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Como atiçar a brasa

 


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novembro 12, 2007

Projeto curatorial 28a. Bienal de São Paulo

Projeto curatorial 28a. Bienal de São Paulo
"Em vivo contato"

Curador: Ivo Mesquita
Curadores adjuntos: Ana Paula Cohen e Thomas Mulcaire
Datas (a confirmar): 19 de Outubro a 30 de Novembro de 2008


As Premissas
Em 1951, no texto de abertura do catálogo da I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Lourival Gomes Machado, Diretor Artístico do museu, escrevia:

"Por sua própria definição, a Bienal deveria cumprir duas tarefas principais: colocar a arte moderna do Brasil, não em simples confronto, mas em vivo contato com a arte do mundo, ao mesmo tempo em que, para São Paulo se buscaria conquistar a posição de centro artístico mundial". (pg. 14).

O tom otimista, a retórica cheia de esperanças, o engajamento e o compromisso com um tempo de reconstrução do mundo depois dos terríveis episódios da II Guerra Mundial, soam hoje como uma profecia, o lançamento de uma utopia, que cinqüenta e oito anos depois parece ter constituído o seu lugar: São Paulo converteu-se sim num centro artístico internacional, uma cidade cosmopolita, uma referência na cena artística globalizada, enquanto o Brasil tornou-se um ponto de atração para artistas, curadores, galeristas, colecionadores internacionais, e artistas brasileiros consolidaram presenças sólidas no debate sobre a produção de visualidade contemporânea. Está claro, portanto, que aqueles objetivos foram alcançados, a tarefa a que ela se propunha em 1951 parece estar terminada.

Então, a pergunta que se coloca é: não seria o momento da Bienal de São Paulo avaliar suas produções e, talvez, considerar a possibilidade de ter que se re-colocar diante de uma cidade com seis museus de arte, centros culturais ativos e diversificados, todos os espaços com programações sistemáticas de arte contemporânea local e internacional (Vários com orçamentos proporcionalmente maioroes que o da FBSP)? Sem deixar de lembrar o panorama de coleções particulares importantes e representativas, e o mercado respeitável, com presença internacional, que ela ajudou a consolidar, a Bienal não é apenas de São Paulo, portanto, que papel ela desempenha hoje, como instituição pioneira no país e no continente, uma vez que também esses circuitos cresceram e se profissionalizaram, sendo parte de um sistema cultural globalizado? Talvez, um processo de auto-reflexão pudesse apontar para a compreensão e possível solução de ajustes pontuais da instituição.
Os processos da globalização chegaram aos territórios da cultura e as bienais tornaram-se, desde o final dos anos 80 do século passado, a estratégia mais usada por cidades e suas elites econômicas e políticas para ganharem visibilidade na aldeia global. O mesmo modelo de exposição de arte - e vale lembrar que ele vem do século XIX - que orientara a criação da Bienal de São Paulo, com o intuito de estabelecer um centro artístico internacional e promover a cultura local em um circuito ampliado, parece ainda ser eficiente ao tempo do fim das fronteiras nacionais. Já são quase duas centenas de bienais ao redor do mundo, algumas das quais inspiradas não só na de Veneza, mas também na de São Paulo, todas mais ou menos trabalhando questões semelhantes, mostrando as diversas práticas artísticas que constituem os territórios da visualidade hoje. Está evidente que é preciso definir caminhos. Que avaliação faz a Bienal de São Paulo desse fenômeno cultural, que se propaga pelos países até então chamados de periféricos ou em regiões de grande tensão política e cultural? Qual o papel de uma bienal na era da globalização? Qual o papel das bienais na indústria cultural, do turismo e do espetáculo? Que contribuição a Bienal de São Paulo pode trazer ao debate dessa questão com base na sua experiência, já que ela é a terceira organização mais antiga e a primeira fora dos centros hegemônicos? Sistematizar uma reflexão sobre as bienais hoje, re-avaliando suas próprias qualidades e objetivos, revendo a sua vocação, pode representar uma possibilidade da Bienal de São Paulo definir um novo papel de protagonista entre as tantas mostras de artes visuais periódicas que povoam o mundo no século XXI.

