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junho 26, 2013

Hugo Fortes e Síssi Fonseca - Arquivos Efêmeros na Mamute, Porto Alegre

Palestra performática foi apresentada na conferência internacional Performing Documents, em Bristol, na Inglaterra.

Estúdio Galeria Mamute, que comemora um ano em junho de 2013, recebe o trabalho pela primeira vez no Brasil, em 29 de junho, às 19h.

O Estúdio Galeria Mamute traz Hugo Fortes e Síssi Fonseca para apresentar, pela primeira vez no Brasil, Arquivos Efêmeros. A palestra performática, em 29/6, às 19h, subverte as noções tradicionais de apresentação formal de trabalhos de artistas, onde os artistas reelaboram o arquivo de imagens de sua trajetória a partir de um ‘reencenamento’ alterado de trechos de performances anteriores, que ganham um novo significado e uma nova narrativa.

O trabalho discute o processo de documentação de performances e sua reapresentação, a memória e seu acionamento poético por meio da atuação corporal, as relações entre arte e vida e as conexões possíveis entre o processo discursivo e a ação poética que constituem um trabalho de arte.

O projeto Arquivos Efêmeros, que oferece bate papo com os artistas depois da apresentação, é incentivado pelo Ministério da Cultura. Apresentação no RS é uma parceria entre a Galeria Mamute e o Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais – PPGAVI/UFRGS.

Novidade

Como parte das comemorações do primeiro ano, o Estúdio Galeria Mamute, inaugura Sala do Artista, espaço que apresenta os artistas representados pela Mamute. Antônio Augusto Bueno, Beatriz Rauscher, Bruno Borne, Elaine Tedesco, Jander Rama, Hugo Fortes, Mariza Carpes, Marilice Corona, Marcelo Gobatto, Nathália Garcia, Teresa Poester, Samy Sfoggia e Sandra Rey, com obras em diversos suportes, estão disponíveis para aquisição.

Sobre os artistas

Síssi Fonseca www.sissifonseca.com e Hugo Fortes www.hugofortes.com

Hugo Fortes e Síssi Fonseca são parceiros na arte e na vida. Embora também tenham carreiras individuais, nos últimos anos os artistas vem apresentando uma série de performances em dupla. Seus trabalhos já foram exibidos em cerca de 15 países, incluindo apresentações na Whitespace Gallery nos EUA, no Arnolfini Center, Inglaterra, na embaixada nórdica em Berlim, na Galeria Artcore em Paris, na Bienal Internacional de Performance do Chile, no Festival de La Tierra na Venezuela, além de diversos locais no Brasil.

De 2004 a 2006 viveram em Berlim, onde Hugo Fortes desenvolveu parte de seu doutorado e Síssi Fonseca aprofundou suas pesquisas em performance. Atualmente Hugo Fortes é professor doutor na USP e Síssi Fonseca atua como assistente de direção de diversas peças teatrais.

Posted by Patricia Canetti at 10:10 AM

Cine Lage com Alexandre Dacosta na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro

EAV Parque Lage convida Alexandre Dacosta para ser o curador do Cine Lage de junho

No dia 28 de junho (sexta-feira), às 20h, a Escola de Artes Visuais do Parque Lage – espaço da Secretaria de Estado de Cultura, exibe, no Cine Lage, seleção de Alexandre Dacosta, artista, músico, compositor, diretor, ator e poeta.

Na programação, além de 5 vídeos experimentais do show ADJETOS - CD Livro lançado em 2011 - entremeados por 3 canções ao vivo interpretadas por Alexandre Dacosta (voz e viola de 10 cordas) e Marcelo Camera (violão, voz e percussão), algumas ficções, curtas e trechos de documentários sobre artistas.

O Cine Lage é uma programação mensal de exibição de filmes e vídeos com o objetivo de promover o debate e a reflexão sobre essa produção. “Com o programa, a EAV busca contribuir para a divulgação de obras que não são exibidas no circuito comercial. A cada apresentação, um artista ou curador é convidado a selecionar e a comentar filmes e vídeos que são exibidos em um telão no pátio da piscina. É uma atividade que divulga esta produção independente para um público ligado às artes visuais”, afirma Claudia Saldanha, Diretora da EAV Parque Lage. A entrada é gratuita.

Programação:

1. 5 vídeos experimentais-conceituais do show ADJETOS - CD Livro lançado em 2011 - entremeados por 3 canções ao vivo interpretadas por Alexandre Dacosta, voz e viola de 10 cordas e Marcelo Camera, violão, voz e percussão.
“Adjetos”, 2010 - 0’:45”
“Aqua-Focus”, 2011 - 2’:00”
“Instrumentos Indecisos”, 2009 - 1’:22”
“ADJ / 0.9”, 2009 - 1’:35”
“Dielectronhidromômetro EH 2803”, 2011 - 1’:45”

2. “Prolixo” - ficção , 2001 – 1’

3. “Estigma” – ficção, 2001 – 9’

4. Trechos dos documentários sobre artistas plásticos que escreveu e dirigiu:
“José Pedrosa Rio Acima” - sobre o escultor mineiro, 1999 – 19’
“Maria Leontina – Gesto em Suspensão” – sobre a pintora, 2004 – 15’.
“Entre a Catarse e o Logaritmo” – sobre o escultor Marcelo Lago, 2007 – 8’.

5. Trechos dos curtas metragem de ficção em que dirigiu, atuou e fez a música:
“Edifício Copacabana”, 2002 – 5’
“Bala na Marca do Pênalti”, 2003 – 20’
“Desviados”, 2006 – 15’

6. [tecnopoética], 2012 - vídeo com poesias gráficas e poemas-objetos animados
do livro homônimo – 8’

7. “Em Raios Fúlgidos”, 2013 - primeira audição da peça para Trombone-baixo solo, interpretada ao vivo pelo músico Lulu Pereira. Faz parte do projeto “Participatura - Metodologia do Espontâneo” (composições musicais cujas partituras são vídeos projetados para os músicos interpretarem à sua maneira a escrita visual-musical) – 3’

8. “A Pessoa do Cachorro” - exibição em primeira mão de um trecho do documentário-ficção de longa metragem que está em produção e foi iniciado em 2010 - 6’

9. Um vídeo inédito do “oCultoAburrice” - um canal inteligente pra burro – canal de vídeos criado este ano pelo artista no Youtube - 3’

10. “Antimatéria” (2012) – vídeo experimental com a música tema sendo cantada ao vivo – 3'

Mais sobre o curador

Alexandre Dacosta é artista plástico, músico, compositor, cineasta, ator e poeta. Veio da Geração 80 e realizou 9 exposições individuais - RJ / SP - e mais de 70 coletivas no Brasil e no exterior, apresentando pinturas, esculturas, objetos ou instalações. Como cantor, músico e compositor, além de fazer trilhas sonoras para filmes e vídeos, gravou os CDs "Cascata de Sucessos - Claymara Borges & Heurico Fidélis" (1992) e “Pirata Ao Vivo” (2003) – Leblon Records, "Todos Por Um – Corator Canta Ubirajara Cabral" (coral de atores 2004) e está lançando o CD Livro "Adjetos” (2011 composições para esculturas / objetos). Como diretor e roteirista produziu 14 filmes de curta-metragem, sendo 6 ficções, 3 documentários e 5 experimentais. Como ator, participou de mais de 30 filmes, 17 peças de teatro e musicais, diversas mini-séries, seriados e novelas. Como poeta, publicou pela editora 7 Letras [tecnopoética] 2011 – com poesias gráficas e poemas-objetos.

Posted by Patricia Canetti at 12:24 AM

junho 25, 2013

Artista Convidado do Ateliê de Gravura: Marilice Corona na Iberê Camargo, Porto Alegre

A arquitetura da Fundação Iberê Camargo será a inspiração de Marilice Corona, artista de junho do Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravura

A premiada artista e professora de pintura irá desenvolver gravuras, utilizando a prensa alemã que pertenceu a Iberê, entre os dias 24 e 28 de junho

Na próxima semana, Marilice Corona, artista de junho do Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravura, se dedicará à produção de gravuras em metal, na Fundação Iberê Camargo. Entre os dias 24 e 28 de junho, ela desenvolverá os trabalhos sob a supervisão do coordenador do Acervo e do Ateliê, Eduardo Haesbaert, e no sábado (29), irá conversar com o público, às 11h, para apresentar as obras elaboradas durante a semana. Marilice utilizará a prensa alemã que pertenceu a Iberê e que serviu como instrumento para a criação de renomadas obras, como a “Formação de Carretéis”, de 1960.

Com uma carreira consolidada nacional e internacionalmente, há mais de 30 anos, a artista dedica-se, principalmente, à linguagem da pintura. Nos últimos sete anos, a porto-alegrense vem desenvolvendo projetos individuais específicos para espaços expositivos, inspirada na própria arquitetura e no cotidiano de museus e galerias de arte. Nesta vertente, realizou recentemente a mostra "Em Jogo", no StudioClio, em Porto Alegre, composta por 36 pinturas em pequenos formatos, que abordaram o ato de contemplação, do lugar do espectador e da inserção deste no próprio espaço onde as obras estavam expostas.

No momento, Marilice, que já foi contemplada com o Prêmio Açorianos de Destaque em Pintura, está envolvida com uma nova série de obras que serão exibidas em abril de 2014, em mostra individual, na Fundação D. Luís I - Centro Cultural Cascais, em Portugal.
Para o Programa Artista Convidado, pretende criar suas gravuras a partir de registros fotográficos que realizou do espaço arquitetônico da própria Fundação Iberê Camargo.

O Ateliê de Gravura
Desde 1999, o Ateliê de Gravura da Fundação recebeu mais de 70 artistas de diferentes lugares e linguagens – independentemente da técnica e suporte mais utilizados em sua produção – para experimentar o método utilizado por Iberê Camargo durante toda sua vida. Das matrizes em metal produzidas, metade da tiragem das cópias fica com o artista e a outra metade passa a constituir a coleção de gravuras do Acervo da Fundação Iberê Camargo.Também é realizado um encontro aberto ao público, em que os artistas apresentam a sua produção e falam sobre a experiência de passar uma semana no Ateliê de Gravura. O espaço, adaptado em 2008 para a nova sede da Fundação, foi pensado pelo arquiteto Álvaro Siza para permanecer um ambiente dinâmico. Já passaram pelo programa artistas como Amilcar de Castro, Arthur Piza, Jorge Macchi, Maria Bonomi, Nelson Felix, Waltercio Caldas, Tomie Ohtake e Xico Stockinger.

Posted by Patricia Canetti at 11:54 PM

junho 24, 2013

Gustavo Speridião - Sobre fotografia e filme na Anita Schwartz, Rio de Janeiro

Gustavo Speridião - Sobre fotografia e filme, Anita Schwartz Galeria, Rio de Janeiro, RJ - 27/06/2013 a 27/07/2013

Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir de 26 de junho para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição “Gustavo Speridão – Sobre fotografia e filme”, que ocupará o terceiro andar da galeria com sete sequências de fotos – dípticos e trípticos – e um filme.

As fotos pertencem a duas séries distintas: “Uma Epopéia Fotográfica” e “Estudos Superficiais”, ambas produzidas entre 2006 e 2013. Os trabalhos são inéditos no Brasil, mas parte deles está sendo apresentado até 15 de junho próximo na prestigiosa Maison Européenne de la Photographie, em Paris. A MEP já realizou exposições de importantes fotógrafos brasileiros como Miguel do Rio Branco, Sebastião Salgado, Vicente de Mello, entre outros.

Na Anita Schwartz Galeria de Arte serão apresentadas cinco sequências coloridas – dois trípticos e três dípticos – da série “Uma Epopéia Fotográfica”, que é composta por 43 conjuntos de fotos no total. Esta série é resultado de um longo processo, realizado durante sete anos - de 2006 a 2013 -, em 18 países: Brasil, Bolívia, Argentina, Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Holanda, Alemanha, Polônia, Republica Tcheca, Hungria, Itália, Grécia, Turquia, Rússia, Marrocos e Egito.

Gustavo Speridião explica que “montados em curtos versos emoldurados, esta ‘Epopéia Fotográfica’ é a aventura em um mundo de cores e formas em dramática mudança. É a construção de versos através da montagem, da edição”. “Não importa o que é a imagem, e sim de que maneira ela é editada ou montada, e assim (re)configurada”, diz.

Todas as imagens foram captadas pelo artista, que fez, ainda, todo o processo de edição. Gustavo Speridião ressalta que as duas séries possuem “linguagem acessível, sem os mata-burros da erudição nem os quebra-molas das citações frequentes, o que permitirá ao espectador situar-se com facilidade em um cenário poético-politico-geometrico”.

