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fevereiro 28, 2007

Seminário Internacional: Sentidos na/da Arte Contemporânea no Vale do Rio Doce, Vila Velha

Seminário Internacional: Sentidos na/da Arte Contemporânea

14 a 18 de março de 2007

Museu Vale do Rio Doce
Antiga Estação Pedro Nolasco s/n, Argolas, Vila Velha - ES
27-3246-1443
www.seminariosmvrd.org.br
Realização: Fundação Vale do Rio Doce
Patrocínio: Cia Vale do Rio Doce
Organização: Prof. Fernando Pessoa e Prof.Katia Canton
Produção: Suzy Muniz Produções


A edição inaugural dos Seminários Internacionais Museu Vale do Rio Doce, realizada em março de 2006, reuniu diversos professores doutores em filosofia, de universidades brasileiras e estrangeiras, em torno do tema "Arte no Pensamento", a fim de compreender como a tradição filosófica ocidental pensou a arte a partir das idéias de Platão, Aristóteles, Kant, Schiller, Walter Benjamin, Adorno, Nietzsche e Heidegger.

Seminário Internacional: Sentidos na/da Arte Contemporânea - Programação:

14 de março, quarta-feira, 19h
O nada, o sentido e a arte contemporânea
Lançamento do livro: Sentidos e arte contemporânea.

Esboço de uma ontologia e uma estética das artes contemporâneas
Eliane Escoubas

Estranheza-familiaridade, presença-ausência, afirmação-negação: assim emergem as contradições constitutivas do estatuto da imagem nas artes contemporâneas. Filósofos como Heidegger, Henri Maldiney e Maurice Blanchot contribuirão para orientar nossos questionamentos em direção das condições de possibilidades do "ser" e da potência das imagens nas artes contemporâneas e talvez jogar uma luz sobre o gesto criador de espaço e tempo, gerador das obras.

Eliane Escoubas é professora de Filosofia na Universidade de Paris XII, Val de Marne, França. Foi docente nas Universidades de Toulouse le Mirail e de Picardie, Amiens. Pesquisadora no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Presidiu o Collège International de Philosophie, de 1987 a 1988. Diretora do Departamento de Filosofia da Universidade de Paris XII, de 1997 a 1999. Chefiou o Programme Balaton sobre fenomenologia (2001-2002). Diretora do Programa de Pós-graduação de Filosofia da Universidade de Paris XII desde 1999. Tem diversos livros e artigos publicados sobre arte, estética e fenomenologia da pintura. Traduziu para o francês obras de Hussel (Recherches phénoménologiques pour la constitution (Ideen I) (1982) e Kierkegaard, construction de l'esthétique de Adorno (1995). Publicou artigos sobre a obra de Heidegger. Suas áreas de investigação principal são a fenomenologia francesa e a alemã.

15 de março, quinta-feira, 15h
Mesa 1: Política na arte contemporânea - Arte, identidade social e globalização; os indivíduos, os grupos, os guetos, as tribos; a microfísica e a macrofísica do poder: a política, a narrativa, a linguagem; a biopolítica. Palestrantes: Jean Galard e Renato Janine Ribeiro - debatedor: Fernando Pessoa.

Ao lado da política: poderes et impoderes da arte.
Jean Galard
A arte pode se estabelecer ao lado do poder político (ou da oposição), isto é "do seu lado", quer de modo militante, quer de modo decorativo. Também pode se situar "de lado", isto é, fora, de outro lado, preocupada com a sua autonomia. Ainda pode preferir se colocar "na vizinhança" da política, levantando ou explorando temáticas politicamente sensíveis (as fronteiras, a exclusão, os massacres), sem assumir o risco de elaborar soluções. Posicionamento muito cômodo? Posicionamento honesto? Ambíguo? Por fim, a arte pode rechaçar a alternativa poder/impoder. Será que esta última opção consiste em deixar de lado a política?