Recentemente, um novo fenômeno no circuito, as feiras de arte, parece também ter entrado em competição com as bienais. Artistas freqüentam ambos os eventos, enquanto curadores incluíram a primeira como espaços privilegiados de pesquisa e levantamento de perspectivas para ler a contemporaneidade. Mas elas não são a mesma coisa: enquanto a primeira é um espaço eminentemente comercial, de venda, a segunda quer ser de trocas e confrontos entre artistas, curadores, críticos e o público de Arte. O que há sim é uma relação pouco transparente entre essas duas instâncias, embora nada de grave ou errado, até aqui. Afinal é notável o fato de que muitos dos projetos importantes desenvolvidos por artistas e apresentados em bienais, só foram possíveis porque foram financiados por suas galerias. E isso não é mau em si. O problema está em as bienais, tradicionais instâncias legitimadoras da arte contemporânea, só sobreviverem como agentes de ponta de um mercado ávido por carne fresca e pela última insolência de artistas rebeldes, coladas com fita crepe, mas com potencial de mercadoria sofisticada. Pior, considerando a perspectiva local inserida num circuito global em que as bienais operam, elas correm o risco de se tornar provedoras do exotismo para consumo, de espaços de interação com a alteridade (diversidade cultural, racial, econômica), e dos álibis políticos e sociais para a economia globalizada do capitalismo transcontinental.

O modelo parece criticamente exaurido, banalizado (nada de novo, pois já se falava disso ao final dos anos 60, e então elas, as bienais, eram pouco mais que doze!).

Talvez, neste momento, todas as bienais careçam de uma pausa para reflexão, de sistematizar conhecimento e experiência, e procurar especificidade, pertinência, uma vez que Diante do fluxo incessante da produção de imagens e trabalhos, da diversidade das práticas artísticas, da voracidade da economia que alimenta o circuito, talvez as bienais pudessem ser ainda agentes da internacionalização e do cosmopolitismo, se fundadas nas singularidades do seu lugar de origem, nas demandas imediatas da região em que se inscrevem, no conhecimento e aprofundamento de questões, sintomas, referências que informam a produção de visualidade no mundo contemporâneo. Trata-se, talvez, de redirecionar sua vocação para, em lugar de tentar produzir uma visão totalizante e representativa do fenômeno da Arte da atualidade, delinear especificidades, produzir cartografias detalhadas, pondo em marcha um processo de trabalho investigativo e crítico, regular e sistemático, que acompanhe e dê conta de modo produtivo dos movimentos e transformações percebidos num circuito determinado, assim como das reverberações que eles causam e ecoam.


A Proposta
A proposta para a 28ª BSP é que seja repensada a mecânica com que a FBSP vem produzindo as sucessivas bienais desde 1951, abrindo desse modo um intervalo na história da exposição, para dar lugar à meditação, considerando o curto período para planejamento e organização de uma mostra nos padrões tradicionais da Fundação, as possíveis limitações na captação de recursos, e, principalmente, o aparente descompasso entre o modelo atual da mostra e a realidade onde ela se inscreve, seja local, seja internacionalmente. Um processo de análise da sua condição atual poderá apontar perspectivas para um novo tempo na história da Fundação Bienal de São Paulo, revelando mais uma vez uma atitude audaciosa e vanguardista, instaurada por Ciccillo Matarazzo, respondendo aos desafios que se apresentam a ela no século XXI, e honrando sua tradição de renovação ao longo de 56 anos de vida.

A 28BSP se articulará a partir de quatro componentes: uma biblioteca e arquivo sobre a questão das bienais no circuito artístico contemporâneo, centrados no acervo do Arquivo Wanda Svevo da FBSP, e que servirá de suporte para o ciclo de conferências a ser realizado entre outubro e novembro (período de 40 dias); uma praça, o espaço aberto à cidade, um lugar para encontros e acontecimentos, marcando uma abertura da instituição às energias que vêm do seu entorno; entre eles, o segundo andar do pavilhão, totalmente vazio, materializando o gesto de busca por novos conteúdos e publicações, que sistematizarão as idéias e trabalhos desenvolvidos. O objetivo é colocar a Bienal de São Paulo "em vivo contato" com a sua história, com a sua cidade, com seus pares, com o mundo e o seu tempo.

