Página inicial

Blog do Canal

o weblog do canal contemporâneo
 


julho 2021
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
        1 2 3
4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30 31
Pesquise no blog:
Arquivos:
julho 2021
junho 2021
maio 2021
abril 2021
março 2021
fevereiro 2021
janeiro 2021
dezembro 2020
novembro 2020
outubro 2020
setembro 2020
agosto 2020
julho 2020
junho 2020
maio 2020
abril 2020
março 2020
fevereiro 2020
janeiro 2020
dezembro 2019
novembro 2019
outubro 2019
setembro 2019
agosto 2019
julho 2019
junho 2019
maio 2019
abril 2019
março 2019
fevereiro 2019
janeiro 2019
dezembro 2018
novembro 2018
outubro 2018
setembro 2018
agosto 2018
julho 2018
junho 2018
maio 2018
abril 2018
março 2018
fevereiro 2018
janeiro 2018
dezembro 2017
novembro 2017
outubro 2017
setembro 2017
agosto 2017
julho 2017
junho 2017
maio 2017
abril 2017
março 2017
fevereiro 2017
janeiro 2017
dezembro 2016
novembro 2016
outubro 2016
setembro 2016
agosto 2016
julho 2016
junho 2016
maio 2016
abril 2016
março 2016
fevereiro 2016
janeiro 2016
dezembro 2015
novembro 2015
outubro 2015
setembro 2015
agosto 2015
julho 2015
junho 2015
maio 2015
abril 2015
março 2015
fevereiro 2015
janeiro 2015
dezembro 2014
novembro 2014
outubro 2014
setembro 2014
agosto 2014
julho 2014
junho 2014
maio 2014
abril 2014
março 2014
fevereiro 2014
janeiro 2014
dezembro 2013
novembro 2013
outubro 2013
setembro 2013
agosto 2013
julho 2013
junho 2013
maio 2013
abril 2013
março 2013
fevereiro 2013
setembro 2012
agosto 2012
junho 2012
abril 2012
março 2012
fevereiro 2012
novembro 2011
setembro 2011
agosto 2011
junho 2011
maio 2011
março 2011
dezembro 2010
novembro 2010
outubro 2010
setembro 2010
junho 2010
fevereiro 2010
janeiro 2010
dezembro 2009
novembro 2009
maio 2009
março 2009
janeiro 2009
novembro 2008
setembro 2008
agosto 2008
julho 2008
maio 2008
abril 2008
fevereiro 2008
dezembro 2007
novembro 2007
outubro 2007
agosto 2007
junho 2007
maio 2007
março 2007
janeiro 2007
dezembro 2006
outubro 2006
setembro 2006
agosto 2006
julho 2006
junho 2006
maio 2006
abril 2006
março 2006
fevereiro 2006
janeiro 2006
dezembro 2005
novembro 2005
setembro 2005
agosto 2005
julho 2005
junho 2005
maio 2005
abril 2005
março 2005
fevereiro 2005
janeiro 2005
dezembro 2004
novembro 2004
outubro 2004
setembro 2004
agosto 2004
junho 2004
maio 2004
abril 2004
março 2004
janeiro 2004
dezembro 2003
novembro 2003
outubro 2003
agosto 2003
As últimas:
 

novembro 30, 2020

Programação da Cinemateca em dezembro no MAM, Rio de Janeiro

Dezembro 2020 - Programação online gratuita (www.vimeo.com/mamrio)

SEG 1 – DOM 6 dez
Brasil, um relato de tortura (Brazil, a report on torture) de Haskell Wexler e Saul Landau. EUA, 1971. Documentário. 60’.Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos

Diálogo “Relato de uma denúncia”, com Jom Tob Azulay e Hernani Heffner, estará disponível no Vimeo e Youtube do MAM.

TER 8 – SEG 14 dez
Retrospectiva Alê Abreu. Sírius de Alê Abreu. Brasil, 1993, Animação. 13' + Espantalho de Alê Abreu. Brasil, 1998. Animação. 10' + Garoto Cósmico de Alê Abreu. Brasil 2007. Animação. 76'.