No texto de apresentação da exposição em Paris, o curador Guilherme Bueno afirma: “Por um procedimento de 'assemblage' e de re-encenação das imagens, Speridião cria ficções reais da vida pós-moderna, nos colocando face a este grande arquivo global chamado 'mundo'. Suas imagens captadas e entremeadas em um processo de edição inspirado no kinoglaz das vanguardas russas fazem o retrato deste mundo, onde se misturam desejo, vertigem, frustração, e entusiasmo. Em uma palavra, todos os nossos sentimentos ocultos”.

A exposição terá, também, duas seqüências de fotos – a primeira e a última – da série “Estudos Superficiais”, que é composta por 94 fotografias em preto e branco e um filme digital, também em preto e branco, de 55 minutos. O filme será apresentado na íntegra, no contêiner que fica no terraço da galeria. Apesar de este trabalho ter sido desenvolvido durante o mesmo período da série “Uma Epopéia Fotográfica” – de 2006 a 2013 –, o foco é distinto. O tema deste trabalho é a narrativa cinematográfica. “Busquei realizar um filme narrativo, uma descrição da humanidade, seu comportamento e suas emoções em um método poético documentário sem encenação, sem roteiro e sem cor. Utilizei a câmera de filmar como um cine-olho para explorar o caos dos fenômenos visíveis que enchem o espaço”, explica. “O filme apresenta uma seqüência de aparências do mundo em suas luzes e formas, como o círculo, o quadrado, o triângulo, o ponto e a linha. Bem como aqueles que compõem este espaço; o mundo vegetal, o mundo animal e a humanidade em sua beleza e terror, sua geometria e guerra”, completa.

SOBRE O ARTISTA

Gustavo Speridião nasceu em 1978, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha.

Com apenas 34 anos, o artista já ocupa um lugar destacado no panorama da arte contemporânea brasileira, tendo participado de coletivas em instituições importantes, como o MAM Rio, Paço Imperial, Itaú Cultural, MAM Bahia, CCBB, integrado mostras no exterior, e recebido vários prêmios. Este ano, participará da Bienal de Lyon, na França, que será inaugurada dia em 12 de setembro de 2013.

Ele já recebeu os seguintes prêmios: Prêmio Funarte Marcantonio Vilaça [MAC-Niterói], em 2010; Prêmio Rumos Artes Visuais Itaú Cultural 2008-2009, Prêmio FASM de videoarte, São Paulo, Prêmio SPA das Artes, Recife, em 2009; Prêmio Projéteis Funarte de Artes Visuais, Prêmio Conexões Funarte de Artes Visuais, em 2007; Prêmio Intervenção Urbana na Semana de Artes Visuais de Recife – PE, em 2004.

Posted by Patricia Canetti at 4:20 PM

Everardo Miranda na Anita Schwartz, Rio de Janeiro

Everardo Miranda, Anita Schwartz Galeria, Rio de Janeiro, RJ - 27/06/2013 a 27/07/2013

Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir de 26 de junho para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição do artista Everardo Miranda, uma única e grande instalação pensada especialmente para a Galeria.

Everardo Miranda aplicará óxido de ferro seco nas paredes por meio de fricção, numa extensão de 19 metros lineares, com quatro metros de altura. As bordas serão difusas, esfumaçadas, com exceção de um metro de largura no centro da parede frontal, onde ele deixará um espaço vazio, “como um ato escultórico de desbastar, retirar o excesso”, explica. Nas paredes laterais a pintura em óxido de ferro estará demarcada em dois grandes retângulos. O excesso do pigmento ficará depositado no chão, “resíduos” desta ação.

“Depois de tanto tempo, o trabalho se apresenta em toda sua dimensão pictórica na Galeria Anita Schwartz. As grandes superfícies de parede impregnadas de óxido de ferro são murais contemporâneos e não deixam de trazer para o presente a memória moderna na sua delicada vertente em que a arte – de Rothko a Mira Schendel – nos ensinou como ela aparece no mundo. Depositado por fricção pelo artista, o pigmento parece que sempre esteve lá, de alguma forma escondido, e resolveu um dia surgir numa aparição monumental. A escala nos envolve e nos contém. De certo modo, somos possuídos por essa cor de ferrugem ancestral de nossas montanhas do interior. Mas nessa posse, como que abraçados pela pintura, não há nenhum gesto violento. Como em toda doutrina do aparecimento da arte, predomina a afabilidade, de quem apenas diz: “Ó eu aqui.”, afirma o crítico de arte Paulo Sérgio Duarte no texto que acompanha a exposição.

O uso do óxido de ferro como uma pele no grande cubo branco da Galeria – 200 metros quadrados de área com 7,5m de altura – remete à ideia de escultura, e ainda, ao retângulo tão caro à pintura. Ele observa que o óxido de ferro é também o elemento encontrado nas pinturas pré-históricas como nas cavernas de Lascaux, na França, ou nas de Altamira, na Espanha.

"Não é por acaso que a substância da pintura sobre a parede é a mesma que está presente em inúmeras de suas esculturas. A relação de parentesco entre as dimensões pictórica e escultórica do trabalho determinada pelo material aparece como algo inevitável como se quisessem reforçar a origem comum”, ressalta Paulo Sérgio Duarte.

Com este trabalho, o artista quer criar a sensação de que o espectador faz parte da obra. “É como se você estivesse dentro do trabalho”, ressalta.

O artista diz que a ambiguidade é um dos aspectos presentes em sua obra, desde o início de sua trajetória. “Neste trabalho, está tudo lá: pintura, escultura, instalação, além dos limites difusos dos retângulos”, explica Everardo Miranda.

GRAVURAS

Durante a exposição, serão lançadas dez gravuras inéditas, feitas pelo artista especialmente para esta mostra. As gravuras medem 70cm x 50cm e cada uma terá uma tiragem de dez exemplares.

As gravuras reproduzem uma série de desenhos do artista feitos em 1974, que fazem parte da coleção do Gilberto Chateaubriand. Essas imagens foram “redesenhadas” no computador. A impressão é digital e foram produzidas pela Lithos Edições de Arte. Nesses trabalhos, a ambigüidade também está presente. “Altero as conexões nos cantos dos retângulos, produzindo uma leitura ambígua dos planos que constroem a imagem”, diz.

Everardo Miranda tem sido chamado para intervir em projetos arquitetônicos monumentais na Itália. No outlet Soratte, nos arredores de Roma, ele realizou a obra “O Sole Mio”, projeto de 2005, inaugurado em 2008. Nesta obra, ele criou desenhos no chão, numa área de 23 mil metros quadrados, usando pedras da região da Toscana, um grande mosaico simulando sombras da construção. Criou um “diálogo de sombras”. O detalhe foi que utilizou como cálculo a incidência do sol sobre o Rio de Janeiro, criando uma estranha duplicidade, já que, como Roma fica no hemisfério norte, as sombras, a real e a fictícia, se projetam em direções opostas e nunca se encontram.

Em 2008 realizou outro grande mosaico na pavimentação de um prédio empresarial, também em Roma.

SOBRE O ARTISTA

Everardo Miranda (Rio de Janeiro, 1951, arquiteto formado pela UFRJ) realizou suas primeiras exposições em 1971, no antigo Instituto de Belas Artes (IBA), em 1981, quando expôs desenhos e esculturas na Galeria Cândido Mendes, Rio, e em 1981/82, na Galeria Sergio Milliet, Funarte, no Projeto ABC – Arte Brasileira Contemporânea, criado por Paulo Sergio Duarte.

Foi diretor de Artes Visuais da Secretaria Municipal de Cultura / RioArte, entre 1983 e 1988. Inaugurou o Espaço Cultural Sergio Porto em 1983 com uma retrospectiva de instalações de artistas importantes como Cildo Meireles, Tunga, Antonio Dias, Waltercio Caldas, Artur Barrio, José Resende e Umberto Costa Barros. No mesmo período, cria o projeto “Instalações no Parque da Catacumba” e lança a série de vídeos “RioArteVideo- Arte Contemporânea”, até hoje exibida nacional e internacionalmente.

Em 1990, reassume a direção de Artes Visuais da RioArte, quando cria e faz a curadoria, até 1993, das exposições da “Galeria Sergio Porto”, e do “Gabinete de Arquitetura”. Como assessor da Secretaria Municipal de Cultura, em 1994, criou o projeto “Esculturas Urbanas”, que resultou na instalação de cinco esculturas monumentais contemporâneas em áreas do Corredor Cultural – Centro do Rio (Waltercio Caldas, José Resende, Ivens Machado, Weissmann e Amílcar de Castro) – projeto desenvolvido pelo crítico de arte Reynaldo Roels Jr.

Em dois períodos distintos - de 1995 a 1997, e de 2009 a 2011, foi diretor do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro.

Em 2005, retoma sua produção artística e expõe na Galeria Mercedes Viegas e na Galeria Bolsa de Arte, em Porto Alegre, durante a Bienal do Mercosul. Em 2009, expõe na Anita Schwartz Galeria de Arte.

Suas exposições foram acompanhadas de textos dos seguintes críticos: Paulo Venâncio Filho, Ronaldo Brito, Gloria Ferreira e Luiza Interlengui;

Na atual exposição, na Galeria Anita Schwartz , o texto é do crítico Paulo Sergio Duarte.

No momento, desenvolve o projeto “Costruzione Legittima”, pintura em um teto a ser construído sobre as plataformas de embarque da estação central de trens, RomaTermini, medindo 152 x 107m, em Roma, na Itália.

Suas obras figuram em importantes coleções particulares, como as de Gilberto Chateaubriand, Thomas Cohn, Universidade Cândido Mendes, Luis Antonio Almeida Braga, Raquel Arnaud, Cildo Meireles, entre outros.

Posted by Patricia Canetti at 3:01 PM

junho 20, 2013

Bem-vindos + Layla Motta na Zipper, São Paulo

Zipper Galeria, São Paulo, SP - 24/06/2013 a 03/08/2013:
Coletiva Bem-vindos
Zip’Up: Layla Motta - Rastros

No dia 22 de junho, das 12h às 17h, a Zipper Galeria promove a abertura da exposição “Bem-vindos”, coletiva que apresenta os artistas que acabam de integrar o time de representados da galeria: Adriana Duque (Colômbia), Camille Kachani (Líbano), Daniel Escobar (Brasil), Marcelo Amorim (Brasil), Ricardo Rendón (México) e Rodrigo Oliveira (Portugal). A exposição, com curadoria de Paula Braga, permanece em cartaz até 3 de agosto.

A colombiana Adriana Duque fotografa personagens perturbadores e atraentes ao mesmo tempo: crianças vestidas luxuosamente em cenários barrocos que parecem se sobrepor, como numa fantasia, ao real de interiores domésticos humildes. Posando como pequenos monarcas, as crianças têm o mesmo par de olhos azuis e envergam uma coroa que marca a contemporaneidade por ser também um fone de ouvido. O luxo dessa coroa sonora mantém-nas em um secreto mundo de sons (ou silêncio abafado), que só elas ouvem e que sustenta a fantasia alienada.

Do México, Ricardo Rendón nos envia feltros que são pacientemente furados e fazem uma síntese entre artesania e processos mentais. A partir de um retângulo de feltro, o artista produz dezenas de variações ao esvaziá-lo de matéria, extraindo centenas de rodelas do tecido, que surpreendentemente não desaparece, mas fortalece-se na nova forma.

De Portugal, Rodrigo Oliveira olha para o Brasil e explicita, pela menção à arquitetura moderna e a itens industriais estereotípicos (como sandálias de borracha e bolsas que falsificam grifes), os paradoxos de uma sociedade que amalgama plenitude de recursos e carência social.

O brasileiro Daniel Escobar apropria-se de produções gráficas como guias de viagem ou pedaços de outdoors publicitários, feitos para comunicar uma mensagem inequívoca, e transforma-os em obras abertas que incitam a crítica a métodos da sociedade do controle.

Marcelo Amorim, também brasileiro, invoca a infância em imagens também apropriadas de manuais e fotografias que ditam regras de comportamento, reproduzindo-as à mão e velando-as com uma camada leitosa, que as torna difusas, exatamente indefinidas, como os processos de assimilação de padrões de conduta antes da idade adulta.

Camille Kachani, libanês, faz reviver a madeira morta dos cabos de vassouras e enxadas, dos bancos e caixas, como se a árvore derrubada para confecção de objetos utilitários voltasse à vida, negando-se a uma função servil.

Zip’Up apresenta primeira exposição individual de Layla Motta

Também no dia 22, o projeto Zip’Up recebe a exposição “Rastros”, primeira individual de Layla Motta. Após participação de destaque no mais recente Salão dos Artistas sem Galeria, a artista exibe fotografias de variadas séries. A produção de Layla versa sobre o tempo e faz do fotográfico a matriz para uma investigação intimista sobre o efêmero, o vestigial, o construído e o natural, este visto de modo denso. A curadoria é de Mario Gioia.