Jean Galard nasceu em Aubiers, na França, em 1937. Foi diretor do Serviço Cultural do Museu do Louvre (1987-2002); professor de Estética na USP (1968-1971); diretor do Centro Cultural Francês de Casablanca, Marrocos, (1972-1973); diretor do Centro Cultural Franco-nigeriano, Niamey, Niger,(1973-1975); diretor do Instituto Francês de Istambul, Turquia (1975-1978); diretor do Instituto Francês da América Latina, no México (1978-1982); diretor da Associação Diálogo entre as Culturas (1982-1983) e diretor da Maison Descartes, Instituto Francês de Amsterdam, Holanda (1983-1987). Publicou as seguintes obras: Mort des Beaux-Arts (1971); La Beauté du geste (1984) traduzido no Brasil, sob o título A Beleza do gesto (Edusp, 1997); Les Mots du Louvre (2003); La Beauté à outrance (2004), além de um longo artigo em português "A Guerra ao vivo", em Muito além do espetáculo (Senac, 2004).

O mal na arte e na sociedade, hoje.
Renato Janine Ribeiro
O ataque às torres gêmeas terá sido "a maior obra de arte", como afirmou Stockhausen, escandalizando os que omitiram o final de sua frase: "de Lúcifer"? Esta pergunta nos faz pensar a relação entre a arte e o mal, que aparece desde meados do século XIX, com as Flores do mal e outras obras e, mais grave, as relações entre a vida social e política e o mal, que alcançaram um auge com o nazismo, mas, após a queda do comunismo, renasceram com força, em inúmeros massacres étnicos regionais, na periferia do mundo: Ruanda, Bósnia, Kossovo. Como pode o período de maior liberdade individual e política que o mundo já conheceu ser perturbado a esse ponto pelo mal, com seu cortejo - violência, medo, abjeção?

Renato Janine Ribeiro é professor titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo. Seus principais livros são: A marca do Leviatã (Ateliê editorial), Ao leitor sem medo - Hobbes escrevendo contra o seu tempo (Ed. UFMG), A etiqueta no Antigo Regime (ed. Moderna), A última razão dos reis - ensaios de filosofia e de política (Companhia das Letras), A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil (Companhia das Letras), Democracia (Publifolha), República (Publifolha) e A Universidade e a Vida Atual (Elsevier/Campus). Foi professor visitante na Universidade de Columbia em Nova York, em 2003-4. Atualmente, é diretor de avaliação da Capes.

19h
Política da arte contemporânea - O terrorismo como nova narrativa, arte e política; a violência, o medo, a abjeção como elementos artísticos; o real, a ficção e o virtual; arte e transformação social. Palestrantes: Peter Pál Pelbart e Mônica Nador. Debatedora: Katia Canton.

Tempos agonísticos
Peter Pál Pelbart
As mutações contemporâneas redesenharam a tal ponto a estrutura de nossa temporalidade, que a espessura do próprio tempo parece evaporar-se. Ao lado do aparente achatamento do tempo, porém, assistimos à gestação de novas condutas temporais, e até de um novo modo de "navegação" no tempo, implicando uma multiplicidade temporal sem precedentes. Ao acompanhar tais transformações, sobretudo no campo da filosofia, tratou-se de pensar seu entrelaçamento com o domínio estético, político e subjetivo, incluindo uma experiência concreta em que dialogam de maneira inusitada teatro e loucura.

Peter Pál Pelbart é filósofo e ensaísta. Atualmente é professor titular de Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, tradutor de Deleuze para o português (Pourparlers, Critique et Clinique e Mille Plateaux vol V com J. Caiaffa) e autor de vários livros sobre tempo, loucura e subjetividade: Da clausura do fora ao fora da clausura: Loucura e Desrazão (Brasiliense, 1989); A Nau do Tempo-rei: 7 ensaios sobre tempo e loucura (Imago, 1993); O tempo não-reconciliado: imagens de tempo em Deleuze (Perspectiva, 1998); A vertigem por um fio: Políticas da subjetividade contemporânea (Iluminuras, 2000), Vida capital: ensaios de biopolítica (Iluminuras, 2003). É coordenador da Cia Teatral Ueinzz.

