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Como atiçar a brasa

 


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março 21, 2007

Depoimento completo de Ligia Canongia a Fabio Cypriano

Depoimento completo da crítica e curadora de arte Ligia Canongia ao jornalista Fabio Cypriano para o jornal Folha de S. Paulo

Caro Fabio,

Não estou fazendo um abaixo-assinado, mas iniciei um debate, daqui de Paris, via internet, com amigos artistas, críticos e diretores de museu, tentando conclamá-los a um protesto, que eu chamaria de cívico, contra essa venda, ou melhor, esse "desastre". A repercussão foi estimulante, e posso lhe garantir que estamos todos chocados.

Soube que, há 15 anos, o Adolpho tenta vender essa coleção no Brasil, sem sucesso. Se encontrou interesse nos EUA, tem seus plenos direitos em fazer a transação, uma vez ser um acervo privado. A questão não é essa. A questão, como todos nós sabemos, é o descaso público com a cultura.

Em qualquer país civilizado do mundo, haveriam leis de proteção contra a saída de acervos importantes de sua história.

Essa é maior coleção construtiva privada das Américas, e possui a nata da produção geométrica brasileira, o melhor momento moderno de nossa arte. Jamais poderemos recuperar essa parcela "imperdível" que perdemos. Isso é inacreditável, chocante, perverso.

Porque o MinC não se pronunciou? Porque não houve uma discussão com a sociedade? Como a alfândega, o fisco, as instâncias políticas deixaram essa coleção sair do Brasil? O museu de Houston está de olho na arte latino-americana, e tem recursos para varrer do mapa todo e qualquer patrimônio disponível. Cada país que segure o que é seu.

Os EUA compraram quantidades de obras modernas européias no pós-guerra, mas era uma Europa falida, com suas riquezas a leilão. O próprio Pietro Maria Bardi soube aproveitar o momento e comprar o acervo moderno do Masp, pois era um "negócio da China".

Não da para acreditar que permitimos um "negócio da China" com nosso patrimônio, nos dias de hoje. Que pais é esse? Essa coleção tinha que ter sido comprada, tombada e exposta em caráter permanente no Brasil. É a história do país saindo pelo ralo.

Abraços, Ligia

Posted by Patricia Canetti at 8:41 AM | Comentários(2)
Comments

Sinto muito, mas esse discurso de protestar, pedir tombamento ou intervir com leis não pode se sustentar. Se todos sabiam (eu não sabia) que a coleção de Adolpho Leirner estava à venda há muito tempo, ele tem todo o direito do mundo de vender para quem estivesse disposto a pagar o melhor preço.

15 anos tentando vender uma coleção tão importante e apenas os estrangeiros se interessaram? Eles merecem a coleção! E o Adolpho Leirner merece os alegados 15 milhões de dólares. Um milhão por ano. É a sua indenização pelo descaso do Brasil com a cultura. Ele merece. Aliás, ele deveria processar o Brasil. 15 anos tentando vender uma coleção tão importante! Isso é inacreditável. E apenas agora que ele conseguiu vender a coleção é que se mobilizam? Isto é inveja de submundo.

Quinze milhões de dólares pela coleção mais importante de arte concretista brasileira? É mesmo uma pechincha!

Em 2006, um único quadro do americano Jasper Johns, "False Start", foi vendido por 80 milhões de dólares e "Police Gazette", de Willem de Kooning foi vendido por 63,5 milhões. Americanos, vendidos em solo americano para americanos.

O quadro brasileiro mais caro já vendido publicamente foi o Abaporu (Um milhão e meio de dólares). Ironicamente também vendido para um estrangeiro, o argentino Eduardo Constantini. Não seria tudo isso um sintoma do valor que o brasileiro dá para sua arte e seus artistas?
São as leis do mercado: oferta e demanda.

15 anos tentando vender uma coleção! Parabéns Adolpho Leirner! O dia em que eu o encontrar vou dar os parabéns pessoalmente.
Devemos lembrar: a questão não é apenas pagar pelo acervo, mas assumir todas as responsabilidades de cuidar de uma coleção: segurança, conservação, restauração, documentação, armazenamento, pesquisa, exibição.
Esse discurso nacionalista já está totalmente ultrapassado. Estamos na fase da "globalização" ou "mundialização".

