Página inicial

Blog do Canal

o weblog do canal contemporâneo
 


julho 2021
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
        1 2 3
4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30 31
Pesquise no blog:
Arquivos:
julho 2021
junho 2021
maio 2021
abril 2021
março 2021
fevereiro 2021
janeiro 2021
dezembro 2020
novembro 2020
outubro 2020
setembro 2020
agosto 2020
julho 2020
junho 2020
maio 2020
abril 2020
março 2020
fevereiro 2020
janeiro 2020
dezembro 2019
novembro 2019
outubro 2019
setembro 2019
agosto 2019
julho 2019
junho 2019
maio 2019
abril 2019
março 2019
fevereiro 2019
janeiro 2019
dezembro 2018
novembro 2018
outubro 2018
setembro 2018
agosto 2018
julho 2018
junho 2018
maio 2018
abril 2018
março 2018
fevereiro 2018
janeiro 2018
dezembro 2017
novembro 2017
outubro 2017
setembro 2017
agosto 2017
julho 2017
junho 2017
maio 2017
abril 2017
março 2017
fevereiro 2017
janeiro 2017
dezembro 2016
novembro 2016
outubro 2016
setembro 2016
agosto 2016
julho 2016
junho 2016
maio 2016
abril 2016
março 2016
fevereiro 2016
janeiro 2016
dezembro 2015
novembro 2015
outubro 2015
setembro 2015
agosto 2015
julho 2015
junho 2015
maio 2015
abril 2015
março 2015
fevereiro 2015
janeiro 2015
dezembro 2014
novembro 2014
outubro 2014
setembro 2014
agosto 2014
julho 2014
junho 2014
maio 2014
abril 2014
março 2014
fevereiro 2014
janeiro 2014
dezembro 2013
novembro 2013
outubro 2013
setembro 2013
agosto 2013
julho 2013
junho 2013
maio 2013
abril 2013
março 2013
fevereiro 2013
setembro 2012
agosto 2012
junho 2012
abril 2012
março 2012
fevereiro 2012
novembro 2011
setembro 2011
agosto 2011
junho 2011
maio 2011
março 2011
dezembro 2010
novembro 2010
outubro 2010
setembro 2010
junho 2010
fevereiro 2010
janeiro 2010
dezembro 2009
novembro 2009
maio 2009
março 2009
janeiro 2009
novembro 2008
setembro 2008
agosto 2008
julho 2008
maio 2008
abril 2008
fevereiro 2008
dezembro 2007
novembro 2007
outubro 2007
agosto 2007
junho 2007
maio 2007
março 2007
janeiro 2007
dezembro 2006
outubro 2006
setembro 2006
agosto 2006
julho 2006
junho 2006
maio 2006
abril 2006
março 2006
fevereiro 2006
janeiro 2006
dezembro 2005
novembro 2005
setembro 2005
agosto 2005
julho 2005
junho 2005
maio 2005
abril 2005
março 2005
fevereiro 2005
janeiro 2005
dezembro 2004
novembro 2004
outubro 2004
setembro 2004
agosto 2004
junho 2004
maio 2004
abril 2004
março 2004
janeiro 2004
dezembro 2003
novembro 2003
outubro 2003
agosto 2003
As últimas:
 

abril 16, 2020

Dentro / Inside - Nara Roesler apresenta coletiva online

Cao Guimarães, Rivane Neuenschwander, O Inquilino (The Tenant), 2010 - Digital HD

A Galeria Nara Roesler apresenta 'Dentro', uma exposição virtual composta por obras diferentes, agrupadas sob o denominador comum de dentro / interior - apresentamos artistas que, através de sua prática, se envolveram formal ou conceitualmente com a questão da interioridade.