Experiência de pintura com comunidades de baixa renda
Mônica Nador
A artista plástica apresenta seu trabalho junto a comunidades carentes em diversas regiões, de São Paulo à Bahia, do Amazonas ao Paraná. Mônica Nador vai mostrar como a pintura interfere, por exemplo, em estruturas sociais do bairro Jardim Miriam, em São Paulo. No Jamac (Jardim Miriam Arte Clube), a artista está, há anos, instalada em um ateliê aberto à comunidade. Mônica Nador relata uma experiência em Curitiba, por ocasião da mostra Imagética, em 2004, quando pintou um condomínio de catadores de material reciclável. Entre reflexões sobre o chamado "fim da pintura", como assinala o crítico Douglas Crimp, Mônica Nador faz experiências sem submissão a demandas do mercado de arte. Seu projeto envolve alteração de imagens em casas, paredes, ruas, praças e objetos diversos. Padronagens islâmicas, por exemplo, mediante uso de moldes vazados, produzem estamparias seriadas, que propiciam novas leituras e adaptações aos padrões de comunidades de baixa renda congregadas no ato de inventar.

Mônica Nador, nascida em 1955, em Ribeirão Preto, São Paulo, graduou-se em Artes Plásticas na FAAP, SP, em 1983. Em 2000, concluiu mestrado em Poéticas Visuais pela ECA-USP, com a dissertação Paredes Pinturas, orientação de Regina Silveira. A artista plástica participou da mostra coletiva Como Vai Você Geração 80?, no Rio de Janeiro, em 1984. Suas últimas exposições foram: Bienal de La Habana, Cuba, em 2000; In site 2000 - Tijuana, México/EUA, em 2000; Bienal de Sydney, Austrália, em 2004; Rencontres Paralleles, Centre D'Art Contemporaine de Basse-Normandie, em 2005; Galerie Croix Baragnon, nas Comemorações do Ano do Brasil na França, em Toulouse, em 2005, e 27ª Bienal de São Paulo, em 2006. Atualmente, desenvolve parcerias com moradores do bairro Jardim Miriam, SP, no Jamac (Jardim Miriam Arte Clube), inventando padronagens para telas, papéis e paredes.

16 de março, sexta-feira, 15h
Mesa 1: Tempo na arte contemporânea - A diferença entre o tempo como duração cronológica (o tempo do relógio) e o tempo como acontecimento original (o tempo da criação); a relação entre arte, memória e história. Palestrantes: Jeanne Marie Gagnebin e Bernardo Barros Coelho de Oliveira - Debatedor: Fernando Pessoa.

O tempo pela janela, o tempo pela escritura
Jeanne Marie Gagnebin
A partir da análise de trechos dos três primeiros livros da Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, a autora mostra como o tempo pelo qual a obra procura não é nem o da lembrança nem o idealizado da infância, mas o tempo entrecruzado da emergência do real e da elaboração escritural. Este tempo singular encontra sua metáfora privilegiada no jogo da luz através das janelas fechadas do quarto do eu/narrador/escritor; o jogo de luz é um apelo à evasão fora da concentração do ego na leitura, no estudo, na melancolia ou na mesmice. E é, simultaneamente, um apelo à reelaboração da realidade vivida (e, muitas vezes, decepcionante) pela escritura literária..

Jeanne Marie Gagnebin, nascida em Lausanne (Suíça) em 1949, doutorado em filosofia na Universidade de Heidelberg (Alemanha) em 1977 (Zur Geschichtsphilosophie Walter Benjamins. die Unabgeschlossenheit des Sinnes, Palm & Enke Verlag, 1978). Vive e leciona no Brasil desde 1978. Atualmente é professora titular de filosofia na PUC/SP e livre-docente de teoria literária na Unicamp. Publicações principais: Walter Benjamin. Os cacos da história (Brasiliense, 1978, São Paulo), Histoire et narration chez Walter Benjamin (Harmattan, 1994, Paris, traduções para o português e para o alemão), Sete aulas sobre linguagem, memória e história (Imago, 1997, 2005, Rio de Janeiro), Lembrar. Escrever. Esquecer (editora 34, São Paulo, 2006). Artigos em revistas especializadas sobre Escola de Frankfurt e sobre as relações entre filosofia e literatura.