A - Praça
Os espaços do primeiro andar e do térreo na extremidade do edifício terão uma ocupação diferente, abrindo para outra disposição e uso, desenhando outra proposta de relação da Bienal com o seu entorno, o parque, os outros museus, a cidade. No primeiro andar, na parte que corresponde ao princípio da rampa de acesso ao segundo andar e se estende até o mezanino, que se projeta como observatório sobre o térreo, serão colocados os serviços da exposição (bilheteria, receptivos, livraria, informações, meeting point, monitores, banheiros, lanchonete, elevadores etc) e um conjunto de lounges para internet, vídeo, dvds, com mobiliário especialmente desenhado para o espaço, uma extensão da Biblioteca no terceiro andar.

A partir da rampa descendente ao térreo, serão removidos os caixilhos e vidros que hoje fecham aquela área (eles serão reinstalados posteriormente), restauradas as magníficas jardineiras que ali um dia existiram, e o espaço será reabilitado como uma grande praça, conforme o desenho original do projeto de Oscar Niemeyer. Aí terá lugar uma série de acontecimentos pelo período de seis semanas da exposição. Articulada a partir de um mobiliário, criado especialmente para permitir a construção de pequenos palcos, arenas, salas de conversa, a praça será um espaço polivalente, onde acontecerão performances, apresentações musicais, conversas com artistas, críticos, curadores, músicos, escritores, arquitetos, pontuadas por projeções de filmes, performances, grandes festas públicas, por artistas nacionais e internacionais.

A praça quer ser um espaço democrático, a ágora na tradição da polis, um território de encontros, confrontos, fricções. Um espaço para gerar energia, permitir a aeração do prédio, dos objetivos e programas da instituição. Como já mencionado acima, abrir esta parte do edifício tem, além do sentido simbólico da Bienal de São Paulo abrir-se para rever e reafirmar seu lugar na cidade, ele é gesto de resgate do projeto original do pavilhão, pensado como uma praça para exibição de grandes equipamentos industriais, a serem contemplados dos terraços do mezanino.

B - O Vazio
A exposição do espaço vazio do segundo andar do pavilhão será um gesto radical de afirmação deste momento para elaborar e analisar sobre o modelo das bienais, seu papel no mundo contemporâneo. Esse gesto simbólico toma o vazio como o lugar onde as coisas são em potência, por isso pleno e ativo, ao contrário de uma manifestação niilista, onde as coisas deixam de ser e perdem o sentido. Ele é fonte geradora, o território do devir, com possibilidades de múltiplos caminhos para ser cruzado.

Apresentado com teatralização para acentuar seu caráter simbólico para que a exposição instaure um momento de reflexão, o espaço vazio remete primeiro à avaliação de um processo de verificação do seu estado ou qualidade, e, segundo, à intensa atividade artística que toma a cidade por ocasião das bienais.

C - Biblioteca: Conferências, Documentos, Arquivo, Website
No terceiro andar, no espaço climatizado, será instalada uma grande biblioteca, composta por um arquivo, um auditório, uma arena, uma sala de reuniões, uma sala de leitura grande, uma sala fechada para computadores e acesso a rede eletrônica, e uma coleção de catálogos, se possível, de todas as bienais no mundo hoje. Com o mesmo espírito da Praça no térreo, esse segmento tem como função ser o centro gerador de um conhecimento sistematizado sobre a própria Bienal de São Paulo, o modelo das bienais, o que elas representam, para pensar que futuro se pode querer para elas. Se a praça no térreo é o espaço do encontro, da energia epidérmica, sob a regência da intuição e dos sentidos, o conjunto do terceiro andar é o território da razão, o tempo e o lugar do registro da experiência, de colher e sistematizar o conhecimento, e pôr em prática uma reflexão organizada. Este segmento será articulado a partir do acervo dos Arquivos Históricos Wanda Svevo, o único e mais valioso patrimônio da Fundação Bienal de São Paulo, a sua memória. É ele quem melhor pode contar o valioso trabalho realizado pela FBSP na formação do meio artístico brasileiro, desde a constituição do Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1949.

Se essa Bienal se propõe como um momento de reflexão sobre o papel da instituição e seu projeto para arte contemporânea, levando em conta uma nova realidade local e internacional, ele requer uma revisão histórica das bienais de São Paulo, seu lugar no quadro das instituições de arte no Brasil, assim como uma discussão aprofundada sobre o modelo em que ela opera, replicado a todo instante em algum lugar no planeta. A Biblioteca se constituirá de um conjunto de documentos, livros, depoimentos (ex-curadores, artistas, críticos, intelectuais) selecionados e organizados com a colaboração de artistas, e propostos ao público como possíveis entradas para a história das Bienais de São Paulo, de outras bienais, da economia e cultura que elas representam. Será um espaço de pesquisa e reflexão, aberto ao público, e que deverá prover subsídios para o conhecimento e a compreensão da instituição e do modelo cultural que representa.