Mostra Online
11 a 25 de abril de 2020
Dentro / Inside
Alexandre Arrechea, Brígida Baltar, Cao Guimarães, Cao Guimarães & Rivane Neuenschwander, Cristina Canale, Daniel Senise, Fabio Miguez, Lucia Koch, Raul Mourão, Virginia de Medeiros

[scroll down for English version]

A imagem emblemática da seleção curatorial é um gesto monumental e poético de Carlito Carvalhosa: Era assim quando cheguei aqui (2006), uma instalação na qual um molde do famoso Pão de Açúcar do Rio de Janeiro - tantas vezes pintado por artistas viajantes nos séculos XIX e XX - entrou no interior do museu como uma imagem espelhada, invertida e dissecada.

Toda imagem nesta exposição virtual sinaliza um interior, referente a uma atividade ou um estado de interioridade: um local de abrigo com uma visão externa (Lucia Koch), uma bolha que viaja por um caminho interior (Cao Guimarães e Rivane Neueschwander), um abajur feito de música (Cao Guimarães), um concerto de piano para ninguém, que um gato esfinge escuta (Cristina Canale), um jogo de sombras, a sombra de uma figura em cima da mesa (Brígida Baltar), um corpo protegido por um escudo , murado atrás de um fragmento arquitetônico (Alexandre Arrechea), uma imensa galeria sem visitantes com pinturas como janelas escuras (Daniel Senise), os restos de uma visão renascentista depois que todas as suas figuras foram apagadas (Fabio Miguez), uma casa - nossa casa suspensa - (Raul Mourão), o retrato de uma mulher militante, lutando por moradia, em seu abrigo temporário cercado por suas plantas nos olhando intensamente (Virginia de Medeiros).

A primeira seleção curatorial virtual da Galeria Nara Roesler, 'Dentro' (disponível on-line na sala de exibição Artsy da galeria e em seu site galerianararoesler.art), procura maximizar seu espaço virtual montando obras disponíveis para venda e outras já em coleções particulares, mediante a condição de que condensem um único conceito, uma palavra, uma chave conceitual, reduzindo a curadoria a um gesto seletivo mínimo, à construção de uma única série: nessa série simples e linear, tudo funciona, incorpora uma intensidade diferente e compartilha uma intensidade (neste caso: a do interior); cada um se transformando através do efeito da vizinhança, tornando-se um eco ou ressoando com os trabalhos que o precedem ou sucedem.

Com isso, 'Dentro' segue minuciosamente o conceito de série de transformações: qualquer trabalho, como qualquer máscara - como sugerido pelo antropólogo Claude Levi-Strauss - implica outro ao lado, real ou virtual, que o transforma em algo diferente. A 'minima moralia' da curadoria: um espaço onde todos os trabalhos, através da vizinhança, se transformam e são lidos em sucessão, como um haicai, como um breve poema, em quarentena.


Galeria Nara Roesler presents 'Inside', a virtual exhibition composed of dissimilar works, grouped under the common denominator of the inside/interior - we present artists who have, through their practice, engaged either formally or conceptually with the question of interiority.

The emblematic image of the curatorial selection is a monumental and poetic gesture by Carlito Carvalhosa: It was like this when I got here (2006), an installation in which a cast of Rio de Janeiro's famous Sugarloaf - so often painted by traveling artists during the nineteenth and twentieth century - entered the interior of the museum as a mirrored, inverted and dissected image.

Every image in this virtual exhibition signals an interior, referring to an activity or a state of interiority: a place of shelter with an outward view (Lucia Koch), a bubble that travels along an inside path (Cao Guimarães and Rivane Neueschwander), a lamp made of music (Cao Guimarães), a piano concert for no one, which a sphynx cat listens to (Cristina Canale), a shadow play, the shadow of a figure setting the table (Brígida Baltar), a body protected by a shield, walled behind an architectural fragment (Alexandre Arrechea), an immense gallery without visitors with paintings as dark windows (Daniel Senise), the remnants of a Renaissance view once all its figures have been erased (Fabio Miguez), a house - our home suspended - (Raul Mourão), the portrait of a militant woman, fighting for housing, in her temporary shelter surrounded by her plants staring at us intensely (Virginia de Medeiros).