"Até que o instante ou a hora participem de sua manifestação": a temporalidade da experiência estética, a partir de Kant e Benjamin
Bernardo Barros Coelho de Oliveira
Dois autores fundamentais para a filosofia da arte, Immanuel Kant e Walter Benjamin, trataram a experiência estética como uma dinâmica de recepção, acentuando o caráter temporal desta, fornecendo elementos para pensarmos uma temporalidade própria à observação das produções da arte. O primeiro, em sua Crítica da faculdade do juízo, fala de uma demora na observação, provocada por um prazeroso jogo entre busca de sentido e renúncia e este. Já Benjamin, em suas esparsas e heterogêneas observações sobre a "aura" da obra de arte, fala de uma participação do espectador na temporalidade da obra, em seu aqui e agora, o que pode, em linhas gerais, ser aproximado da proposta kantiana. Bernardo Barros Coelho de Oliveira tenta indicar, brevemente, que a experiência "pós-aurática" da arte pode ser tematizada através de um debate entre Kant e Benjamin.

Bernardo Barros Coelho de Oliveira nasceu em Recife, em 1965. Fez graduação, mestrado e doutorado na UFRJ. Sua tese de doutorado, defendida em 1997, intitulou-se O que significa orientar-se pela arte?: uma leitura da Crítica da Faculdade do Juízo. É professor do Departamento de Filosofia da UFES, em Vitória, onde mora desde 1993. Em 2006, publicou o livro de ensaios Olhar e narrativa: leituras benjaminianas (Edufes) e também o romance O fotógrafo da primeira-dama (Secult).

19h
Tempo da arte contemporânea - Artistas que trabalham o tempo, a noção de tempo espiralado na pós-modernidade, rapidez, virtualização e simultaneidade; memória e semi-amnésia. Palestrantes: Josely Carvalho e José Rufino - Debatedora: Katia Canton.

Os fios de uma rede
Josely Carvalho
O tempo se interliga com o espaço (local). Com o corpo e com a política. Memória, história, presente social são fios que tecem a rede do projeto Livro das Telhas (www.book-of-roofs.net), trabalho de uma vida, sem começo ou fim, uma construção feita a partir dos acúmulos, dos deslocamentos espaço-temporais. Navegando por essa teia, a Tracajá, pequena tartaruga de pintas amarelas, animal nativo das margens do Rio Amazonas, atualmente em processo de extinção. Juntas, Tracajá e eu entrelaçamos passado e presente, como páginas soltas de um livro que enlaça outros livros.

Josely Carvalho é artista plástica. Formou-se em Arquitetura pela Washington University, St. Louis, MO. Incorpora na sua obra o objeto, a gravura, a pintura, a poesia, o vídeo, o livro-arte, a fotografia e a internet em formato de instalações. Vive em Nova York desde 1976. Desde 2004 mantém um segundo ateliê no Rio de Janeiro. Exposições individuais nos seguintes lugares, entre outros: Pinacoteca de SP; Centro Cultural da Caixa, DF; MAC de SP; Des Lee Gallery, St. Louis; Art in General, NY; Intar Gallery, NY; Casa de Las Americas, Cuba; Masp; Museu de Arte Contemporânea do Paraná; Tyler Gallery, Tyler School of Art, Filadélfia; Gallery North e Dade College, Miami; Olin Gallery, Kenyon College, Ohio; Instituto de Arte da Universidade de Brasília; Hillwood Museum, NY e Paço das Artes, SP. Entre suas obras públicas: Memorial Armenia, no Metrô de SP; Painel do Times Square, Public Art Fund, NY, Turtle News 1; III Eletromídia da Arte, Noticiário da Tartaruga 2; projeto de internet, Book of Roofs/Livro das Telhas. O livro Diário de Imagens sobre sua obra está sendo lançado pela Contracapa Editora em 2007.

