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março 30, 2013

Jonathas de Andrade e Marco Paulo Rolla na Galeria Vermelho, São Paulo

Jonathas de Andrade - Nostalgia, sentimento de classe, Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 03/04/2013 a 27/04/2013

Obra apresentada na exposição Future Generation Art Prize 2012 [Shortlist 2012], em Kiev [Ucrânia], em 2012-2013, “Nostalgia, sentimento de classe” rendeu a Jonathas de Andrade um dos seis prêmios especiais concedidos pela Fundação Victor Pinchuk a jovens artistas.

A obra reproduz o painel de uma casa tropical moderna em tamanho real, tranformando os azulejos dessa casa em peças de fibra de vidro com as mesmas dimensões do original (15 x 15 x 10 cm).

Como em uma ruína, partes desse painel são removidas e substituídas por palavras de um manifesto acerca de questões sobre a arquitetura, a vida, a humanidade e seu papel na história da civilização. Essa operação remove o que é contextual no texto, revelando sua estrutura político ativista, além do tom utópico que pertence a tempos passados. Para Jonathas de Andrade, ruína e utopia alimentam, nos dias de hoje, uma relação nostálgica com o passado em que história e modernidade são consumidas como bens de classe.

Marco Paulo Rolla - Objetos do Desejo, Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 03/04/2013 a 27/04/2013

Imagens de objetos banais, como armários, cômodas, sofás, tapetes e utensílios caseiros dos mais variados, coabitam nos desenhos, pinturas, instalações e performances de Marco Paulo Rolla. Retiradas de seus entornos, esses objetos pretendem questionar os limites da existência humana e os riscos que ela envolve. Na mostra, Rolla apresenta parte dos desenhos da série “Objetos do Desejo”, e o registro da performance que tem o mesmo título, todos criados entre os anos de 1998 e 1999.

Na abertura da exposição, será lançado o livro “Vertigem”, que reúne parte da produção do artista. Editado pelo Centro de Experimentação e informação de Arte [CEIA], o livro reúne, de forma não cronológica, imagens de obras criadas a partir de 1988, além de textos e entrevistas com Rolla. Bilíngue, “Vertigem” foi organizado pelo próprio artista e pela curadora Cristina Tejo que também assina um dos textos e uma entrevista com o artista. O livro conta ainda com a colaboração do professor da escola de Belas Artes da UFMG, Marcos Hill.

SOBRE OS ARTISTAS

Jonathas de Andrade
Maceió, 1982.
Exposições Individuais [seleção] 4000 Disparos, Musée d'art Contemporain de Montréal, Montreal, Canadá [2013]; Ressaca Tropical, Galeria Vermelho, São Paulo, Brasil [2010]; Amor e Felicidade no Casamento, Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil [2008]. Exposições Coletivas [seleção] Blind Field, Krannert Art Museum, Champaign, ILL, EUA [2013]; Future Generation Art Prize 2012 [21 Shortlisted Artists], Pinchukartcentre, Kiev, Ucrânia, When Attitudes Became Form Become Attitudes, CCA Wattis Institute for Contemporary Art, San Francisco, EUA, The Ungovernables, New Museum Triennial, New Museum, Nova Iorque, EUA [2012]; Untitled (12ª Bienal de Istambul), Istambul, Turquia [2011]; 29ª Bienal de São Paulo - Há sempre um copo de mar para um homem navegar, Parque do Ibirapuera, São Paulo, Brasil [2010].

Marco Paulo Rolla
São Domingos do Prata, 1967.
Exposições Individuais [seleção] Desejos do Pensamento, Quadrum Galeria de Arte, Belo Horizonte, Brasil [2011]; Êxtase, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, São Paulo [2010]; Tudo me é licito, mas nem tudo me convence, Galeria Vermelho, São Paulo, Brasil [2009]; Do Corpo a Paisagem, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil [2006]. Exposições Coletivas [seleção] Encontros de Arte e Gastronomia, Museu de Arte Moderna [MAM-SP], São Paulo, Brasil [2012]; 32º Panorama da arte Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo [MAM SP], São Paulo, Brasil [2011]; 29ª Bienal de São Paulo/ Há sempre um copo de mar para um homem navegar, Pavilhão da Bienal, São Paulo, Brasil [2010]; Las comisuras de La Boca, Intervención en PROA café, Fundación PROA, Buenos Aires, Argentina [2009].

Posted by Patricia Canetti at 4:19 PM

André Komatsu apresenta Corpo Dócil na Galeria Vermelho, São Paulo

André Komatsu - Corpo Dócil, Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 03/04/2013 a 27/04/2013

A individual “Corpo Dócil”, de André Komatsu, na Galeria Vermelho, apresenta uma série de trabalhos nos quais o artista emprega um conjunto de regulamentos retirados de sistemas racionais como a matemática, a arquitetura e a geometria com o propósito de revelar a ambivalência desses sistemas e questionar sua eficácia.

É o que ocorre na obra “O estado das coisas 2 (Três Poderes]", em que o artista utiliza essas estratégias para discutir ideias como as de nação, território e fronteira. A instalação, vista na 8ª Bienal do Mercosul, em 2011, e dessa vez montada sobre a fachada da Vermelho, é composta por um mastro de bandeira e por um par de tênis, e sugere um território de abandono e de desterro.

Na série de esculturas “Três Vidros”, que apresenta três maquetes de edificações modernas em ruína, iniciada em 2012, Komatsu se apropria de projetos arquitetônicos de edificações, característicos da arquitetura moderna brasileira, e as transforma em escombros. Nesse caso, o acidente passa a habitar a miniatura que serviria de esboço para o projeto acabado, sugerindo, assim, a ineficiência e a falência da lógica que permeou o projeto modernista no Brasil.

Em “Esquadria Disciplinar/Ordem Marginal” [2013], placas de aço galvanizado crescem em progressão geométrica sobre a parede de fundo do cubo branco da galeria, numa tentativa de criar uma nova organização espacial e uma nova disciplina hierárquica a partir da forma fechada de um retângulo. Esse experimento pretende ressaltar pequenas diferenças ou falhas que ocorrem dentro de sistemas convencionalmente fechados.

Caibros e pontaletes espalhados por vários cantos do espaço expositivo compõem a série “Campo Aberto”, de 2013. Em conjunto, esses quatro trabalhos revelam as estratégias de Komatsu por meio de pequenas narrativas. Numa delas, um pontalete sustenta um refletor que projeta sombras sobre a parede; em outra, um sarrafo de madeira perfura o reboco, criando um defeito sobre a superfície branca da parede; à terceira escultura, Komatsu agrega imagens em silk-screen, e à quarta, o desenho de um retângulo projetado sobre pedaços de madeira que distorce a perspectiva e confunde o olhar.

Criado em 2008, “Ícone” revela o interior de uma parede expositiva, iluminando o vão, o que está entre. A obra pretende apontar para a ideia de depósito que caracteriza toda exposição de arte, distorcendo o conceito de ícone estático e paralisado.

Em “Time Out”, de 2013, um bloco de papel sulfite obstrui o andamento dos ponteiros de um relógio de parede, impedindo a passagem do tempo.

Completam a individual as obras “Modos Operandi” [2010], “Máquina do Mundo” [2012] e “Cooperativa Antagônica” [2013].

Em “Corpo Dócil”, André Komatsu apresenta um universo vivo composto pelas ideias, e também pelas ferramentas que compõem seu vocabulário, construindo com essas esculturas, instalações e desenhos um corpo flexível e maleável, não domesticado pela lógica dos sistemas.

André Komatsu
São Paulo, 1978.
Exposições Individuais [seleção] Acaso por intenção, Galeria Vermelho, São Paulo, Brasil; Concreto/Periódico, Natalie Seroussi, Paris, França [2010]; Projeto Bolsa Pampulha, Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil [2006]. Exposições Coletivas [seleção] O Abrigo e o Terreno. Arte e Sociedade no Brasil I, Museu de Arte do Rio [MAR],Rio de Janeiro, Brasil [2013]; Future Generation Art Prize 2012 [21 Shortlisted Artists], Pinchukartcentre, Kiev, Ucrânia [2012]; The Peripatetic School: itinerant drawing from Latin America, Drawing Room, Londres, Inglaterra; Ensaios de Geopoéticas, 8ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil [2011].

Posted by Patricia Canetti at 3:52 PM

Vik Muniz na galeria Nara Roesler, São Paulo

Vik Muniz - Espelhos de papel, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP - 03/04/2013 a 04/05/2013

Vik Muniz inaugura no dia 2 de abril, em São Paulo, a sua primeira mostra na galeria Nara Roesler, espaço que passou a representá-lo no Brasil desde o ano passado e no qual ele inicialmente estreou, em novembro último, no papel de curador, assinando uma coletânea dedicada à Op-art. Espelhos de papel, a nova exposição, apresentará onze obras inéditas que pertencem à série Pictures of Magazine 2, na qual o artista vem trabalhando nos últimos dois anos.

Tendo mais uma vez a fotografia como objeto final de sua produção, Vik volta a se apropriar dos fragmentos de revistas. Agora, no lugar dos pequenos discos regulares da série de 2003 (Pictures of Magazine), ele utiliza papéis rasgados, criteriosamente escolhidos a partir de imagens de publicações variadas. “Elas precisam ser rasgadas para parecerem mais acidentais, como se tivessem caído ali como confetes”, diz ele sobre o processo de colagens.

Vik Muniz joga com os limites da representação, recompondo imagens de obras referenciais que já fazem parte do repertório visual do espectador. A série atual parte do constante interesse do artista pelas ilusões de ótica e pelas brincadeiras, que ele diz explorar igualmente a sério. Vik conta que em visitas a museus observou que os espectadores, às vezes, se moviam para frente e para trás, numa espécie de transe, enquanto exploravam a fronteira mágica entre conceito e objeto. Para ele, justo nesse ponto de transição dá-se o encontro que considera o sublime em arte: “Esses são os momentos que contêm em sua transcendência a própria natureza da representação”.

Em seu texto de apresentação da mostra Espelhos de papel, o jornalista Christopher Turner observa que, à primeira vista, as obras parecem familiares, uma galeria de imagens famosas, roubadas de outros artistas. “Mas quando olhadas de perto elas não são o que parecem”. Cada quadro é uma colagem composta por centenas de imagens artisticamente arrumadas de acordo com a gradação de cores: “Esse vertiginoso mosaico de imagens superpostas, que dissolvem o plano do quadro numa multiplicidade de pontos focais, foi escaneado e ampliado para que o espectador possa ver os cabelos, as fibras e até a celulose do papel cortado nas bordas”, escreve Turner.

O conjunto de fotografias digitais C-print em grandes formatos, que constitui a montagem da Galeria Nara Roesler, foi selecionado pelo próprio Vik Muniz. A mostra Espelhos de papel inclui composições a partir das pinturas de Claude Monet (Vaso de flores), Gustave Coubert (A origem do mundo), Willem de Kooning (Mulher e bicicleta) e Wilhelm Eckersberg (Modelo feminino em frente ao espelho), entre outras. Os trabalhos foram produzidos nos estúdios do Brooklyn, em Nova York, e da Gávea, Rio de Janeiro, cidades entre as quais o artista se divide atualmente.

Apropriando-se de matérias-primas como algodão, arame, açúcar, chocolate, diamante e até lixo para compor suas séries, Vik constrói uma obra original que provoca a percepção do público, sugerindo significações para imagens conhecidas. “Não importa o que se vê, mas como se vê”, ele diz. A série Imagens de Revista 2 foi inspirada no trabalho realizado por Vik Muniz em colaboração com catadores do Jardim Gramacho, o maior lixão do Rio de Janeiro, cujos dejetos originaram retratos clássicos em grande escala - além do documentário Lixo extraordinário, indicado ao Oscar. O artista traça um paralelo entre o lixo e o saturado mundo das imagens em que vivemos: “A sensação daquilo tudo na memória é similar ao lixo. Fazer um quadro com todos aqueles detritos é muito sintomático da maneira cheia de distrações como olhamos tudo hoje em dia”.

Obras da série Imagens de Revista 2 têm sido exibidas em mostras internacionais com repercussão junto a críticos influentes. Sobre a individual de Vik Muniz na galeria Sikkema Jenkins & Company (Nova York, 2012), Roberta Smith escreveu para o jornal The New York Times. “É a impressão geral, trêmula, de superfícies que vibram, do excesso de detalhe, e da pintura sendo ativamente ultrapassada pela colagem, que prende os olhos. Essa fusão enlouquecida de matéria, mãos e lentes está sempre em jogo nas fotografias de Mr. Muniz, mas até esse momento não havia sido alcançada de forma tão firme”.


O ARTISTA

Vik Muniz (São Paulo, 1961) vive e trabalha em Nova York e no Rio de Janeiro. Sua obra transitou por distintos meios - escultura, desenho - antes de chegar à fotografia, objeto final das séries dos últimos anos. Descoberto pelo crítico de arte do jornal The New York Times, Charles Haggan, nos anos 90, quando estava radicado nos Estados Unidos, desde então o artista participou das mais importantes bienais mundiais, entre elas a 24ª Bienal de São Paulo (Brasil / 1998), a 49ª Bienal de Veneza (Itália / 2001) e a Bienal de Arte Contemporânea de Moscou, (Rússia / 2009).

Vik realizou individuais e panorâmicas em diferentes países, sendo as mais recentes: Vik, no Centro de Arte Contemporânea de Málaga (Espanha / 2012); Relicário, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (Brasil / 2011); e Vik Muniz, no Nichido Contemporary Art, em Tóquio (Japão / 2010). Foi o primeiro brasileiro convidado a participar como curador na nona versão do projeto Artist´s Choice (2008-2009), criado pelo MoMA de Nova York. Entre as mostras coletivas que integrou, destacam-se Swept away, no Museum of Arts and Design, em Nova York (2012); Pure paper, na galeria Rena Bransten, em São Francisco (2011); Fragments latino-américains, na Maison de l'Amérique Latine, em Paris (2010); e Surface tension, no Metropolitan Museum of Art, em Nova York (2009). O trabalho de Vik Muniz está presente nos acervos dos principais museus do mundo e já foi tema de livros publicados no Brasil e no exterior.

Posted by Patricia Canetti at 2:55 PM

Hamish Fulton expõe Atacama 1234567 na Galeria Nara Roesler, São Paulo

Artista inglês Hamish Fulton apresenta sua walking art em sua primeira individual na América do Sul na galeria Nara Roesler

Exposição abre no dia 2 de abril e compõe a 22ª edição do projeto Roesler Hotel. A curadoria é de Alexia Atala

Roesler Hotel: Hamish Fulton - Atacama 1234567, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP - 03/04/2013 a 02/06/2013

A chilena Alexia Tala é a convidada para assinar a vigésima segunda edição do Roesler Hotel, programa permanente de parcerias junto a curadores nacionais e internacionais da Galeria Nara Roesler, com abertura no dia 2 de abril em São Paulo. Com reconhecido trabalho curatorial em arte contemporânea e atuando em várias frentes, ela é criadora e diretora artística do projeto independente Plataforma Atacama que se dedica a convidar artistas internacionais para desenvolverem propostas em diferentes regiões do Chile. Tala volta a trabalhar no Brasil, após ter sido curadora-adjunta da 8ª Bienal do Mercosul (2011), trazendo pela primeira vez à América do Sul e América Central, uma mostra solo do artista britânico Hamish Fulton. Intitulada Atacama: 1234567, a exposição reúne pinturas, esculturas de madeira e gravuras, resultantes da participação de Fulton no projeto chileno, a convite de Tala. Como procedimento usual na produção do artista, a mostra se completa com a publicação que mapeia sua expedição ao deserto mais árido do mundo, localizado na região norte do Chile. Serão realizados ainda palestra da curadora sobre o trabalho de Fulton, dia 1º no Centro Brasileiro Britânico, e o slowalk do artista no Parque Ibirapuera, no dia 4.