O Brasil já colocou fogo em um museu inteiro (o MAM do Rio de Janeiro, em 1978) e não fez nada para se redimir. Já destruiu outros acervos (tem comentários por aqui mesmo citando). Não cuida de seu patrimônio, de seus artistas, de seus museus, de suas instituições. Depois quer tombar? Usar a lei, lei morta, para poder resolver no papel aquilo que o país não consegue colocar na prática? Tombar no Brasil é demolir, é ver Ouro Preto e Mariana pegando fogo (ambas as cidades são "tombadas"). É ver o descaso com os Passos da Paixão do Aleijadinho, em Congonhas. É ver, na mesma Congonhas do Campo, os profetas de Aleijadinho se desfazerem com a chuva ácida e com os vandalismos (os moldes do IPHAN de décadas passadas mostram a deterioração absurda, li isso em algum lugar, não me lembro onde).

História saindo pelo ralo é o descaso do país com toda a cultura, com a educação. Será que alunos de uma escola pública sabem o que é o Concretismo e qual a sua importância? História saindo pelo ralo são as leis de incentivo para a cultura (o imposto que nós pagamos) financiando shows de estrelas nacionais e internacionais e outros projetos que levam a assinatura de "interesse cultural", isto é descaso.
Meu protesto é o oposto: vender tudo! Vamos vender Ouro Preto! Vamos vender Congonhas inteira! Vamos vender Mariana! Olinda! Vamos vender a Amazônia! O MASP, o MAM, a Coleção do Chateaubriand. Vamos colocar tudo à venda.
Quem sabe assim, vendendo tudo, as coisas sejam preservadas, devidamente valorizadas.
Mas deveríamos primeiro vender Brasília (ela já está vendida, mas vamos fingir que não sabemos). Vamos profissionalizar a venda. Que venha a Christie's e a Sotheby's.
Gedley Braga

Posted by: Gedley Braga at março 21, 2007 10:20 PM

Vamos nos colocar "as matter of fact as possible". Qdo digo ingenuidade leia-se, a nossa em geral. Ninguém deve ser excluído qdo se aponta a falha através do caso geral. Realmente os Valerios vêm sustentando eleições há decadas e não conseguimos até agora pô-los e mantê-los na cadeia mesmo depois de todas as cpis. O Adolpho não vendeu só pelo dinheiro pois teria aceitado ofertas de instituições brasileiras se elas tivessem ocorrido anteriormente. Nós falhamos por não termos criado instituições historicamente inteligentes e fortes que possuíssem coragem, audácia, entusiasmo e despojamento para efetuar passos normais dentro da esfera do comércio de bens culturais no mundo. É exatamente como já overfalado por Zerbini, Camilo e Paulo Sergio_ Que possa haver umasaúde de mercado como ocorre no mundo_ em oposição ao acanhamento e a dor pessoal do by by whatever object, resultado de negligência política, seja em relação a obras de arte ou a quaisquer outros tipos de bens, incluindo nossas terras que estão sendo mordidas pelas beiradas em extremos longinquos da nação. Necessitamos sempre de ações políticas constantes. A "opinião" formada pelos tais formadores de opinião pós-modernos é obsoleta. Opinião não pode ser formada somente pela informação mas sim através do áspero processo de conhecimento que resulta do desdobramento vivo da história. A corrosão cultural e indisociável da socio-política e, estamos experimentando este efeito cada vez mais violento devido a nossa omissão histórica.

Fui contra a insurgência, liderada por Patricia Canetti, de vários artistas e intelectuais contra o projeto Guggenheim que conseguiu embargar mas que, se tivesse prosseguido, nos teria dado uma instituição de grande porte em área até hoje degradada propiciando obra arquitetônica, obra institucional, regeneração social e financeira e implementação cultural de toda uma região. Alegou-se incapacidade financeira da cidade e que os recursos deveriam ser deslocados para o MAM. Os sistemas modernos funcionam independentemente, i.e. menos para o "ou" e mais para o "e". No mundo inteiro constrói-se um novo patrimônio público. É difícil entender a falta de coragem e entusiasmo por aqui. Acho expressão de ausência de vontade a atitude de excessiva proteção. Qdo passa o foco de concernimento ninguém fala mais nada sobre o assunto. Nem sobre a tal da equivocada "transferência de investimento" para o MAM falou-se mais. Parece uma vontade `as avessas. Uma vontade do não fazer.

Privado ou público,a dinâmica do museu moderno é a de exibição e aquisição por compra e outros meios. Se é o MinC responsável por parte disso, levantemos o assunto publicamente em qq foro.

Posted by: Daniel Feingold at março 28, 2007 9:27 AM
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