No baú da infância
José Rufino
Usando desenhos e textos que partem do universo de sua infância no interior da Paraíba, o autor promove uma investigação poética dos mecanismos da memória. Conhecimentos interdisciplinares, incluindo paleontologia, história e filosofia, dialogam entre si, numa reorganização do legado de família como possibilidade de recriação do tempo. A arte da memória entrega-se a uma certa iconografia, mas termina por subverter o passado irreversível. O papel dos envelopes de velhas cartas dá dramaticidade ao ato de criar imagens e a nostalgia é reconhecida como ferramenta transformadora do passado, eivado de melancolia, mas não autônomo. Os detalhes de uma vivência são recolhidos para engendrar uma nova ficção. A memória se inventa como linguagem, entre intervenções minuciosas a um só tempo literárias e pictóricas.

José Rufino é artista plástico, graduado em Geologia, mestre e doutorando em Sedimentologia e professor de Paleontologia na UFPB. A partir dos anos 80, dedicou-se à poesia, poesia visual e arte-postal e posteriormente a desenhos, objetos, esculturas e complexas instalações. Suas obras, inicialmente ligadas ao contexto familiar e político da cultura canavieira nordestina, ampliaram-se para a apropriação de memórias alheias, especialmente coletivas e institucionais. Principais mostras individuais: Respiratio (Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco); Lacrymatio (Espaço Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro); Murmuratio (Museu Ferroviário, Vila Velha); Retrospectiva no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife e Museu Oscar Niemeyer, Curitiba e Incertae Sedis (MAC-Niterói). Principais coletivas: Lacrymatio (Bienal de Havana); Laceratio (Bienal de Artes Visuais do Mercosul), Plasmatio, (Bienal de São Paulo).

17 de março, sábado, 11h
Mesa 1: Espaço na arte contemporânea - A diferença entre o espaço físico (a extensão tridimensional) e o espaço habitado (as relações afetivas, familiares, o ordinário e o extraordinário, a identidade cultural e geográfica).
Palestrantes: Sônia Salzstein e Nelson Brissac Peixoto - debatedor: Fernando Pessoa.

Palestra de Sônia Salzstein
Sônia Salzstein é professora de História da Arte no Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da USP, tendo se doutorado em Filosofia pelo Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Escreveu, entre inúmeros trabalhos, os livros Volpi (Ed. Sílvia Roesler/Campos Gerais, 2000) e Franz Weissmann (Ed. Cosac & Naify,2001). Organizou publicação sobre a obra de Mira Schendel, No vazio do mundo/Mira Schendel, ed. Galeria de Arte do Sesi/Marca D'Água, 1997, e o volume Diálogos com Iberê Camargo (Cosac & Naify Edições, 2003). Atualmente dirige coleção dedicada a arte e teoria junto à Editora CosacNaify. De 1989 a 1992, dirigiu o setor de artes visuais do Centro Cultural São Paulo. Organizou mostras de José Leonilson, José Resende, Carmela Gross e outros. Foi curadora de mostras de Tarsila do Amaral, Alberto da Veiga Guignard, Mira Schendel, Iole de Freitas, Antonio Dias e Carlos Fajardo.

Aquém ou além do espaço
Sônia Salzstein
A palestra Aquém ou além do espaço discute o sentido constitutivo que a imagem tem no trabalho do artista plástico Waltercio Caldas, apontando-a como espécie (paradoxal) de núcleo construtivo do trabalho e investigando as raízes anti-clássicas e as referências simbolistas e surrealistas que a alimentam.

Mapear novos territórios
Nelson Brissac Peixoto
A estrutura variável dos territórios contemporâneos torna problemático todo mapeamento. Os aparelhos óticos alteraram radicalmente nossa percepção geográfica. A percepção só pode se fazer por meio de instrumentos, não é mais dada pela experiência. As perspectivas aéreas _ como o GoogleMap _ redefiniram a cultura visual, com sua ilusão do acesso absoluto ao mundo. Os reordenamentos intensivos da paisagem, no entanto, colocam novos desafios para a arte. A arte aérea nos torna conscientes desta nova paisagem abstrata.