Galeria Nara Roesler's first virtual curatorial selection, 'Inside' (available online on the gallery's Artsy viewing room and on its website galerianararoesler.art), seeks to maximize its virtual space by assembling works available for sale and others already in private collections, upon the condition that they condense a single concept, a word, a conceptual key, thus reducing curatorship to a minimal selective gesture, to the construction of a sole series: within this simple, linear seriality all works both, embody a different intensity and share a common intensity (in this case: that of the interior); each one transforming through the effect of vicinity, becoming an echo, or resonating with the works that precede or succeed it.

With this, 'Inside' minutely follows the concept of series of transformations: any work, like any mask - as suggested by anthropologist Claude Levi-Strauss - implies another beside it, real or virtual, that transforms it into something different. The 'Minima moralia' of curation: a space where all works, through vicinity, transform themselves and are read in succession, like a Haiku, as a brief poem, in quarantine.

Posted by Patricia Canetti at 12:25 PM

abril 12, 2020

Observatório Itaú Cultural tem lançamento com transmissão ao vivo

Será lançado no dia 13 de abril o Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural, um panorama econômico dos setores cultural e criativo brasileiros. Para marcar o lançamento, ocorre às 10h um bate-papo – com transmissão pelo site e pela nossa página no Facebook – entre Eduardo Saron, diretor desta organização, e Leandro Valiati, professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O Painel de Dados provê subsídios para o planejamento e a execução de projetos, buscando que produtores, pesquisadores e gestores culturais possam ter maior perspectiva sobre sua prática. Com as informações fornecidas por ele, é possível superar gargalos e ganhar em eficiência, por exemplo. A plataforma é construída em três eixos: mercado de trabalho e empreendimentos, financiamento publico à cultura e comércio internacional de produtos e serviços criativos.

Desde 2006, o Observatório Itaú Cultural produz e promove conteúdo, pesquisa e formação nos campos das políticas culturais, da gestão cultural e da economia criativa. Um dos seus principais projetos é a Revista Observatório, que lançou em março uma edição especial com a temática Convivência Intercultural – Perspectiva Latino-Americana. Veja também os vídeos publicados para eventos anteriores, como os seminários Cultura nas Capitais: Desdobramentos e Proteção e Circulação de Bens Culturais, e o Boletim Observatório Itaú Cultural.

Lançamento | Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural
com Eduardo Saron e Leandro Valiati
segunda 13 de abril
às 10h

Transmissão ao vivo pelo nosso site e pela página no Facebook

Posted by Patricia Canetti at 12:22 PM

abril 9, 2020

Aniversário de Brasília é celebrado com Leilão em homenagem aos seus 60 anos

O leiloeiro Roberto de Magalhães Gouvêa realiza em 13 de abril, às 20h, o leilão “60 X Brasília”, que homenageia os 60 anos de Brasília, fundada em 21 de abril de 1960. O leilão, organizado pelo editor e bibliófilo Manoel Lauand, oferece 60 lotes, entre livros, catálogos, obras de arte e memorabilia.

Os lotes podem ser visualizados a partir de 7 de abril no site do leiloeiro Roberto de Magalhães Gouvêa (www.rmgouvealeiloes.com.br) e também acessados na plataforma LeilõesBR (www.leiloesbr.com.br). Os lances podem ser feitos por interessados de todo o país, mediante cadastro prévio.

“Os lotes provém de minha coleção e de comitentes particulares. Sempre me interessei pela história de Brasília e pela história da formação do território brasileiro. Tenho comprado volumes sobre arte, arquitetura, fotografia, literatura e antropologia, e agora disponibilizo parte do acervo ao público”, diz Manoel Lauand.