TER 15 – SEG 21 dez
Retrospectiva Alê Abreu. Passo de Alê Abreu, 2007, Animação. 4' + Vivi Viravento (episódio piloto) de Alê Abreu, Brasil, 2009. Animação. 11' + O Menino e o Mundo de
Alê Abreu, 2013. Animação. 80'

SEX 18 – QUI 24 dez
Em torno de Hélio Oiticica. Agripina é Roma-Manhattan de Hélio Oiticica, 1972, super-8, 15’. + Battery Park de Hélio Oiticica. 1971, super-8, 3’. + Héliophonia de Marcos Bonisson. Brasil, 2002. Experimental, 14’. + Invenção da Cor de César Oiticica Filho. Brasil, 2008. 7’. Classificação indicativa 16 anos

Posted by Patricia Canetti at 6:00 PM

Projeto Latitude leva 18 galerias à Miami Art Week

Galerias brasileiras se preparam para a Miami Art Week: 18 galerias nacionais participam das versões digitais das feiras Art Basel Miami Beach, Untitled, Art Miami Beach e Pinta Miami

A partir do dia 2 de dezembro a cidade de Miami, nos EUA, inicia sua semana dedicada à arte contemporânea, conhecida como Miami Art Week. Galerias brasileiras que fazem parte do Projeto Latitude - Platform for Brazilian Art Galleries Abroad, realizado pela Associação Brasileira de Arte Contemporânea – ABACT em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex-Brasil, já há alguns anos marcam presença na iniciativa e neste ano não será diferente.

Por conta da pandemia do novo coronavírus os eventos terão edições especiais em formato virtual, como a Art Basel, que criou a OVR: Miami Beach; a Untitled, Art Miami Beach, que costuma ser apresentada na praia, terá uma plataforma própria neste ano; e a Pinta Miami, que tem como foco a arte da América Latina, EUA, Espanha e Portugal, também terá um espaço virtual dedicado.

Reunimos abaixo um pouco do que as galerias, com apoio do Latitude, prepararam para a Miami Art Week.

OVR: Miami Beach (2 a 6 de dezembro)

Teremos participação de 12 galerias brasileiras neste evento. São elas: A Gentil Carioca, Bergamin & Gomide, Casa Triângulo, Fortes D’Aloia & Gabriel, Galeria Luisa Strina, Galeria Millan, Galeria Nara Roesler, Mendes Wood DM, Simões de Assis Galeria de Arte, Vermelho e as estreantes no evento Central Galeria e Galeria Kogan Amaro.

No projeto ‘todo poder à praia!’, da A Gentil Carioca, a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, será transformada no espaço expositivo temporário da galeria durante a feira. Através de uma seleção especial de obras dos artistas Aleta Valente, Arjan Martins, Cabelo, Jarbas Lopes, João Modé, José Bento, Laura Lima, Marcela Cantuária, Maria Laet, Maria Nepomuceno, OPAVIVARÁ!, Rodrigo Torres e Vivian Caccuri, a arte irá se interconectar com a cidade e o mar, criando um imaginário convergente entre as praias de Copacabana e Miami.

A Casa Triângulo aposta na reflexão através da arte sobre novos caminhos e visões para enfrentar os problemas decorrentes do atual momento, como o medo e insegurança coletivos por conta da pandemia, e, também, de mudanças no âmbito político, social e climático. As obras selecionadas para o evento, com curadoria de Priscyla Gomes, são dos artistas: Thiago Rocha Pitta, Albano Afonso, Juliana Cerqueira Leite, Alex Cerveny, Ivan Grilo, Eduardo Berliner, Mariana Palma e Sandra Cinto.

A Fortes D’Aloia & Gabriel apresenta um projeto desenvolvido exclusivamente para a feira, o ‘10 artists | 10 films’, que inaugura a fdag-film, uma plataforma dedicada a obras em movimento e filmes. O projeto inclui produções de 2020 por Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, Jac Leirner e Tamar Guimarães, além de peças selecionadas de Armando Andrade Tudela, Cristiano Lenhardt, Janaina Tschäpe, Rodrigo Cass, Rivane Neuenschwander e Cao Guimarães, Sara Ramo e Sarah Morris.

Outro destaque vai para a Galeria Luisa Strina, que faz uma viagem às Américas, mostrando diferentes estúdios pelo continente para contextualizar a arte contemporânea latino-americana e celebrar Miami como o ponto de encontro desta rica produção.

Já a Simões de Assis traz uma seleção de trabalhos das décadas de 1980 e 1990, período que ficou conhecido como a ‘volta à pintura’. As obras evidenciam o viés expressionista da produção neste período, com ênfase em uma convivência inédita entre o figurativo e o abstrato. As obras são dos artistas Anna Maria Maiolino, Antonio Malta Campos, Carlito Carvalhosa, Iberê Camargo, Jorge Guinle e Rodrigo Andrade.

A Galeria Vermelho apresenta trabalhos de artistas como Clara Ianni, Angela Detanico & Rafael Lain, Claudia Andujar, Carmela Gross e Dora Longo Bahia, que refletem sobre os conceitos de deslocamento, fronteiras e pertencimento.