Nelson Brissac Peixoto é filósofo, trabalhando com questões relativas à arte e ao urbanismo. Doutor pela Universidade de Paris I - Sorbonne (1886), é professor do curso Tecnologias da Inteligência e Design Digital, da PUC-SP. É organizador e curador de Arte/Cidade, um projeto de intervenções urbanas em São Paulo, desde 1994. Publicou: A sedução da barbárie, Brasiliense, 1982; Cenários em ruínas, Brasiliense, 1987. América, Companhia das Letras, 1989; Paisagens Urbanas, Ed. Senac, 1996; Brasmitte, catálogo, 1997; Arte/Cidade - Intervenções Urbanas, Editora SENAC, 2002. Está preparando um projeto territorial na região sudeste do Brasil (MacroBR) e coordenando a implantação do CIAC - Centro da Indústria, Arte e Cidade de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

15h
Espaço da arte contemporânea - Museus, galerias, ruas; o mercado, a curadoria, a crítica; o espaço público e o espaço privado; o cyber-espaço, a globalização. Palestrantes: Agnaldo Farias e Fernando Cocchiarale - Debatedora: Katia Canton.

A montagem de exposições entendida como exercício de tradução.
Agnaldo Farias
O peso crescente do aspecto midiático, corolário da necessidade de se atrair o maior público possível, provocou uma alteração substancial no caráter das instituições museológicas e centros de arte que, a partir dos últimos 20 anos, para o bem e para o mal, viram-se obrigadas a repensar o modo de expor as obras de arte. Assim, como uma necessária reação a exposições tão espetaculares quanto ocas, instituições como Tate Modern, MoMa de Nova York e DIA Beacon, nomeadamente no que se refere as suas coleções, realizaram nos últimos cinco anos exposições que não escamoteiam suas adesões teóricas, das quais se pretendem efetivas traduções espaciais.

Agnaldo Farias nasceu em Itajubá, Minas Gerais, em 1955. É professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e crítico de arte. Foi curador da Representação Brasileira da 25a. Bienal de São Paulo (1992), curador adjunto da 23a. Bienal de São Paulo (1996) e da 1a. Bienal de Johannesburgo (1995). Foi curador geral do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1998/2000) e curador de exposições temporárias do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1990/1992). Atualmente é consultor de curadoria do Instituto Tomie Ohtake. É autor dos livros As Naturezas do Artifício, sobre a obra de Amélia Toledo (São Paulo: Editora W11, 2004) e Daniel Senise - The piano factory (Rio de Janeiro: Andréa Jacobsen, 2003), entre outros.

O Espaço da Arte Contemporânea
Fernando Cocchiarale
Recente do ponto de vista histórico, nosso conceito de arte é bastante diferente daquele aceito pela antiguidade, já que decorre da distinção funcional que opõe os utensílios de nosso cotidiano às obras de arte, destinadas somente à contemplação. Uma das conseqüências específicas dessa distinção é vital: a autonomia da arte preparada pelos artistas desde a Renascença e teorizada pelo Iluminismo (Séc.XVIII). Nessa época surgem as principais instituições artísticas que conhecemos como escolas, museus, galerias, o mercado, a crítica e a mídia especializada, cuja existência está na origem dos desdobramentos da produção artística até o fim do modernismo. Precipitada nas últimas décadas, sua crise propõe-nos a discussão da permanência, transformação e até mesmo o abandono desses mecanismos institucionais para a emergência de um espaço da arte comprometido com o mundo contemporâneo.