Serão apregoados livros, catálogos, obras de arte e memorabilia sobre os mais diversos segmentos da cultura brasiliense, como arquitetura, arte, música, quadrinhos, fotografia, geografia e história; escritos, realizados ou protagonizados por personalidades da criação e da formação da Capital Federal, como Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Joaquim Cardozo, Athos Bulcão, João Filgueiras Lima, Bruno Giorgi, Alfredo Ceschiatti, Roberto Burle Marx, Marianne Peretti, Bernardo Sayão, Israel Pinheiro da Silva e outros.

Entre os destaques do pregão está o raríssimo volume “Toada pra se ir a Brasília”, poesia de Cassiano Ricardo, Editora Cultrix (1960), com dedicatória e assinatura do autor e de Juscelino Kubitschek para o editor. Outra publicação de grande interesse é o número 8 da revista “Módulo” (1957), um especial intitulado “Brasília, a nova capital do Brasil" do qual Oscar Niemeyer foi o editor. Outros destaques são os souvenirs comemorativos da Fundação de Brasília (1960) como a miniatura de escultura “Iaras”, de Alfredo Ceschiatti, e a miniatura da escultura “Candangos”, de Bruno Giorgi, ambas com plaqueta de frase de Juscelino Kubitschek. Obras plásticas dos artistas Athos Bulcão e Antonio Poteiro, além de publicações raras fazem parte do leilão.

CURIOSIDADES, DADOS E DATAS SOBRE CRIAÇÃO DE BRASÍLIA

Em 1761, o diplomata e estadista Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (1699-1782), então primeiro-ministro de Portugal, propõe a mudança da capital do império português para o interior do Brasil Colônia.

A data tida como fundação de Planaltina (19 de agosto de 1859), que fica no Distrito Federal, já é um século anterior à de Brasília, mas seu núcleo fundador, o arraial de São Sebastião de Mestre d'Armas, é ainda mais antigo e tem bem mais de 200 anos. Localizado nas proximidades da linha do Tratado de Tordesilhas, que dividia os domínios portugueses dos espanhóis, o arraial tornou-se rota de passagem para os garimpeiros de origem portuguesa em direção às minas de Mato Grosso e Goiás.

O jornalista e diplomata brasileiro Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça (1774-1823), patrono da imprensa brasileira e da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras, editou em Londres o primeiro jornal brasileiro, o “Correio Braziliense” (ou “Armazém Literário”), que circulou entre 1808 a 1823. Nele, o jornalista defendeu a Independência do Brasil e, a partir de 1813, a transferência da capital para o interior do país, para uma área "próxima às vertentes dos caudalosos rios que se dirigem para o norte, sul e nordeste". O jornalista foi sepultado em St. Mary the Virgin, em Hurley, condado de Berkshire (Inglaterra); mas em 2001 seus restos mortais foram trasladados para o Brasília e hoje repousam nos jardins do Museu da Imprensa Nacional.

Em 1891, a primeira Constituição republicana já dispunha de um dispositivo que previa a mudança da Capital Federal do Rio de Janeiro para o interior do país, determinando como "pertencente à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal".

Em maio de 1892 o presidente Floriano Peixoto criou a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, conhecida como Missão Cruls, que viajou pelo interior do país para escolher o local onde seria construída a nova capital do Brasil. O astrônomo belga Louis Ferdinand Cruls chefiou a missão exploratória de 22 pesquisadores (médicos, geólogos e botânicos), que fizeram um levantamento sobre topografia, clima, geologia, flora, fauna e recursos materiais da região do Planalto Central. Em vez de “Brasília”, a comissão designava a futura capital com o nome de "Vera Cruz". Em 29 de junho de 1892, a Missão Cruls saiu de Uberaba com destino a Pirenópolis. Em 14 de julho chegou a Catalão e no dia 1 de agosto em Pirenópolis. No dia 9 de agosto, em Formosa, se dividiram em quatro grupos para fazer as delimitações dos lados do quadrilátero de 14.400 Km² da Capital Federal. No sertão goiano, a comissão foi guiada por três moradores do arraial de São Sebastião de Mestre d'Armas: João Gomes, Carolino de Souza e Viriato de Castro. A Missão Cruls foi um fator essencial para a mudança econômica e política da região de Planaltina a partir de 1892. A área ficou conhecida como Quadrilátero Cruls e foi apresentada ao governo federal em 1894.

