Página inicial

Como atiçar a brasa

 


outubro 2009
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
        1 2 3
4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30 31
Pesquise em
Como atiçar a brasa:

Arquivos:
As últimas:
 

outubro 20, 2009

Mais de 200 obras de Oiticica são retiradas por Caio Barretto Briso, Folha de S. Paulo

Matéria de Caio Barretto Briso originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 20 de outubro de 2009.

Parte do acervo do artista em casa incendiada é resgatado em bom estado e será restaurado.

Mais de 200 obras em papel do artista plástico Hélio Oiticica (1937-1980) foram retiradas ontem da casa no Jardim Botânico, zona sul do Rio, incendiada na madrugada de sábado, em incidente que provocou a destruição de grande parte dos trabalhos de um dos mais conhecidos artistas nacionais. As obras resgatadas estão danificadas não apenas pelo fogo, mas também pela água usada no combate ao incêndio.

Os mais de 200 desenhos de Oiticica encontrados em bom estado são das mostras "Grupo Frente" (1954) e "Metaesquemas" (1972), além de dois relevos, dois bilaterais e a maquete do projeto "Cães de Caça", um penetrável (instalação) que nunca foi montado.

Ontem à tarde, uma equipe do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) saiu do imóvel otimista. "Ainda não é possível estimar o percentual do que poderá ser salvo, mas acreditamos que boa parte do trabalho será recuperada", disse Claudia Storino, coordenadora de arquitetura e espaços museais do Ibram.

O início do trabalho de restauração -que, segundo César Oiticica, irmão do artista plástico, será coordenado pela norte-americana Wynne Phelan, que já restaurou quase toda a obra de Hélio Oiticica em 2006- foi dividido em duas partes.

Enquanto um grupo de técnicos do Ibram irá separar o que ainda se encontra na reserva técnica -há alguns armários com obras, por exemplo, que não foram abertos, por causa dos escombros no caminho-, outro grupo ficará responsável por secar, higienizar e catalogar as obras já encontradas.
"Acreditamos que, até semana que vem, já será possível ter todo o material em papel higienizado", disse Storino.

Por enquanto, a reserva técnica -que fica no primeiro andar da casa, onde o fogo começou- continua com um cheiro de queimado insuportável.

Hoje à tarde, a família de Hélio Oiticica irá retomar as buscas por fragmentos do acervo do artista, na casa de César Oiticica, responsável pela guarda do material.

A fuligem, impregnada nas paredes da casa, obrigou a família, por ordem médica, a interromper a procura no domingo. "Agora, com as máscaras de proteção, vamos voltar ao trabalho", disse César.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também ofereceu ajuda. A coordenadora de bens móveis e integrados do Iphan chegou ao Rio de Janeiro, de Brasília, ontem à noite. Storino afirma que o Ibram fará um diagnóstico sobre cada peça encontrada. "Ao fim deste processo emergencial, poderemos estimar o custo da restauração."

Destino em dúvida

A secretária municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Jandira Feghali, reafirmou à Folha que seu desejo é, uma vez restaurado o acervo, levá-lo, em regime de comodato, para o Centro de Arte Hélio Oiticica, no Centro do Rio.

Na contramão da secretária, a gestora do Centro, Ana Durães, afirmou que o espaço tem estrutura para receber exposições temporárias, mas não um acervo permanente. "Somos um Centro de Arte, não um museu", disse.

Posted by Cecília Bedê at 1:35 PM | Comentários(0)
Comments
Post a comment









Remember personal info?