Posted by Patricia Canetti at 10:49 AM

Alberto Baraya - Expediciones pacíficas na Nara Roesler, São Paulo

Alberto Baraya - Expediciones pacíficas, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP - 24/06/2013 a 20/07/2013

No dia 22 de junho, das 11h às 15h, a Galeria Nara Roesler inaugura exposição individual do artista colombiano Alberto Baraya. Com obras resultantes de suas expedições pela Nova Zelândia, China (Shanghai), Colômbia (Teyuna), Austrália e Peru (Machu Picchu), entre 2009 e 2013, a mostra lança um olhar retrospectivo sobre as relações que o artista-viajante estabeleceu com os diversos contextos locais com que teve contato.

São exibidos trabalhos do projeto Herbario de plantas artificiales que, segundo Baraya, “estará em desenvolvimento por muito tempo". O artista cataloga obsessivamente – e com rigor científico – plantas artificiais encontradas em cada um dos países visitados, questionando a racionalidade científica. Essas novas taxonomias agregam componentes subjetivos, discutem identidades e incorporam produtos residuais do mercado. Os objetivos das antigas missões científicas ganham uma roupagem contemporânea, profundamente crítica.

É o caso, também, da série de fotografias em preto e branco oriunda de sua expedição ao Machu Picchu, chamada Antropometrias aproximadas. Ferramenta do início da antropologia física, a antropometria foi utilizada para identificar e compreender as variações físicas humanas e, em diversas ocasiões invalidadas pela história, correlacionar características físicas e psicológicas a fatores étnicos e raciais. Nestes trabalhos, Alberto Baraya revê não apenas a exploração arqueológica da área do Machu Picchu, que ocorre desde 1901, mas propõe uma reflexão sobre a ideia de "descobrimento" de uma cultura pelas mãos da outra, tendo suas medidas tomadas por nativos e por turistas de toda parte do mundo.

Em Expedición Teyuna, projeto selecionado previamente para o Laboratório Curatorial da SP-Arte, o exercício do artista foi muito mais familiar geograficamente, embora igualmente distante em termos culturais. Povos locais foram convidados a posar com reproduções artificiais da flora nativa de Teyuna, a Cidade Perdida da Colômbia. As questões de mercado, frequentemente mencionadas no trabalho catalográfico de Baraya, são especialmente importantes na história de Teyuna. Descoberta por saqueadores em 1972, a cidade chegou ao conhecimento de antropólogos e arqueólogos apenas em 1976, quando estatuetas de ouro e urnas de cerâmica começaram a aparecer no mercado negro local.

Um desdobramento da instalação La fábula de los pájaros, apresentada na Bienal de Cuenca, no Equador, reúne aves empalhadas, típicas da América Latina, levando o espectador a diferentes maneiras de contemplação de paisagens controladas: a paisagem dos pássaros dissecados e taxidermizados como instrumento científico e sua relação com a paisagem de todo o território bolivariano, seu habitat natural.

A exposição na Galeria Nara Roesler fica em cartaz de 24 de junho a 20 de julho de 2013.

SOBRE O ARTISTA

Em atividade desde os anos 1990, Alberto Baraya utiliza a fotografia, o vídeo, a escultura, o objeto e o desenho como linguagens de sua obra, de pronunciado viés crítico.

Alberto Baraya nasceu em 1968 em Bogotá, Colômbia, onde vive e trabalha. Participou de bienais como a 9ª Bienal de Xangai, China (2012), 11ª Bienal de Cuenca, Equador (2011); a 53ª Bienal de Veneza, Itália (2009); a 27ª Bienal de São Paulo (2006), Brasil; a 1ª Bienal de Medellín, Colômbia (1997); a Bienal do Caribe, em Santo Domingo, República Dominicana (2003); e a 4ª Bienal de Bogotá, Colômbia (1994). Teve suas obras expostas internacionalmente em exposições individuais, como Expedition Bogotá-Indianapolis (com Danielle Riede), no Indianapolis Museum of Contemporary Art, EUA (2011) e Herbario de plantas artificiales, no Museo de Arte Moderno La Tertulia, Cali, Colômbia (2004). Participou de importantes exposições coletivas como Disrupted nature no Museum of Latin American Art, Long Beach, EUA (2013), El cazador y la fábrica na Fundación/Colección Jumex, Cidade do México (2013), Botánica: after Humboldt, no Centro de Arte y Naturaleza, em Huesca, Espanha, e Play with me, também no Museum of Latin American Art, Long Beach, EUA (ambas em 2012); Everything has a name, or the potential to be named, Gasworks, Londres, Reino Unido (2009); Paraísos indómitos, no MARCO Museo de Arte Contemporáneo, em Vigo, Espanha (2008) e Positions in context: CIFO Grants Program Exhibition, na Cisneros Fontanals Art Foundarion, em Miami, EUA (2007). Suas obras podem ser encontradas em coleções públicas, como as do Museum of Latin American Art, Long Beach, do Tamarind Institute, Albuquerque e da United States Information Agency, todas nos EUA; do Banco de la República e do Museo de Arte Universidad Nacional de Colombia, ambos em Bogotá, Colômbia; e do Instituto de la Juventud, Madri, Espanha.

Posted by Patricia Canetti at 10:00 AM

Lucia Laguna - Jardim na Fortes Vilaça, São Paulo

Temos o prazer de apresentar Jardim a primeira exposição individual da artista Lucia Laguna na Galeria Fortes Vilaça. A mostra traz pinturas inéditas em acrílica e óleo, tendo como ponto de partida a paisagem cotidiana da artista.

A pintura de Lucia Laguna retrata o seu entorno: a paisagem do subúrbio do Rio de Janeiro, a arquitetura informal do bairro, o próprio atelier e o jardim de sua casa. São recortes apresentados de forma velada, quase abstrata. Há uma sobreposição de formas, linhas e campos de cor com elementos mais figurativos, muitas vezes causando a impressão de um espelho quebrado.

Laguna desenvolve uma técnica de trabalho única, em que imagens são produzidas em tinta acrílica por seus assistentes, seguindo diretrizes apontadas por ela, que passa então a consumi-las ou desconstruí-las usando tinta a óleo. São composições onde o processo da pintura parece nunca terminar, a imagem permanece viva e mutável diante de nossos olhos. A pintura não é apenas fruto da observação, mas igualmente de uma prática empírica de justaposição e reprocessamento de imagens do dia-a-dia gerando um acúmulo de memórias.

O jardim das telas de Lucia é urbano e carioca. Mostra-se misturado à pedras e vasos, os morros são tomados por casas e os quintais são cheios de entulho. Em Jardim nº 11, por exemplo, vemos apenas uma mesinha com casas ao fundo, não há verde na tela. A artista deixa grandes áreas cobertas por massas de tintas que vão do creme ao amarelo, dando a impressão de um campo ainda por ser preenchido. É um convite ao espectador para que projete suas próprias imagens sobre o acúmulo de memória resguardado sob o corpo da cor.

Já em Jardim nº 10, uma grande tela horizontal, a artista nos oferece um grande panorama pessoal da cidade que habita. O verde de plantas e árvores aparece por entre esboços de casas e vasos, como se olhássemos pela janela de uma casa de um centro urbano onde tudo esta sempre em permanente movimento.

Lucia Laguna nasceu em Campo dos Goytacazes, RJ, em 1941. Forma-se em Letras em 1971 passando a lecionar língua portuguesa. Em meados dos anos 1990 a artista frequenta cursos de pintura e história da arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Faz sua primeira individual em 1998. Participa do Panorama de Arte Brasileira, MAM-SP em 2011, faz parte do Programa Rumos Artes Visuais, edição 2005/2006, do Instituto Itaú Cultural e em 2006 ganha o prêmio CNI SESI Marcantônio Vilaça. Sua obra está na coleção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e de São Paulo, Museu Nacional de Brasília entre outros. Recentemente participou da 30ª Bienal de São Paulo que atualmente itinera pelo interior do estado.

Posted by Patricia Canetti at 1:43 AM | Comentários (1)

Meridianos/Colômbia: Juan Manuel Echavarría na Casa Daros, Rio de Janeiro

A Casa Daros traz para uma conversa aberta ao público o artista colombiano Juan Manuel Echavarría, autor de obras emblemáticas em vídeos e fotografias na exposição “Cantos Cuentos Colombianos”

Cantos Cuentos Colombianos, Casa Daros, Rio de Janeiro, RJ - 24/03/2013 a 08/09/2013

A Casa Daros traz para seu programa Meridianos:Colômbia 3, no próximo dia 20 de julho, às 17h, o artista colombiano Juan Manuel Echavarría, que conversará sobre seu trabalho, e particularmente sobre suas obras que integram a exposição “Cantos Cuentos Colombianos”: “Bocas de ceniza” [2003], “Bandeja de Bolívar” (1999), “Corte de Florero” (1997), e “Guerra y pa’” (2001).

Juan Manuel Echavarría, nascido em Bogotá, em 1947, às vésperas de completar 50 anos decidiu abandonar a bem-sucedida carreira de escritor – são dele os romances “Moros en la costa” (Ancora Editores, 1991) e “La gran catarata” (Editorial Arco, 1981) – e se expressar a partir das artes visuais. Escolheu a fotografia, depois os vídeos. Seu primeiro projeto como artista visual foi a série “Retratos” (1996), fotografias de rostos de manequins desfigurados em vitrines. Sua primeira exposição individual ocorreu em Nova York, na B&B International Gallery, em 1998. Um ano depois, participou de “Arte y violência em Colombia desde 1948”, no Museo de Arte Moderno de Bogotá. Em 2005, sua série “Bocas de ceniza” foi exibida na Bienal de Veneza e, no ano seguinte, realizou uma individual no Weather spoon Art Museum, em Nova York. A exposição “Juan Manuel Echavarría: mouths of ash” circula por várias cidades dos EUA. Em 2011, participa da VIII Bienal do Mercosul – “Ensaios de geopoética”, em Porto Alegre, Brasil,e, em 2012, da XVIII Bienal de Sidney, na Austrália, dentre outras exposições na América Latina, Europa e EUA.

“Não trabalho mais entre quatro paredes”, afirma. “Descobri que o mais importante para mim é a pesquisa. É escutar, andar em zonas afastadas de Bogotá, em distantes áreas rurais onde acontecem os conflitos, é ver a geografia, é compartilhar com as pessoas”.

TERRITÓRIO COLÔMBIA
Eugenio Valdés Figueroa, diretor de arte e educação da Casa Daros e curador de Meridianos/Colômbia, explica que nesta segunda edição do programa o território Colômbia se destaca não para “etiquetar” uma maneira “nacional” de produzir e de entender a arte, “mas para trazer uma reflexão acerca da repercussão de um contexto, uma circunstância, e uma história cultural sobre a cosmovisão e os pontos de vista, desde como os colombianos falam entre si e de como falam com o mundo”. “Meridianos: Colômbia versará, também, sobre a diferença e a singularidade de quem escuta”, ressalta.

PRÓXIMOS MERIDIANOS:COLÔMBIA
Estão previstas conversas dentro do Meridianos/Colômbia com os artistas Oswaldo Maciá, José Alejandro Restrepo e Fernando Arias, em datas a serem definidas.

PROGRAMA DE REFLEXÃO E MEMÓRIA
Como em sua primeira edição, as conversas e eventos do programa Meridianos: Colômbia serão registrados em vídeo, fotografia e áudio, a serem posteriormente incluídos em publicações impressas e digitais, com objetivos de pesquisa e educativos.

MERIDIANOS
O programa Meridianos busca dar voz ao artista e aproximar seu processo criativo, e sua trajetória, do público. Ao longo de 2011, quando reuniu duplas de artistas de diferentes gerações e países em cinco encontros gratuitos: Carlos Cruz-Diez [1923, Caracas], Waltercio Caldas [1946, Rio], Teresa Serrano [1936, México], Lenora de Barros [1953, São Paulo], Gonzalo Diaz [1947, Santiago do Chile], José Damasceno [1968, Rio de Janeiro], Leandro Erlich [1973, Buenos Aires], Vik Muniz [1961, São Paulo], Julio Le Parc [1928, Mendoza, Argentina] e Iole Freitas [1945, Belo Horizonte].

O nome “Meridianos” foi retirado de uma fala do venezuelano Carlos Cruz-Diez durante uma mesa-redonda em 2008, em Zurique, por ocasião da exposição “Face to Face”, no espaço de exibição que a Daros Latinamerica à época. Ele explicava sua decisão de deixar sua cidade para viver e trabalhar em Paris na década de 1960, pois lá era a “cidade pela qual passava um dos meridianos da arte e da experimentação”.

“Desde então pensamos em realizar algo a partir dessa afirmação”, conta Isabella Nunes, diretora geral da Casa Daros. Ela e Eugenio Valdés ressaltam que a própria Daros Latinamerica pode ser percebida dentro deste parâmetro de cruzamento de meridianos, “já que se trata de uma coleção de arte da América Latina baseada na Suíça, com um programa para o continente a partir do Rio de Janeiro”.

Eugenio Valdés destaca que “apesar de as noções de tempo e espaço se colocarem no foco dos diálogos propiciados, nos interessou também separar o aspecto geográfico para identificar uma dimensão pessoal e única dos ‘meridianos’ de cada artista”.