Hamish Fulton (Londres, 1946) costuma se definir como um “artista que anda” (walking artist) e, ao longo das últimas décadas, tem percorrido de 30 a 50 quilômetros diários com o objetivo de unir duas atividades aparentemente incompatíveis: caminhada e arte. Já no começo de carreira, seu processo de trabalho apontava para a prática artística que consiste, simplesmente, em andar por diferentes regiões do mundo. A partir dessas vivências, Fulton elabora registros em variados meios e linguagens, incluindo gravuras, desenhos, obras em madeira e fitas, slowalks e pinturas. Entre suas produções mais conhecidas, estão as fotografias, além das pinturas murais, contendo dados factuais sem qualquer descrição subjetiva do artista ou de eventos ocorridos na paisagem.

Diferentemente de alguns de seus contemporâneos, como Andy Goldsworthy ou Richard Long - com quem trabalhou no início de carreira - ele não deixa pegadas de seus passos nem traz nada da viagem para a galeria. A curadora Alexia Tala diz que “a arte de Fulton vive em sua memória, em sua experiência”. Tala afirma ainda, no texto da publicação Atacama: 1234567, que o processo usado por ele “estaria mais próximo daquilo que Miwon Kwon definiu como práticas de site-oriented”. Ou, como resume o artista, sua arte “é simplesmente sobre o ato de caminhar, sem enfeites”.

Em novembro de 2012, numa viagem de 14 dias, Fulton participou da Plataforma Atacama, iniciativa que busca uma forma de ativar os espaços abrangidos, sua geografia, seu povo e suas tradições. O cenário escolhido para dar início às atividades da plataforma, no ano passado, foi a paisagem desértica voltada para a Cordilheira dos Andes e seus vulcões. A expedição do britânico teve como base o povoado de Machuca, no caminho entre San Pedro de Atacama e os gêiseres de El Tatio. A pequena vila, situada a 4050 metros de altitude e próxima ao Cerro Jorquencal, tem população permanente de apenas 15 pessoas.
Com o número sete em mente e o nome Atacama cumprindo essa relação que dá título à mostra Atacama: 1234567, Hamish Fulton organizou e definiu o sistema de caminhada e o itinerário da viagem. Ao invés de andar por uma grande extensão do vasto deserto, por questões logísticas, ele optou por caminhadas de estrutura repetitiva, subindo e descendo o Jorquencal em sete dias alternados. Como sempre, vinha munido de informações sobre distâncias, temperatura, acampamentos, reservas naturais e mapas da região visitada. Por mais diferentes que sejam os contextos experimentados, Fulton não trabalha com acasos. Suas viagens estão interligadas por ideias claras de construção definida do início ao fim.

ROESLER HOTEL
Idealizado em 2006, o projeto começou como uma rede de intercâmbio: uma oportunidade de convidar artistas e curadores para desenvolverem projetos e exporem suas obras. Até hoje, foram vinte e uma edições, entre elas coletivas como Lo bueno y lo malo (2012), curada por Patrick Charpenel, Buzz (2012), curada por Vik Muniz, Otras Floras (2008), curada por José Roca e individuais de Sutapa Biswas (2008), Rosário Lopez Parra (2008), José León Cerrillo (2007), Paul Ramirez Jonas (2011) e muitas outras.

Em 2012, com a ampliação da Galeria Nara Roesler, o projeto Roesler Hotel começou uma nova fase, tornando-se um programa permanente, paralelo ao da Galeria, no qual curadores e artistas são convidados a colaborar. Este espaço foi idealizado para provocar novos modos de pensar e produzir, articulando a rede de artistas, galerias e curadores.

Hoje, em sua vigésima segunda edição, a Galeria reforça seu compromisso com a exploração de relações transnacionais e convida Alexia Tala, diretora da Plataforma Atacama, para a curadoria da exposição Atacama 1234567, trazendo pela primeira vez à América do Sul e América Central, uma mostra solo do artista britânico Hamish Fulton.

O ARTISTA
Hamish Fulton iniciou os estudos em arte no Hammersmith College of Art (1964-1965), seguidos pela Escola de Arte San Martins (1966-1968) e Royal College of Art (1969). Realizou inúmeros projetos artísticos em mais de 25 países. Desde 1972, fez oito expedições às América Latina, inicialmente com Richard Long – mas seu trabalho foi mostrado apenas uma vez, no México, em 1990. Teve mais de 40 individuais em galerias e espaços de arte contemporânea em diferentes partes do mundo. Entre as mais importantes, destacam-se as mostras na IKON Gallery, Birmingham e Turner Contemporary, Margate, (UK/2012), além de retrospectivas na Tate Britain (UK/2002), no Museu de Arte Moderna, Wakayama (Japão/1996) e no Centro de Arte Contemporânea (Genebra/1995). Tem cerca de 40 publicações em torno de suas caminhadas, e influentes críticos de arte escreveram sobre seu trabalho.

A CURADORA
Alexia Tala (Chile, 1966) é mestre em artes pelo Camberwell College of Arts (Londres). Entre outras atuações, foi curadora da primeira Bienal de Performance Deformes (Chile, 2006) e curadora-adjunta da 8ª Bienal Mercosul (Porto Alegre/Brasil/2011). Atualmente é curadora do Clube de Gravura do MSSA (Museu da Solidariedade Salvador Allende), curadora geral do projeto itinerante de residências artísticas LARA e curadora-adjunta no Solo Projects: Focus Latin America para a ARCO 2013. Escreve para revistas de arte da América Latina e Reino Unido e é autora da publicação Installations and experimental printmaking (2009). A criação da Plataforma Atacama foi motivada por questões de interesse pessoal e não apenas de arte. A familiaridade com as comunidades do norte chileno, onde está sua origem, o posterior interesse pelos projetos site-oriented e a necessidade de repensar a própria prática de curadora em relação ao ritmo acelerado do meio artístico internacional a levaram a criar um projeto “cuja escala fosse humana”.

Roesler Hotel: Hamish Fulton - Atacama 1234567, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP - 03/04/2013 a 02/06/2013

PROGRAMAÇÃO COMPLEMENTAR
Encontro com artista e curador: dia 1º de abril, às 17h30 na Sala Cultura Inglesa do Centro Brasileiro Britânico (Duke of York Auditorium), Rua Ferreira de Araújo 741, Pinheiros, São Paulo, SP

Slowalk: dia 4 de abril, às 13h no Parque do Ibirapuera, Portão 3, em frente ao MAM, São Paulo, SP

Posted by Patricia Canetti at 1:39 PM

março 24, 2013

A narrativa audiovisual de Cao Guimarães no Itaú Cultural, São Paulo

Primeira individual desse singular artista em uma instituição brasileira, a exposição tem curadoria de Moacir dos Anjos e arquitetura de Marta Bogéa; ocupa três pisos do instituto, com as obras em permanente movimento, inclusive os vãos da escada que os ligam; os oito longas-metragens que dirigiu até hoje são exibidos em ciclo de cinema e ele ainda faz um workshop com participação de O Grivo

Cao Guimarães - Ver é uma Fábula, Instituto Itaú Cultural, São Paulo, SP - 28/03/2013 a 01/06/2013

Ver é uma Fábula – Mostra de Cao Guimarães entra em cartaz no Itaú Cultural no dia 28 de março (com coquetel de abertura para convidados um dia antes) e permanece até 1º de junho. Moacir dos Anjos, o curador, e Marta Bogéa, a arquiteta da exposição, seguem o rastro inquieto do artista e oferecem uma mostra inusitada em que nenhuma obra é apreciada de forma estática. Os 21 vídeos, filmes e fotografias – estas apresentadas em slide show – se movimentam constantemente em uma espécie de coreografia audiovisual temporal e espacial.

A mostra se estende ainda a um ciclo de filmes longas-metragens a serem exibidos na sala Itaú Cultural. O artista também faz workshop com uma participação de O Grivo, cuja música tem forte presença em sua obra, e que também faz uma apresentação na sala Itaú Cultural (veja abaixo).

Todos esses trabalhos já foram vistos isoladamente em exposições nacionais e internacionais. No entanto, é a primeira vez que elas estão juntas em uma exposição antológica. “É a primeira individual de Cao em uma instituição brasileira e a maior já feita em qualquer lugar”, afirma dos Anjos.

O nome da mostra foi tomado emprestado do livro Catatau, de Paulo Leminski, no qual a noção de que ver é uma fábula implica o poder particular de cada um para formataras suas histórias. “Como no livro, as narrativas nunca acabadas de Cao em sua obra sugerem acontecimentos que podem ser imaginados por quem a observa a partir de sua própria perspectiva e repertório de vida”, observa o curador.

A dança das obras

Toda a extensão ocupada por Ver é uma Fábula – Mostra de Cao Guimarães é escurecida. Cada vez que o visitante entra em um dos dois grandes espaços (pisos 1 e -1: um acima e um abaixo do hall de entrada) ao menos uma das telas está ativada com um filme, além dos trabalhos exibidos continuamente nas salas fechadas construídas em cada andar para recebê-los. Ao final de uma projeção, ou antes dessa acabar, outra tela é ativada com outro filme e assim por diante em todos os andares simultaneamente.“A ideia foi criar uma espécie de ‘coreografia’ dos trabalhos, levando o visitante a mudar sua posição nessas salas para ir acompanhando a apresentação de cada um”, conta dos Anjos.

A aventura pelo mundo de Cao pode começar no vão da escada que liga o hall de entrada ao piso -1 onde está Sculpting, primeiro de uma série de vídeos, fotos, textos e um filme de longa metragem sobre o vento, que provoca uma reflexão sobre a escultura. Em uma sala fechada do piso abaixo (-1), é transmitida a única vídeo instalação da exposição Histórias do Não Ver. Com quase 25 minutos de duração,é resultado de uma série de ações do artista realizadas entre 1996 e 1998 em diversas cidades do mundo, onde ele pediu para as pessoas o sequestrarem. De olhos vendados e sem nenhuma informação sobre os lugares a que era levado, registrou suas impressões sensoriais em fotografias e relatos dos sequestros que deram origem a essa obra.

Três telas espalhadas nesse mesmo espaço apresentam em projeção alternada, às vezes simultânea: Inventário de Pequenas Mortes (Sopro), Coletivo,Concerto para Clorofila, Átras dos olhos de Oaxaca, Sin Peso, Da Janela do meu Quarto e World World – todos têm de cinco a nove minutos de duração.

No espaço da escada subindo do hall para o piso 1, o visitante aprecia o vídeo Drawing. Chegando ao andar encontra-se uma sala fechada que exibe Brasília, e em outra, Limbo. A primeira tem pouco mais de 13 minutos e reflete sobre como as cidades formam a sua personalidade; a segunda, com cerca de 18 minutos faz um passeio por um playground em uma tarde de domingo com vento. As telas espalhadas nesse piso – todas com 3 a 10 minutos de duração – são Quarta-feira de Cinzas, Between - Inventário de Pequenas Mortes, Hypnosis, Inquilino, Peiote e Nanofonia.

Subindo desse piso para o terceiro, no vão da escada entre eles encontra-se Inventário de Raivinhas, uma série de quatro vídeos de aproximadamente três minutos cada um com registros simples e diretos de micro acontecimentos irritantes entre as pessoas e objetos do cotidiano. Na chegada a esse piso, um monitor exibe Mestres da Gambiarra, onde o universo da improvisação é exercitado por três profissionais de diferentes áreas. Ali mesmo, um slideshow apresenta dezenas de fotografias da série Gambiarras.

Ciclo de filmes

De 28 a 31 de março e de 23 a 26 de maio (em sessões às 18h30 e 20h30 às quintas-feiras e sextas-feiras; sábados e domingos às 16h e 18h), e nos dias 27 e 28 de abril (sábado e domingo, com sessões às 14h, 16, 18, e 20h) a sala Itaú Cultural abriga Ver é uma fábula – Ciclo de filmes de Cao Guimarães, com a exibição dos oito longas-metragens realizados pelo artista.

Vale destacar a projeção de Ex Isto (86 mins) para cuja criação Cao se inspirou justamente em Catatau, de Leminski. Nele, o poeta curitibano imaginou o poeta René Descartes chegando ao Brasil com Maurício de Nassau. No filme, o personagem interpretado por João Miguel aventura-se pelos trópicos sob o efeito de ervas alucinógenas. A obra faz parte da série ICONOCLASSICOS que contém cinco longas-metragens produzidos pelo Itaú Cultural, cada um sobre um artista brasileiro e dirigido por diferentes cineastas.

Em A Alma do Osso (74’), ele revela, aos poucos, a existência aparentemente isolada de Dominguinhos, 72 anos, um ermitão que vive numa caverna encravada numa montanha de pedra. Acidente (72’) tem como corpo rítmico um poema composto por 20 nomes de cidades de Minas Gerais. Andarilho (80’) é sobre a relação entre caminhar e pensar.

Elvira Lorelay Alma de Dragón (61’) acompanha a vida de uma cartomante uruguaia e os contrastes desse ofício milenar que lida com o destino das pessoas, inserido na sociedade contemporânea sedenta por respostas rápidas. Em uma celebração à vida e ao amor, Otto (71’) acompanha a gravidez da mulher de Cao e o nascimento do filho. O Fim do Sem Fim (92’),é um documentário sobre o eminente desaparecimento de certos ofícios e profissões no Brasil. Rua de Mão Dupla (75’) trata da realidade do indivíduo urbano que vive só.

Workshop e O Grivo

De 9 a 11 de maio (das 14h às 17h30), Cao Guimarães faz workshop para 20 pessoas. Com informações da trajetória pessoal, traça um panorama histórico das obras e com base nos trabalhos expostos no Itaú Cultural e em outras obras fala da relação entre seu cinema e as artes plásticas.

No dia 10, tem participação especial d’O Grivo comentando a construção das trilhas nos filmes. Formado por Nelson Soares e Marcos Moreira, O Grivo trabalha com a pesquisa de fontes sonoras acústicas e eletrônicas, com a construção de máquinas e mecanismos sonoros, e com a utilização, não convencional, de instrumentos musicais tradicionais. Há uma forte presença de trilhas sonoras deles na obra de Cao Guimarães.

“Falaremos sobre a experiência de mais ou menos 15 anos de trabalho junto ao Cao”, conta Moreira. “Ilustraremos o papo com trechos representativos de filmes nossos e de outros artistas que são referência e fonte inspiração para nossos processos de trabalho”, adianta ele.

Dois dias antes – quarta-feira (dia 8), às 20h – eles fazem uma apresentação na sala Itaú Cultural, quando executarão trilhas sonoras ao vivo sobre projeções de alguns curtas de Cao – entre eles, trabalhos criados em conjunto com o artista especialmente para esse espetáculo.

“Pautamos nossa apresentação pela criação de trilhas sonoras ao vivo para uma série de curtas metragens de Cao Guimarães”, continua Moreira. Assim, os dois músicos atuarão em uma espécie de espaço de improvisação em que ambos combinam vários sons de maneiras diferentes, criando processos e extratos musicais de características diferentes que se sobrepõem, se completam, se transformam. As improvisações partem dos filmes que ora funcionam como uma partitura, dirigindo as ações dos músicos, ora funcionam com sugestão para a criação da textura sonora.

“Como exemplo de partitura podemos citar o filme Aula de Anatomia, em que os climas musicais se articulam na cadência da narrativa das imagens”, adianta Moreira. Da sequência de fotos da série “gambiarras” eles fazem uma composição combinando uma série de gambiarras musicais: “uma tradução musical não explicativa ou não ilustrativa das fotos”, nas palavras dele.

A combinação de estilos diferentes também é uma das intenções da dupla. Materiais pulsáteis e melódicos, por exemplo, conversam com outros onde a melodia é constituída pelo timbre e onde o tempo abandona a referência do pulso e caminha para uma situação de campo rítmico.Outro dos procedimentos usados é o diálogo entre instrumentos tradicionais e sua transformação por osciladores, filtros, moduladores, e outros. “Por fim, a utilização em concerto de instrumentos eletrônicos e geradores de som (samplers e osciladores); na intenção de contarmos com sons de ambientes naturais (chuva, vento, sons de cidade, matos) em diálogo com os sons musicais”, completa.