O naturalista, estadista e poeta José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), patrono da Independência do Brasil, foi o primeiro a chamar a nova capital do Brasil de Brasília.

Giovanni Melchior Bosco (1815-1888), mais conhecido como Dom Bosco (ou São João Bosco), padroeiro dos jovens e dos estudantes, é também padroeiro da capital Brasília. Em um de seus conhecidos sonhos (ou visões), Dom Bosco indica, segundo alguns intérpretes, o lugar da futura capital do Brasil, entre os paralelos 15 e 20 do Hemisfério Sul. Em “Memorie Biografiche XVI”, ele escreveu: “Tra il grado 15 e il 20 grado vi era un seno assai lungo e assai largo que partiva di un punto che formava un lago. Allora una voce disse ripetutamente, quando si verrano a scavare le miniere nascoste in mezzo a questi monti di quel seno apparirà qui la terra promessa fluente latte e miele, sarà una ricchezza inconcepibilie (Entre os graus 15 e 20, havia um gargalo muito longo e largo que partia de um ponto que formava um lago. Então uma voz disse repetidamente: quando eles vierem cavar as minas escondidas no meio dessas montanhas naquele regaço, a terra prometida que flui leite e mel aparecerá aqui e será uma riqueza inconcebível”.

Em 1922, no ano do Centenário da Independência do Brasil, o deputado Americano do Brasil apresentou um projeto à Câmara incluindo entre as comemorações a serem celebradas o lançamento da Pedra Fundamental da futura capital, no Planalto Central.

O presidente da República Epitácio Pessoa assinou em 18 de janeiro de 1922 o Decreto 4.494, determinando o assentamento da pedra fundamental de Brasília, monumento arquitetônio em forma de obelisco que lançou a criação de Brasília. Epitácio Pessoa designou o engenheiro Balduíno Ernesto de Almeida, diretor da estrada de ferro de Goiás, com sede em Araguari (MG), para a realização desta missão. O obelisco está localizada no Morro do Centenário, a 1033 metros de altitude e 47º39' de longitude, a 9 km de Planaltina. Para comemorar o centenário da Independência, em 7 de setembro de 1922, ao meio dia, o presidente Epitácio Pessoa assentou então a pedra fundamental da futura capital do país. A pedra fundamental caracteriza o ponto central do Brasil e foi colocada "entre os paralelos 15 e 20 graus”, baseada no sonho de Dom Bosco.

Em 1954, o marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque foi convidado pelo presidente Café Filho para ocupar a presidência da Comissão de Planejamento e Localização da Nova Capital Federal, encarregada de examinar as condições gerais de instalação da cidade a ser construída. A comissão, sob a presidência de José Pessoa, foi responsável pela exata escolha do local onde se ergueu Brasília. A idealização do plano-piloto foi obra dessa comissão, que entregou o relatório redigido pelo Marechal José Pessoa, intitulado "Nova Metrópole do Brasil", ao Presidente Café Filho, detalhando os pormenores do planejamento da nova Capital.

Em 1955, durante um comício na cidade goiana de Jataí, o candidato à presidência Juscelino Kubitschek foi questionado por um eleitor se respeitaria a Constituição, interiorizando a capital federal, ao que Juscelino afirmou que transferiria a capital. Eleito, Juscelino estabeleceu a construção de Brasília como "meta-síntese" de seu "Plano de Metas". O eleitor era Antônio Carvalho Soares, conhecido como Toniquinho.