JUAN MANUEL ECHAVARRÍA
Nasceu em 1947, em Bogotá, onde vive e trabalha. O vídeo "Bocas de ceniza" mostra que representar as repercussões da violência pode provocar maior impacto que a representação da violência em si: testemunhas de massacres terríveis cantam canções simples sobre o ocorrido. Este ato catártico e autoterapêutico ocorre com tal concentração e honestidade tão assombrosas, que a psique dos “cantores” está completamente exposta. Devido a sua presença quase insuportável, seus olhos e vozes nos fazem participar diretamente do que aconteceu, sem que jamais se revelem detalhes. Assim, Echavarría consegue criar uma presença (da precária situação colombiana) através da ausência (de todas as imagens).

Com frequência, Echavarría recorre à metáfora para validar os seus temas colombianos. Aplica seus recursos estilísticos de modo preciso e claro, obrigando o espectador a um segundo olhar para chegar à compreensão de suas obras. A relação social entre dois papagaios no vídeo "Guerra e pa'" se converte em uma imagem simbólica da convivência humana. Um hino a sua terra natal se transforma, antes de percebermos, em um pequeno monte de cocaína ("Bandeja de Bolívar"). Plantas de aspecto exótico, que parecem extraídas de enciclopédias botânicas do século 19, são, na verdade, ossos humanos.

Posted by Patricia Canetti at 12:19 AM

junho 18, 2013

Artesur, Collective fictions no Palais de Tokyo, França

Hailing from Canada, France, Romania and California, the curators collaborating on the project “Artesur, Collective Fictions” use the game of exquisite corpse to explore a database of works by over 250 artists presented on the site arte-sur.org. The resulting exhibition is not the result of consensus or deliberation, but of the mechanical juxtaposition of individual choices. This systematic exploration, paradoxically full of random chance, reveals our relation to artistic production, both global and local.

“Artesur, Collective Fictions” is the curatorial manifestation of a collective writing process. Developed along the principles of the Exquisite corpse, the project offers a stroll through arte-sur.org, an online archive dedicated to the presentation and dissemination of contemporary art from Latin America. Albertine de Galbert invited curator Isabelle Le Normand to form a team of three young curators, the only constraints being that each of them reside in a different country and that none of them have in-depth knowledge of the artistic scenes in Latin America. Along with Le Normand and de Galbert, Andrew Bernadini (Los Angeles), Jesse McKee (Banff) and Anca Rujoiu (London) considered the work of over 250 artists present on the website. They successively chose artworks and responded with critical texts. This selection and writing process began in February and concluded in March 2013, and resulted in grouping 20 artworks, which will be shown in the exhibition.

“Artesur, Collective Fictions” establishes itself not only as a response to the challenges of studying a living archive, but also wishes to preserve the depth of individual subjectivities, and that the selection process remained free from collective bargaining. This exhibition raises questions concerning the function of a curator and proposes new working methods that reflect global interconnectedness. Furthermore, it places the artwork at the center of attention for curatorial research. The curatorial team was encouraged to take part in a game of collecting, thereby creating their own exhibition.

The website Arte-Sur.org is a vector of collaborative and free information, which displays the work of active artists and professionals from the contemporary art field in Latin America. Designed and produced by Albertine de Galbert, following curatorial research conducted between 2008 and 2009 in ten South American countries, the website is developed within the non-for-profit beam prod. by Ana Maria Guerrero and Mathilde Ayoub.
A.d.G.

CURATORS

Albertine de Galbert (Grenoble, France, 1980 - Lives and works in Paris, France). After experiences as a gallery assistant in New York, and PR assistant in Madrid, she takes up for three years the production and co-artistic direction of the documentary film series L’Art and la Manière, portraits of artists broadcasted on Arte TV. In 2011, she creates the website arte-sur.org, a platform dedicated to Contemporary Art in Latin America. Since 2010, she designs curatorial and cultural cooperation projects, mainly between Europe and Latin America.

Isabelle Le Normand (Tours, France, 1980 - Lives and works in Paris, France). As director of Visual Arts at Mains d’OEuvres, a multidisciplinary space in Saint-Ouen, she has curated over 30 exhibitions, as well as curating independently in Paris, Los Angeles, Bourges, Budapest, and Marseille. In 2013 she created an artist exchange program between Paris and Los Angeles in partnership with Machine Project and Mains d’OEuvres. Le Normand recently founded Courtesy, a commercial gallery based in Los Angeles, co-directed by artist Jonathan Bernad.

Andrew Berardini (Huntington Beach, California, 1982 - Lives and works in Los Angeles, USA) Berardini is a writer who has worked for the Armory Center for the Arts and LAXART as a curator, and at Semiotext(e) Press as an editor. Past curatorial endeavors include a public project with Bruce Nauman, a collaboration between Raymond Pandtibon and Yoshua Okon, the Los Angeles premiere for Lawrence Weiner’s Water in Milks, as well as group shows in San Francisco, Los Angeles, Vienna, and Milan. He has published articles and essays in Frieze, Mousse, Fillip and Artforum, amongst others.

Jesse McKee (Saint John, Canada, 1984 - Lives and works in Banff, Canada). He is the curator of the Walter Phillips Gallery at The Banff Centre, where he has produced exhibitions with Mark Leckey, Brian Jungen, Duane Linklater, Julia Feyrer and Tamara Henderson. Previously, he was a curator at Western Front, Vancouver where he commissioned exhibitions with Eli Bornowsky, Sophie Bélair Clément, Neïl Beloufa, and Lee Kit.

Anca Rujoiu (Romania, 1984 - Lives and works in London, UK). She is a curator at FormContent, a project that has led her to curating exhibitions at the Contemporary Art Gallery, Brukenthal National Museum, Romania, Eastside Projects Birmingham and Hollybush Gardens, London. Furthermore, she is a coordinator of special projects at the Royal College of Art, School of Fine Art in London.

Leia textos curatoriais: www.collectivefictions.com

Fonte: www.palaisdetokyo.com

Posted by Patricia Canetti at 8:05 PM

junho 13, 2013

Sérgio Sister na Artur Fidalgo, Rio de Janeiro

Sérgio Sister, Artur Fidalgo Galeria, Rio de Janeiro, RJ - 21/06/2013 a 13/07/2013

A Artur Fidalgo Galeria apresenta obras de Sérgio Sister a partir do próximo dia 20 de junho. Nesta individual, o artista paulista mostra uma série de objetos pictóricos tridimensionais e uma pintura em papel, de produção recente; e duas pequenas telas monocromáticas realizadas no início da década de 1990. “Eu pretendo expor modos diferentes de construir a pintura, inclusive cruzando trabalhos atuais com outros mais antigos, sempre tendo a luz como referência primordial”, diz o pintor. Sister, que expôs em duas Bienais de São Paulo, e que já participou de mostras no Rio de Janeiro no MAM e no Paço Imperial, volta à cidade a convite de Artur Fidalgo, que comemora seus 30 anos de experiência esse ano.

O “Pontalete 15” mostrado nesta exposição é parte de uma série de pinturas relacionadas com o espaço, feitas sobre caibros de madeira e/ou tubos quadrados de alumínio, de 250 x 5 x 5 centímetros cada. Um conjunto de 11 dessas peças coloridas é composto, nesse caso, na forma de um portal ou de uma trave de futebol, atuando com um grande vazio da parede branca.

As “Caixas” são pinturas feitas em tábuas verticais dispostas sobre uma estrutura de madeira semelhante a de uma caixinha de frutas. Aí Sérgio Sister faz seu jogo. Um jogo que vai além da matéria: as cores não apenas atuam entre si, como interagem com o fundo branco da parede, com as sombras e com outras tabuinhas colocadas na parte posterior da obra. O espectador pode mergulhar na cor e na ausência, na luz e na sombra, para dentro ou além das margens e das bordas. Entre a pintura e a escultura, ele abre área para o tom do fundo, destacando-o como parte essencial da obra. “Na exposição devo apresentar ainda uma caixas maiores, também derivadas de caixas de frutas, que permitem criar mais uma camada de profundidade, um terceiro fundo, que pode ampliar a dinâmica do trabalho”, acrescenta Sister.

As duas pequenas telas têm como alvo a luminosidade. Seja a luz produzida internamente pela massa de tinta, seja a luz refletida de fora sobre a cor metalizada. Já sobre papel japonês de fibra de kozo, ele aplica tintas à óleo regulares e/ou tintas a base de alumínio. Muitas vezes, o óleo transborda da forma e cria seu próprio desenho. Para o filósofo e crítico de arte Alberto Tassinari, Sister expressa a luminosidade, a feição e a afeição: "Há uma concentração de espírito por cm2, só encontrável em outras formas muito sintéticas de arte: haicais, fotografias, não muito mais."

Também com exposição em São Paulo, seu trabalho fica na Pinacoteca do Estado até o último fim de semana de maio. Em três meses, a exposição foi vista por mais de 120 mil pessoas. Sister também está com exposição corrente em Paris e tem previsão para mostra em Nova York em breve.

Posted by Patricia Canetti at 1:06 PM

junho 12, 2013

Coletiva Dark Paradise na Nara Roesler, São Paulo

Roesler Hotel: Dark Paradise, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP - 17/06/2013 a 10/08/2013

O curador Tim Goossens é convidado para assinar a vigésima terceira edição de Roesler Hotel, programa permanente de parcerias junto a curadores nacionais e internacionais da Galeria Nara Roesler.

Com abertura no dia 15 de junho em São Paulo, a mostra coletiva Dark paradise reúne fotografias, vídeos, pinturas e colagens de artistas consagrados e emergentes, exemplificando o discurso e a narrativa contemporânea através do cânone do imaginário paisagístico. Alguns artistas se envolvem fisicamente com a paisagem, enquanto outros a capturam com traços poéticos – e, apenas à primeira vista, obscuros –, a partir de pontos de vista fictícios, interiores ou políticos, e locais carregados de conotação histórica.

A exposição foi originalmente criada para a Clocktower Gallery de Nova Iorque – espaço alternativo de arte fundado em 1972 por Alanna Heiss, legendário por suas exposições, performances, instalações de longa duração e site-specific, e pelas residências de artistas. Nos 40 anos de existência da galeria, foram apresentados trabalhos importantes de artistas como Gordon Matta-Clark, Max Neuhaus, Lynda Benglis, Dennis Oppenheim, Vito Acconci, Nam June Paik, Charlotte Moorman, Laurie Anderson, David Tudor, Marina Abramović, e Christian Marclay, entre muitos outros. Heiss também é a fundadora de PS1 Contemporary Art Center – e surgiu de um fascínio pela identificação da tradição da paisagem sublime em imagens contemporâneas, um gênero vigorosamente desenvolvido na pintura no final do século XVIII por mestres como Caspar David Friedrich, que uniam o sublime ao assombro e ao temor perante a natureza, e da busca por essas emoções em imagens mais íntimas, locais e poéticas, criadas por artistas que trabalham com mídias variadas. Muitas das obras presentes na exposição incluem figuras humanas e, independentemente de sua escala, evocam a sensação da presença indefinida do passado ou de um mundo a ser descoberto. A representação humana nas obras escolhidas é, em sua maior parte, de natureza mais sombria, indicando um quê de temor e combate pessoal ou social.

As fotografias de grande formato da artista radicada em Nova Iorque Zipora Fried assemelham-se a pinturas e constituem uma obra recente, criada a partir da combinação de fotos e camadas de cores pintadas à mão. Representando paisagens fictícias, são interpretações contemporâneas do gênero da paisagem histórica sublime e vibram com seu próprio potencial: o sonho e o terror de um território extenso e desconhecido, no qual tudo é possível, ou a sensação de uma presença divina podem ser sentidos nos raios de luz que surgem por trás das nuvens.

A fotografia em painéis múltiplos em grande escala do carioca Marcos Chaves retrata a mata próxima à residência do artista, no Rio de Janeiro, onde ele caminha semanalmente desde sua infância. A Pedra da Gávea – que aparece em primeiro plano quando o painel do meio é erguido – é uma rocha em meio à mata, e também a origem de muitas lendas locais. Seja a Pedra a gigantesca escultura de um velho, ou marcada por inscrições fenícias, como reza a lenda, hoje sua imagem também é uma reflexão sobre a paisagem da cidade paradisíaca icônica que está no centro de uma tempestade de gentrificação, em meio aos preparativos para sediar os grandes eventos esportivos que se aproximam.

Uma seleção de fotografias de Patti Smith marca a primeira exposição da obra visual da artista no Brasil, incluindo um conjunto de imagens inéditas, registradas durante uma viagem à Guiana Francesa em 1981, que retratam as ruínas de prisões e edifícios militares construídos pelos líderes da ocupação. Com o tempo, as construções foram tomadas pela selva, mas as imagens ainda refletem os vestígios de seu passado (colonial), fotografados por Smith no estilo poético e frequentemente melancólico que é sua marca registrada, como se pode ver na interação entre a densidade das folhas e a aparição da luz. O passado entra em cena ainda mais enfaticamente nas demais imagens da exposição. Este conjunto de fotografias foi tirado em ambientes rurais onde as paisagens, vistas pelos olhos da artista, são carregadas de memórias de artistas de outros tempos – entre eles Virginia Woolf e Arthur Rimbaud – e prestam uma homenagem intimista às almas artísticas que inspiraram Smith ao longo de sua própria carreira.