Posted by Patricia Canetti at 10:14 AM

março 21, 2013

Olafur Eliasson: Your orbit perspective no Galpão Fortes Vilaça e Galeria Luisa Strina, São Paulo

Olafur Eliasson: Your orbit perspective
Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP - 03/04/2013 a 04/05/2013
Galpão Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 03/04/2013 a 25/05/2013

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A Galeria Fortes Vilaça e a Galeria Luisa Strina têm o prazer de apresentar, em parceria, a primeira individual do artista Olafur Eliasson em galerias brasileiras. Uma série de trabalhos inéditos e duas grandes instalações do artista serão mostradas paralelamente no Galpão Fortes Vilaça e na Galeria Luisa Strina.

A obra de Eliasson aborda questões sensoriais e de percepção, buscando reforçar a ideia deque o mundo é uma construção que sempre parte de nós mesmos. O espectador, portanto, nunca é passivo e faz parte do processo de significação da obra.

No Galpão Fortes Vilaça, o visitante penetra num ambiente definido por luz, escuridão e movimento, onde as obras apontam para o mundo “que não é encontrado, mas feito”. Em Your uncertain shadow, o visitante se depara com uma grande parede branca - ao cruzar o espaço, as paredes ganham vida com uma série de sombras em movimento. Em uma escala de tons de cinza que vai até o preto, as sombras se sobrepõem criando uma espécie de coreografia.

Your roundabout movie inspira maior contemplação. Dois objetos retangulares - um vazado e um sólido - são projetados sobre uma tela suspensa no centro da sala, em rotação. Os objetos - um verde, o outro vermelho claro - giram até sincronizarem em um plano contínuo perfeito. A obra convida o espectador a caminhar pelo espaço, de forma a observar o seu mecanismo.Eliasson apresenta ainda uma grande escultura inédita, Your aurora borealis particle, na entrada do Galpão. A obra suspensa é composta por uma série de espelhos com filtros coloridos onde,uma vez mais, a nossa ação altera nossa percepção do mundo.

Na Galeria Luisa Strina, o espectador é convidado a engajar-se com objetos experimentais resultantes da pesquisa do artista com instrumentos científicos, os quais o teórico de arquitetura Sanford Kwiter chamou de “máquinas de percepção”.A obra que da título a mostra,Your orbit perspective, é um semicírculo projetado sobre uma tela, girando vagarosamente parecendo virar enquanto gira. Este efeito tridimensional gera um estímulo neurológico que proporciona uma experiência alterada do espaço.

Ao longo da sala de exposição dois grupos de trabalhos, fruto da observação espacial, são pendurados em fileiras no teto. A série Multiverse 1-10 apresenta peças de aço banhado em cobre dobradas em círculos e semicírculos que se mantém juntas através de pequenos imãs. As formas resultantes lembram instrumentos de navegação. Your viewing orbit 1- 3 traz semicírculos de arame fixados em espelhos redondos. As obras criam a ilusão de esferas e fazem o espectador colaborar na construção de um espaço ilusório, porém real. Já em Tectonic egosphere, o artista apresenta uma esfera coberta por padrões geométricos negros. Estaescultura explora a relação de contraste entre um espaço exterior no formato de um globo de vidro e seu interior onde dois poliedros espelhados produzem uma série de reflexos. A inquietação visual do interior revela-se a um olhar mais atento pelas frestas da superfície.

Nascido na Dinamarca, em 1967, Olafur Eliasson atualmente vive e trabalha em Berlim e Copenhagen. Entre suas exposições individuais e projetos recentes podemos citar: Little Sun, Tate Modern, Londres (2012); Your rainbow panorama, ARoS Aarhus Kunstmuseum, Aarhus, Dinamarca (2011); Seu corpo da obra (Your body of work) SESC Pompéia, SESC Belenzinho e Pinacoteca do Estado de São Paulo (2011); Innen Stadt Außen, Martin-Gropius-Bau, Berlin, Alemanha (2010); Your chance encounter, 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa, Japão (2009-10); Take your time: Olafur Eliasson, SFMOMA (2007) e MoMA, Nova York (2008). Atualmente participa da Sharjah Biennial 11.


Olafur Eliasson: Your orbit perspective
Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP - 03/04/2013 a 04/05/2013
Galpão Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 03/04/2013 a 25/05/2013

Galeria Fortes Vilaça and Galeria Luisa Strina are pleased to present, in partnership, the first solo show by artist Olafur Eliasson in Brazilian galleries. A series of new works and two large installations by the artist will be shown in parallel at the Galpão Fortes Vilaça and at Galeria Luisa Strina.

Eliasson’s work deals with sensory and perceptual questions, seeking to reinforce the idea that we all co-produce the world in which we live. The spectator, therefore, is never passive, but always takes part in the artwork’s process of signification.

At Galpão Fortes Vilaça, the visitor is welcomed by an environment defined by light, darkness and movement, where the artworks point to a world “which is not found, but made.” In Your uncertain shadow, one comes upon a large white wall – as the viewer crosses the space, the walls come to life with a series of shadows in movement. The shadows are superimposed in a scale of tones extending from gray to black, creating a sort of choreography.

Your roundabout movie inspires a greater degree of contemplation. Two rectangular objects – one solid and the other in the shape of a frame – are projected, slowly rotating, on a screen hanging in the center of the room. Their colored shadows – one green, the other pale red – turn until they are synchronized on a perfect continuous plane. The work invites the spectator to walk through the space to observe its mechanisms. Eliasson also presents a large new sculpture, Your aurora borealis particle, at the Galpão’s entrance. The hanging work consists of a series of mirrors and color-effect filter glass, where, once again, our action alters our perception of the world.

At Galeria Luisa Strina, the spectator is invited to engage with experimental objects that are the result of the artist’s engagement with scientific instruments, works that the architecture theorist Sanford Kwinter has called “perceiving machines.” In the artwork that lends the exhibition its title, Your orbit perspective, a slowly rotating semicircle, projected onto a screen, appears to tilt as it rotates. This three-dimensional effect generates a neurological stimulus that provides an altered experience of space.

Throughout the exhibition room, two groups of works,based on the observation of spatial geometry, are hung from the ceiling. Multiverse 1–10 presents works made with copper-coated steel wire, bent intocircles and semicircles and held together by small magnets.The resulting shapes recall navigational instruments. In Your viewing orbit 1–3,intersecting semicircular wire segments are affixed to round mirrors, creating the optical illusion of spheres and making the viewer collaborate in constructing an illusionary yet real space. With Tectonic egosphere, the artist presents a sphere covered with black geometric patterns. This sculpture explores the relation of contrast between its exterior shape, a glass globe, and its interior, in which two mirrored polyhedra produce a series of reflections. When looking carefully through the gaps in the surface, the viewer discovers a visual uneasiness in its interior.

Born in Denmark, in 1967, Olafur Eliasson currently lives and works in Berlin and Copenhagen. His solo shows and recent projects notably include Little Sun, a solar-powered lamp launched at Tate Modern, London (2012); Your rainbow panorama, ARoS Aarhus Kunstmuseum, Aarhus, Denmark (2011); Your body of work, SESC Pompéia, SESC Belenzinho and Pinacoteca do Estado de São Paulo (2011); Innen Stadt Außen, Martin-Gropius-Bau, Berlin, Germany (2010); Your chance encounter, 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa, Japan (2009–10), andTake your time: Olafur Eliasson, SFMOMA (2007) and MoMA, New York (2008). He is currently participating in the Sharjah Biennial 11.

Posted by Patricia Canetti at 2:12 PM

março 20, 2013

Iberê Camargo: o carretel – meu personagem na FIC, Porto Alegre

O carretel, grande tema da pintura de Iberê Camargo, é centro de nova exposição

O renomado curador anglo-brasileiro Michael Asbury reinterpreta o carretel e mapeia a sua importância na trajetória de Iberê

Iberê Camargo - O carretel – meu personagem, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS - 24/03/2013 a 23/03/2014

Ao longo da sua carreira, o artista Iberê Camargo concedeu um lugar de destaque a um objeto extremamente simples, o carretel de linha. Ele se tornou o tema mais recorrente em sua obra, despertando ardentes debates entre os críticos que se aventuraram a interpretá-lo. Com a exposição Iberê Camargo: o carretel – meu personagem, o curador Michael Asbury recupera estas discussões e propõe uma releitura fresca sobre o significado do objeto. Asbury selecionou 57 trabalhos, dos quais 21 são pinturas, 32 são gravuras e quatro são desenhos. Todos poderão ser apreciados na Fundação Iberê Camargo a partir da abertura da mostra, marcada para o dia 23 de março, entre 11h e 13h. O período de visitação estende-se por um ano, até 23 de março de 2014.

Os carretéis de linha da caixa de costura da mãe foram, segundo o próprio Iberê Camargo, seu brinquedo na infância. Na maturidade, o artista voltou a atenção para eles quando se viu impedido de pintar paisagens por uma hérnia de disco que o obrigou a passar a maior parte do tempo no ateliê. Logo os carretéis se revelaram objetos cheios de possibilidades formais, espaciais e cromáticas, tornando-se o tema de dezenas de trabalhos. Em 1961, eles lhe renderam uma das maiores consagrações que um artista brasileiro poderia receber, o prêmio de Melhor Pintor na VI Bienal de São Paulo com Fiada de Carretéis 1, 2, 4, 5 (1960-61).

Para o curador da mostra, a repetição dos carretéis foi impregnando os mesmos com muitos significados, eles se tornaram tanto um objeto de pesquisa criativa e técnica quanto a porta de entrada para os pensamentos mais profundos do artista: “O carretel vem a ser uma forma de assinatura, ou seja, um traço que representa o ser, o ‘eu’ do artista”, avalia o crítico, historiador e curador Michael Asbury. Especializado em arte brasileira, Asbury atua como professor na Chelsea College of Art and Design, em Londres, realizando curadorias independentes para instituições do porte da Tate Modern. A convite da Fundação Iberê Camargo, ele se propôs revelar a importância e complexidade do carretel ao público.

Os primeiros Carretéis de Iberê Camargo aparecem em trabalhos situados no tradicional gênero da natureza-morta. Os objetos são pintados sobre mesas, estáticos, de modo semelhante às garrafas do italiano Giorgio Morandi. Progressivamente, Iberê Camargo abandona o uso da perspectiva e coloca os carretéis cada vez mais alinhados com a superfície da tela. Nas palavras de Asbury, neste processo, “a mesa se torna uma mera linha, um horizonte, que eventualmente desaparece à medida que a tinta engrossa e engole os carretéis”. Os antigos brinquedos aparecem soltos nas telas e se tornam cada vez menos reconhecíveis, envoltos em pesadas camadas de tinta.

Nesta exposição, é possível acompanhar a evolução do carretel por meio de obras criadas entre 1958 e 1982 que integram o acervo da própria Fundação Iberê Camargo e incluem 13 empréstimos de coleções privadas e públicas como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói e a coleção Roberto Marinho. Ao longo do segundo andar da Fundação Iberê Camargo, cada sala abriga trabalhos de um período determinado, iniciando pelo final da década de 50, seguida pelos anos 60, e assim por diante.

“A mostra apresenta um sentido de progressão e repetição. É a relação destas duas características que me interessou destacar”, explica Asbury. Este foco vincula Iberê a alguns procedimentos recorrentes na arte contemporânea, pois inúmeros artistas atuais lançam mão da repetição de formas e de objetos atribuindo uma simbologia muito pessoal aos mesmos. Dessa maneira, Asbury acrescenta a sua visão a uma longa linha de críticos que procuraram situar Iberê Camargo na arte brasileira em voga no momento. O artista já foi vinculado a movimentos como o construtivismo, o informalismo e ao ressurgimento da pintura neo-expressionista nos anos 80.
Em consenso, a crítica enxerga no carretel um marco da maturidade artística de Iberê Camargo. Trabalhar a figura de maneira obsessiva ao longo de décadas teria feito com que Iberê alcançasse uma obra autônoma, “livre de procedimentos derivados de outros”, conforme Asbury. Entretanto, no momento de explicar a importância do carretel, o mapeamento realizado por Asbury revela que as críticas se polarizam. De um lado, estão aqueles que consideram o carretel como uma forma autônoma e tratam sua ligação com a infância do artista como mera curiosidade. Outro posicionamento prefere ver Iberê como um expressionista, o ser solitário e sobrecarregado pela dor da vida, e seus carretéis como metáforas para a perda da inocência. Michael Asbury defende que as metamorfoses do carretel estão intimamente ligadas não apenas a uma pesquisa formal, mas também às lembranças e significados que o brinquedo passou a adquirir na medida em que era abordado pelo artista em sua obra.

O curador também busca combater a imagem de Iberê Camargo como um eterno pessimista. Segundo Asbury, a maioria das críticas dirigidas aos carretéis toma suas pinturas como base, o que reforçaria a ideia do artista como um expressionista solitário devido à predominância de tons sóbrios e espessas camadas de tinta. Um olhar atento para suas gravuras e desenhos perceberia o lado jocoso do artista, pois nelas é frequente a sensação de leveza e o humor. Justapor essas linguagens é um convite para uma releitura do significado do carretel na obra de Iberê, considerando a sua ambiguidade entre o lúdico e o melancólico como reflexo de um autor que tampouco pode ser reduzido a apenas uma ou outra característica.

Sobre o curador

Michael Asbury nasceu em Teresópolis e atualmente atua em Londres como historiador da arte, crítico e curador. É professor associado de teoria e história da arte na Chelsea College of Art and Design, University of the Arts London (UAL). É vice-diretor do centro de pesquisa Transnational Art, Identity and Nation (TrAIN), onde coordena um programa de doutorado em arte moderna e contemporânea brasileira. Seu doutorado (UAL 2003) foi intitulado Hélio Oiticica: política e ambivalência na arte brasileira durante o século XX. Como curador independente trabalhou com instituições como a Tate Modern (Century City, 2001, Cildo Meireles, 2008) e Camden Arts Centre (Anna Maria Maiolino, 2010), em Londres. Sua escrita sobre arte moderna e contemporânea tem sido extensivamente publicada.

Posted by Patricia Canetti at 1:26 PM

março 18, 2013

Cantos Cuentos Colombianos abre a Casa Daros no Rio de Janeiro

A exposição inaugural da Casa Daros apresenta 75 obras emblemáticas de dez artistas colombianos: Doris Salcedo, Fernando Arias, José Alejandro Restrepo, Juan Manuel Echavarría, María Fernanda Cardoso, Miguel Ángel Rojas, Nadín Ospina, Oscar Muñoz, Oswaldo Macià e Rosemberg Sandoval

Cantos Cuentos Colombianos, Casa Daros, Rio de Janeiro, RJ - 24/03/2013 a 08/09/2013

[Role a página para ler sobre artistas e obras]

A Casa Daros abre seu espaço com a exposição "Cantos Cuentos Colombianos", uma panorâmica da excelência da arte colombiana contemporânea. Hans-Michael Herzog, curador e diretor da Coleção Daros Latinamerica reuniu 75 trabalhos emblemáticos de dez artistas nascidos na Colômbia.

"Cantos Cuentos Colombianos" revelará ao público a diversidade de pesquisas e técnicas desses artistas, com instalações, vídeos, fotografias, objetos, performances e obras acústicas, pertencentes à Coleção Daros Latinamerica. A mostra foi apresentada inicialmente em Zurique, Suíça, em duas partes: a primeira, de outubro de 2004 a janeiro de 2005; e a segunda, de janeiro a abril de 2005, tendo sido a maior mostra de arte colombiana contemporânea já realizada na Europa. Naquela ocasião, a mostra gerou uma reavaliação não só dessa geração no seu próprio país, como também da arte colombiana no mundo.