Por discordâncias com o presidente Juscelino Kubitschek, o marechal José Pessoa abandonou a presidência da comissão e foi substituído pelo coronel do exército Ernesto Silva, que era o secretário da comissão. Ernesto Silva, que também era médico, foi nomeado presidente da comissão e um dos diretores da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap - 1956/61), tendo assinado o Edital do Concurso do Plano Piloto, em 1956, publicado no Diário Oficial da União no dia 30 de setembro de 1956. A Novacap foi uma empresa pública criada através da Lei n° 2874, sancionada pelo então presidente da República Juscelino Kubitschek em 19 de setembro de 1956, com o objetivo de construir a nova capital federal, Brasília. Em seu início teve como diretores Bernardo Sayão, Íris Meinberg, Ernesto Silva e Israel Pinheiro da Silva. Ela era responsável, além das obras públicas e urbanização, de fornecimento de energia, abastecimento de água, tratamento de esgoto, assim como a administração das terras públicas do Distrito Federal. Com o passar dos anos, ela foi desmembrada em empresas independentes e específicas: Ceb, Caesb e Terracap.

O traçado de ruas de Brasília obedece ao Plano Piloto implantado pela Novacap a partir de um anteprojeto do arquiteto Lúcio Costa, escolhido em um concurso público nacional. Segundo o decreto 10 829/87, os limites do Plano Piloto são definidos pelo lago Paranoá, a leste; pelo córrego Vicente Pires, ao sul; pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA), ao oeste; e pelo córrego Bananal, ao norte. O arquiteto Oscar Niemeyer e o engenheiro estrutural Joaquim Cardozo projetaram os principais prédios públicos da cidade. O paisagista Roberto Burle Marx projetou os jardins modernistas de alguns dos principais edifícios da cidade. Durante a construção de Brasília, aresidência de vistoria do presidente funcionou em uma construção provisória de madeira conhecida popularmente como Palácio do Catetinho, inaugurado em 31 de outubro de 1956, nos arredores de Brasília.

A cidade de Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960, no mesmo dia e mês em que ocorreu a execução de Joaquim José da Silva Xavier(1746-1792), líder da Inconfidência Mineira. No mesmo dia comemora-se ainda a fundação de Roma.

Apesar de a cidade ter sido construída em tempo recorde, a transferência efetiva da infraestrutura governamental só ocorreu durante os governos militares, já na década de 1970.

Posted by Patricia Canetti at 3:49 PM

abril 6, 2020

Coletiva AAA no Fortes D’Aloia & Gabriel - Galpão, São Paulo

As galerias Bergamin & Gomide e Fortes D’Aloia & Gabriel têm o prazer de abrir para visitação a exposição AAA – Antologia de Arte e Arquitetura. Com curadoria de Sol Camacho – arquiteta, urbanista, diretora na RADDAR Architecture e diretora técnica-cultural do Instituto Bardi / Casa de Vidro –, a coletiva reúne mais de 100 obras de artistas, arquitetos e designers brasileiros em uma reflexão sobre a arquitetura, seu papel social, seus procedimentos e sua história. A mostra, cuja plataforma online foi lançada em abril, pode agora ser vivenciada presencialmente no Galpão da Barra Funda entre os dias 22 de agosto e 17 de outubro de 2020. A visitação, exclusivamente por agendamento, marca a reabertura da galeria que manteve suas portas fechadas desde março.

[scroll down for English version]

Através de um recorte atemporal e não-catalográfico, AAA transita pelo campo das artes visuais – entre pinturas, esculturas, vídeos – e o da arquitetura – com maquetes, peças de mobiliário e fotografias de edificações. São trabalhos que têm a arquitetura como idioma: seja na relação entre a construção de espaços e a sua representação; no uso de materiais da construção civil; ou, ainda, na subversão da própria linguagem como recurso de experimentação com escala, composição e geometria.