No vídeo Merlo, realizado por Joan Jonas no início de sua carreira, a artista aparece sozinha em diferentes locações dramáticas ao ar livre: uma ravina rochosa, um rio durante uma ventania, uma varanda com vista para um vale. Vestida em um robe escuro com capuz, Jonas usa um longo cone de papel como megafone, entoando melodias e uivando para a paisagem como um animal. A imagem do cone e as melodias cantadas por Jonas são motivos recorrentes em sua obra, e sua utilização aqui pode ser interpretada levando-se em consideração que “merlo”, em italiano, é “melro”.

Paraíso sombrio é um tema particularmente adequado para uma projeção em vídeo do artista radicado em São Paulo Thiago Rocha Pitta. Em O cúmplice secreto, que se passa no mar próximo ao Rio de Janeiro, o espectador parece estar em pé num barco flutuando na água enquanto um objeto não identificado se aproxima lentamente entre as ondas. A obra baseia-se na famosa passagem de Vinte Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne – em que uma expedição se depara pela primeira vez com a criatura que caçava e descobre tratar-se, na verdade, do submarino Nautilus, do Capitão Nemo –, e faz com que a percepção do espectador passe de um cenário tropical idílico para um visual cada vez mais estranho. A apreensão cresce uma vez que nunca se descobre o que de fato se aproxima do barco.

O influente vídeo Pine Barrens, realizado por Nancy Holt em 1975, foi filmado na árida região centro-sul de Nova Jersey. O filme registra a paisagem arenosa da região e capta os sentimentos e mitos da população local. O mais famoso deles diz respeito a uma criatura conhecida como The Jersey Devil (O demônio de Jersey), um ser tradicionalmente descrito como dotado de cascos – suas pegadas podem ser vistas em uma das imagens –, que seria o décimo terceiro filho gerado por sua mãe, supostamente nascido no século XVIII. O vídeo mostra árvores solitárias num cenário desolado e os vestígios deixados por Holt enquanto caminha pelas dunas.

Chernobyl Project, de Alice Miceli, apresenta uma série de imagens radiográficas da Zona de Exclusão de Chernobyl, retratando as regiões mais afetadas pelo acidente no lado bielorrusso da fronteira: imagens que são impressas pela própria radiação invisível que contamina a área desde o desastre de 1986. O resultado são impressões fantasmagóricas de um lugar abandonado – uma utopia tecnológica que deu errado –, porém cheio de uma matéria invisível, aparente nos rastros de destruição que deixa para trás.

Arid (1969) e O bordo da noite (1970), duas pinturas do famoso artista brasileiro Antonio Dias, são estudos individuais para a série de pinturas Project for an Artistic Attitude (1970), criada pelo artista enquanto residia na Itália. Este período marca uma mudança radical na obra de Dias, quando se voltou para uma abordagem conceitual da pintura: aqui, o artista pensa a pintura como um deserto, um terreno vazio capaz de absorção total.

As colagens íntimas em pequena escala e os desenhos do recluso artista irlandês Alex Rose são, em sua maioria, criados a partir de imagens encontradas, e Rose descreve os atos de coletar, reunir e revelar pela destruição como partes importantes de seu processo. As imagens impressionantes talvez advenham da ideia de se remover uma parte “ruim”; uma metáfora para a tentativa de proteger as crianças de uma presença humana destrutiva e de restaurar a dignidade a uma paisagem interior de inocência, que o próprio artista perdeu cedo demais em sua vida.

O pintor, fotógrafo, cineasta, escritor e ativista David Wojnarowicz foi uma figura de destaque na arte nova-iorquina no final da década de 1970 e década de 1980, cujo trabalho está sendo apresentado pela primeira vez no Brasil. A exposição inclui o curta-metragem mudo A Fire in My Belly, um dos trabalhos em vídeo mais famosos do artista: filmado em Super 8, o filme mescla cenas de ruas no México, e temas e símbolos recorrentes em sua obra, como formigas, agressão, crânios de animais e religião. Também será apresentada uma seleção dos famosos retratos de homens usando uma máscara de Arthur Rimbaud, tendo a distopia do centro mais pobre da cidade como pano de fundo histórico; uma Nova Iorque falida, esgotada e perigosa, reconquistada como área de recreação para os artistas de sua geração. Um exemplo mais explícito do ativismo de Wojnarowicz pode ser visto em Sem título (Entre C & D), uma campanha de cartazes contra o bullying contra homossexuais lançada pelo artista – um ponto sombrio no que, em certa época, devia parecer um paraíso da diversidade.

Sobre o curador
Nascido e criado na Bélgica, Tim Goossens mudou-se para Paris onde obteve um mestrado em história da arte pela Paris IV-Sorbonne e um mestrado cum laude em Museologia na École du Louvre. Mudou-se para Nova Iorque em 2006, onde tornou-se assistente-curador do MoMA PS1 até 2010. Neste museu, foi curador da exposição coletiva Between spaces (2009), e colaborou em um grande número de exposições incluindo Kenneth Anger (2009) e Greater New York (2010). Foi co-autor do aclamado programa de performances Saturday Sessions, da mesma instituição. Como curador independente, foi idealizador de diversas exposições, incluindo Mary Beth Edelson (Suzanne Geiss Company, Nova Iorque, 2013), Larger than love (mostra oficialmente ligada à Bienal de Berlim, 2012), Avec le temps – in temps (Robert Miller Gallery, Nova Iorque, 2009) e a coletiva RISD Expose (RISD, Providence, 2010). Atualmente é curador da Clocktower Gallery, um dos mais antigos espaços de arte sem fins lucrativos em Nova Iorque, onde trabalhou com Nancy Holt, Antony Hegarty, Nomi Ruiz, Joan Jonas e Patti Smith.

Sobre o Roesler Hotel
Idealizado em 2006, o projeto começou como uma rede de intercâmbio, uma oportunidade de convidar artistas e curadores a desenvolver projetos e expor suas obras. Foram, até o momento, vinte e duas edições, entre elas mostras coletivas como Lo bueno y lo malo (2012), curada por Patrick Charpenel, Buzz (2012), curada por Vik Muniz, Otras floras (2008), curada por José Roca e individuais de Sutapa Biswas (2008), Rosário Lopez Parra (2008), José León Cerrillo (2007), Paul Ramirez Jonas (2011) e Hamish Fulton (2013), entre outras.

Em 2012, com a ampliação da Galeria Nara Roesler, o projeto Roesler Hotel começou uma nova fase, tornando-se um programa permanente, paralelo ao da galeria, no qual curadores e artistas são convidados a colaborar. Este espaço foi idealizado para provocar novos modos de pensar e produzir, articulando a rede de artistas, galerias e curadores.

Posted by Patricia Canetti at 1:57 PM

ramal_mixtape na Baró, São Paulo

Exposição de arte de sonora da Baró tem “visitação” exclusiva via telefone

ramal_mixtape, Baró Galeria, São Paulo, SP - 18/06/2013 a 20/07/2013

A partir do sábado, 15/6, a Baró Galeria e o curador Gabriel Bogossian dão início a uma experimentação inovadora. Trata-se da primeira exposição de arte de sonora da Baró, que tem “visitação” exclusiva via telefone (11-3666-6489). A mostra ramal_mixtape vai disponibilizar trabalhos em áudio assinados por seis artistas brasileiros, que poderão ser ouvidos apenas por quem ligar para o telefone fixo da Baró.

Participam da mostra sonora os artistas Lourival Cuquinha, Renata Padovan, Dudu Tsuda, Daniel Scandurra, Ricardo Carioba e Dora Longo Bahia. A produção de todos eles, segundo o curador, toca a pesquisa em torno da arte sonora, com maior ou menor intensidade. “Vivemos uma época que não tem identidade; a identidade dela é a música. Por isso, a ideia de ramal_mixtape é reunir obras de arte que são áudio, música, enfim, que são ecos desse tempo sem identidade”, explica Bogossian.

As obras em áudio vão estar em um ramal do telefone da Baró, além de substituir aquela tradicional (e geralmente chatíssima) musiquinha de espera. No total são aproximadamente 50 minutos de arte em forma de som, que podem se ouvidos no total ou separadamente. Cuquinha expõe fragmentos de conversas obtidas no trabalho Ouvidoria, em que é possível utilizar um telefone público de graça desde que se concorde em ter as conversar ouvidas por outras pessoas. Renata Padovan mostra uma seleção de sons abstratos, enquanto Carioba promete surpreender com uma obra inédita e pensada exclusivamente para a mostra.

“A Arte sonora no Brasil é supreendentemente pouco explorada considerando a enorme importância de música para a cultura brasileira”, comenta Bogossian. Com a abordagem, a arte contemporânea ganha a característica de mobilidade e tem seu alcance ampliado, podendo ser acessada de qualquer lugar e a qualquer horário. Além disso, a proposta promete minutos de espera muito menos entediantes para quem está do outro lado da linha.

Posted by Patricia Canetti at 11:54 AM

Flávia Junqueira - Estudo para Diversão na Baró, São Paulo

Real ficção de carrosséis e crianças

Flávia Junqueira - Estudo para Diversão, Baró Galeria, São Paulo, SP - 18/06/2013 a 20/07/2013

No sábado (15/6), Flávia Junqueira inaugura na Baró Galeria a maior mostra individual que já fez até hoje. Em Estudo para Diversão, a artista exibirá duas séries inéditas de fotografias ampliadas, além de uma instalação, a sua primeira.

Na série Cartografia Afetiva, imagens dos carrosséis de Paris feitas originalmente em Polaroid são redimensionadas e apresentadas juntamente a seus dados de localização. Já a série Criança e sua Família reúne ampliações de fotografias de famílias antigas, encontradas pela artista em sebos parisienses. Cada imagem ganha como detalhe pequenas fotografias de parques de diversão franceses. Completando a exposição, uma instalação montada no centro da galeria traz um carrossel que gira ao contrário, ao som de música também invertida.

Estudo para a Diversão marca uma nova fase na produção de Flávia, que já explorou as fronteiras entre real e ficção promovendoentre esses dois polos encontros quase abruptos. Agora,a artista combina a abordagem ao estudo da representação, tornando essas fronteiras mais sutis e indistintas. “A representação passa pelo crivo do afeto e altera a realidade”, diz.

Detalhes e monumentos

Foi durante um período de residência artística em Paris há cerca de um ano que Flávia reparou nos carrosséis da cidade. Quis comprar um guia que apontasse onde estavam, e descobriu que não existia nada parecido. “Então resolvi mapeá-los. Fiz um mapapara localizar essesobjetos extremamente fantasiososno meio do mundo real”, lembra. Os carrosséis mapeados por Fláviaem Paris foram registrados em Polaroid e agora, redimensionados nas ampliações, compõem a série Cartografia Afetiva.

Ainda em Paris, a artista se deparou com fotos antigas de crianças em um sebo.E delas nasceu o estímulo de pensar a criança e o primeiro grupo que a ela proporciona estruturas monumentais de fantasia, a família. “Muitas vezes, a família dá à criança essa estrutura como ferramenta de compensação”, observa Flávia, que deu às fotos de família uma escala monumental. Edeu a elasimagens de parques monumentais transformados em detalhe.

É também a primeira vez em que Flávia se dedica a uma instalação.Ou à manipulação de um grande objeto, como prefere definir o carrossel. Nele, conduz uma intervenção mínima ao inverter os fluxos de movimento ede som.“Há uma certa frustração, um vazio... Mas, ainda assim, o objeto é bonito. O ambiente da fantasia sempre tem lados”, conclui a artista.

Posted by Patricia Canetti at 11:00 AM

junho 11, 2013

Gisela Motta e Leandro Lima - Espera na Vermelho, São Paulo

A galeria Vermelho apresenta, de 15 de junho a 13 de julho de 2013, as exposições "Zero Substantivo", de Odires Mlászho, um dos representantes do Brasil na 55a Bienal de Arte de Veneza, e “Espera”, da dupla Gisela Motta [1976] e Leandro Lima [1976].

Gisela Motta e Leandro Lima - Espera, Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 18/06/2013 a 13/07/2013

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Além de ser o artista precursor da Arte Conceitual, Marcel Duchamp foi também um grande enxadrista. Na individual “Espera”, Gisela Motta [1976] e Leandro Lima [1976] apresentam “Contra Duchamp” de 2013, uma série que reencena 21 partidas disputadas por Duchamp. Os jogos são reproduzidos em animações apresentadas em dispositivos luminosos [LED], a partir das notações codificadas no início do século passado. Mais do que uma representação exata das partidas, o objetivo de Motta e Lima é revelar o artista como jogador.