Hans-Michael Herzog escreve, no texto do catálogo que acompanha a exposição, que escolheu inaugurar a Casa Daros com uma grande exposição de artistas colombianos "porque a arte colombiana contemporânea é praticamente desconhecida no Brasil". O fato de as artes "estarem florescendo na Colômbia também tem sido amplamente ignorado", observa. "As notícias que nos chegam da Colômbia são quase todas negativas. Com exceção de Juan Pablo Montoya, Shakira, Gabriel Garcia Márquez e Fernando Botero, a lista de colombianos mundialmente famosos é relativamente pequena". Ele acrescenta que também "parecem invisíveis as muitas universidades e outras instituições acadêmicas da Colômbia, bem como o programa exemplar de bibliotecas em Bogotá, capitaneado pela Biblioteca Luis Ángel Arango, que conta com mais de 3,5 milhões de visitantes por ano".

O curador afirma que "Cantos Cuentos Colombianos“ é uma exposição de cunho nacional, "mas tambem temático, já que sob condições de vida tão extremas é natural que os artistas não busquem a arte pela arte, mas sim tratem da situação política e social do seu pais“. "De modo algum“, ressalta, "buscamos esse debate político na arte colombiana contemporânea de forma estereotipada, mas apenas o percebemos como fator dominante, e isso está refletido tanto na coleção, como também nesta exposição“.

Ele explica que o titulo se refere por um lado, literalmente, às canções que fazem parte dos trabalhos de Jose Alejandro Restrepo, Juan Manuel Echavarría e Oswaldo Macià, e, por outro, também ao "estilo narrativo multifacetado" desenvolvido pelos artistas. "Os artistas narram, e cabe a nós assistir e escutar".

Hans-Michael Herzog acentua que a situação atual da Colômbia é diferente de quando esteve lá pela primeira vez, há 12 anos. "Felizmente, desde então, a situação melhorou consideravelmente e as pessoas agora têm maior liberdade para se movimentar. Como o Brasil, a Colômbia está passando por uma recuperação econômica impressionante, o que significa um aumento nos intercâmbios internacionais, que também afeta as instituições culturais".

ARTISTAS E OBRAS

Doris Salcedo
Nasceu em 1958, em Bogotá, onde vive e trabalha. As obras de Salcedo não são matéria fácil para um olhar superficial. Seu objetivo é fazer perceptível a "violência universal" e criar monumentos comemorativos que incitem a introspecção e que, por sua vez, dêem lugar a memórias de naturezas diversas (individuais e universais), como possível premissa para reorientações e questionamentos. Salcedo trabalha de forma minuciosa e premeditada, não deixa espaço para o acaso. Cada detalhe conta. Frequentemente trabalha com móveis que remetem diretamente ao ser humano, mas que adquirem qualidade abstrata. Com grande sutileza, cria uma simbologia e alcança a necessária transcendência para a sua obra. A obra "Noviembre 6" se refere ao confronto sangrento durante o violento ataque ao Palácio de Justiça colombiano, em 1985. O trabalho consiste em cadeiras e bancos de vários metais, unidos uns aos outros. Elementos antagônicos dominam uma cena ameaçadoramente tranquila, o suave contrasta com o duro, a vulnerabilidade e a fragilidade andam de mãos dadas com a violência. O disfuncional, assim como a total negação do material utilizado, torna-se manifesto. É inútil querer ocupar as cadeiras: a instalação agonizante, mas comovedora, converte-se em metáfora do encarceramento, da tortura e do deslocamento, e homenageia todos aqueles que são negados a estar em seu lugar e viver em paz.

Fernando Arias
Nasceu em 1963, em Armênia, Colômbia, vive e trabalha em Londres e em seu país de origem. Arias se dedica à performance, recorrendo às mais variadas formas e meios de expressão para abordar seus temas. Todos os seus trabalhos emergem de um horizonte de vivências e experiências pessoais, e o artista utiliza com frequência seu próprio corpo. Arias representa o jogo com a morte com um caixão de lego com as cores pátrias colombianas: o sonho infantil do mundo das peças de lego se transforma em um caixão, com uma linha branca que simboliza a cocaína em vez de uma cruz. A dor e a tristeza, assim como a raiva pela situação pela qual atravessa o seu país, são expressos no múltiplo "Paz aporte" (um jogo de palavras com "aporte e paz" e passaporte): o escudo nacional habitual adorna um passaporte colombiano (que identifica o proprietário como um pária no mundo) – mas o escudo foi modificado pela adição de um enorme projétil que simboliza a guerra civil colombiana. Em "Quem dá mais?", Arias marca seu corpo com sua assinatura, e oferece literalmente sua pele ao mercado, que pode ser adquirida pelo maior lance. No trabalho "A história de Arias", o livro de história da arte de Ernst Gombrich, que está preso por quatro hastes de metal, permite várias leituras: é uma bíblia de arte que Arias tranca à chave e declara capítulo encerrado, e é um indício de esperança, ao juntar seu próprio livro de desenhos “A história de Arias”, elevando-se ironicamente ao panteão das artes.

José Alejandro Restrepo
Nasceu em 1959, em Bogotá, onde vive e trabalha. Em "Ojo por diente", duas vitrines antigas como as de um museu etnográfico, vemos, à esquerda, uma fotografia de um antropólogo de óculos, e dentro, um pouco perdidos, os óculos. À direita, a fotografia de um "selvagem" que mostra os dentes e – como contraponto aos óculos – minuciosamente ordenados e numerados, estão seus dentes. Quem canibalizou quem? Quem come – até o presente – quem? Restrepo estuda a história cultural da Colômbia com uma piscadela maliciosa: seus mitos, seu descobrimento e exploração, os interesses e poderes envolvidos e a persistente exploração. As incertezas, os temores e preconceitos, assim como as possíveis causas e sua construção, se refletem ironicamente nos comentários de Hegel e Humboldt sobre o tamanho do crocodilo americano: o Novo Mundo se confronta com o velho, o empirismo com a teoria; fica evidente a relatividade da nossa percepção e, finalmente, triunfa a imaginação. E o próprio crocodilo comenta este processo com uma piscadela de olho (da câmara)... Em "Musa paradisíaca" (nome botânico da banana), a natureza (a bananeira) e a tecnologia (televisão) passam por uma síntese grotesca. A situação paradisíaca de um Éden de acordo com a perspectiva ocidental, que a Colômbia representa em todo o seu esplendor e diversidade, colidem com a realidade social: é a história interminável de opressão e violência, manifesta nas plantações de banana, tal como mostram as gravações televisivas sobre os massacres perpetrados nas últimas décadas.

Juan Manuel Echavarría
Nasceu em 1947, em Bogotá, onde vive e trabalha. O vídeo "Bocas de ceniza" mostra que representar as repercussões da violência pode provocar maior impacto que a representação da violência em si: testemunhas de massacres terríveis cantam canções simples sobre o ocorrido. Este ato catártico e autoterapêutico ocorre com tal concentração e honestidade tão assombrosas, que a psique dos “cantores” está completamente exposta. Devido a sua presença quase insuportável, seus olhos e vozes nos fazem participar diretamente do que aconteceu, sem que jamais se revelem detalhes. Assim, Echavarría consegue criar uma presença (da precária situação colombiana) através da ausência (de todas as imagens). Com frequência, Echavarría recorre à metáfora para validar os seus temas colombianos. Aplica seus recursos estilísticos de modo preciso e claro, obrigando o espectador a um segundo olhar para chegar à compreensão de suas obras. A relação social entre dois papagaios no vídeo "Guerra e pa'" se converte em uma imagem simbólica da convivência humana. Um hino a sua terra natal se transforma, antes de percebermos, em um pequeno monte de cocaína ("Bandeja de Bolívar"). Plantas de aspecto exótico, que parecem extraídas de enciclopédias botânicas do século 19, são, na verdade, ossos humanos.

María Fernanda Cardoso
Nasceu em 1963, em Bogotá, vive e trabalha em Sydney, Austrália. Cardoso não tem medo de animais mortos. Ela dedicou sua arte à fauna: trabalha com animais como os existentes nos mitos pré-colombianos, ou aqueles que desde a infância a acompanham, alguns banais e outros mais fascinantes: borboletas, lagartixas, cobras, gafanhotos, pulgas, moscas, rãs ou piranhas. Ossos de boi polidos, que em tempos coloniais, por falta de mármore, eram usados ​para pavimentar as calçadas das casas senhoriais, se transformam pelas suas mãos em pequenos punhos erguidos de aspecto extravagante. Em seus arranjos minimalistas, os cadáveres de animais são transformados em quadros ornamentais muito variados que produzem efeito contundente pela sua palpável autenticidade. Estas obras curiosas são absurdas e surreais e às vezes repelentes, exigem mudanças na percepção, mas ao mesmo tempo nos fascinam e atraem. A força dos objetos animais de Maria Fernanda deriva do fato de que escapam completamente do contexto dominante. Eles são "artefatos naturais": este antagonismo implícito provoca uma invariável inquietação no espectador.

Miguel Ángel Rojas
Nascido em 1946, em Bogotá, onde vive e trabalha. Rojas se sente confortável com todos os meios, e na mostra apresenta "desenhos" cujos "traços" são elaborados com recortes circulares de folhas de coca e notas de dólar dos EUA, assim como reduções redondas de fotografias. Em sua extensa obra, marcada pelas adversidades da vida e a luta pela sobrevivência, Rojas mescla a Colômbia cotidiana com a natureza e história cultural de seu país e com influências culturais estrangeiras. Para o artista, a arte e a vida formam uma unidade indissociável. Em sete imagens, desenhadas em formato de história em quadrinhos, Rojas conta as aventuras de uma garota chamada Paquita, que vai às ruas da cidade perigosa para comprar um sorvete. É um breve relato sombrio e sarcástico, cheio de perigos para Paquita, que representa não só o próprio artista, mas todos os colombianos. A pureza e ingenuidade colidem com a violência e as ameaças de morte. Apenas o observador atento captura os pontos pretos e brancos que compõem a história de Paquita. São fotografias dos anos 1970 que Rojas tirou escondido nas salas de cinema em sua cidade natal, Bogotá: documentos sombrios e opressivos da busca desesperada por contatos sexuais,rituais proibidos e clandestinos à margem da sociedade e da própria existência, abismos da vida, olhares para a escuridão perdida.

Nadín Ospina
Nasceu em 1960, em Bogotá, onde vive e trabalha. Ospina parte das famosas esculturas pré-colombianas em pedra, cerâmica ou metal, para modificá-las, colocando nelas cabeças do fabuloso mundo animal de Walt Disney. Assim, Mickey Mouse, Minnie, Pateta e Pluto decoram cerâmicas ou esculturas "pré-colombianas", e uma estátua de Santo Agostinho é coroada com a cabeça de Bart Simpson. Todas as peças são genuínas falsificações, elaboradas por especialistas locais a partir de modelos originais. Além do puro jogo com a surpresa do observador, esses objetos discutem a fusão das diferentes culturas. Ospina não se limita a traçar o domínio das culturas latino-americanas pela cultura americana, mas, de uma forma mais geral, remete ao processo de hibridização de sua própria cultura e a de outras ao longo dos últimos séculos. O artista responde de forma amena e divertida, mas com um tom amargo, à pergunta sobre a identidade, tão comum na América Latina: o original como tal só permanece como um objeto de prestígio ou de estudo em coleções preciosas; nada no presente é tão autêntico; tudo é permeado por uma série de influências que contaminaram de forma substancial a concepção de original. Apenas na mistura é ainda possível encontrar uma identidade verdadeira.

Oscar Muñoz
Nasceu em 1951, em Popayán, Colômbia, vive e trabalha em Cáli, Colômbia. As obras de Muñoz giram em torno da força e da volatilidade da memória. Mostram que a memória é relativa tanto quanto o tempo vinculado a ela, que nunca se pode abarcar de todo, que sempre está em movimento, e que nos escapa apesar de todos os esforços. A matéria-prima de Muñoz são fotografias, que o artista submete a um processo de transformação, convertendo-as tecnicamente em outros materiais. "Aliento" levanta de maneira exemplar a alternância do devir e perecer intrínsecos à memória: primeiro vemos o nosso rosto no espelho, mas com a nossa respiração damos fugazmente forma, neste mesmo espelho, a imagens de outras pessoas, que em seguida voltam a desaparecer e dar lugar a nossa própria imagem refletida. "Biografías" é também determinada pela metáfora do devir e perecer, do ciclo eterno da vida e da morte, mostrando que é impossível capturar imagens estáticas. Rostos humanos, cada um representando uma vida consumada, se deformam e são arrastados por um redemoinho até o reino dos mortos, de onde ressuscitam em seguida: a única constante é a mudança.

Oswaldo Macià
Nasceu em 1960, em Cartagena, Colômbia. Vive e trabalha em Londres. A arte puramente visual já não tem força suficiente para Macià. Dedicado aos cheiros e sons, aos quais atribui maior autenticidade, entra em um campo cultural completamente negligenciado, em que carecemos até mesmo do vocabulário mais básico (em todos os idiomas). A mostra apresenta duas composições sonoras: "Something going on above my head", uma sinfonia para dois mil cantos de pássaros, 500 de quatro continentes, e "Vesper", um trabalho de som elaborado a partir da técnica de composição gregoriana, constituída por vozes femininas do Caribe, em uma alegre polifonia. Tanto o gorjear dos pássaros como as vozes femininas são um material sonoro que Macià submete a um processo sinfônico. As harmonias colidem com cacofonia, o concreto se torna abstrato e vice-versa, o específico compete com o similar, a ordem torna-se caos e o caos retorna à ordem. O artista pergunta se o "natural" difere do "cultural", e, em que medida – compreendendo a língua – em tantos tons e sons, como algo universal. As nossas vivências e percepções sensoriais são postas à prova, de forma que repensamos nossos hábitos auditivos e, ao ouvir suas obras sinfônicas, nos perguntamos sobre o significado dos tons e sons.

Rosemberg Sandoval
Nasceu em 1959 em Cartago, Valle, Colômbia, vive e trabalha em Cáli, Colômbia. Sandoval faz um passeio no lado selvagem da arte. Em suas várias ações, das quais algumas são apresentadas como documentos, toca na dura realidade da condição humana colombiana. Sem consideração, defronta o público com tabus, e ressalta as desigualdades sociais. Em suas performances, combina a história da arte do século 20 com o simbolismo cristão e materiais de origem humana obtidos em hospitais e necrotérios, transformando-os em performances impactantes e provocadoras nos âmbitos físico e psíquico. A expressão pouco dramática, quase clínica, contrasta com os materiais e conteúdos. Sandoval compreende a sua obra como uma interpretação artística, motivada por um impulso moral, da realidade circundante. Não quer nem pode sublimar estilisticamente a violência que impera, mas abre a nossa sensibilidade para captar algo da podridão que a rodeia.

Posted by Patricia Canetti at 10:53 PM

março 17, 2013

Daniel Escobar - você está aqui na Estúdio Galeria Mamute, Porto Alegre

Daniel Escobar - você está aqui, Mamute Estúdio Galeria, Porto Alegre, RS - 22/03/2013 a 19/04/2013

O Mamute Estúdio Galeria inicia sua programação em 2013 apresentando “Você Está Aqui”, mostra individual do artista gaúcho Daniel Escobar. A mostra apresentará um conjunto de obras recentes que estiveram presentes em importantes mostras realizadas pelo artista no último ano nas cidades de Belo Horizonte, São Paulo e New York.

Um mapa extraído do Google é desenhado sobre a parede a partir do acúmulo de fitas adesivas. Guias turísticos têm seus mapas, imagens e cenários transformados em cartografias labirínticas e ficcionais. Máquinas fragmentadoras constróem mapas com tiras de papel. Crostas geradas pela publicidade urbana tornam-se permeáveis, criando imagens híbridas a partir da sobreposição de sonhos de consumo.