Fernando Cocchiarale nasceu no Rio de Janeiro em 1951. Crítico de arte, curador e professor de Filosofia da Arte do Departamento de Filosofia da PUC-RJ (desde 1978) e do curso de especialização em História da Arte e Arquitetura do Brasil, da mesma universidade, entre 1983 e 2005. Professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Autor, com Anna Bella Geiger, do livro Abstracionismo Geométrico e Informal ( Funarte) e de centenas de artigos, textos e resenhas publicados em livros, catálogos, jornais e revistas no Brasil e no exterior. Foi curador-coordenador do programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais, das edições 1999 / 2000 e 2001 / 2002 e Coordenador de artes visuais da Funarte, entre 1991 e 1999; membro de júris e comissões de seleção de mais de 20 mostras e salões tais como o 10o , o 15o e o 16° Salões Nacionais de Artes Plásticas, RJ (em 1987, 1995 e 1998); e curador, entre outras, de exposições como O Moderno e o Contemporâneo, Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM-RJ, 1981 (com Wilson Coutinho); Rio de Janeiro 1959 / 1960, Experiência Neoconcreta, MAM, RJ, 1991; O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural, SP, 2005 (com Viviane Matesco) e É Hoje na Arte Contemporânea Brasileira, Santander Cultural, RS, 2006 (com Franz Manata). Em novembro de 2000, assumiu a curadoria do MAM-RJ.

18 de março, domingo, 11h
Mesa 1: Corpo na arte contemporânea - A memória, a percepção, o desejo; identidade (o mesmo) e alteridade (o outro); o fenômeno e o sujeito.
Palestrantes: Maria Filomena Molder e Paulo Herkenhoff - debatedor: Fernando Pessoa.

Corpo e Filosofia na Arte Brasileira.
Paulo Herkenhoff
A década de 1950 foi o campo de uma construção teórica do estatuto da arte e de suas relações com a filosofia. As relações entre forma e subjetividade aproximaram alguns artistas do conceito de duração em Bergson, da fenomenologia de Husserl, Cassirer, Merleau-Ponty e S. Lange no neoconcretismo. Corpo, percepção e epistemologia estarão imbricados na obra de artistas como Lygia Clark e Hélio Oiticica. Em paralelo, estarão Nietzsche, a teoria da Gestalt, a psicologia da forma, a teorias do signo e a Semiologia e a Filosofia da Linguagem.

Paulo Herkenhoff nasceu em Cachoeiro de Itapemirim (ES) em 1949 e vive no Rio de Janeiro. Diretor do Museu Nacional de Belas Artes (2003/2006); Curador de Departamento de Pintura e Escultura do MoMA (1999/2002); Curador geral da XXIV Bienal de São Paulo, (1998); Curador, MAM-RJ (1985-1990); Diretor Instituto Nacional de Artes Plásticas/Funarte (1983-1985). Publicou diversos livros sobre arte e realizou palestras ou cursos nas universidades de Bard, Duke, Harvard, Lisboa, South Florida, Texas, UFSC, USP e Yale.

Disciplina e ousadia
Maria Filomena Molder
Para os modernos, o artista mede-se pela disciplina do esgrimista, em que é vencido pelo adversário, não sem antes lançar um grito de horror (Baudelaire), e também pela ousadia de implantar verrugas no seu próprio rosto (Rimbaud). A professora Maria Filomena Molder vai tentar mostrar as irradiações destas experiências na obra do artista português Fernando Calhau.

Maria Filomena Molder, Professora Associada do Departamento de Filosofia na Universidade Nova de Lisboa e respectiva coordenadora; membro do Conseil Scientifique du Collège International de Philosophie, Paris. Doutoramento em 1992 sobre "O Pensamento morfológico de Goethe". Escreveu sobre questões de estética e linguagem, arte e artistas para revistas de filosofia e literatura, catálogos e coletâneas. Participou como conferencista de seminários em vários países. Obras principais: O Pensamento morfológico de Goethe (1995); Semear na neve. Estudos sobre W. Benjamin (1999, Prêmio Pen-Club 2000); Matérias Sensíveis (2000); A Imperfeição da Filosofia (2003) e O Absoluto que pertence à Terra (2005). Traduziu A Metamorfose das Plantas de Goethe (1993); O Passo da Floresta de Ernst Jünger (1995) e Escritos sobre Nietzsche de Giorgio Colli (2000).