Partindo dessas relações, a curadoria adota elementos arquitetônicos para definir as categorias da exposição. A primeira delas é composta por Blocos, Pilares, Muros e Superfícies, agrupando os trabalhos que lidam com os componentes do objeto construído. Em Blocos estão as obras formadas por unidades sólidas e modulares, como as Estruturas de Caixas de Fósforo Preto/Branco (1964) de Lygia Clark e o projeto do MASP, presente na mostra através de uma maquete preliminar produzida pelo Instituto Bardi para a exposição dos 50 anos do edifício. A PMR Chaise Long (1985) de Paulo Mendes da Rocha e o Ponto (2015) de Iran do Espírito Santo, por sua vez, integram o subgrupo Pilares, por explorarem os elementos de suspensão e apoio. Muros analisa a problemática das barreiras públicas, tão necessárias à arquitetura quanto controversas no contexto sociopolítico brasileiro, a partir de artistas como André Komatsu e Ivens Machado. As Superfícies, por sua vez, reúnem obras de Lygia Pape, Athos Bulcão, entre outros, para tratar de abstração, angulações e dobras.

Subtração, Transparência e Cor formam a segunda categoria, que diz respeito aos procedimentos formais de trabalhos dissociados da representação de um objeto específico. Subtração é tomada aqui como uma ação que resulta na conformação de espaços a partir do vazio – recurso presente tanto nos projetos da spbr arquitetos quanto na série Quadroquadro (2013–2016) de Renata Lucas. O recurso da Transparência é explorado em obras de Mauro Restiffe e Joaquim Tenreiro, enquanto a Cor é a ferramenta de decodificação do espaço presente nas tapeçarias de Burle Marx e nas pinturas de Marcelo Cipis.

Já no campo da representação de conceitos espaciais, as obras de Valeska Soares, Rivane Neuenschwander e Oscar Niemeyer integram o subgrupo Interiores, lidando com a noção de familiaridade. Seu contraponto são as Fachadas, que exploram a arquitetura a partir de sua relação com o contexto urbano, como na Janela (2018) de Rodrigo Matheus e nas pinturas de Volpi e Lorenzato.

AAA – Antologia de Arte e Arquitetura é um desdobramento de Exhibit AAA, projeto exibido pela Bergamin & Gomide na Expo Chicago em setembro de 2019. Se na primeira versão a curadoria de Sol Camacho procurava criar um “pequeno atlas” da arte brasileira e sua estreita relação com a arquitetura, esse mapa apresenta-se agora como uma antologia. A coleção plural de temas, épocas e linguagens ganha corpo no ambicioso projeto expográfico, formado por estruturas modulares que operam como uma paisagem sintética.

Venha visitar o nosso online viewing da exposição e, para qualquer esclarecimento, entre em contato por email.


Bergamin & Gomide and Fortes D’Aloia & Gabriel are pleased to open AAA – Anthology of Art and Architecture for visitation. Curated by Sol Camacho – urbanist, architect, Principal at RADDAR Architecture and Cultural Director of Instituto Bardi / Casa de Vidro — the show features more than 100 works by Brazilian artists, architects and designers, proposing a reflection on the social function, methods and history of architecture. The exhibition, which was launched online in April, can now be experienced in person at Galpão, in São Paulo, from August 22 through October 17, 2020 and marks the reopening of the gallery having been closed since March. Visitation will be by appointment only.

Through a timeless and decategorizing selection, AAA navigates the field of visual arts – with paintings, sculptures, and videos – and architecture – with scale models, pieces of furniture and photographs of buildings. These works feature architecture as a vocabulary: be it in the relation between the construction of spaces and its representation, in the use of civil construction materials, or in the subversion of language itself as a resource for experimenting with scale, composition and geometry.