Em tempos de GPS e Google Map, onde a cartografia parece viver uma era da abundância e do desperdício, estamos cada vez mais habituados a ser lembrados das posições e coordenadas que ocupamos no espaço - Você está aqui. No entanto, a partir do conjunto de obras apresentados nesta mostra, a expressão apropriada como título ganha novo sentido, tal qual os materiais utilizados pelo artista para a produção de seus trabalhos. Não se trata aqui de oferecer coordenadas de localização mas de pensar um conjunto de situações onde realidade e representação dos lugares parecem fundir-se, para que finalmente possamos nos identificar como habitantes destas cidades tão fictícias quanto reais.

Em sua produção recente, Daniel Escobar aborda as paisagens do desejo criadas pelo consumo e pelo entretenimento. Nesse sentido, a cidade ganha ares de sonho, de campo imaterial construído pela fantasia, seja pelas dobras de monumentos-ícone de guias turísticos, seja pela criação de caminhos labirínticos através da superposição de mapas. Como que a escavar infinitas camadas por debaixo da imagem publicitária, seus trabalhos parecem estar na iminência de desaprisionar fantasmas adormecidos nas cidades, isto é, fantasias latentes sob a face fria do anonimato.

DANIEL ESCOBAR é artista graduado em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UFRGS. Entre suas mostras recentes destacam-se as individuais Fictitious Topographies, na RH Gallery em New York e Campos Migratórios, na Funarte MG em Belo Horizonte. Sua trajetória inclui a participação no programa Bolsa Pampulha, residência artística concedida pelo Museu de Arte da Pampulha (MG), o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea em duas edições consecutivas (SP/2010 e MG/2011), e o Prêmio Fiat Mostra Brasil (SP). Possui obras em acervos públicos no Brasil e no exterior. Em Porto Alegre realizou mostra individual no Goethe-Institut, em 2005, recebeu o Prêmio Artista Revelação na primeira edição do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas e mais recentemente participou do programa Artista Convidado do Atelier de Gravura da Fundação Iberê Camargo. Entre 2008 e 2012, residiu em Belo Horizonte onde manteve seu estúdio e desenvolveu diversos projetos artísticos. Mais informações sobre a trajetória de Daniel Escobar podem ser encontradas em: www.danielescobar.com.br

BERNARDO JOSÉ DE SOUZA é curador de arte, professor universitário e colaborador de publicações sobre cultura visual. Atualmente trabalha na Secretaria de Cultura da Prefeitura de Porto Alegre, onde ocupa o posto de Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia, e na Escola Superior de Propaganda e Marketing, onde é professor no curso de Pós Graduação em Moda. Além disso, ele é curador associado da 9° Bienal do Mercosul. Desde 2005, vem desenvolvendo projetos de artes visuais para a Prefeitura de Porto Alegre, tais quais exposições, ciclos de cinema, publicações, premiações, seminários e programas educativos. Paralelamente, atua como curador independente, realizando projetos junto a outras instituições públicas e privadas, como o MAC RS - Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul e a Fundação Ecarta. Foi professor no curso de Pós Graduação em Cinema Expandido da PUC RS, na Escola de Design da Unisinos, no SENAC Moda SP e na FEEVALE. É membro dos conselhos curadores do MAC RS, da FUNDACINE e da Fundação Vera Chaves Barcellos. Foi colaborador da revista Vogue e do Jornal Folha de SP.

MAMUTE ESTUDIO GALERIA é um espaço destinado à criação, produção e circulação de obras que dialogam com a tecnologia digital, com foco de pesquisa na imagem-movimento, vídeo. Dirigido por Niura Borges, o Mamute tem compromisso com a prática e a reflexão artísticas nas artes visuais e seus entrecruzamentos. Entre as atividades promovidas estão mostras audiovisuais, exposições artísticas, oficinas, cursos, palestras, seminários, intercâmbios e residências artísticas em espaço físico próprio.

Posted by Patricia Canetti at 12:25 PM

março 14, 2013

Marina Saleme - Figurantes na Galeria Luisa Strina, São Paulo

Marina Saleme - Figurantes, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP - 20/02/2013 a 16/03/2013

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A Galeria Luisa Strina tem o prazer de apresentar a quinta exposição individual, da artista Marina Saleme.

Marina Saleme (1958, São Paulo) vive e trabalha em São Paulo. Para a quinta exposição individual de Marina Saleme na Galeria Luisa Strina, Saleme irá apresentar uma série de desenhos, pinturas e fotografias que tem trabalhado desde 2009.

A idéia de apagamento na obra de Marina Saleme é constante. As imagens são construídas pela negação e resgate. Através da alternância de diversas camadas de desenho e mancha, Saleme vai construindo a ausência e presença das formas, por meio da sobreposição.

Para esta exposição, a artista desenvolveu 3 séries de fotos, 150 pinturas e desenhos, de pequeno formato (40x 30 cm, cada), "Garotas" (As descabeladas), 2009-2011, que evocam situações limite (perda, abandono, paixão e morte) a dialética da imagem, pela sua aparição e anulação das figuras.
As imagens de Saleme operam através da freqüente deslocalização e alternância de foco em situações que se repetem em inumeras telas, questionando a relação entre a real existência e, importância dos fatos.

As três séries "Dança", "Sweet Home", e "Passeio", são fotos feitas com celular - cenas insólitas, com paisagens e seres suspeitos, evidenciando um objeto deslocado, vazio de certezas, quase invisível ou transparente; como as figuras apagadas das pinturas - um figurante.

Das exposições de Marina Saleme destacam-se: exposição individual "Liquid Paper, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2009); e as exposições coletivas "O Colecionador de Sonhos", Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto (2011); Liquid paper, Rhys-Mendes, Belo Horizonte (2009); MAM 60, OCA, São Paulo, (2008); Poéticas da Natureza, Museu de Arte Contemporânea, São Paulo, (2008), Arte Contemporânea, Aquisições recentes, Pinacoteca do Estado de São Paulo, (2008); "Contadores", Estação Pinacoteca, 2006, Paço Imperial (Rio de Janeiro, 1997).


Marina Saleme - Figurantes, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP - 20/02/2013 a 16/03/2013

Galeria Luisa Strina is pleased to present its fifth solo show by Marina Saleme.

Marina Saleme (1958, São Paulo) lives and works in São Paulo. For Marina Saleme's fifth solo show at Galeria Luisa Strina, the artist is presenting a series of drawings, paintings and photographs she has been working on since 2009.

The idea of erasure is a constant in Marina Saleme's work. The images are constructed by a process of negation and recovery. Through the alternation of different layers of drawing and color fields, Saleme has been constructing the absence and presence of forms by means of superposition.

For this exhibition, the artist has created 3 series of photos and 150 small-format (40 x 30 cm each) paintings and drawings entitled Garotas (As descabeladas) [Girls (The Disheveled)], 2009?2011, which evoke borderline situations (loss, abandonment, passion and death) involving the dialectics of the image, through the apparition and annulment of the figures.

Saleme's images operate through the frequent displacement and alternation of focus in situations that are repeated on countless canvases, questioning the relation between the real existence and importance of the facts.

The three series Dança [Dance], Sweet Home, and Passeio [Leisure Outing] are photographs taken with a cell phone presenting unusual scenes with doubtful beings and landscapes, displaying a displaced, nearly invisible or transparent subject similar to the erased figures in the paintings ? an insignificant character, like a filmmaking "extra."

Marina Saleme's exhibitions have most notably included the solo show Liquid Paper at Galeria Luisa Strina, São Paulo (2009) and the group shows O Colecionador de Sonhos, Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto (2011); Liquid Paper, Rhys-Mendes, Belo Horizonte (2009); MAM 60, OCA, São Paulo, (2008); Poéticas da Natureza, Museu de Arte Contemporânea, São Paulo, (2008); Arte Contemporânea, Aquisições recentes, Pinacoteca do Estado de São Paulo, (2008); and Contadores, Estação Pinacoteca, 2006. Paço Imperial (Rio de Janeiro, 1997).

Posted by Patricia Canetti at 7:05 PM

março 12, 2013

Rumos Artes Visuais 2011/2013 no Paço Imperial, Rio de Janeiro

Centro Cultural Paço Imperial recebe a mostra Rumos Artes Visuais com todas as obras selecionadas no mais recente edital

Exibida inicialmente em São Paulo e depois de seguir para quatro cidades brasileiras, em recortes da mostra central, Convite à Viagem – Rumos Artes Visuais 2011/2013 chega ao Rio de Janeiro onde encerra a itinerância e a etapa de difusão das obras

Com um coquetel de abertura para convidados no dia 14 de março (quarta-feira) e em cartaz do dia seguinte a 19 de maio, Centro Cultural Paço Imperial, vinculado ao IPHAN, Ministério da Cultura, recebe Convite à Viagem – Rumos Artes Visuais 2011/2013. Ela apresenta o trabalho diversificado que vem se produzindo nas artes visuais em todo o país e é resultado do mais recente edital do programa do Itaú Cultural neste segmento. Agnaldo Farias é o curador geral da mostra e da comissão autônoma que selecionou, entre 1.770 projetos inscritos, as 108 obras de 45 artistas contemplados de todas as regiões. Ainda no dia 14, às 17h, Farias dá palestra sobre os conceitos da linha curatorial – são 80 vagas com entrada franca e a serem preenchidas por ordem de chegada.

Convite à Viagem foi exibida primeiramente no ano passado na sede do Itaú Cultural, em São Paulo. Pela disposição arquitetônica do espaço expositivo, o Paço Imperial recebe mais cinco obras que completam na totalidade a mostra dos trabalhos selecionados: a vídeo instalação Bronze Revirado, do mineiro Pablo Lobato; o óleo sobre tela Seção Adâmica, do amazonense Thiago Martins de Melo; o vídeo Área de Efeito Sonoro, do também mineiro Fernando Ancil; pinturas em caneta hidrográfica Sem Título, do capixaba Vinicius Guimarães e luminosos de neon em E Quem Não Quiser Ver que o Venha Experimentar, da paulista Regina Parra. Entre as duas cidades, a exposição circulou em recortes e com curadoria de equipes regionais em Goiânia, Belém, Joinville e Recife.

De acordo com o Farias, a grande dimensão do espaço no Paço permite criar uma narrativa e um fluxo mais livre. “Conseguimos aproveitar bem o local, colocando a totalidade das obras de forma arejada e com maior distância entre elas, para que o fluxo de visitantes tenha um ritmo melhor e mais tranquilo para contemplar as produções”, observa ele.

Paleta de linguagens artísticas

Da pintura à fotografia, do vídeo à instalação, todas as linguagens artísticas estão representadas nos trabalhos que saem do convencional para explorar os materiais ao limite. “Esta mostra apresenta trabalhos limítrofes, que estão na fronteira das artes”, assinala Farias. “Não existe uma linha ou tendência única. É assim mesmo que vemos como tem se produzido na arte na atualidade,” completa. Um exemplo é a performance para fotografia da paraense Berna Reale na qual ela está deitada nua no meio de um cais, com pedaços de comida sobre o seu corpo e urubus indo em sua direção para se alimentar. Em outra ponta, Thiago Honório, de São Paulo, apresenta um cubo espelhado até a altura do pescoço do visitante, que, na parte de cima apresenta suspensa uma cabeça de imagem de roca do século XVIII com olhar perdido no horizonte.

Instigantes também são as fotos Corpo em Segredo P e Corpo em Segredo B, do brasiliense Dalton Paula. Nelas, aparecem homens mascarados, nus da virilha para cima, em atitude que pode remeter tanto às imagens capturadas pela polícia, quanto a jogos de vídeo game, causando estranheza no observador. Ou, ainda, o tríptico de óleo sobre tela – que parece fotografia – Sem Título realizado pelo baiano Fábio Magalhães para apresentar uma série de corações feitos de tripas.

O curador garante estar satisfeito com todo o processo e a magnitude que a mostra alcançou. “Foi um grande projeto e muito bem-sucedido, realizado a partir de muito trabalho de pesquisa e aprofundamento, que superou todas as expectativas tanto da equipe de trabalho quanto do público que apresentou boa reação diante das propostas de trabalho. Colaboraram para esse sucesso todos os profissionais envolvidos, a qualidade dos artistas selecionados de norte a sul do país, a conversa entre a curadoria e o apoio do instituto que se dispõe a buscar, selecionar, ajudar, informar e divulgar o que está sendo produzido em artes visuais no Brasil”, finaliza Farias.

Recortes itinerantes

A itinerância com recortes da mostra começou por Goiânia, com a exposição Volta ao Dia em 80 Mundos na qual a curadora Ana Maria Maia, jogou o foco na noção de lugar que localizou entre 27 obras de 16 artistas. Depois, outra mostra diferenciada seguiu para Belém, com a assinatura de curadoria de Gabriela Motta: O Fio do Abismo apresentou 24 trabalhos de 18 participantes, com obras que mostravam situações limítrofes e antagônicas. Outra cidade a receber uma mostra dessas foi a catarinense Joinville. Nessa o curador foi Felipe Scovino que batizou a mostra de À Deriva e cujos 37 trabalhos, de 16 selecionados, abordaram o confrontamento. Por fim, Recife (PE) recebeu o último recorte com a exposição Intuição et Cetera, apresentando 31 obras de 19 artistas, que tinham como mote a referência pessoal e a intuição. A assinatura curatorial foi de Paulo Miyada.

Programa Rumos - Seleção e difusão

A proposta do programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais é, com base na realidade de cada região, ao mesmo tempo viajar, diagnosticar e fomentar a criação visual do país. Assim, além de investigar o momento atual desta produção, detecta direções e propicia aos selecionados oportunidades de aprimoramento profissional por meio de ações de formação, como a concessão de bolsas de estudo e participação em palestras.

Nas quatro edições realizadas até agora, já foram selecionados, produzidos e divulgados os trabalhos de 275 artistas, de todas as regiões do país, escolhidos em um total de 6.027 inscritos. Agora, a quinta edição do Rumos Artes Visuais recebeu 1.770 inscritos: 1.095 da região sudeste, 315 da Sul, 173 vieram do Nordeste, 117 do Centro-Oeste e 66 da região Norte. Destes, os selecionados são: 11 do Rio de Janeiro; oito de São Paulo, sete do Rio Grande do Sul, quatro de Minas Gerais, três do Distrito Federal. Do Pará e da Bahia foram contemplados dois e um do Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina.

O curador-geral desta mais recente edição é Agnaldo Farias, que conta com a curadoria de Ana Maria Maia, Felipe Scovino, Gabriela Motta e Paulo Miyada – e com os curadores viajantes Alejandra Muñoz, Franzoi, Julio Martins, Luiza Proença, Marcelo Campos, Matias Monteiro, Sanzia Pinheiro e Vânia Leal, que se dividiram pelo Brasil para conhecer o cenário e produção artística das regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste visitando ateliês, realizando palestras e fazendo contato próximo com a produção de determinados locais. Diferentemente das edições anteriores, nesta, a pedido do curador geral, os 13 formaram a comissão autônoma de seleção dos trabalhos.

Durante 2012 ocorreu, ainda, um seminário para os artistas contemplados e a seleção de quatro artistas para residências artísticas nacionais e internacionais, além de workshops, gratuitos e abertos ao público, de três dias, sobre arte contemporânea realizados pelos curadores viajantes em oito cidades brasileiras como Aracaju (SE), Cachoeira (BA), Araraquara (SP), Boa Vista (RR), Brasília (DF), Uberlândia (MG), Chapecó (SC) e Macapá (AP). Ainda em 2013, a partir de junho, o Itaú Cultural dá sequencia ao programa Rumos Artes Visuais ministrando Cursos da História da Arte em nove cidades das regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste: Cuiabá, Campo Grande, Anápolis, Belém, Manaus, Palmas, São Luis, Maceió e João Pessoa. Com duração de três dias em cada uma, o curso foi estruturado levando em consideração os principais eventos e movimentos artísticos do modernismo até a contemporaneidade. Assim, o primeiro módulo trata da década de 80 até atualidade; o segundo abrange a arte de 1950 a 1970 e o terceiro, de 1920 a 1940.