“Espera”, instalação de 2013 que combina projeções de vídeo e bancos instalados no espaço expositivo, simula focos de luz que misturam sombras reais às sombras dos visitantes da exposição. Os bancos servem como mobiliário e podem ser usados pelos visitantes. Sobre eles, sombras impregnadas revelam presenças que em algum momento estiveram ali sentadas. Associando vivências e experiências que se desdobram como registro poético, “Espera” aproxima o tempo presente a memórias de situações já ocorridas.

Pilhas de enciclopédias em diferentes formatos, fontes e datas, constituem a obra “Deposição” [2013]. A obra é composta por distintas enciclopédias impressas entre os anos de 1961 e 1996. Uma delas é a Enciclopédia Britannica. Publicada desde de 1771 no Reino Unido, a publicação contou com 15 edições atualizadas ao longo de 241 anos. O fim da versão impressa em papel foi anunciada em março de 2012. Para criar “Deposição”, Motta e Lima se basearam na ideia de acúmulo e sedimentação do tempo e do conhecimento contidos nessas enciclopédias. Com ela, Motta e Lima pretendem apontar para a situação anacrônica desse sistema de catalogação de conhecimento.

O tempo dá a tônica para a exposição “Espera”. Ele aparece em “Contra Duchamp”, representado na partidas de xadrez disputadas por Duchamp, como repetição e acúmulo em “Espera”, e na formação sedimentar de colunas de livros em “Deposição”.

Gisela Motta e Leandro Lima - Seleção de exposições individuais: SOPRO, Centro Cultural Banco do Brasil [CCBB RJ], Rio de Janeiro [2012]; ANTI-HORÁRIO, Galeria Vermelho, São Paulo [2012]; Dial M for murder, Centro Cultural Britânico, São Paulo [2009]; Foreing Element, Hiap Project Room, Helsinque [2007]. Seleção de exposições coletivas: Bouillants #5, Vern-sur-Seiche, Bretagne [2013]; Nam June Paik Award 2012, Kunstmuseum Bochum, Bochum [2012]; Território de Contato, SESC Pompéia, São Paulo [2012]; 8ª Bienal do Mercosul: Extranatureza, Porto Alegre [2011]; 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil, Sesc Belenzinho, São Paulo [2011]; Höhenrausch 2: Bridges in the Sky, OK Center for Contemporary Art, Linz [2011]; Constructing Views,New Museum, Nova York [2010]; 5ª Bienal VentoSul: Água Grande: Os Mapas Alterados Curitiba [2009]; 2º Prêmio CNI SESI Marcantônio Vilaça para as Artes Plásticas, Centro Cultural Dragão do Mar, Fortaleza; Museu de Arte Moderna [MAM RJ], Rio de Janeiro; Museu Oscar Niemeyer, Curitiba; Centro Cultural Palácio da Justiça, Manaus [2008].


Gisela Motta e Leandro Lima - Espera, Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 18/06/2013 til 13/07/2013

From June 15 to July 13, 2013, Galeria Vermelho is presenting the exhibitions Zero Substantivo [Substantive Zero], by Odires Mlászho, one of Brazil’s representatives at this year’s 55th Venice Biennale, and Espera [Waiting], by artist duo Gisela Motta and Leandro Lima.

Besides being the forerunner of conceptual art, Marcel Duchamp was also a great chess player. In the solo show Espera, Gisela Motta (1976) and Leandro Lima (1976) present the 2013 work Contra Duchamp [Against Duchamp], a series that reenacts 21 chess games played by Duchamp in the beginning of the 20th century. The games are reproduced in animations made with LEDs, based on the game notation codes. Motta and Lima’s aim here is not to so much to make an exact representation of the games, but rather to reveal the player behind the great artist.

On benches displayed on the exhibition space an image of a seated person – revealed only by the projection of that person’s shadow on the floor – suggests tiredness and impatience. The installation Espera (2013), from which the exhibition gets its name, creates an interplay of shadows of two people, suggesting that it is impossible for them ever to meet.

Piles of encyclopedias in different formats, fonts and dates, appear at various places in the show, constituting the work Deposição [Deposition]. With this artwork, Motta and Lima allude to the anachronistic status of encyclopedias. Evolution of digital media makes the system of cataloging used in these reference books obsolete, since nowadays any one of these piles would fit on a small silicon chip.

The hallmark of the exhibition Espera is time. It appears in Contra Duchamp as an essential element of Duchamp’s chess games, in the repeated search for the encounter in Espera, and in the sedimentary formation of the columns of books in Deposição.

Gisela Motta e Leandro Lima – Selected solo shows: SOPRO, Centro Cultural Banco do Brasil [CCBB RJ], Rio de Janeiro [2012]; ANTI-HORÁRIO, Galeria Vermelho, São Paulo [2012]; Dial M for murder, Centro Cultural Britânico, São Paulo [2009]; Foreing Element, Hiap Project Room, Helsinque [2007]. Selected group shows: Bouillants #5, Vern-sur-Seiche, Bretagne [2013]; Nam June Paik Award 2012, Kunstmuseum Bochum, Bochum [2012]; Território de Contato, SESC Pompéia, São Paulo [2012]; 8ª Bienal do Mercosul: Extranatureza, Porto Alegre [2011]; 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil, Sesc Belenzinho, São Paulo [2011]; Höhenrausch 2: Bridges in the Sky, OK Center for Contemporary Art, Linz [2011]; Constructing Views,New Museum, Nova York [2010]; 5ª Bienal VentoSul: Água Grande: Os Mapas Alterados Curitiba [2009]; 2º Prêmio CNI SESI Marcantônio Vilaça para as Artes Plásticas, Centro Cultural Dragão do Mar, Fortaleza; Museu de Arte Moderna [MAM RJ], Rio de Janeiro; Museu Oscar Niemeyer, Curitiba; Centro Cultural Palácio da Justiça, Manaus [2008].

Posted by Patricia Canetti at 2:15 PM

Odires Mlászho - Zero Substantivo na Vermelho, São Paulo

A galeria Vermelho apresenta, de 15 de junho a 13 de julho de 2013, as exposições "Zero Substantivo", de Odires Mlászho, um dos representantes do Brasil na 55a Bienal de Arte de Veneza, e “Espera”, da dupla Gisela Motta [1976] e Leandro Lima [1976].

Odires Mlászho - Zero Substantivo, Galeria Vermelho, São Paulo, SP 18/06/2013 a 13/06/2013

[Scroll down to read in English]

"Zero Substantivo" conjuga trabalhos novos e inéditos a outros já conhecidos, apresentados na 30a Bienal de São Paulo, no ano passado, ou mesmo na exposição que Mlászho apresenta atualmente no Pavilhão do Brasil da 55a Bienal de Arte de Veneza, em cartaz até novembro próximo, ambas com curadoria do venezuelano Luis Pérez-Oramas.

A exposição "Zero Substantivo" representa o desenvolvimento natural da pesquisa de Odires Mlászho [1960], iniciada em sua ultima individual na Vermelho, em 2010, “Sopa Nômade”. Na exposição, a palavra escrita, que representa um dos principais focos de interesse do artista, foi totalmente desarticulada e reorganizada em grupos de letras, com o objetivo de desestabilizar a compreensão e leitura lógica linear de cada frase. Esse procedimento, materializado por meio de técnicas como colagem, escarificação e camuflagem, representou em “Sopa Nômade”, o grau zero da linguagem, “um balbuciar” desprovido de “sentido semântico claro”, nas palavras de Mlászho.

"Zero Substantivo", que emprega as mesmas técnicas, vai um passo além da utilização da linguagem no sentido matricial empregada em “Sopa Nômade”. Na nova individual, o uso da tipografia carrega significados semânticos desprovidos, entretanto, de substantivos próprios, como o título já revela.

Em “Riverrun” [2013], obra composta por 14 partes que em conjunto constituem uma longa frase, emprega dois alfabetos distintos. À tipologia reta e legível empregada em um deles, Mlászho sobrepõe um segundo alfabeto criado com tipos arcaicos e “torturantes”, de difícil compreensão e leitura.

Em Técnicas Avançadas para Travessias de Espelhos [2013], o artista volta a utilizar letraset, técnica usada anteriormente, para criar desenhos sobre fundos camuflados de imagens apropriadas de revistas. Já em “Plast White” [2013], Mlászho escaneou logomarcas e criou com elas poemas visuais.

Pontos Cegos Móveis [2013], obra criada originariamente para a exposição “Dentro/Fora”, no Pavilhão do Brasil da 55ª Bienal de Arte de Veneza, utiliza capas de proteção de filmes fotográficos de 120mm, para representar de 16 formas diferentes a letra Y. O uso de capas de proteção de filmes não foi escolhido aleatoriamente, mas por conta da complexidade de informações que aparece impressa sobre sua superfície, e por fim, pela função desse material dentro do processo fotográfico.

"Zero Substantivo" conta ainda com as obras “Ploter Palavra”, com um conjunto de obras da série “Livros-Moles”, “Livros-Mochilas” e “Partituras para Instrumentos Quebrados”.

Odires Mlászho – Seleção de exposições individuais: Sopa Nômade, Galeria Vermelho, São Paulo, 2010; Riverrunreverseflash [12º Cultura Inglesa Festival], Centro Brasileiro Britânico, São Paulo [2008]; O.D.I.R.E.S., Galeria Vermelho, São Paulo [2006]; Fotomontagens Paulistanas, Espaço Nossa Caixa, São Paulo [2004]; A Palidez Iluminada – Foto Arte - Museu de Arte de Brasília – Brasília [2003]. Seleção de exposições coletivas: DENTRO/FORA, 55ª Bienal de Veneza [Pavilhão Brasileiro], Giardini Castello, Veneza [2013]; XXX Bienal Internacional de São Paulo: A Iminência das Poéticas, São Paulo [2012]; Facetime, On Stellar Rays, Nova York [2012]; Geração 00, SESC Belenzinho, São Paulo [2011]; De viaje - Instituto Cervantes, Rio de Janeiro, Roma, Praga [2009]; Recortar e Colar - CRTL_C + CRTL_V, SESC Pompéia, São Paulo [2007]; Veracidade, Museu de Arte Moderna [MAM SP], São Paulo [2006]


Odires Mlászho - Zero Substantivo, Galeria Vermelho, São Paulo, SP 18/06/2013 til 13/06/2013

From June 15 to July 13, 2013, Galeria Vermelho is presenting the exhibitions Zero Substantivo [Substantive Zero], by Odires Mlászho, one of Brazil’s representatives at this year’s 55th Venice Biennale, and Espera [Waiting], by artist duo Gisela Motta and Leandro Lima.

Zero Substantivo combines new and never-before-shown works with other already known ones, presented last year at the 30th Bienal de São Paulo, or at the exhibition that Odires Mlászho [1960] is currently holding at the Brazil Pavilion at the 55th Venice Biennale, running until this November, both curated by Venezuelan curator Luis Pérez-Oramas.

The exhibition Zero Substantivo represents the natural development of Odires Mlászho’s research since his last solo show at Vermelho, in 2010, Sopa Nômade. At that exhibition, the written word – one of the artist’s main foci of interest – was totally taken apart and reorganized in groups of letters, with the aim of destabilizing the linear logical reading and understanding of each phrase. This procedure, carried out by techniques such as collage, scarification and camouflage, was used in Sopa Nômade to represent the zero degree of language, a “babbling” lacking “clear semantic meaning,” in Mlászho’s words.

Zero Substantivo, which uses the same techniques, goes one step beyond the use of language in the matricial sense used in Sopa Nômade. In the new solo show, typography is used to convey semantic meanings which nonetheless lack proper nouns, as revealed by the title.

Riverrun (2013), consists of 14 parts that constitute a long phrase, using two different alphabets. To the straightforward and legible type used in one of these alphabets, Mlászho overlays a second one created with archaic and “tormenting” types, difficult to read and understand.

In Técnicas Avançadas para Travessias de Espelhos [Advanced Techniques for Mirror Crossings] (2013), the artist resorts to Letraset, a technique seen in some of his previous works, to create drawings on camouflaged backgrounds of images appropriated from magazines. In Plast White (2013), Mlászho scanned logotypes and created visual poems with them.

Pontos Cegos Móveis [Movable Blind Spots] (2013), a work created originally for the exhibition Dentro/Fora, in the Brazil Pavilion at the 55th Venice Biennale, uses protection sleeves for 120-mm photographic film to present 16 different forms of the letter Y. Film protection covers were chosen for this artwork in light of the complexity of information printed on their surface, as well as the role of this material in the photographic process.

Zero Substantivo also features the works Ploter Palavra [Word Plotter] with a set of works from the Livros-Moles [Soft Books], Livros-Mochilas [Knapsack Books], and Partituras para Instrumentos Quebrados [Musical Scores for Broken Instruments] series.