Assim como os outros componentes da mostra, o mobiliário e equipamentos para esse segmento também será objeto de trabalho encomendado a artistas/designers/arquitetos. Por outro lado está sendo considerado o convite a alguns artistas, que investigam por meio de seus trabalhos os limites entre documento e representação, linguagem e leitura, a história e a ficção, para, a partir do material existente nos arquivos da FBSP, produzirem leituras dele, em trabalhos e intervenções que serão incorporados posteriormente ao acervo dos Arquivos Wanda Svevo.

O ciclo de conferências será organizado a partir de quatro grandes entradas:
1) a BSP e o meio artístico brasileiro;
2) agentes oficiais e privados da globalização reunindo agencias governamentais, ONGs, fundações públicas e privadas, todas organizações fundamentais nas estratégias das bienais;
3) o modelo e o sistema das bienais, reunindo diretores e curadores do maior número possível de organizações;
4) uma conferência ou painel, de caráter mais teórico e filosófico, visando organizar uma reflexão sobre conceitos e parâmetros envolvidos no projeto curatorial da 28BSP.

Os trabalhos desenvolvidos serão registrados em publicações específicas, documentando os e produzindo um documento atualizado sobre o sistema das bienais, sua economia, desempenho e possibilidades no século XXI. No quadro dessa proposta de trabalho, o website da 28BSP será um dispositivo de fundamental importância por criar na rede, além de um espaço de difusão do evento e acompanhamento do seu processo de produção, um instrumento eficiente para acesso e troca de idéias com interessados no tema em toda parte do mundo.


As Publicações
As publicações são parte integrante do projeto da 28ª BSP, constituindo um de seus elementos fundamentais. Os volumes principais só poderão ser lançados depois do fim exposição, com o encerramento dos programas realizados na Praça e na Biblioteca durante o período da mostra. Para a abertura, estarão disponíveis o guia da exposição e o programa das conferências, além de depoimentos e atividades na praça.


O Programa Educativo
Um dos principais desafios da 28BSP será o seu programa educativo. Considerando que o tema da Conferência é a própria Bienal e o que será apresentado é o 2º andar vazio entre dois campos de intensa energia (a Praça - a intuição e os sentidos; a Biblioteca - a razão sistematizada), pode-se pensar que esse conjunto permitirá o desenvolvimento de uma série de atividades em torno a experiências do vazio como o território da criatividade. Em outras palavras, o território do vazio é o lugar onde a intuição e a razão encontra solo propício para fazer emergir as potências da invenção na arte. Outro caminho importante será a recuperação das memórias das bienais de São Paulo para o público. Serão desenvolvidos uma série de atividades que mostrem as contribuições dessas mostras para a formação do meio artístico brasileiro e para a história da arte.

Posted by Leandro de Paula at 10:23 AM | Comentários(9)
Comments

Nada mais original e contemporâneo do que o vazio. Parece-me que a proposta "Em vivo contato" definitivamente olha para o meio, esse meio que divide as referências e memórias do século passado com o fazer e o pensamento contemporâneo no contexto presente. O espetáculo da lugar a reflexão, ao grande debate, "o vazio" proporciona uma breve pausa no movimento acelerado da arte contemporânea. Com certeza não será um sucesso de grande público (o povo). A bienal espetacular caminha para o fim?
Roberto Silva/artista plástico.

Posted by: Roberto Silva at novembro 13, 2007 1:31 AM

Tá tudo dominado ...


Mais um curador dando uma de artista ...

Posted by: Paulo Mendes Faria at novembro 14, 2007 3:08 PM

se todos os curadores tivessem sensibilidade
se todos os artistas também tivessem...

pra que separar as categorias artistas/curadores?
os arquitetos cansam de dar uma de artistas!

a proposta é extremamente oportuna e pertinente!