Based on those relationships, the curator established architectural elements to define categories for the exhibition, the first of which consists of Blocks, Pillars, Walls and Surfaces, grouping the works that deal with components of the constructed object. Blocks includes works formed by solid and modular units, such as the Estruturas de Caixas de Fósforo Preto/Branco [Matchbox Structures Black/White] (1964), by Lygia Clark, along with the design for MASP, present in the show by way of a maquette produced by the Instituto Bardi for the exhibition held that marked the building’s 50th anniversary. The PMR Chaise Long (1985) by Paulo Mendes da Rocha and Ponto [Stop] (2015) by Iran do Espírito Santo are part of the Pillars subgroup, exploring elements of suspension and support. Walls as incorporated by artists André Komatsu and Ivens Machado analyzes the issue of public barriers, which are as essential to architecture as they are controversial within the Brazilian sociopolitical context. The fourth subgroup is Surfaces and is made up of works by Lygia Pape, Athos Bulcão, and others, dealing with abstraction, angulations and folds.

Subtraction, Transparency and Color form a second category, dealing with the formal operations at stake in certain works that are entirely divorced from the representation of a specific object. Subtraction is considered as the action resulting in the configuration of spaces on the basis of emptiness – a resource present in the projects of spbr arquitetos, as well as in the series Quadroquadro (2013–2016) by Renata Lucas. Works by Mauro Restiffe and Joaquim Tenreiro explore Transparency. Color, on the other hand, is a tool for decoding space created in the tapestries of Burle Marx and in paintings by Marcelo Cipis.

In the field of the representation of spatial concepts, works by Valeska Soares, Rivane Neuenschwander and Oscar Niemeyer are part of the Interiors subgroup, dealing with the concept of familiarity. Its counterpoint is the Façades subgroup, which explores architecture based on its relationship with the urban context, as in Janela [Window] (2018) by Rodrigo Matheus, and in paintings by Volpi and Lorenzato.

AAA – Anthology of Art and Architecture is an unfolding of Exhibit AAA – a special project developed for Bergamin & Gomide’s stand at Expo Chicago in 2019. While in its first version curator Sol Camacho sought to create a “small atlas” of Brazilian art and its close relationship to architecture, the current topographical depiction is presented as an anthology. A plural collection of themes, temporalities and languages materializes in a bold exhibition design formed by modular structures that operate as a synthetic landscape.

We are pleased to share our online viewing of the exhibition and, for any questions, contact us by email.

Com obras de / With works by

Adriana Varejão, Alfredo Volpi, Aluísio Carvão, Amadeo Luciano Lorenzato, André Komatsu, Angelo Bucci, AR Arquitetos, Arquipélago, Athos Bulcão, Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, Barrão, Bruna Canepa, Bruno Brito, Bruno Cançado, Caio Reisewitz, Carlos Bevilacqua, Carlos Fajardo, Carolina Martinez, Cildo Meireles, Cinthia Marcelle, Claudia Andujar, Cristiano Lenhardt, Eduardo Ortega, Erika Verzutti, Fernanda Gomes, Flávio de Carvalho, Geraldo de Barros, Gustavo Utrabo, Hélio Oiticica, Instituto Bardi & Porão, Iran do Espírito Santo, Ivens Machado, Jac Leirner, Joaquim Tenreiro, Juan Araujo, Leonardo Finotti, Lucas Simões, Lucia Koch, Luisa Lambri, Luiz Zerbini, Lygia Clark, Lygia Pape, Manoela Medeiros, Marcelo Cipis, Marcenaria Baraúna, Mauro Restiffe, Messina Rivas, Milton Dacosta, Mira Schendel, Montez Magno, Nelson Kon, Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha, Porfírio Valladares, Renata Lucas, Ricardo Alcaide, Rivane Neuenschwander, Roberto Burle Marx, Roberto Wagner, Rodrigo Cass, Rodrigo Matheus, Sérgio Camargo, spbr arquitetos, Studio MK27, Tacoa, Una Barbara e Valentim, Valeska Soares, Vão Arquitetura

Posted by Patricia Canetti at 1:15 PM