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agosto 14, 2012

Exposição revela tesouros de Warhol e Hockney escondidos em Teerã, Jornal Floripa

Exposição revela tesouros de Warhol e Hockney escondidos em Teerã

Matéria originalmente publicada no Jornal Floripa em 10 de agosto de 2012.

É o melhor acervo de arte moderna fora da Europa ou dos EUA, ostentando obras de Jackson Pollock, Francis Bacon, Andy Warhol, Edvard Munch, René Magritte e Mark Rothko.

Mas as peças passaram mais de 30 anos atulhadas no porão do Museu de Arte Contemporânea de Teerã (Tmoca), pegando poeira. Censores do Irã classificaram algumas delas como anti-islâmicas, pornográficas ou excessivamente gays, e elas nunca foram expostas ao público. Outras foram exibidas apenas uma ou duas vezes.

Agora, várias pinturas do acervo estão sendo exibidas pela primeira vez em Teerã, como parte de uma exposição do museu chamada Pop Art & Op Art, com obras de Warhol, David Hockney, Roy Lichtenstein, Victor Vasarely, Richard Hamilton e Jasper Johns.

"Muitas das obras na exposição estão sendo expostas pela primeira vez", disse Hasan Noferesti, diretor de programas artísticos do museu, à agência de notícias Mehr. "O objetivo da exposição é mostrar a evolução desses movimentos artísticos."

Mais de cem obras do notável acervo do museu estão sendo exibidas, segundo a Mehr, além de uma série de trabalhos do México, que foram cedidos ao museu em comemoração ao centenário da Revolução Mexicana e do bicentenário da independência do país.

James Rosenquist, Jim Dine, Larry Rivers e RB Kitaj estão entre os outros artistas incluídos na exposição, que vai até meados de agosto.

O incomparável tesouro oculto do Irã foi adquirido antes da Revolução Islâmica, sob a supervisão de Farah Pahlavi, a última rainha do Irã, que fugiu do país em 1979 com o falecido xá Mohammad Reza Pahlavi.

O reinado do xá, autointitulado "rei dos reis", durou 38 anos e terminou depois que o aiatolá Ruhollah Khomeini retornou do exílio para ser recepcionado como herói em Teerã e fundar a República Islâmica.

O acervo inclui "Mural on Indian Red Ground", considerada uma das obras mais importantes de Pollock e com valor estimado em mais de US$ 250 milhões, e também peças importantes de Picasso, Van Gogh, Monet, Pissarro, Renoir, Gauguin, Toulouse-Lautrec, Degas, Whistler e Marcel Duchamp.

Há até mesmo obras de artistas que a ex-imperatriz conheceu pessoalmente, com o pintor franco-russo Marc Chagall e o escultor inglês Henry Moore. Estima-se que o acervo todo valha mais de US$ 2,5 bilhões.

Ao "Guardian" Pahlavi explicou que a coleção foi comprada durante o boom petrolífero do Irã na década de 1970. "Nossa receita petrolífera havia aumentado significativamente, e falei com [o xá] e com Amir-Abbas Hoveyda [então primeiro-ministro], e lhes disse que seria a melhor época para comprar algumas das nossas antigas obras tanto internamente quanto do exterior."

"Pensei em como seria bom ter um museu onde pudéssemos colocar as obras dos nossos artistas contemporâneos. Mais tarde eu pensei: por que não deveríamos incluir obras estrangeiras? Foi assim que tudo isso começou [...], naquela época nossos curadores e colecionadores estavam principalmente interessados na arte tradicional, e não tanto na arte moderna."

Acredita-se que o interesse de Pahlavi pela arte ocidental derive do fato de ter estudado na França.

Kamran Diba, arquiteto iraniano e primo da rainha, foi contratado para projetar o museu no centro da capital, e posteriormente escolheu as obras com a ajuda de várias pessoas, inclusive os presidentes da Christie's e da Sotheby's.

"Fiquei muito preocupada com o destino dessas pinturas durante aqueles acontecimentos [da época da Revolução]", disse Pahlavi. "Estava preocupada de que os revolucionários fossem destruí-las. Mas felizmente os funcionários do museu as protegeram no porão."

"Há alguns anos, o diretor do museu mostrou algumas das peças e fez um catálogo listando as obras. Fico feliz por as pessoas terem percebido o que estava escondido lá durante anos."

WARHOL CORTADO À FACA

Entre 1997 e 2005, durante o mandato do presidente reformista Mohammad Khatami, quando as restrições à arte foram temporariamente aliviadas, Alireza Samiazar, então chefe do museu, se esforçou para obter autorização para que algumas das obras fossem expostas pela primeira vez.

Em 2005, para perplexidade dos radicais do regime, um grande número de pinturas saiu do porão para uma exposição. O evento causou polêmica. "Two Figures Lying on a Bed with Attendants", obra de Francis Bacon com conteúdo aparentemente homossexual, foi considerada inadequada e retirada da exposição.

Muitas obras controversas, porém, sobreviveram aos censores. Retratos de Mick Jagger e Marilyn Monroe por Andy Warhol estão em Teerã, e as imagens de Mao Tsé-tung pintadas por ele foram exibidas na íntegra pela primeira vez na exposição da pop art.

Apesar do desprezo dos governantes iranianos pela arte ocidental, a coleção tem sido zelosamente guardada --exceto por um retrato da própria Pahlavi feito por Warhol, que, segundo ela, foi cortado com uma faca.

Em 1994, o museu trocou uma de suas muitas pinturas notáveis --"Woman III", do expressionista holandês-americano Willem de Kooning-- por um raro volume com iluminuras do "Shahnameh", antigo livro de poesia persa que pertencia ao colecionador de arte americano Arthur Houghton. A troca foi feita porque, aos olhos das autoridades, a pintura mostrava nudez demais.

Muita gente ficou enfurecida com a troca, inclusive Pahlavi. "Se eles estavam realmente interessados no 'Shahnameh', não poderiam pagar US$ 6 milhões e manter a pintura de De Kooning? O empresário americano David Geffen, que comprou a pintura por cerca de US$ 20 milhões, a vendeu por US$ 110 milhões poucos anos depois. A troca de De Kooning é a única troca que eles fizeram até agora, e espero que continue sendo a última."

CLÉRIGOS

Uma das muitas ironias que cercam a obra é o fato de que o poderoso Conselho Guardião do Irã, um grupo de clérigos, interveio há uma década para proibir a venda ou troca das peças porque, disseram eles, o comércio de obras anti-islâmicas e pornográficas é proibido.

Ali Amini Najafi, crítico de arte iraniano radicado na Alemanha, disse que "as obras no acervo não são escolhidas de forma aleatória ou arbitrária, está claro que as pessoas envolvidas em selecioná-las tinham um plano consistente de pegar amostras pertinentes e significativas para retratar a evolução da arte moderna, e também para assegurar que todos os movimentos estivessem representados, dos impressionistas a pop art".

"Esse acervo foi reunido num momento definidor da nossa história, quando os iranianos estavam se distanciando do seu passado tradicional e demonstrando curiosidade pela arte moderna."

Tradução de RODRIGO LEITE.

Posted by Marília Sales at 9:37 AM