Posted by: Fabiana Eboli Santos at novembro 27, 2007 11:43 AM

Replico aqui os últimos comentários no post recente de Daniela Labra que tratavam da curadoria da próxima bienal:

João Vergílio disse: "Por outro lado, enquanto não enfrentarmos seriamente o problema da avaliação, um curador da Bienal de São Paulo sempre poderá deixar um andar inteiro vazio, e todos terão a sensação (como tiveram) de que esse gesto, por mais imbecil que possa ser (e é), carrega consigo qualquer coisa de emblemático e verdadeiro. O rei está nu, Patrícia."

Daniela Labra disse: "Sobre a proposta 'imbecil' do 'imbecil' Ivo Mesquita, que deve estar entre os 10 mais respeitados curadores internacionais (todos imbecis, claro), a discussão não se limita a clichês e é tão potente que já começou. A proposta está no Canal e pode ser comentada."

Roberto Silva disse: "Ah! Quanto ao Ivo Mesquita, acho que muita coisa irá rolar, temos que esperar o desfecho, não se sabe se o Ivo irá até o fim, ele corre um grande perigo. Vamos aguardar os próximos capítulos do "Vazio". Acho que só lá tem esse vazio...!!!"

Acho que é fundamental para a discussão do tema que se leia a proposta do curador Ivo Mesquita que não se restringe ao vazio, já que ele é apenas um dos itens da curadoria. Da maneira como esta curadoria foi tratada até agora na mídia, parece que ela se limita a ele e que não haverá arte sendo mostrada na próxima bienal, o que é um equívoco.

Particularmente, gostei muito da proposta que relaciona a praça e o arquivo com o vazio no meio, tudo isso sendo acompanhado por seminários para discutir o formato das bienais. Como disse o Ivo Mesquita na coletiva de imprensa, quando a Bienal de São Paulo foi criada ela era a terceira no mundo e hoje existem mais de duzentas, portanto, já é tempo de questionarmos os seus formatos.

E repito a pergunta de Roberto Silva no primeiro comentário deste post: "A bienal espetacular caminha para o fim?"

Posted by: Patricia Canetti at dezembro 12, 2007 9:03 AM

Patricia, Penso que a Bienal espetáculo deva caminhar naturalmente para fim, não sei se agora... Arrisco em prever que a proposta de Ivo Mesquita tende a mudar, pois existe outra intervenção a do poder econômico, esse quase sempre inviabiliza idéias singulares e ricas. Haverá obviamente, uma pressão natural dos patrocinadores do setor privado... ( se é que a Bienal aconteça em 2008). Com custo estimado de R$ 7 milhões de reais, (um pouco mais de 1/3 dos R$ 17 milhões gastos na 27ª Bienal) parte desse montante previsto certamente virá do setor público e o complemento restante terá que ser captado no setor privado. Essas empresas com certeza darão as suas cotas de patrocínio, desde que haja mudanças significativas no projeto original. Pois a probabilidade da proposta "Em vivo contato" não alcançar os mesmos números da 27ª "como viver juntos”, pode ser um dos pontos negativos da 28ª, do ponto de vista das empresas... Neste caso, não havendo tais alterações, a Bienal, por força maior, (para manter o projeto original para 2008) estaria retomando a cobrança de ingressos. Bem, posso estar delirando, especulando, "desorientado"... Tudo ainda é uma incógnita, não há certezas, o 'Em vivo contato" patina nesse pouco tempo em que Ivo Mesquita tem para viabilizar sua curadoria em torno do "Vazio" ( digo agora, do vazio institucional). De qualquer forma, Ivo, provoca, divide opiniões, sua proposta reverbera discussões paralelas por todos os lados. A crise da Bienal, na sua pressa por recuperar o tempo perdido, torna-se o nó de múltiplas discussões. Se permanecer a idéia original do projeto, mesmo que se tenha que cobrar ingressos, e com todas as broncas do meio, a Bienal estará dando um passo importante para a autonomia. A Bienal não é território de propaganda, de espetáculos gratuitos e sim o espaço de mediação, que filtra experimentações do fazer contemporâneo no momento presente.

Posted by: Roberto Silva at dezembro 13, 2007 1:18 AM

Excelente a sua reflexão, Roberto! Acho que diante desta nova edição da bienal percebemos muito bem todas as forças que se reúnem na produção deste tipo de evento. Como disse ao João Vergílio na discussão anterior, acho que esta é a nossa porção que realmente enfrenta as forças de mercado, todas elas, por necessitar de somas vultosas para se realizar. Patrocínios públicos e privados (colecionadores, galerias e empresas) têm que ser atendidos nas suas demandas, impondo regras que nem sempre são as que arte precisaria para acontecer.