Odires Mlászho – Selected solo shows: Sopa Nômade, Galeria Vermelho, São Paulo, 2010; Riverrunreverseflash [12º Cultura Inglesa Festival], Centro Brasileiro Britânico, São Paulo [2008]; O.D.I.R.E.S., Galeria Vermelho, São Paulo [2006]; Fotomontagens Paulistanas, Espaço Nossa Caixa, São Paulo [2004]; A Palidez Iluminada – Foto Arte - Museu de Arte de Brasília – Brasília [2003]. Selected group shows: DENTRO/FORA, 55ª Bienal de Veneza [Pavilhão Brasileiro], Giardini Castello, Veneza [2013]; XXX Bienal Internacional de São Paulo: A Iminência das Poéticas, São Paulo [2012]; Facetime, On Stellar Rays, Nova York [2012]; Geração 00, SESC Belenzinho, São Paulo [2011]; De viaje - Instituto Cervantes, Rio de Janeiro, Roma, Praga [2009]; Recortar e Colar - CRTL_C + CRTL_V, SESC Pompéia, São Paulo [2007]; Veracidade, Museu de Arte Moderna [MAM SP], São Paulo [2006].

Posted by Patricia Canetti at 2:11 PM

junho 8, 2013

Daniela Antonelli - Morada na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro

Daniela Antonelli - Morada, Mercedes Viegas Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ - 13/06/2013 a 13/07/2013

Mercedes Viegas Arte Contemporânea apresenta, a partir de 12 de junho para convidados e do dia seguinte para o público, a exposição "Daniela Antonelli - Morada", com trabalhos inéditos da artista: cinco desenhos em nanquim sobre pergaminho, filme plástico e papel vegetal; uma escultura, composta por um galho de árvore e uma malha feita por alfinetes e ímãs; e um objeto feito com espinhos, madeira, alfinetes, imã, pena, sementes, e osso dentro de uma caixa de acrílico.

Carioca nascida em 1981, Daniela Antonelli está radicada há três anos em São Paulo. Acaba de voltar de Nova York, onde passou dois meses pelo programa "Residency Unlimited", e em julho seguirá para Chichester, Inglaterra, para uma bolsa-residência de três semanas, promovida pela Fundação West Dean.

Seu trabalho parte do desenho e evolui gradualmente para o campo escultórico. "Busco o que é essencial, tanto em termos de suporte como de conteúdo", afirma.

Manuela Fantinato, historiadora, mestre em Literatura e doutoranda em História Social da Cultura, em texto sobre a exposição, afirma: "Das primeiras experimentações em que, como a bailarina da infância, traça pontos e linhas suaves que dançam e orientam o olhar para a busca da linguagem, às instalações que já dão conta de todas as dimensões de sua arte, o que se revela é a construção cuidadosa de uma morada". "Em seus primeiros passos de maturidade artística, essa exposição não marca uma chegada, mas revela a chave com que é possível abrir as portas desse espaço subjetivo".

SOBRE A ARTISTA

Daniela Antonelli – BIO
Brasil - Rio de Janeiro - 1981
Vive e trabalha em São Paulo

FORMAÇÃO
2012
Curso de exploração em escultura em madeira e pedra, Fundação West Dean, Chichester, Inglaterra
2009
Filosofia e Arte Contemporânea - Arte no Campo Ampliado, curso de extensão, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil
2004/2007
Graduação em Design Gráfico, Rio de Janeiro Brasil
2002/2003
Curso de artes visuais - Mis auNiveau - Ècole de Conde, Paris, França

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
2013
"PurePolitics" - Galeria Virtual Dot Dash 3 - Nova Iorque
2011
“No Processo” - galeria Oscar Cruz- São Paulo
2009
“Símbolos”- Reflexão sobre uma linguagem - Castelinho 38, Rio de Janeiro

EXPOSIÇÕES COLETIVAS
2013
"ExpansiveLimits" - ResidencyUnlimited - Nova Iorque
2012
“Cidades Contínuas”- Condomínio Cultural, São Paulo
2011
“Desenho em campo ampliado” - Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, Rio de Janeiro
“Do Lugar” - Galeria Mul.ti.plo, Rio de Janeiro
2010
“Com Afeto, Rio” -Galeria Oscar Cruz, São Paulo
2009
“Códigos”- Galeria Largo das Artes, Rio de Janeiro
2008
“Corpos”- Daniela Antonelli e Mario Vitor - Castelinho 38, Rio de Janeiro

SALÕES / RESIDÊNCIAS
2013
Bolsa Residência - West Dean Foundation - 14 de Julho - 05 de Agosto
Palestra na Universidade da Carolina do Norte - ECU.
Residência - ResidencyUnlimited - Nova Iorque - Março / Abril
Apoio Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura Brasileiro
2012
Arte Londrina , Londrina, Paraná
2011
“Abre Alas - Galeria Gentil Carioca, Rio de Janeiro
2010
“Novíssimos” - Galeria de Arte Ibeu, Rio de Janeiro
10 Salão de Guarulhos, Guarulhos, São Paulo

Posted by Patricia Canetti at 6:21 PM

Catarina Botelho - Contratempo na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro

Catarina Botelho - Contratempo, Mercedes Viegas Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ - 13/06/2013 a 13/07/2013

Mercedes Viegas Arte Contemporânea apresenta a partir de 12 de junho de 2013, para convidados, e no dia seguinte para o público, a exposição “Contratempo”, com obras inéditas da artista portuguesa Catarina Botelho. Nascida em Lisboa em 1981, onde vive e trabalha, Catarina Botelho vai mostrar quatro fotografias da série “Projecto Lisboa” (2012), em impressão de jato de tinta sobre papel de algodão, com tamanhos de 140cm x 94cm a 120cm x 94cm.

A artista expõe regularmente desde 2005, e já recebeu diversos prêmios, como o European Photo Exhibition Award 01 – com exposição na Haus der Photographie, em Hamburgo, Alemanha –, Plat(T)form 10, no Winterthur Museum, Suíça, em 2010, Prémio Bes Revelação 2007 – que lhe valeu expor na Fundação de Serralves, no Porto –, a 2ª Open Call Galeria Elba Benitez en Kvadrat, em Madri, em 2012, e as residências FAAP Programa de Residências , em São Paulo, em 2013, e Cml/Budapest Galery, Budapeste, em 2010.

A série “Projecto Lisboa”, iniciada em 2012, está em desenvolvimento, e Catarina Botelho faz uma “arqueologia do espaço, do tempo e da cidade”. “A Lisboa do centro histórico é uma cidade sem tempo, perdida em si mesma. Muitos dos edifícios que encontramos ao passearmos pelas suas ruas são espaços arquitectónicos devolutos (vazios e fechados). Interessa-me testemunhar a sua existência e vivências anteriores destes lugares através dos objetos aí encontrados”, explica.

Para ela, em uma conjuntura internacional de particular complexidade política, econômica e social, “interessa continuar a olhar, pensar e trabalhar os objetos no seu espaço, olhar para estes como um espelho do que acontece a sua volta”.

“A luz incide sobre estes edifícios, superfícies arquitetônicas, paredes, chão e possíveis objetos que abrigam”, observa a artista. “A luz passa por eles, em um trajecto cíclico, infinito, como a sua única companhia. Interessa-me trabalhar esta vivência repetida, cotidiana dos espaços, e a observação deste ciclo”.

SOBRE A ARTISTA

Pequena biografia
Licencia-se em pintura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa em 2004. Frequenta o curso avançado de fotografia do Ar.Co em 2007 e em 2008 integra o curso de Fotografia do Programa de Criatividade e Criação Artística da Fundação Gulbenkian. Expõe regularmente desde 2005. Do seu percurso artístico destacam-se os seguintes momentos: Em 2007 ganha o prémio Bes Revelação, expondo na Fundação de Serralves, no Porto. Nesse mesmo ano apresenta a sua primeira individual na Galeria Módulo em Lisboa. Em 2009 realiza a exposição Dias Úteis na Rua Anchieta 31, Lisboa. Em 2010 é selecionada para a Plat(T)form 10 no Winterthur Museum. É nomeada para o prémio Edp Novos Artístas em 2011 e em 2012 para o European Photo Exhibitiom Award cuja exposição tem lugar na Haus der Photographie em Hamburgo. Também em 2012 vence a convocatória aberta da Galeria espanhola Elba Benitez, realizando uma exposição individual na FotoEspaña desse ano. Em 2013 realiza uma residência artística na FAAP em São Paulo.

CV
Nasceu em Lisboa 1981.
Vive e trabalha em Lisboa

Formação
2007 Curso de Fotografia Programa de Criatividade e Criação Artística Fundação Gulbenkian
2007 Curso Avançado de Fotografia no AR.CO
1999/2004 Licenciatura em Pintura da Faculdade pela Belas-Artes da UL

Exposições Individuais
2012 O Tempo e o Modo – Galeria Elba Benitez en Kvadrat – Madrid (PhotoEspaña)
2011 Propriedade Horizontal – Galeria Fonseca Macedo, Ponta Delgada e Arte Contempo, Lisboa
2010 Segunda Pele – Galeria Gomes Alves - Guimarães
2010 O outro nome das Coisas – Palácio Marquês de Tancos - Lisboa
2009 Dias Úteis - prédio devoluto Chiado - Rua Anchieta 31 - Lisboa
2007 Adiar o Coração – Módulo – Centro difusor de Arte -Lisboa

Exposições Colectivas
2013
European Identities - European Photo Exhibition Award 01 – Nobel Peace Center - Oslo
Ciclo Budapeste – Galeria Quadrum – Lisboa
ARCO – Feira de Arte de Madrid – Stand Galeria Fonseca Macedo
2012
European Identities - European Photo Exhibition Award 01 – Hamburg Haus der Photographie
Olhares Contemporâneos – Museu de Arte Antiga – Lisboa
Desviar o olhar - caroline pagès gallery - Lisboa
Projecto Galeto – Restaurante Galeto - Lisboa
2011
Prémios EDP Novos Artístas – Fundação Edp, Museu da Electricidade - Lisboa
50 años de fotografía portuguesa en la colección Foto Colectania - Sala San Benito - Valladolid
2010
Projecto Pensão Ibérica – Pensão Ibérica - Lisboa
Negativo Positivo: Obras da Colecção Fundação Edp – Mimo - Leiria
La Photografia S’Industria – Pinacoteca Nazionale - Bologna
O Povo – Fundação Edp - Lisboa
Impressiones y Comentarios Fotografia Contemporánea Portuguesa – Fundació Foto Colectania - Barcelona
Private Lives – Centro Cultural de Cascias - Cascais
2009
Colectiva 09 – Galeria Mercedes Viegas – Rio de Janeiro
Figura 10 - Projecto Figura - Rio de Janeiro
Juntos acordaron adelantar el oscurecer - Centre de Cultura Sa Nostra - Palma de Maiorca
Encontros da Imagem - Museu da Imagem - Braga
2008
Exposição Programa de Criatividade e Criação Artística – Fundação Gulbenkian - Lisboa
Opções e Futuros 3 – Arte Contempo – Lisboa
2007
Prémio Bes Revelação – Casa de Serralves – Fundação de Serralves - Porto
Debaixo do Tapete – Plataforma Revolver - Lisboa
Trabalhar Cansa – Arte Comtempo –Lisboa
Migrations, Artists in Transition – Casa dos Dias da Água – Lisboa
2006
Migrations, Artists in Transition – Sala Puertaneva – Cordova
Manicómio Doutor Heribaldo Raposo – Museu da Cidade, Pavilhão Preto - Lisboa
Last & Lost – Ein Atlas des Verschwindenden Europas – Literaturhaus – Munique
4 fotografias 4 fotógrafos – Galeria Forma de Arte – Estoril
2005
Feira de Arte Comtemporânea – Stand Módulo – Centro difusor de Arte
Pintura Pintura - Módulo – Centro difusor de Arte – Porto
En Algun Lugar Alguien está viajando Furiosamiente hacia ti – Caja Madrid, La Casa Incendida – Madrid e Caja Madrid – Barcelona
Em Fractura Colisão de Territórios – Seagulls, Viriato, Copyrights and skips – 20 estudantes da
Maumaus em Oerias, Fundição de Oeiras - Oeiras
Exposição de Finalistas da Faculdade de Belas-Artes – Universidade de Lisboa

Prémios, Nomeações e Residências
FAAP Programa de Residências - São Paulo 2013
2ª Open Call Galeria Elba Benitez en Kvadrat (vencedora) 2012
European Photo Exhibiiton Award 01
Prémio Edp Novos Artístas (nomeação) 2011
Residência Cml/Budapest Galery– Budapeste, Hungria 2010
Plat(T)form 10 Winterthur Museum 2010
Prémio Bes Revelação 2007

Colecções
BES – Banco Espírito Santo
Colecção Américo Santos
Fundação EDP
Fundacion Foto Colectania
Fundação PLMJ
Colecção Governo Regional dos Açores

