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outubro 19, 2020

As vozes dos artistas: 34ª Bienal de São Paulo conversa com artistas convidados

Nos encontros organizados na série As vozes dos artistas, a curadoria da 34ª Bienal de São Paulo conversa com artistas convidados, brasileiros e estrangeiros, sobre os enunciados da mostra – objetos com histórias marcantes e em torno dos quais as obras serão distribuídas na exposição, sugerindo leituras poéticas multifacetadas.

No dia 22 de outubro, quinta-feira, às 19h (UTC–03:00), você poderá participar do encontro sobre o título da exposição, Faz escuro mas eu canto, verso do poeta amazonense Thiago de Mello (Barreirinha, 1926) publicado em livro homônimo do autor em 1965. Desde sua primeira redação, entre 1962 e 1963, o verso já ganhou diferentes interpretações: de conclusão esperançosa do poema Madrugada camponesa ("faz escuro mas eu canto / porque a manhã vai chegar"), quando a promessa da reforma agrária e outros projetos progressistas parecia prestes a se tornar realidade, a sussurro de resistência nos piores anos da ditadura militar.

Na primeira live da série As vozes dos artistas, Jacopo Crivelli Visconti, curador geral da 34ª Bienal, e Paulo Miyada, curador adjunto, conversam com o artista Manthia Diawara (1953, Bamako, Mali), escritor, pesquisador de estudos culturais, diretor de cinema e acadêmico. Diawara escreveu amplamente sobre filmes e obras literárias que abordam a Diáspora Negra. O encontro também trará entrevistas gravadas com as artistas Carmela Gross (1946, São Paulo, SP), Edurne Rubio (1974, Burgos, Espanha) e Zina Saro-Wiwa (1976, Port Harcourt, Nigéria). No final, Jacopo, Paulo e Manthia responderão às perguntas enviadas pelo público.

Inscreva-se aqui! É gratuito!

Para você se programar: nas quatro semanas seguintes ao encontro, um Minicurso gratuito aprofundará os temas abordados na live As vozes dos artistas #1: sobre o verso “Faz escuro mas eu canto”. O curso é composto por 4 reuniões virtuais (29/10, 5/11, 12/11 e 19/11, sempre às quintas, das 19h às 20h30) que apresentam trechos inéditos das entrevistas com artistas, discutem os temas previamente abordados, compartilham referências bibliográficas e outros materiais de pesquisa. É gratuito! As inscrições começam no dia 19 de outubro.

SOBRE OS ARTISTAS PARTICIPANTES

Manthia Diawara

A biografia e a obra de Manthia Diawara (1953, Bamako, Mali) são marcadas pela vivência e pelo profundo conhecimento, tanto num nível pessoal quanto no acadêmico e intelectual, da história e da cultura negra africana e afro-americana. Crítico e professor de literatura comparada e cinema, escritor e cineasta, Diawara segue em seus filmes os preceitos do cinema etnográfico de autores como Jean Rouch, cuja importância foi ao mesmo tempo reconhecida e questionada em Rouch in reverse [Rouch em reverso] (1995). Ao descrever o filme, Diawara explica: “Fiz esse filme sobre Rouch como um rito de passagem para mim mesmo. [...] Queria passar por Rouch para tornar visíveis novas vozes e novas imagens da África; as que desafiam os estereótipos e o primitivismo”. Esse desejo de subverter a dinâmica convencional da antropologia, fazendo com que o antigo “objeto de estudo” (o negro africano) passe a ser o agente questionador, é o que move a maioria dos filmes de Diawara, nos quais o diretor é quem conduz, em cena, a narrativa, fazendo perguntas, pedindo explicações, assumindo o papel socrático de quem admite (ou finge) não saber, para chegar ao âmago das coisas.

Por meio de seus filmes, Diawara tem construído um repertório extremamente rico e estratificado de retratos de pensadores de várias partes do mundo, que são convocados para um diálogo imaginário na instalação concebida para a 34ª Bienal, uma espécie de “parlamento” de autores fundamentais para a formação do próprio artista e para a compreensão do mundo em que vivemos. Tendo entre seus protagonistas Édouard Glissant, referência fundamental na concepção da exposição, a instalação reúne escritores, artistas, poetas, políticos e pensadores de várias épocas e lugares, como Wole Soyinka, Angela Davis e David Hammons, entre outros, numa conversa composta por meio de falas gravadas por Diawara ao longo das últimas décadas. Para além dos assuntos abordados diretamente nas falas dos protagonistas, a instalação pode ser lida, também, como uma meditação sobre o tempo e sobre as transformações que ele traz, tanto na evolução de teorias sociais, políticas e filosóficas, quanto no plano pessoal e íntimo. Temas caros a Glissant – como a “poética da relação” e a defesa do direito à “opacidade” do pensamento e da personalidade de cada um – permeiam a instalação e atualizam o legado do grande pensador martinicano, amigo pessoal e objeto de estudo de longa data de Diawara.