Sobre os artistas

Adriano Costa (SP)
Na década de 90, começa a estudar arte em cursos livres sob orientação de artistas como Carlito Contini e Roberta Fortunato no SESC Pompéia. Na Escola de Comunicações e Artes da ECA-USP foi aluno de Carlos Fajardo. Paralelamente ao seu trabalho em artes visuais, dedica à pesquisa em música, atuando como produtor de trilhas sonoras e tocando como DJ em São Paulo, Londres e Berlim.

Allan de Lana (DF)
Graduado em arte pela Universidade de Brasília, em 2004 iniciou a sua trajetória profissional com a instalação como furar papel-de-seda-azul-com-bolinha-branca (Casa da Cultura da América Latina, DF). Os fluxos territoriais mineiros provocados pelo extrativismo e sua forma rudimentar – o garimpo – tem reflexo em Achados: diário de uma artista errante (2009) e nas instalações apresentadas entre 2006 e 2009 no Espaço Piloto/UnB: ding, Regiões audíveis (o piscar de olhos) e Vagão da Serra.

Berna Reale (PA)
Paraense, nascida em 1965, trabalha como artista e perita criminal. Nos últimos três anos vem desenvolvendo trabalhos na área da performance. Pesquisa a violência e suas várias formas de manifestação.

Carla Evanovitch (PA)
Natural de Belém, ela é graduada no curso de licenciatura em artes plásticas pela Universidade Federal do Pará – UFPA. Expôs no Centro Cultural Banco do Nordeste de Fortaleza, cujo acervo contém obras dela, e no XI ENEARTE no Rio de Janeiro. Tem obras ainda nas coleções coleção Fundação Rômulo Maiorana, Sistema Integrado de Museus e Memoriais e Fundação Getúlio Vargas – todas, instituições de Belém. Recebeu diversos prêmios, como o Sim de Artes Visuais e a Bolsa de Pesquisa, Experimentação e Criação do Instituto de Artes do Pará. Em 2009, participou da I Bienal de Fotocópias, na Argentina. Desenvolve projetos com vídeos experimentais e instalações que abordem, inquietações urbanas e memórias coletivas.

Claudia Hersz (RJ)
Artista multimídia é graduada em arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trabalha como artista visual e performer desde 2002. Participou de exposições no Brasil e no exterior, como a Eternal Feminine Plural, em Genebra, Salão de Arte Digital em Cuba, Salão da Bahia, SESC Arte 24 Hs, Performance Presente Futuro vol III, e de coletivas alternativas como a Anarchist Bookfair em Nova York, as Nanoexposições do Grupo DOC, no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bogotá e Colômbia. Participou com uma obra sonora na 7ª Bienal do Mercosul e apresentou, em 2010, sua mostra individual – ToYS É NóIS – no Centro Cultural Justiça Federal, no Rio de Janeiro. O seu projeto NINHUMANOS foi contemplado pelo Prêmio Interferências Urbanas 2008 (RJ), construindo a obra nos jardins do Aterro do Flamengo e recebeu o prêmio aquisição em 2011 no 17º Salão de Pequenos Formatos – UNAMA, em Belém do Pará.

Carlos Contente (RJ)
Desde 2002 trabalha com a repetição seqüencial de uma única imagem – em cadernos pinturas e nos muros urbanos: seu autoretrato simplificado, utilizando como matriz um carimbo e um estêncil. Realizou sua primeira individual no paço Imperial do Rio de Janeiro em 2005 e, em 2006, fez individuais nas galerias Luisa Strina (SP) e A Gentil Carioca (RJ). Em 2008 após uma residência para artistas na Fundição Darling, em Montreal, Canadá, iniciou trabalho colaborativo com o grupo de dança contemporânea The Choreographers. No mesmo ano participou de Nova Arte Nova, no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ e SP) e criou com amigos a mostra Zoation Painting, La Pintura de Broma, no Museo Nacional de Arte de La Paz, Bolívia. Em 2011 participou das coletivas Brazilian Papers, na galeria Bendana-Pinel, Paris, e A Gentil Carioca, na galeria Tanya Bonadkar de Nova York. No mesmo ano, em Zurique, Suíça, realizou a mostra Infinite Jungle of Individual Repetition, uma colaboração com a galeria Christinger De Mayo.

Cristiano Lanhardt (PE)
Realiza trabalhos em vídeo, apresentações, observações, fotografias ou desenhos.

Dalton Paula (DF)
Nasceu em Brasília, mas vive e trabalha em Goiânia. É graduado em Artes Visuais na Universidade Federal de Goiás. Em 2009 expôs no Arte/Sapato do Salão de Arte de Novo Hamburgo¬, RS. Em 2010 realizou a mostra individual O Álbum, dentro do edital do Museu de Arte Contemporânea de Goiânia, recebeu o prêmio-aquisição do 38º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, Santo André, SP, e expôs no II Salão Universitário Prêmio Espaço Piloto de Arte Contemporânea da Galeria Espaço Piloto, Brasília, DF. Um ano depois, participou das coletivas Salão de Arte do Centro-Oeste, Goiânia, GO; 17º Salão Anapolino de Arte, Anápolis, GO.

Daniel Murgel (RJ)
Nasceu em Niterói (RJ) em 1981, hoje vive e trabalha em São Paulo. Inicia sua produção em 2004 atuando em coletivos de artistas - Grupo Pi e Opavivará - e atuando em eventos de performance. A partir de 2007 inicia sua produção individual. Vem participando com frequência de exposições individuais, coletivas, Salões e Residências artísticas em diferentes estados do país com uma produção voltada para o desenho e as instalações.

Fábio Magalhães (BA)
Graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia. Realizou sua primeira exposição individual em 2008, na Galeria de Arte da Aliança Francesa de Salvador. Entre suas principais participações estão: 60º Salão de Abril, em Fortaleza/CE, e 63º Salão Paranaense, em Curitiba/PR, ambos em 2009; XV Salão da Bahia, em Salvador/BA, em 2008; I Bienal do Triângulo, em Uberlândia/MG, em 2007. Em 2010 foi premiado no I Salão Semear de Arte Contemporânea (aquisição e júri popular), em Aracaju (SE); Salão de Artes Visuais da Bahia, com o Prêmio Fundação Cultural do Estado, em Vitória da Conquista/BA, e Menção Especial em Jequié/BA.

Fábio Baroli (MG)
Nasceu em Uberaba em 1981. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduou-se em bacharelado pelo Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB) e desenvolveu monografia sobre conceitos da apropriação e do erotismo em sua obra. Participou de várias exposições individuais e coletivas, recebeu prêmios em salões e concursos de arte, e teve a obra publicada em catálogos e revistas como a Poets and Artists (Poets and Artists - Self Portrait Issue, Estados Unidos, v. 2, n. 6, p. 70, set. 2009).

Fernando Ancil (MG)
Formou-se técnico em conservação e restauração de bens culturais móveis pela Fundação de Arte de Ouro Preto e graduou-se em artes visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalhou como professor de desenho, escultura e Fotografia na FAOP. Atualmente divide seus trabalhos em produção individual e realiza parcerias com outros artistas, atuando entre desenho, fotografia, instalação, intervenção urbana e vídeo. Vive e trabalha em Belo Horizonte.

Gabriela Mureb (RJ)
Nasceu em 1985 em Niterói, onde vive e trabalha. É mestranda em linguagens visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se graduou em pintura em 2008. Entre suas principais exposições estão a individual Corpos Dóceis na galeria A Gentil Carioca (Rio de Janeiro, 2009) e as coletivas Jogos de Guerra, na Caixa Cultural (Rio de Janeiro, 2011) e no Memorial da América Latina (São Paulo, 2010); Converging Trajectories: Crossing Borders, Building Bridges no Modified Arts (Phoenix/EUA, 2010); Riodesaguamar – Projeto Amplificadores 2009, no Museu Murillo La Greca (Recife, 2009); Abre Alas, na galeria A Gentil Carioca (Rio de Janeiro, 2008); Intervenção artística no Morro da Conceição – Edital Arte & Patrimônio 2007 - IPHAN/MinC (Rio de Janeiro, 2008).

O GIA - Grupo de Interferência Ambiental (BA)
Formado por artistas visuais, designers, arte-educadores e músicos que têm em comum, além da amizade, uma admiração pelas linguagens artísticas contemporâneas e sua pluralidade, relacionadas à arte e ao espaço público. O GIA bebeu na fonte da arte conceitual, em que o estatuto da obra de arte é negado, em favor do processo e, muitas vezes, da ação efêmera, buscando uma reconfiguração da relação entre o artista e o público. Um de seus principais objetivos é a utilização de meios que possibilitem atingir uma margem cada vez maior de pessoas, tomando de assalto o espaço público, questionando as convenções sociais sempre que possível, através de práticas concretas infiltradas em pequenas transgressões.

Grupo P.S. (SC)
Composto pelos artistas Priscila dos Anjos e Sérgio Adriano H, surge em meados de 2002 quando ambos cursavam na Universidade de Joinville UNIVILLE o curso de Artes Visuais. E eles sentiram a necessidade da representação através da performance. O nome, Grupo P.S. (“pós-escrito”), acentua esse pensar, com apontamentos feitos sobre algo já produzido. O estudo sobre o corpo para os artistas acompanha sua trajetória individual e em grupo. As fotografias (projeção) enviadas ao Rumos é o registro da ação/instalação dos corpos na antiga fabrica da Antarctica, atual Cidadela Cultural, onde os artistas se instalaram sem interferir no ambiente. Suas obras são compostas por fotografias e vídeo-arte com os artistas nus provocando uma reflexão sobre o corpo presente. As fotografias foram realizadas quando a Priscila estava com 158 kg e 1,69 de altura e Sérgio emagreceu 9 kg ficando com 60 kg e 1,75 de altura e depilou todo o corpo.

Guilherme Dable (RS)
Bacharel em artes visuais pelo IA/UFRGS e mestrando em poéticas visuais pela mesma instituição. Integra o Atelier Subterrânea desde 2006. Participou das coletivas Silêncios e Sussurros (Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão/RS, 2010) e Passagens Secretas (Centro Cultural São Paulo, 2008), entre outras. Em 2009, realizou a individual Alguns Desenhos na Galeria Gestual, em Porto Alegre. Possui trabalhos nas coleções da Fundação Vera Chaves Barcellos, Pinacoteca Aldo Locatelli e Câmara Municipal de Porto Alegre. Em 2010, recebeu o Prêmio Aquisição do 19º Salão da Câmara Municipal de Porto Alegre e foi indicado como Destaque na Bolsa Iberê Camargo em 2008. Vive e trabalha em Porto Alegre.

Guilherme Teixeira (SP)
Em 1999 formou-se em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado e em 2010 concluiu o mestrado em artes visuais pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Participou do Programa Anual de Exposições do Centro Cultural São Paulo em 2002, foi premiado no salão de Piracicaba em 2010, e em 2011 participou do projeto de intercâmbio Integração /Action em Quebec, Canadá. É também educador desde 1998. Entre 2007 e 2010 dirigiu a Divisão de Ação Cultural e Educativa do Centro Cultural São Paulo.

Íris Helena (PB)
Graduada no curso de licenciatura em artes visuais pela Universidade Federal da Paraíba, desde 2008 concentra suas pesquisas e experiências visuais na linguagem fotográfica, com ênfase no uso de aparelhos digitais populares (câmera digital portátil, softwares de edição de imagem disponíveis na web e impressoras de jato de tinta). Os seus trabalhos têm como temática a cidade e surgem da observação da paisagem urbana. Em 2009 apresentou Notas de Esquecimento, sua primeira individual, em João Pessoa.
Em 2010 recebeu um dos prêmios principais do XIII Salão Municipal de Artes Plásticas, na mesma cidade e recebeu menção honrosa na coletiva Qual o Lugar da Arte? no 61º Salão de Abril, em Fortaleza, e no Prêmio EDP – Energias nas Artes, do Instituto Tomie Ohtake em São Paulo.

Isabel Ramil (RS)
Em 2007 fez cenografia do show Satolep Sambatown e, em 2010, do projeto Unimúsica. Em 2011, aos 22 anos, concluiu o curso de bacharelado em artes visuais no Instituto de Artes – UFRGS, foi contemplada com o Prêmio Artista Destaque da Bolsa Iberê Camargo, e participou das coletivas Labirintos da Iconografia, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, e Platform - Micro Topologies, na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara. Recebe orientação artística de Jailton Moreira desde 2008. Participou do Atelier Aberto promovido pelo mesmo professor, em 2010, na Bolívia. Vive e trabalha em Porto Alegre.

Jimson Vilela (RJ)
Ex-integrante do Programa Aprofundamento 2010 da EAV Parque Lage, dirigido por Glória Ferreira. Bacharel em Artes Visuais (IART/UERJ, 2010). Desde 2007 desenvolve trabalhos em diversas mídias tendo como foco as relações entre o texto e a imagem a partir do cruzamento entre os conceitos de realidade e ficção. Entre suas principais exposições destacam-se as individuais Laboratório (Fundação Cultural de Criciúma, 2011), Notas de Rodapé (Centro Cultural Badesc, 2011) e Ruído (Centro Cultural da Justiça Federal, 2010), as coletivas 6ª e 7ª Bienal Internacional da Bolívia (SIART, 2009 e 2011) e a 5ª Bienal Internacional do VentoSul (Cinemateca de Curitiba, 2009). Entre as coleções das quais faz parte destacam-se o MoMA. Vivendo em entre o Rio de Janeiro e São Paulo, integra o Programa PIESP da Escola São Paulo, dirigido por Adriano Pedrosa.

João Castilho (MG)
A obra de João Castilho é um dos principais alicerces do que tem se convencionado chamar de “documental imaginário” (Redemunho, Paisagem Submersa), mas não se limita a essa vertente. Nas séries mais recentes o artista utiliza conceitos da landart para dar novo impulso em seu processo criativo com a fotografia construída (Tempero, Linhas) e realiza trabalhos em vídeo e instalações envolvendo fotografia e vídeo (Entre Rios, Abalo, Lição de Entropia, Pulsão Escópica, Morte Súbita, Cameos).
Formado em comunicação e artes pela PUC/MG e mestre em artes visuais pela UFMG, alguns de seus trabalhos têm como ponto de partida a literatura (Redemunho, Metamorfose e Peso Morto). Outra importante característica de seu trabalho é o uso particular da cor (Marie Jeanne, Lote Vago, Hotel Tropical).

Luciana Paiva (DF)
Possui mestrado em arte e bacharelado em artes plásticas pela Universidade de Brasília. Realiza exposições regulares e participa de eventos na área desde 2004, atuando principalmente com projetos e temas que envolvem as relações entre palavra e imagem e livro de artista. Atualmente reside no Rio de Janeiro e cursa o Programa Aprofundamento da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Luiza Baldan (RJ)
Mestre e bacharel em artes visuais pela UFRJ (2010) e pela Florida International University (Miami, 2002). Recebeu o XI Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Funarte (2010), prêmio aquisição no 37º Salão de Arte Contemporânea de Santo André - SP (2009), prêmio aquisição na 1ª Mostra de Fotografia CCSP (2008), menção da Fundação Iberê Camargo (2007), Color Express Award e Brown L. & Marion Whately Scholarship (2002). Das exposições em que participou destacam-se as individuais no Centro Universitário Mari Antonia (SP, 2010); na Plataforma Revólver (Lisboa, 2010); na Galeria Olido/CCSP (SP, 2008); e no Anexo da Galeria Laura Marsiaj (RJ, 2007). Das coletivas destacam-se O Lugar da Linha, com curadoria de Felipe Scovino, Paço das Artes (SP) e MAC (Niterói), 2010; Nova Arte Nova, com curadoria de Paulo Venâncio Filho, CCBB (Rio de Janeiro, 2008 e São Paulo, 2009); BAC! Centre de Cultura Contemporània de Barcelona (Espanha), 2008. Para este ano estão programadas as individuais na Galeria Mercedes Viegas, Rio de Janeiro, e MAC, Niterói. Vive e trabalha no Rio de Janeiro, e é representada pelas galerias Mercedes Viegas (RJ) e Oscar Cruz (SP).