Bibliografia
“EPEA 01 - European Identities”, Kerber Verlag, Bielefeld 2012
“Edp Novos Artistas 2011” Fundação Edo & Assírio e Alvim, Setembro 2011
“Dias Úteis”, Botelho, Catarina; Assírio e Alvim, Lisboa, Novembro 2009
“Magazin nº50”, ACP Magazine, Paris, 2009
“Le Monde Diplomatique” Portuguese edition, outro mundo, Lisbon, September 2009
Fazenda, Maria do Mar "Parabolas do Corpo", in L+Arte nº61, June 2009
"Juntos acordaron adelantar el oscurecer" , Obra Social Sa Nostra, Palma de Maiorca, 2009
Martins, Celso "Dias Úteis", in Expresso - Actual, 20 de Junho 2009
Fazenda, Maria do Mar "Parabolas do Corpo", in L+Arte nº61, Junho 2009
"Juntos acordaron adelantar el oscurecer" , Obra Social Sa Nostra, Palma de Maiorca, 2009
"Bes Art, Colecção Banco Espirito Santo", Museu colecção Berardo, Lisboa, 2008
“00:42 / 00:54”, in www.revistaobscena.com, 2007
“Bes Revelação 2007”, Fundação de Serralves, Porto, 2006
Afonso, Lígia “Trabalhar Cansa”, in www.artecapital.net, 2007
Pomar, Alexandre, “Catarina Botelho”, in Expresso – Actual,17 de Março 2007
“Migrations, Artists in Transition” – Amigos de MARSUF – Cordoba 2006
Projecto “Nova Colecção”, in L+Arte nº29, Outubro 2006
“Manicómio do Doutor Heribaldo Raposo – Interpretações”, Museu da Cidade, Lisboa, 2006, pg.10-11
“Last & Lost – Ein Atlas dês verschwindenden Europas”, Suhrkamp Verlang, Frankfurt am Main 2006, pg 162-163
“Ineditos 2005” Caja Madrid obra social, Madrid 2005, pg.64-65
“Artes Plásticas, Pintura Finalistas 03’04”, Faculdade de Belas-Artes Universidade de Lisboa, Lisboa 2005 pg25
Oliveira, Filipa “O que faz de uma pintura pintura” in L+Arte nº17, Outubro 2005

Posted by Patricia Canetti at 2:07 PM

junho 4, 2013

Marina Rheingantz no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo

Marina Rheingantz - Uma hora e mais outra, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 11/06/2013 a 27/07/2013

Temos o prazer de apresentar Uma hora e mais outra, exposição individual de Marina Rheingantz no Galpão Fortes Vilaça. A mostra inclui 15 pintura à óleo, em que a artista mescla elementos antagônicos, sejam de imagens, estilos ou cores. Neste novo corpo de trabalho, o lugar de passagem, a paisagem desolada, a memória sublimada surgem como em uma colagem.

Marina tira o título da exposição de uma poesia de Drummond. Mais do que uma referencia ou inspiração para sua produção, o título aponta para o processo de criação da artista. A partir de fotografias ou da própria memória, suas telas são construídas e descontruídas camada por camada, uma hora após a outra no trabalho do atelier.

A artista continua a explorar imagens fragmentadas e paisagens insólitas, como na obra Fisherman, onde se vê uma vila que parece estar deserta retratada a distância em tons verdes e laranjas, ou na obra Crossroads onde o esboço de uma malha viária cobre em tons cinza azulados a paisagem que estava por baixo. A mostra também traz alguns trabalhos onde o processo de apagamento chega adentra a abstração. Nas telas Chuvisco e Chuvisco II já não é mais possível identificar qualquer elemento que nos remeta a paisagem ou objeto, as camadas de tinta se sobrepõem formando grandes campos de cor, guardando apenas a memória do real.

O jogo com a abstração se estende à Romã, a maior obra da exposição, que desvela um padrão vermelho abstrato suspenso no centro da tela, flutuando sobre paisagem campestre, onde se inserem ainda esboços de lustres. Esta tela revela o desejo de experimentação da artista que agrega elementos dispares, sobreposições insólitas, ambientes interiores e exteriores em composição ousadas.

Marina Rheingantz nasceu em Araraquara, São Paulo, em 1983. Graduou-se em Artes Plásticas pela FAAP em 2007. Integrou o grupo da nova pintura paulistana “2000e8”, cuja entrada no circuito profissional teve forte presença na mídia especializada. Já teve individual no Centro Cultural São Paulo (2012); e no Centro Universitário Maria Antônia (2011). Dentre suas exposições coletivas recentes destacam-se, Lugar Nenhum, Instituto Moreira Salles, Rio de janeiro (2013); Os dez primeiros anos, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2012); 6ª Bienal de Curitiba (2011); entre outras. Seu trabalho está em coleções como Pinacoteca do Estado de São Paulo e Instituto Cultural Itaú.

Posted by Patricia Canetti at 5:39 PM

Casa Daros abre edição do programa Diálogos com Iole de Freitas

Em conversa aberta ao público, Iole de Freitas falará sobre sua pesquisa “Para que servem as paredes do museu – a relação entre instituição e artista”, com a diretora-geral da Casa Daros, Isabella Rosado Nunes, e Eugenio Valdés Figueroa, diretor de arte e educação

A Casa Daros apresenta, no próximo sábado, 8 de junho, às 17h, o programa Diálogos, com a participação da artista Iole de Freitas (1945, Belo Horizonte) e dos diretores Isabella Rosado Nunes e Eugenio Valdés Figueroa. O tema será a pesquisa da artista “Para que servem as paredes de um museu?” e sua relação com a instituição, que envolveu o processo de criação da escultura “Sem título“ (2011/2013), um “site specific” de cem metros quadrados, com quatro metros de altura, em policarbonato e tubos flexíveis de alumínio, instalada na exposição “Para (saber) escutar”. A escultura, resultado da primeira residência de pesquisa na Casa Daros, fica em exposição até o dia seguinte, 9 de junho.

No projeto da Casa Daros, a ideia inicial de Iole de Freitas foi acompanhar o processo de transformação do edifício que abriga a instituição e imaginar “utopias para lugares que estão mudando, junto com as ideias”. A artista se dedicou a pensar esculturas, instalações e situações impossíveis de serem feitas em um espaço que sofre alterações permanentes. “As esculturas dependem, em geral, de ancoragens onde possam estar em equilíbrio”, observa Eugenio Valdés Figueroa, diretor de arte e educação da Casa Daros. “Para realizar este trabalho, houve um intenso diálogo entre a artista e a instituição, já que a Casa Daros está instalada em um prédio tombado pelo patrimônio municipal”, acentua Isabella Rosado Nunes.

Iole de Freitas conta que a referência de seu trabalho que está em exposição foi o mar, e que pesquisou dois tons de verde – um com mais amarelo, e outro com mais azul – presentes na instalação suspensa. “Para a pesquisa realizada inicialmente, em 2011, nos jardins eu investiguei a verticalidade produzida pelas altas palmeiras imperiais, mas agora, para o interior da sala de exposição busquei o elemento água, e os seus muitos tons de verdes”, explica a artista. Iole fez vários testes até encontrar os dois tons de verde que queria. Ela buscou um movimento fluido, e o resultado dá a ideia de “velocidade, de turbilhão”, explica. A face voltada para cima do policarbonato – material que sempre utiliza – é translúcido, e reflete a luz e a arquitetura em volta, um elemento emblemático da instituição.

A obra de Iole de Freitas fica até 9 de junho. A partir de 21 de junho a sala de residência artística abrigará as obras que integram o projeto “A guerra que não vimos”, do artista Juan Manuel Echavarría, até 18 de agosto de 2013. A exposição “Para (Saber) Escutar”, paralela a “Cantos Cuentos Colombianos”, ocupa as cinco salas de arte e educação do primeiro andar da Casa Daros, e permanece até o próximo dia 28 de julho de 2013.

Posted by Patricia Canetti at 5:12 PM

Arte e Educação: Para (saber) escutar na Casa Daros, Rio de Janeiro

Nas salas de arte e educação da Casa Daros, o público poderá ver as atividades realizadas pela instituição desde 2007, ao longo das obras de restauro e modernização de seu prédio centenário

A educação é uma área essencial para a Casa Daros e, paralelamente a exposição inaugural “Cantos Cuentos Colombianos”, será realizada a exposição “Para (saber) escutar”, com curadoria de Eugenio Valdés Figueroa, diretor de arte e educação da instituição, com um recorte das atividades e programas experimentados desde 2007 pela instituição, enquanto o edifício estava sendo restaurado.

Ao percorrer as cinco salas expositivas localizadas no primeiro andar, o público verá fotografias, vídeos, objetos, textos e uma instalação, que mostram as várias ações realizadas pela instituição, como oficinas, seminários, encontros, debates e residência artística, em uma autêntica “obra em progresso”, enquanto se desenvolviam o restauro e a modernização do prédio.

O título da mostra é inspirado em uma frase de Paulo Freire (1921-1997), um dos mais notáveis educadores brasileiros, para quem “ensinar exige saber escutar”. “O instantâneo, o efêmero e o aleatório são as marcas da celeridade que o mundo experimenta hoje. A capacidade de escutar parece sufocada, e as oportunidades de nadar na contracorrente são cada vez mais escassas”, afirma Eugenio Valdés Figueroa. “Na época apressada em que vivemos, o artista e o educador compartilham não somente a exigência, mas também o desafio de saber escutar e de saber se fazer escutar”, observa.

Integram a mostra a videoperformance “E a voz tem sombra?, Y la voz tiene sombra?” (2011), de Teresa Serrano (1936, Cidade do México), e Lenora de Barros (1953, São Paulo), criada por ocasião do Programa Meridianos, em que a Casa Daros promoveu cinco conversas públicas – em instituições parceiras na cidade, como o MAM, o Oi Futuro e o CCBB – com duplas de artistas representados na Coleção Daros Latinamerica. Em julho de 2011, Teresa Serrano e Lenora de Barros criaram em conjunto, e de improviso, a videoperformance gravada no Real Gabinete Português de Leitura, com direção de fotografia de David Pacheco.

“Para (saber) escutar” mostrará a obra inédita “Nossa Senhora das Graças” (2008), de Vik Muniz (1961, São Paulo), fotografia de aproximadamente 2,36m x 1,80m, da serie “Pictures of Junk”, feita a partir da imagem de N.S. das Graças que está na fachada da Casa Daros. A instalação que originou a fotografia foi construída no galpão do artista, em Vigário Geral, com os escombros da obra de restauro e modernização do edifício da Casa Daros, e contou com a participação de funcionários da instituição e operários.

Resultado da primeira residência de pesquisa da Casa Daros, a artista Iole de Freitas (1945, Belo Horizonte) trabalhou a questão central de seu trabalho – “Para que servem as paredes de um museu?” – no “site specific” de cem metros quadrados, com quatro metros de altura, em policarbonato e tubos flexíveis de alumínio, que está na exposição. A referência do trabalho foi o mar, e a artista pesquisou dois tons de verde – um com mais amarelo, e outro com mais azul – presentes na instalação suspensa.

METAMORFOSE DE UM REGISTRO

Para registrar o dia-a-dia da transformação ocorrida no edifício centenário, foram contratados fotógrafos do projeto Imagens do Povo, do Observatório de Favelas da Maré, que produziram ao longo deste tempo milhares de imagens. Aproximadamente 200 delas foram selecionadas para a exposição, e são projetadas em sequência em duas paredes opostas.

Também estão na exposição mais de 50 fotografias resultantes de outro programa, as oficinas de “pin hole” – também uma parceria com o Observatório de Favelas – feitas com alunos de escolas municipais do entorno da Casa Daros, e ainda com alunos da Favela da Maré. As oficinas para jovens artistas, base para a formulação de conceito e práticas de formação para os artistas-educadores, também estarão representadas.

As transcrições das palestras do I Encontro Internacional de Educação – Arte e Analfabetismo Funcional, realizado pela Casa Daros em 2008 no Palácio Capanema, estarão à disposição do público em uma tela de monitor. Estarão reproduzidos em um quadro-negro o diagrama criado pelo artista cubano Lázaro Saavedra (1964, Cuba), por ocasião do I Encontro, e, sobre uma mesa, algumas páginas de seu livro de desenhos “Ojovideo Corp“ (1986). Nesta sala, um outro monitor mostrará trechos das conversas públicas realizadas dentro do programa Meridianos, com as duplas de artistas Carlos Cruz-Diez e Waltercio Caldas; Teresa Serrano e Lenora de Barros; Gonzalo Diaz e José Damasceno; Leandro Erlich e Vik Muniz; e Julio Le Parc e Iole de Freitas.

Para (saber) escutar
Exposição nas salas de arte e educação
Abertura: 23 de março de 2013, às 12h
Até 28 de julho de 2013
Curadoria: Eugenio Valdés Figueroa
Curadoria pedagógica: Bia Jabor
Realização: Coleção Daros Latinamerica
Entrada Franca

Posted by Patricia Canetti at 4:52 PM