisas que não existem chegou ao fim neste último domingo (07/12) com público aproximado de 472 mil visitantes. Com curadoria conjunta de Charles Esche, Galit Eilat, Nuria Enguita Mayo, Pablo Lafuente, Oren Sagiv (curadores), Benjamin Seroussi e Luiza Proença (curadores associados), a exposição reuniu 81 projetos e mais de 100 participantes, totalizando cerca de 250 trabalhos.

Audaciosa, a mostra firmou-se como uma exposição em consonância com os desafios artísticos e sociais da atualidade, configurando-se como uma jornada por temas centrais da vida contemporânea: identidade, ecologia, sexualidade e conflito.

Ao longo dos três meses de funcionamento da exposição, o educativo permanente da Fundação Bienal realizou mais de 4.300 ações na programação da exposição, incluindo-se aí visitas, palestras, encontros, ateliês, seminários, performances e saraus. Ao longo do ano, também foram promovidos 325 Encontros de Formação em arte contemporânea para professores e educadores sociais que mobilizaram mais de 27.700 inscritos, gerando mais de 7.400 horas em ações ofertadas para o público.

Realizado em três módulos – em janeiro, maio e novembro – o workshop “Ferramentas para organização cultural” foi concebido pela equipe curatorial da 31ª Bienal e oferecido a 16 jovens curadores e agentes culturais selecionados entre mais de 300 inscritos. A grande procura e o sucesso da iniciativa despertaram o desejo, por parte da Fundação da Bienal, de transformar o workshop curatorial em um programa permanente, a ser desenvolvido e oferecido a cada nova edição da mostra.

Itinerâncias

Dando continuidade ao programa de itinerâncias realizado desde a 29ª Bienal, a 31ª edição – “Como [...] coisas que não existem” terá recortes exibidos em seis cidades brasileiras entre fevereiro e agosto de 2015. As exposições serão realizadas em conjunto com instituições parceiras em cada cidade: Faap (Ribeirão Preto e São José dos Campos), Sesc-SP (São José do Rio Preto e Campinas) e Museu de Arte Murilo Mendes (Juiz de Fora).

No segundo semestre, um recorte importante será apresentado no Museu de Arte Contemporânea de Serralves (Porto, Portugal), na primeira itinerância internacional da Bienal de São Paulo desde a criação do programa, em 2011.

Posted by Patricia Canetti at 12:13 PM

dezembro 4, 2014

Herdeiros de Lygia Clark exigem fim de mostra no Rio por Luiza Franco, Folha de S. Paulo

Herdeiros de Lygia Clark exigem fim de mostra no Rio

Matéria de Luiza Franco originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 3 de dezembro de 2014.

A Associação Cultural Lygia Clark, composta por herdeiros da artista, pediu, na última quarta (26), que o MAC (Museu de Arte Contemporânea) de Niterói interrompa a exposição "Lygia Clark: Tudo que É Concreto se Desmancha No Ar" e atividades paralelas, como debates. Em cartaz desde o início de setembro, a mostra está programada para se prolongar até março.

Para o dono das obras expostas, o colecionador carioca João Sattamini, a atitude fez lembrar a discussão sobre o direito de publicação de biografias não autorizadas. "Isso é uma nova etapa da briga. Todo mundo querendo dinheiro." Ele diz que comprou as obras diretamente à Lygia e se nega a submeter as obras ao crivo dos herdeiros.

A associação ameaça entrar com uma ação na Justiça contra o museu, para cobrar multa diária em caso de descumprimento —o valor não está especificado. O motivo é a exposição de obras da pintora e escultora (1920-88) e a menção ao seu nome em atividades paralelas sem autorização prévia dos herdeiros.

Os advogados do museu dizem que, no caso de obras de artes plásticas, o detentor dos direitos autorais transmite ao comprador o direito de expô-las. "Somente se existisse alguma disposição expressa, estipulada pelo artista, ao alienar a obra é que se poderia restringir esse direito", dizem.

Quanto ao uso do nome da artista em atividades do museu, o advogado do MAC, Gustavo Martins de Almeida, diz que o nome da artista é indissociável do evento.

"O que eu vou fazer, divulgar o evento dizendo 'Estou expondo obras de uma artista famosa', sem citar o nome? Ele está ligado diretamente à obra", diz. "Há um artigo do Código Civil que, bem ou mal, proíbe as biografias não autorizadas. Estão reclamando da inconstitucionalidade desse artigo. No caso dos Clark, é pior, porque você tem um artigo que permite a exposição e eles querem ir contra ele por um capricho."

Segundo os advogados da associação, a família não quer proibir a exposição —só queria ter sido consultada antes. "A associação foi criada para tutelar os direitos autorais das obras de Lygia. Não podemos concordar com o uso do seu nome com fins comerciais sem pedido de autorização prévia", diz o advogado Luiz Paulo de Sequeira Júnior. Procurados, os herdeiros não quiseram se pronunciar.

A associação já cobrou pelo direito de exposição de trabalhos e até do nome da artista. Na 29ª Bienal de SP, em 2010, a organização cancelou a participação de Lygia, para a qual foram cobrados R$ 45 mil na época. No mesmo ano, uma mostra com depoimentos sobre a artista em Fortaleza deixou de citar seu nome, o que custaria à época cerca de R$ 40 mil para liberação.

Posted by Patricia Canetti at 1:32 PM