Marcos Brias (SP)
Estudou desenho industrial e artes visuais na Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP em São Paulo. Fez a sua primeira exposição individual na galeria Mendes Wood em 2010. Participou de exposições coletivas na Pinacoteca do Estado de São Paulo, Think.21 - Bruxelas, SESC-SP, Instituto Tomie Ohtake - SP, MAM - RJ, Museu Inimá de Paula, Belo Horizonte, e em galerias e feiras no Brasil e no exterior.

Maria Laet (RJ)
Vive e trabalha em São Paulo, onde participa do programa PIESP. É formada pela Camberwell College of Art, tendo concluído o mestrado em 2008. Fez residência na Schloß Balmoral (Bad Ems, Alemanha) em 2009, e no Carpe Diem Arte e Pesquisa (Lisboa), em 2010. Entre as suas exposições mais recentes, estão as individuais Gesto Mínimo (Galeria Riccardo Crespi, Milão, 2010); Desenhos de Ar (Centro Universitário Maria Antonia, SP, 2010), Eu Fiz o Nada Aparecer (A Gentil Carioca, RJ, 2010), e as coletivas: Chez Toi – Exposition Éphémère N.1 (See Art, Paris, 2010), O Lugar da Linha (Museu de Arte Contemporânea, Niterói, e Paço das Artes, SP, 2010), Natura e Destino (Galeria Riccardo Crespi, Milão, 2010), TrAIN to Bad Ems (Galerie Nord, Berlin, 2009), O Contrato do Desenhista (Plataforma Revolver, Lisboa, 2008), Realidades Imposibles (Fototeca Juan Malpica Mimendi, Vera Cruz, México, 2008), MA Theory and Practice of Transnational Art’ (House Galery, Londres, 2008) e Paper Trail: 15 Brazilian Artists (Allsopp Contemporary, Londres,2008).

Marilia Furman (SP)
Formada em artes plásticas pela ECA-USP e em Arte e Cultura Fotográfica pelo Centro Universitário Senac. Em 2011 realizou a exposição individual Trabalho Abstrato, no Museu Histórico de Santa Catarina e participou do 20º Salão de Atibaia. Em 2010 foi contemplada com a bolsa exposições descentralizadas, do SPA da Artes (Recife). Foi uma das organizadoras da Casa da Lagartixa, onde participou de diversas exposições.

Michel Zózimo (RS)
Artista-pesquisador e professor (CAP – UFRGS), doutorando em poéticas visuais (UFRGS)
Integra os Grupos de Pesquisa – Veículos da Arte [UFRGS – CNPq) e Fotografia Ficcional: Experimentações na Arte Contemporânea (URCA – CNPq).

Naia Arruda (AM)
Licenciada em artes plásticas na Universidade Federal do Amazonas. Participou nas coletivas Temperamentos, em 2004, e Vibro, em 2005 no Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas, onde realizou também as performances Parangolé em 2004 e Tukuli e Pian, em 2005. Fez o vídeo Morte e Vida Zeferina e o curta documentário Por Eles Deixa-dos, produzido e exibido pela TV UFAM em Manaus. Foi premiada pelo seu projeto Linhas em Foco com o Prêmio Governo do Estado do Amazonas de Apoio à Produção Artística' em 2005. No ano seguinte participou na coletiva Por um Fio no Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas e realizou os vídeos Amazon e Taulipang. Em 2007 fez a individual Dois Meninos Taulipang na Usina Chaminé em Manaus. Em 2008 realizou o vídeo Hair e em 2010 participou com o vídeo Taulipang na mostra Amazônia, a Arte no Museu Vale em Vila Velha (ES), e no Palácio das Artes em Belo Horizonte (MG). Em 2011 finalizou o vídeo Miss Zebra, que retrata a artista em várias situações cotidianas e fantasiadas transitando entre cenários de Manaus e da Áustria. Vive na Áustria e no Brasil.

Nara Amelia (RS)
Doutoranda em artes visuais pela UFRGS e mestre em artes visuais pela UFSM (2009). Entre as exposições individuais que fez destaca-se O Melhor dos Mundos Possíveis!", no Goethe Institut, Porto Alegre/ RS (2011); Sob a Natureza, no Centro Cultural São Paulo, São Paulo/ SP (2010); e Um Céu Feito de Abismo, na Galeria Arlinda Corrêa Lima, Palácio das Artes, Belo Horizonte/MG (2009). Recentemente recebeu o prêmio aquisitivo do Programa de Exposições 2010 do CCSP, (2010); e prêmio aquisitivo I Prêmio Ibema de Gravura (2010).

Pablo Lobato (MG)
Trabalhou por 10 anos com cinema e a partir de 2008, passou a se dedicar a outras linguagens. Um dos criadores da Teia – Centro de Pesquisa Audiovisual, em Belo Horizonte. Diretor do longa-metragem Acidente, premiado como melhor Doc Ibero-Americano em Guadalajara, México, 2007. Foi selecionado pelo projeto Bolsa Pampulha, 2008 e bolsista da John Simon Guggenheim Foudation, New York, 2009. Contemplado pelo Prêmio Marcantonio Vilaça, Funarte, 2010. Recentemente, exibiu seus trabalhos em instituições de arte no Brasil e exterior, como MAM (SP), Bienal de Cerveira (Portugal), Museu Tamayo (Cidade do México), Akademie der Kunst (Berlim), New Museum (NY).

Pontogor (RJ)
Foca a sua pesquisa artística em vídeo, performance, som e instalação Também desenvolve trabalhos com equipamentos como aparelhos de tevê velhos, vitrolas, VCRs, câmeras VHS, e outros eletrônicos modificados. Usa o erro e o acaso como ferramentas. Em 2007 ganhou o Prêmio Prodem na Bienal Internacional Siart em La Paz, Bolívia, com a vídeo/performance PIANOS. Participou dos programas de residência: Air Antwerpen na Bélgica; Batiscafo em La Habana, Cuba; 4Territórios em Brasília; Encontro V::E::R. Terra UNA, Minas Gerais.

Rafael Pagatini (RS)
Em 2009 concluiu o bacharelado em gravura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Na mesma instituição cursa mestrado em poéticas visuais. Em 2011 obteve quatro premiações no V Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, pelas exposições individuais Brumas e Interiores, realizadas em Porto Alegre. No mesmo ano obteve o primeiro lugar no Prêmio Ibema Gravura, em Curitiba, e foi contemplado com o Prêmio Energisa em João Pessoa. Expôs na mostra Labirintos da Iconografia no Museu de Artes do Rio Grande do Sul (MARGS) e participou da 5° Bienal de Gravura de Santo André e de Atibaia – SP. Vive e trabalha em Porto Alegre.

Raquel Versieux (MG)
Bacharel em artes visuais com habilitação em desenho pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (2011). Estudou fotografia na École Nationale Supérieure des Arts Visuels - La Cambre, em Bruxelas - Bélgica (2007-2008) e ciências sociais na UFMG (2003-2006). Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Regina Parra (SP)
Mestre em artes visuais pela Faculdade Santa Marcelina e bacharel pela FAAP.
Participou de alguns dos principais programas para jovens artistas, como a Temporada de Projetos do Paço das Artes, o Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo e o Projeto Trajetórias da Fundação Joaquim Nabuco, em Recife. Em 2011, foi selecionada para o 17o Videobrasil e premiada com o I Prêmio Ateliê Aberto Videobrasil. No mesmo ano, realizou exposição individual na Galeria Leme. Entre as coletivas de que participou, destacam-se A Carta da Jamaica, curadoria de Alfons Hug no Oi Futuro do Rio de Janeiro; Rice and Beans, curadoria Jacopo Visconti no Studio Trendy em Miami; À Sombra do Futuro, curadoria de Luiza Proença e Roberto Winter no Instituto Cervantes; Paralela 2010, curadoria de Paulo Reis; e 2000e8 curadoria de Paulo Pasta no SESC Pinheiros. Premiada no V Concurso de Videoarte da Fundaj (2011), recebeu também o I Prêmio na Anual de Artes da FAAP (2006) e o prêmio destaque da Bolsa Iberê Camargo (2009). vive e trabalha em São Paulo.

Rodrigo Torres (RJ)
Estudou pintura na Escola de Belas Artes da UFRJ de 1999 até 2002 e em 2010 cursou fotografia no Ateliê da Imagem, ano em que participou, ainda, do Programa de Aprofundamento / Parque Lage – todos no Rio de Janeiro. De 2006 a 2010 trabalhou como assistente do artista plástico Luiz Zerbini. Em 2011 expôs no U-turn solo projects da Arte BA e no Centro CSP, com o projeto “m²”, em 2009 realizou a individual “Defeito” /A Gentil Carioca /RJ. Desde 2005 tem participado de várias exposições como Geração 00 - A Nova Fotografia Brasileira (2011, Sesc Belenzinho, SP); Arquivo Geral (2010, Centro Cultural Hélio Oiticica, RJ); Crossing Borders, Building Bridges (2010, Modified Arts, Phoenix-AZ, EUA); 12° Salão de Artes de Itajaí (2010, Santa Catarina); 16° Salão UNAMA de Pequenos Formatos (2010, Graça Landeira, Belém-PA); Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia (2010, Museu da UFPA, Belém). Foi premiado no 16º Salão UNAMA de Pequenos Formatos (Universidade da Amazonia, AM).

Rogério Severo (RS)
Graduado em Artes Visuais pela Feevale, Novo Hamburgo-RS e pós-graduado em poéticas visuais – pintura, desenho, instalação: processos híbridos, pela mesma instituição (2007). Recebeu o Prêmio Açoriano de 2011 por Destaque em Desenho pela exposição Linhas de Espera, Porão do Paço Municipal, Porto Alegre. Entre as principais exposições estão: Vitrine da Casa M, na 8º Bienal do Mercosul, Porto Alegre – RS (2011); Linhas, Lugares e Espera, na Pinacoteca Feevale, Campus I, Novo Hamburgo – RS (2010), Verbetes, na Fundação ECARTA, Porto Alegre – RS (2008); Circuito Guaibacar de Arte Emergente, Porto Alegre (2008); Prêmio Incentivo à Criatividade – XVI Salão de Artes Plásticas, Câmara Municipal de Porto Alegre (2004); Homem Máquina, Arte & Fato Galeria, Porto Alegre – RS (2004).

Romy Pocztaruk
Mestre em poéticas visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005-2007). Trabalha com fotografia, vídeo e performance e vem realizando exposições no Brasil e no exterior. Em 2010 realizou uma residência no espaço Takt kunstprojektraum em Berlim e em 2011 foi contemplada com a Bolsa Iberê Camargo para realizar uma residência no Bronx Museum em Nova Iorque. Desenvolve o projeto coletivo Percursos com a artista Marina Camargo desde 2007.

Thiago Honório (SP)
Natural de Carmo do Paranaíba (MG), vive e trabalha em São Paulo desde 1997, onde já apresentou a sua produção em exposições coletivas e individuais no Centro Cultural São Paulo – CCSP (2001), no Centro Universitário Maria Antonia (2003), no Instituto Tomie Ohtake (2004), no MAM/SP (2005/2006), nas galerias Casa Triângulo (2006), Virgilio (2007 e 2010), entre outros. No momento, prepara a sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro, na Galeria Laura Marsiaj (novembro de 2011). Concluiu o Bacharelado em artes plásticas no Instituto de Artes da UNESP (2000), o mestrado em artes visuais na ECA/USP (2006), e é doutorando na mesma matéria também na ECA/USP. Leciona, desde 2006, na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Alvares Penteado – FAAP. É representado pelas galerias Moura Marsiaj (SP), Laura Marsiaj (RJ) e Mariana Moura (PE).

Thiago Martins de Melo (MA)
Doutorando (2010) e mestre (2008) em teoria e pesquisa do comportamento pela Universidade Federal do Pará (UFPA), graduado em psicologia pelo (UNICEUMA, 2005). Atua em Pintura. Vive e trabalha em São Luís, MA. Em 2010, realizou exposição individual na III Mostra de Exposições do Centro Cultural São Paulo. Integrou a mostra itinerante “Amazônia, a Arte”, idealizada por Paulo Herkenhoff e com curadoria de Orlando Maneschy, no Museu Vale (Vila Velha, ES) e no Palácio das Artes (Belo Horizonte-MG). Em 2009, realizou a exposição individual Sad Goat no Projeto Trajetórias da Fundação Joaquim Nabuco, Recife, PE. No mesmo ano é premiado com o “Prêmio-Aquisição” do 28º Salão Arte Pará, em Belém, PA. No ano de 2008, recebeu o “Grande Prêmio” do 27º Salão Arte Pará, em Belém, PA. Em 2005, participou da mostra Redemergências, do Projéteis de Arte contemporânea, Funarte, Rio de Janeiro, RJ. Em 2004, participou de mostra coletiva no Projeto Prima Obra 2003-2004, Funarte, Brasília,DF.

Ueliton Santana dos Santos (AC)
Em 2006 inicia Faculdade de Artes Visuais, expõe em algumas capitais brasileiras, e participa da realização de obra do artista colombiano Alberto Baraya para a 27ª Bienal Internacional de São Paulo. No mesmo ano recebe premiação do VI Concurso Cultural de Pintura em Tela promovido pela On Line editora, em São Paulo, e expõe no Salão Negro do Congresso Nacional, em Brasília.
Em 2008, a Assembleia Legislativa do Estado do Acre adquire uma coleção de 14 pinturas de sua autoria e 24 pinturas e desenhos são adquiridas por um colecionador europeu. Ainda nesse ano, ele expõe na NYHAVN 18 Galeria de arte, na Dinamarca. Em 2009 gradua-se em artes visuais. Em 2010 termina o curso de pós- graduação em metodologia do ensino da arte pela Faculdade Internacional de Curitiba.

Vuai Patchineelam (RJ)
Recentemente concluiu mestrado em artes visuais e estudos interdisciplinares, na Konstfack University College of Arts, Crafts and Design em Estocolmo, Suécia. Em 2010 realizou a exposição individual A Pair of Lungs, A Lack of Faith em Nova Deli, Índia. Foi selecionado para a Bolsa Iberê Camargo edição de 2008, por meio da qual fez uma residência no The Blantom Museum of Arts em Austin, Estados Unidos. Participou nas coletivas Unfinished Analogies (2011) no Konsthall C, Estocolmo, Back, Forth and Round, (2009) na Thomas Erben Gallery, Nova York, Zoation Painting (2008) no Museu Nacional de Arte, em La Paz.

Vinicius Guimarães (ES)
Em 2009, graduou-se em desenho industrial pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Com os artistas Alex Vieira, Júlio Tigre e Raphael Genuíno, constituiu o coletivo Embira, iniciativa contemplada pelo prêmio Bolsa Ateliê de Pintura Galeria Homero Massena (2009/2010) da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. Participou do curso de formação em arte contemporânea, atividade realizada pelo Instituto Tomie Ohtake em parceria com a Ufes e ministrada por José Spaniol, em 2010, e Bruno Dunley em 2011. Participa de exposições coletivas desde 2006, dentre as quais destacam-se a exposição Vendo (Vitória-ES, 2009); Visões Contemporâneas (Vitória, 2010); EMBIRA (Vitória, 2010); e Base 2 (Vitória-ES, 2011).

Virgilio Neto
Nascido em Brasília em 1986, onde mora e trabalha. Formado em Desenho Industrial pela Universidade de Brasília. Teve seus trabalhos expostos pela primeira vez em 2008 e até hoje já participou de cerca de 20 exposições em várias cidades do Brasil e também nos Estados Unidos e Inglaterra. Em 2011 foi selecionado pra quatro salões de arte, sendo premiado no 17º Salão Anapolino de Arte. Também em 2011 realizou sua primeira individual, a exposição Diálogos no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul - MARCO.

Posted by Patricia Canetti at 10:11 PM

março 11, 2013

Julio Villani: Teoremas e arapucas na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro

Julio Villani - Teoremas e arapucas, Mercedes Viegas Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ - 21/03/2013 a 27/04/2013

A galeria Mercedes Viegas Arte Contemporânea abre em 20 de março de 2013, quarta-feira, às 19h, a exposição individual do artista Julio Villani, a primeira na galeria.