15h
Corpo da arte contemporânea - Modernidade e pós-modernidade; o real e o virtual; o erotismo, a política dos gêneros, o hibridismo.
Palestrantes: Suely Rolnik e Denise Bernuzzi de Sant'Anna - Debatedora: Katia Canton.

Corpo e Alteridade
Suely Rolnik
As propostas de Lygia Clark envolvem o corpo e a alteridade. Depois de 16 anos dedicados à pintura e à escultura, a artista passou a criar uma série de proposições através das quais ganha corpo progressivamente um território inédito. A construção, à qual a artista se dedicou durante 26 anos, culminou com Estruturação do Self (1976-1988), dispositivo ao qual se agrega uma dimensão deliberadamente terapêutica. Irredutível às categorias da arte como da clínica, o território que Lygia Clark criou constitui a abertura de um possível. Alteridade e corporeidade estão no coração desta abertura. Não objetiváveis, tais proposições se realizam enquanto acontecimento da relação poética entre seus receptores e o mundo. Como reativar a obra de arte como acontecimento no campo problemático de nossa contemporaneidade?

Suely Rolnik, psicanalista, crítica cultural e curadora, é Professora Titular da PUC-SP, onde coordena o Núcleo de Estudos da Subjetividade Contemporânea no Pós-Graduação de Psicologia Clínica. Autora, em colaboração com Félix Guattari, de Micropolítica. Cartografias do desejo (7ª edição revista e ampliada, 2005, publicada na Espanha e Argentina e no prelo nos EUA por Semiotext/MIT e na França pela Seuil). Realizadora de um projeto de construção de memória viva em torno de Lygia Clark (66 DVDs de entrevistas), apresentado em exposição de sua curadoria (Musée de Beaux-arts de Nantes e Pinacoteca do Estado de São Paulo). Tradutora, entre outros, dos Vol. III e IV de Mille Plateaux, de Deleuze e Guattari (Ed.34, 1997). Tem transitado entre Brasil, Europa, Américas e Ásia, com conferências e publicações em livros, revistas culturais e catálogos de arte.

O corpo e suas evidências
Denise Bernuzzi de Sant'Anna
A visibilidade espetacular alcançada na época contemporânea pelos extremos de padecimento ou fortalecimento do corpo tende a transformá-lo em dado avesso ao que parece opaco ou sem destaque. No entanto, nada garante uma coincidência entre o corpo e as evidências produzidas a seu respeito. Há invenções culturais indicadoras das inadequações entre aqueles termos, capazes de, no limite, deslocar a atenção rumo ao insípido, às virtualidades pouco contrastantes, por vezes insosas e, ao mesmo tempo, distintas da estetização niilista.

Denise Bernuzzi de Sant'Anna
Denise Bernuzzi de Sant'Anna é professora livre docente da PUC-SP, doutora em História das Civilizações Ocidentais pela Universidade de Paris VII com a tese La recherche de la beauté, defendida em 1994. Tem várias publicações sobre as relações entre corpo e cultura, tais como: Políticas do Corpo (1995) e Corpos de Passagem (2001) ambos
pela editora. Estação Liberdade. Tem no prelo o livro Cidade das águas, previsto para ser publicado em 2007 pela editora Senac. É pesquisadora do CNPq e professora convidada da EHESS para o ano de 2007.

Fernando Pessoa é doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Espírito Santo e editor da revista Sofia. Autor do livro O assunto e o caminho do pensamento de Heidegger e organizador do livro Arte no pensamento.

Katia Canton é PhD em Artes Interdisciplinares pela Universidade de Nova York. É Livre Docente em Teoria e Crítica de Arte pela ECA USP. Atualmente é professora associada e curadora do Museu de Arte Contemporânea da USP e autora de vários livros, entre eles Novíssima Arte Brasileira, um Guia de Tendências (ed. Iluminuras) e Retrato da Arte Moderna (ed. Martins Fontes).

Posted by João Domingues at 11:45 AM