Em relação ao seu temor de que o novo formato frustre os patrocinadores, acho que as duas pontas unidas pelo vazio, o cheio da parada, vão responder bem a estas demandas. E o que eu acho interessante é que elas respondem as nossas também. Tanto a praça montada no térreo quanto o arquivo no terceiro andar, e também o website, vão mostrar a arte de uma nova maneira, em vivo contato, no dia-a-dia, cada dia diferente, proporcionando uma bela mexida na rotina de nossos olhares já acostumados a grandes exposições.

Acho que a crise não é apenas da instituição ou dos formatos de mega-exposições, mas também do modo museológico que ainda vigora na nossa relação com a arte.

Posted by: Patricia Canetti at dezembro 13, 2007 10:53 AM

O porto estará sempre nas Bienais. É comum uma grande maioria de articuladores, artistas, curadores, críticos, estudantes...Opinarem que as Bienais, especialmente a de São Paulo, serem eventos identificadores para as produções em curso. De certa forma, polemicas ou não, sempre que estamos a deriva, elas apontam um porto. A Bienal não mede o mercado, não é o propósito, (as paralelas sim, o foco é natural). O objetivo da nossa Bienal sempre foi refletir o fazer e seus processos artísticos do presente momento. Obviamente o mercado de arte, acaba absorvendo essas transformações e do outro lado os territórios de formação acadêmica, atualizam suas pesquisas e aplicações em projetos multidisciplinares. Ivo Mesquita, (polêmico) aponta-nos um novo rumo, o porto desta vez está no meio, no "Vazio" O preenchimento desse meio oco, está no eco que a proposta "Em vivo contato" propõem, expansões reflexivas no entorno da 28ª Bienal, agora oficial.

Com relação a Instituição museológica, essa é de longe uma das maiores e mais absurdas, pois não há projetos para o futuro, não há profissionais plugados e atualizados com as novas produções. O que temos de museu para futuro está apenas no imaginário, no discurso, não há nada de concreto fisicamente. A relação da arte de hoje com os nossos museus de ontem,(que ainda permanecem precários, sem verbas para novas aquisições, sem reserva técnica, com seus “exemplares” acervos de séculos apodrecendo...Etc.)é distante, retrógrado. O único exemplar museu de São Paulo que tem demonstrado ser articulador, profissional e presente nas mudanças e interessado nas múltiplas interfaces da arte, é a Pinacoteca. O restante patina sem rumo, sem dinheiro e com uma agravante, gestores desatualizados, que não são do meio artístico, são apenas meros empresários.

Posted by: Roberto Silva at dezembro 14, 2007 2:51 AM

Desculpe o esquecimento, Pinacoteca não é única, deixei de citar museus: Paço das Artes, MAC, MAM - instituições essas que estão na lista dos que carregam em seus programas olhares para as produções contemporâneas, tendo é claro dificuldades sérias com relação ao apoio financeiro mais expressivo do poder público como também a pouca vontade do setor privativo. O exemplo de gestão de Daniela Bousso diretora do PA, que assume agora a administração do MIS, e lá promete mudanças significativas, há também mudanças do Museu da Casa Brasileira. Há que se cortar vícios, não é fácil, digo que é um trabalho quase que voluntário...

Posted by: Roberto Silva at dezembro 14, 2007 10:11 AM

Quando em uma mostra deste porte, práticamente um terço do espaço fica 'vazio', é porque talvez fosse melhor deixá-lo assim do que preenchê-lo com as gigantescas tolices, bobagens, tranqueiras, inutilidades, porcarias ,que a arte contemporânea tem produzido no mundo todo. Porém, o pobre público fica sempre na pipoca periférica - arte para quem mesmo ?
Ah! 80 pessoas em São Paulo, 40 no Rio, 20 em Belo Horizonte, 25 em Porto Alegre, em um total de cerca de 150 por todo o Brasil.
Imaginaram se as taças de champagne e os pratinhos do coquetel de abertura fizassem 'vazios' também, quais seriam as belíssimas considerações a respeito?
E as fundamentações teóricas?
E os textos?
E OS TEXTOS??????????????????????

Posted by: Pobre Público at outubro 22, 2008 10:41 AM
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