Julio, que vive entre Paris e São Paulo, apresenta na exposição “teoremas e arapucas” duas séries inéditas: A primeira série intitulada Collapsible architectures, é bidimensional, com aproximadamente 12 pinturas e 08 desenhos. Caracteriza-se pela natureza “surda”, particularmente opaca do fundo, obtida através de uma preparação à base de caulino que recobre as telas de grandes dimensões. Sobre elas, o artista traça estruturas em carvão, habitadas por delicadas transparências de tinta acrílica.

A segunda série, Instabilis, de objetos que por vezes usam a parede como apoio, mas dela tendem a se afastar. Dois a três objetos inéditos farão parte da mostra. Nessas assemblages, o artista explora – por meio de fios e pesos, de ajustes e ajuntes – os estados de equilíbrio real ou suposto, a suspensão “contínua” do movimento, o desmoronamento possível a todo instante.

A grande constante aqui é a linha: têxtil ou traçada, tramada ou distendida por um prumo, ela atravessa pinturas e objetos, costurando o concreto ao poético, o palpável ao sensível.

Posted by Patricia Canetti at 12:51 PM

Circuitos cruzados: o Centre Pompidou encontra o MAM, São Paulo

Cinco videoinstalações históricas de nomes como Nam June Paik e Bruce Nauman se relacionam com obras de artistas contemporâneos brasileiros na mostra Circuitos cruzados: o Centre Pompidou encontra o MAM

Exposição com curadoria de Paula Alzugaray e Christine Van Assche aborda questões políticas e subjetivas como identidade, simulação, confronto e vigilância no diálogo entre os acervos do Pompidou e do MAM

O Museu de Arte Moderna de São Paulo abre sua programação de 2013 com uma exposição que possibilita novas leituras de seu acervo por meio do diálogo com cinco videoinstalações históricas da coleção do Centre Pompidou (Paris). Circuitos cruzados: o Centre Pompidou encontra o MAM traz cerca de 50 obras de artistas como Nam June Paik, Bruce Nauman, Cildo Meireles e León Ferrari e tem abertura no dia 22 de janeiro (terça-feira), a partir das 20h. O patrocínio master é da Biolab e o patrocínio é da Leroy Merlin. Além das cinco videoinstalações do acervo do Pompidou, será exibida na abertura Norte sul leste oeste, obra comissionada com recursos do Núcleo Contemporâneo do MAM ao norte-americano Tony Oursler, que consiste em uma projeção de rostos falantes nas árvores do Parque Ibirapuera, gerando a sensação de que as próprias árvores estão falando com o público.

A exposição resulta de um processo iniciado em 2008, quando Paula Alzugaray foi convidada para atuar três meses como pesquisadora no Service Nouveaux Médias (o acervo de novas mídias do centro de arte francês), do qual Christine Van Assche é curadora. A parceria possibilitou criar uma exposição inédita e exclusiva para o MAM com peças históricas do acervo do Pompidou, trazendo à tona um debate que utiliza os diferentes suportes e as diferentes temáticas presentes na seleção como base para evidenciar tópicos como identidade, cidadania, geopolítica, simulação, confronto e vigilância.

Na definição de Christine Van Assche, a participação do Pompidou na mostra “consiste numa escolha precisa de obras dos anos 1960-70 nas quais o dispositivo, o vídeo, a imagem em movimento, o som no espaço e o circuito fechado são utilizados por artistas minimalistas e conceituais [...]. Estas obras estabelecem relações com trabalhos contemporâneos da coleção do MAM, que datam dos anos 1970 até hoje, mesclando todas as áreas e suportes”.

Segundo Paula Alzugaray, “a diversidade de llinguagens e suas relações com o vídeo foram o primeiro aspecto que norteou a seleção de obras do acervo do MAM. O trabalho com palavraschave [...] permitiu flexibilizar fronteiras entre mídias e, assim, contemplar na curadoria obras de todos os suportes”. Essas palavras-chave que serviram como premissas de pesquisa e conexão entre ambos acervos estarão espalhadas pelas paredes do espaço expositivo, “convidando os visitantes a estabelecer suas próprias teias de relações entre os conceitos e as obras” (Paula Alzugaray).

São essas cinco videoinstalações de grandes dimensões que servem como condutoras do projeto expográfico, formando cada uma núcleos com as obras do MAM com as quais se relacionam. O primeiro deles baseia-se na obra The American Gift (1975) de Vito Acconci, que em sua disposição espacial remete à ideia do Cavalo de Troia, daí seu nome, trazendo consigo a problemática do encontro entre culturas e da colonização e pós-colonização. A obra entra em diálogo com trabalhos de Anna Bella Geiger, Lenora de Barros e a dupla Mauricio Dias e Walter Riedweg.

No segundo núcleo, o centro é o dispositivo Interface (1972), de Peter Campus, em que o espectador tem projetada sua imagem real e, simultaneamente, um duplo quase espectral, numa abordagem de questões sobre percepção identitária e representação. A instalação Amnésia (1991), de Rosângela Rennó, é das obras que se relacionam com a videoinstalação.

A obra de Dan Graham, Present Continuous Past(s) (1974), explora o conceito do cubo branco imersivo, no qual o espectador é gravado e vê sua imagem reproduzida várias vezes, o que o torna ao mesmo tempo objeto e visualizador da obra. O Rio (2006), de Artur Lescher, é um dos trabalhos que permeiam o núcleo.

Uma das obras emblemáticas de Bruce Nauman, Going Around the Corner (1970) também parte do cubo branco, que aqui não permite imersão, mas se fecha ao espectador, mantido ao redor dele. Câmeras de vigilância posicionadas nas quinas superiores do cubo captam a imagem do público e reproduzem em um dos monitores posicionados nos cantos e no chão. A curadoria selecionou, entre outras, a instalação Inmensa (1982), de Cildo Meireles, para estabelecer paralelos.

Finalmente, o coreano-americano Nam June Paik figura na mostra com a filosófica Moon is the Oldest TV (1965), em que televisores reproduzem um simulacro das variações das fases da Lua, na verdade uma construção técnica a partir do sinal eletrônico emitido pelos monitores catódicos.

Felipe Chaimovich, curador do MAM, ressalta um outro aspecto da mostra, a “evidenciação da sensação de vigilância que as obras trazem em si”, pelo próprio caráter de reprodução da imagem do público nos monitores e pela própria natureza do vídeo, que pressupõe o registro de todas as atividades ocorridas em seu escopo e, com isso, possibilita um controle e uma opressão de atividades não incluídas na normatividade cotidiana.

Pelas diversas indagações que a exposição traz e por seu ineditismo, Circuitos cruzados dá ao espectador a chance de levar para o cotidiano e o mundo em que vive uma visão ampliada de questões da atualidade.

AS CURADORAS

Christine Van Assche é belga e curadora-chefe do Service Nouveaux Médias do Centre Georges Pompidou, de Paris, para cujo acervo adquiriu mais de 1.800 trabalhos de nomes como Nam June Paik, Chris Marker, Dan Graham, Bill Viola, Stan Douglas, Aurélien Froment, Douglas Gordon, Hahn, Mona Hatoum, Pierre Huyghe, Zineb Sedira, Steve McQueen e Bruce Nauman. Fez a curadoria de diversas mostras ao redor do mundo, entre elas Tony Oursler : dispositifs no centro de arte Jeu de paume (Paris; SAM, 2011_; Ida e Volta : Ficção e Realidade, Fundação Gulbenkian (Lisboa, 2008); Body Sound, Liedts-Meesen Foundation (Gante – Bélgica, 2010); entre outros. Escreveu diversos catalogues raisonné e monografias e lecionou arte contemporânea versus video na universidade Paris VIII entre 1998 e 2001.

Paula Alzugaray é curadora independente, crítica de arte e jornalista especializada em artes visuais. Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da USP, e Doutora em Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Edita a seção semanal de artes visuais da revista Istoé e é diretora de Redação da revista cultural seLecT. É autora do livro "Regina Vater: Quatro Ecologias" (Oi Futuro/Fase 3, no prelo). Entre seus projetos curatoriais recentes incluemse as exposições "Latin America Uncontained", na LOOP Fair Barcelona (Maio 2012); "Video Brésilienne: un Anti-Portrait", no Centro Georges Pompidou (Paris, outubro de 2010) e “Observatórios”, no Itaú Cultural, em Belo Horizonte e Vitória (2009). É autora do documentário “Tinta Fresca” (2004), prêmio de Melhor Media Metragem na 29ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e de "Shoot Yourself" (2012), documentário realizado durante residência no Centre International d’accueil et d’échanges des Récollets, em Paris, Prêmio em Poéticas Investigativas, no Cine Move Arte 2012.

Posted by Patricia Canetti at 11:06 AM

março 7, 2013

Maria Lynch - Acontecimento Encarnado na Anita Schwartz, Rio de Janeiro

Maria Lynch - Acontecimento Encarnado, Anita Schwartz Galeria, Rio de Janeiro, RJ - 14/03/2013 a 20/04/2013

Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir de 13 de março de 2013 para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição da artista carioca Maria Lynch, que nasceu em 1981 e é uma das mais destacadas artistas de sua geração. Primeira individual da artista na galeria, a mostra terá doze obras inéditas, produzidas especialmente para esta exposição. Serão dez pinturas em grandes dimensões, duas em formato menor, uma instalação e um vídeo.

No grande espaço térreo da galeria, com 200 metros quadrados, estarão oito pinturas em grande formato, em tintas óleo e acrílica sobre tela, com tamanhos que chegam a 1,80m x 2,25m. Na sala menor, também no térreo, estarão as pinturas “Espelho 1” e “Espelho 2”, feitas com a mesma técnica e medindo 1,40m x 1m.

Nas pinturas, com as cores fortes que são marca do trabalho da artista, há a silhueta de uma ou mais mulheres, todas brancas, que parecem estar se movimentando no meio da tela colorida.

“O meu trabalho gira em torno do universo lúdico e feminino, do erótico e de uma sublimação da realidade. Essas mulheres são projeções minhas e uma forma de anular o mundo pela ausência de sua identidade. Recrio uma ficção, uma alegoria de um excesso e ansiedade, junto a fragmentos do imaginário. A partir daí construí um repertório dessas formas e elementos que vão se metamorfoseando em sua morfologia, onde uma mídia contamina outra. Entre o gozo e a culpa, um paradoxo e uma ambigüidade”, explica a artista.

Na escada, que dá acesso ao terceiro andar da galeria, estará uma instalação, também inédita, feita em acrilon e tecido. Formada por tecidos coloridos, em tamanhos diferentes, as partes de encaixam formando uma espécie de centopéia.

No contêiner, que fica no terceiro andar da galeria, estará o vídeo “Um bosque chamado solidão”, produzido este ano especialmente para a exposição. “O vídeo é uma extensão do trabalho que retrato o corpo no processo de fragmentação, que vai de encontro com as lembranças da infância”, conta a artista.

SOBRE A ARTISTA
Maria Lynch nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1981, onde vive e trabalha. Maria é formada pela Chelsea College of Art & Design, Londres, onde concluiu pós-graduação e mestrado, em 2008.

Dentre suas principais exposições individuais estão: “Ocupação Macia”, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e a performance “Incorporáveis”, no MAM Rio, ambas em 2012; a mostra “Retalhos”, na Galeria Candido Mendes Ipanema, também no Rio de Janeiro, em 2006, entre outras.

Dentre as principais exposições coletivas estão: “6ª Bienal de Curitiba”, em 2011; “Presente Futuro Vol III”, no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, em 2010; “Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça”, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Rio de Janeiro e Performance “Incorporáveis”, no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, em 2009; “Nova Arte Nova”, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 2008 e 2009; “Jerwood Drawing Prize”, no Jerwood Space, em Londres, em 2008, entre outras.

Suas obras estão em importantes coleções públicas do Brasil, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Centro Cultural Candido Mendes, a Coleção BGA, e a coleção do Ministério das Relações Exteriores – Palácio do Itamaraty, Brasília.

Posted by Patricia Canetti at 7:12 PM

Estranhamente Familiar / Unheimlich no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo

Estranhamente Familiar / Unheimlich, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP - 13/03/2013 a 28/04/2013

Ampliando sua sólida agenda e estudos que desenvolve para o aprofundamento da arte contemporânea, o Instituto Tomie Ohtake promove a primeira exposição do seu novo programa curatorial, o Arte Atual. Elaborado pelo Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake (NPC), o projeto foi concebido para promover exposições coletivas de artistas emergentes em que projetos experimentais ambiciosos possam ser concretizados e apresentados ao público, contando, para isso, com o apoio ativo de galerias de arte presentes no país.

Estranhamente Familiar/Unheimlich inaugura o Arte Atual. Com curadoria de Paulo Miyada, coordenador do NPC, reúne obras de quatro jovens artistas: Alice Miceli, Mariana Manhães, Rodrigo Matheus e Thiago Honório. Segundo o curador, o termo unheimlich, consagrado e debatido por Freud em seu ensaio “Das Unheimlich” de 1919, define o conceito da exposição. Sem tradução para o português, a palavra indica algo que está entre estranho e familiar, que é excessivamente próximo e ao mesmo tempo emerge de um contexto ameaçadoramente irreconhecível.

Miyada explica ainda que, embora voltada à psicanálise, a reflexão sobre o termo extravasa esse campo, chegando descoberta de que o estranhamente familiar nada mais é do que o aprofundamento de um dos sentidos do ambivalente termo heimlich (doméstico, familiar). “O que se protege na esfera familiar da casa também é o que se esconde do olhar de outrem, o que permanece recolhido, e é quando ele emerge inesperadamente para fora de sua reclusão que se produz o efeito de unheimlich”, completa.

Artistas e obras, conforme o curador:

O mineiro Thiago Honório (Carmo do Parnaíba – MG, 1979), aparece com duas obras. Pret-a-porter, um conjunto de estojos, caixas e mostruários vazios de diferentes formatos, dimensões e procedências, todos aptos a receberem objetos produtores de intimidade, alinhados lado a lado com suas tampas abertas em noventa graus, oferecendo um panorama de cores vívidas, uma demonstração obscena de intimidades. Evocando o potencial desnorteante da colisão entre a imagem de algo vivo e algo inanimado, Thiago Honório apresenta também a escultura Anima, que traz uma pele inteiriça de zebra com focinho, orelhas e rabo, fixada a um cubo transparente.

A maneira pela qual uma história atravessa o real, em um momento traumático, reflete-se de maneira peculiar na videoinstalação O Flautista, realizada por Alice Miceli (Rio de Janeiro, 1980). A artista escolheu uma única fotografia que alude ao enredo do conto escrito pelos irmãos Grimm “O flautista de Hamelin”, e desenvolveu um processo em que o andamento do vídeo resulta da oscilação das propriedades fotográficas dessa imagem ao longo do tempo, de acordo com as propriedades sonoras da música que conduz a sua narrativa.

Ao deparar-se com a instalação de Mariana Manhães (Niterói – RJ, 1977), o público perceber-se diante de um enorme corpo articulado, algo que pode ser percebido como um gigante em repouso. O fato de que esse corpo pulsante seja composto de materiais notadamente artificiais – como tubos metálicos, sacos plásticos e ventiladores – confunde o entendimento entre o orgânico e o sintético no próprio corpo do espectador, remetendo ao estranhamente familiar.

Interessado também em tais possibilidades de desnorteamento, Rodrigo Matheus (São Paulo, 1974) realiza uma nova instalação que visa provocar essa sensação com a menor quantidade de elementos possível. O artista utiliza um instrumento de nivelamento, uma luz rotatória e uma espiral de pedriscos para, segundo o curador, “transformar a sala de exposição em uma espécie de diorama imersivo – uma paisagem alienígena instantaneamente evocada”.

Posted by Patricia Canetti at 3:03 PM