Carmela Gross

Carmela Gross (1946, São Paulo, SP) participou pela segunda vez da Bienal de São Paulo em 1969, mesmo ano em que completou sua graduação em Artes na FAAP, em um curso concebido pelo professor Flávio Motta a partir de sua proposta para um curso de formação de professores de desenho. Desde essa época, Gross tem estruturado sua obra por um entendimento complexo das ideias de desenho e projeto. Ciente da vocação do desenho como ação formadora que imprime intencionalidades na organização material do mundo, ela muitas vezes explora modos de subverter seu funcionamento, empregando técnicas e linguagens para projetar garatujas, ruídos e vultos.

Constantemente, é a observação do espaço urbano que provoca esses procedimentos de desenho e projeto. O conjunto de obras que apresentou na Bienal de 1969, por exemplo, remetia a elementos urbanos recobertos ou ocultos, usualmente desapercebidos pelos passantes. No contexto da escalada da censura e da violência de Estado promovidas pelo regime militar, uma grande lona cinza-esverdeada recobrindo uma estrutura metálica avultada A Carga (1968) aparecia não apenas como uma escultura misteriosa, mas estava impregnada de sentidos de ameaça e perigo.

Edurne Rubio

Edurne Rubio (1974, Burgos, Espanha) desenvolve um trabalho em vídeo, cinema e performance que se baseia no universo do documentário e da antropologia, utilizando metodologias de pesquisa compartilhadas. Grande parte de seus projetos toma como referência personagens ou espaços arquitetônicos que foram política, cultural e socialmente significativos para determinados grupos de indivíduos ou localidades. A artista investiga situações e histórias que sobrevivem na memória coletiva de forma difusa, sujeitas a diferentes interpretações e pontos de vista e, portanto, no limiar entre ficção e realidade. Por meio de entrevistas e material de arquivo, a artista compõe uma espécie de segunda realidade, criando novas narrativas para apresentar e abordar o passado. Através da performance, do áudio e da imagem em movimento, ela propõe um jogo entre o factível e o imaginável, alterando a percepção do tempo e do espaço do espectador.

Em Ojo Guareña (2018), por exemplo, Rubio sobrepõe distintas temporalidades numa viagem cinematográfica que tem como pano de fundo um complexo de cavernas situadas na província de Burgos, na Espanha. O enredo é inspirado na história familiar da artista, e se torna uma homenagem ao seu pai e seus tios, ao abordar a situação que viveram durante a ditadura espanhola de Francisco Franco (1939-1975), no final dos anos 1960. Entusiastas dos romances de Júlio Verne e fartos de um contexto social e politicamente opressor, eles começaram a visitar as grutas da região, na busca de um lugar onde se esconder da censura e desfrutar de alguns momentos de liberdade. O filme, gravado in situ, segue um grupo de espeleólogos que explora as cavernas nos dias de hoje. Na escuridão, é difícil perceber os contornos do espaço e os desenhos pré-históricos nas paredes. As vozes das pessoas chegam ao espectador de forma difusa, misturando-se ao barulho da água e às canções revolucionárias dos espeleólogos que remontam à época franquista.

Daqui, comissionada pela 34ª Bienal, é uma obra sonora que reconstrói um espaço e uma época decisivos para a arte experimental e a liberdade de expressão no Brasil, ao abordar o papel exercido pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) como lugar-chave para a experimentação artística radical nos anos 1970, durante a ditadura militar no país. Na época, o MAC estava instalado no mesmo prédio onde acontece a Bienal de São Paulo. O áudio é constituído por uma série de entrevistas com artistas, curadores, funcionários da instituição e visitantes assíduos do museu, que foram testemunhas dos acontecimentos. Os relatos e os argumentos se misturam no espaço do pavilhão da Bienal, estabelecendo conexões entre a memória e o lugar. O complexo sonoro funciona como uma história coletiva fragmentada, baseada em memórias pessoais, agregando novos episódios a uma história negligenciada.

Zina Saro-Wiwa

Zina Saro Wiwa (1976, Porto Harcout, Nigéria) é uma artista nigeriana, baseada em Brooklyn, Nova York (EUA). Ela trabalha principalmente com vídeo, mas também com fotografia, escultura, som e alimentação. Fundou, na região do Delta do Níger (Nigéria), a galeria de arte contemporânea Boys’ Quarters Project Space, para a qual frequentemente realiza curadorias. O interesse artísticos de Saro Wiwa reside em mapear territórios sentimentais.

Frequentemente, a artista explora em seus trabalho experiências extremamente pessoais, registrando cuidadosamente suas coreografias, como uma forma de tornar tangível o espaço entre experiências internas e performances externas, bem como as relações transculturais e ambientais/geográficas dessas articulações. No cerne do seu trabalho de videoperformances está a dinâmica instável entre “verdade”, “realidade” e “performance”.

O trabalho de Wiwa pode ser encontrado na Menil Collection (Texas, EUA); Seattle Art Museum (Washington, EUA); Pulitzer Foundation (Missouri, EUA); Moderna Museet (Estocolmo, Suécia); Stevenson Gallery (Cidade do Cabo, África do Sul); Goodman Gallery (Cidade do Cabo, África do Sul); Nikolaj Kunsthal (Copenhague, Dinamarca); Tate Britain (Londres, Inglaterra); Fowler Museum (Los Angeles, EUA); no Brooklyn Museum (Nova Iorque, EUA) e muitas outras instituições. Em 2017, a artista foi contemplada com a Guggenheim Fellowship for Fine Arts.

Posted by Patricia Canetti at 9:14 AM