A Mendes Wood DM aproveita a ocasião da feira para comemorar sua primeira década apresentando trabalhos que reúnem os valores e ideias-chave que acompanham a galeria desde sua fundação. Paulo Nazareth, Otobong Nkanga e Rubem Valentim são alguns dos artistas que estarão presentes na apresentação da galeria.

Untitled, Art Miami Beach OVR (2 a 6 de dezembro)

Participam desta feira as brasileiras Portas Vilaseca Galeria e Zipper Galeria.

A Portas Vilaseca Galeria apresenta as produções mais recentes do brasileiro No Martins, que através da arte coloca em foco questões como racismo, violência policial e encarceramento em massa. No Martins é um artista nascido em 1987, e tem sua prática transitando pela pintura, performance, instalação e experimentação com objetos. Seus trabalhos são inspirados por suas pesquisas sobre as relações interpessoais cotidianas em meio aos temas citados acima.

Pinta Miami LIVE (2 a 15 de dezembro)

Entre as 100 galerias presentes no evento, 4 são galerias membros do projeto: Galeria Berenice Arvani, Galeria Zagut, Mul.ti.plo Espaço Arte e Simone Cadinelli Arte Contemporânea.

O estande da Simone Cadinelli reúne na apresentação ‘Entre tempos’ produções sobre identidade, espaço e memória. Os trabalhos dos10 artistas selecionados (Claudio Tobinaga, Gabriela Noujaim, Jeane Terra, Jimson Vilela, Leandra Espírito Santos, PV Dias, Pedro Carneiro, Roberta Carvalho, Úrsula Tautz e Virgínia Di Lauro) trazem questionamentos a respeito de possíveis rupturas do tempo.

A Multi.plo Espaço Arte, traz uma apresentação solo do artista português José Pedro Croft, com curadoria de Roc Laseca. Em formas de esculturas que trabalham como desdobramento do espaço e com conexão com a arquitetura, as obras do artista têm o poder de transformar o lugar em que estão inseridas, com traços poéticos, complexidade, sofisticação e caráter inspirador.

Sobre o Latitude - Platform for Brazilian Art Galleries Abroad

O Latitude é um programa desenvolvido por meio de uma parceria firmada entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea - ABACT e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - Apex-Brasil, para promover a internacionalização do mercado brasileiro de arte contemporânea. Criado em 2007, conta hoje com 43 galerias de arte do mercado primário, localizadas em sete estados brasileiros e Distrito Federal, que representam mais de 1000 artistas contemporâneos. Seu objetivo é criar oportunidades de negócios de arte no exterior, fundamentalmente através de ações de capacitação, apoio à inserção internacional e promoção comercial e cultural.

O volume das exportações definitivas e temporárias das galerias do projeto Latitude vem crescendo significativamente. Em 2007, foram exportados US$ 6 milhões e, de acordo com a última Pesquisa Setorial Latitude publicada, em 2017 atingiu-se mais de US$ 65 milhões. As galerias Latitude foram responsáveis por 42% do volume total das exportações do setor no ano.

Desde abril de 2011, quando a ABACT assume o convênio com a Apex-Brasil, foram realizadas 48 ações em mais de 26 diferentes feiras internacionais, com aproximadamente 300 apoios concedidos a galerias Latitude. Neste mesmo período, foram trazidos ao Brasil aproximadamente 250 convidados internacionais, entre curadores, colecionadores e profissionais do mercado, em 23 edições de Art Immersion Trips. Além dessas ações, o Latitude realizou cinco edições de sua Pesquisa Setorial, com dados anuais sobre o mercado primário de arte contemporânea brasileira.

Posted by Patricia Canetti at 10:59 AM

Transbordar: Transgressões do Bordado na Arte no Sesc Pinheiros, São Paulo

Com curadoria de Ana Paula Cavalcanti Simioni, ‘Transbordar: Transgressões do Bordado na Arte’ reúne obras de 39 artistas de diferentes gerações, gêneros e pesquisas, entre os quais, Bispo do Rosário, Karen Dolorez, Leonilson, Teresa Margolles e Rosana Paulino

Público poderá visitar a mostra gratuitamente, mediante agendamento prévio feito na página da unidade na Internet (sescsp.org.br/pinheiros). No Sesc, a retomada de atividades presenciais segue protocolos de órgãos de saúde pública para evitar o contágio e disseminação da Covid-19

Obras de arte históricas e contemporâneas, em sua maioria nacionais, que refletem sobre o lugar do bordado na arte dos séculos XX e XXI compõem a exposição inédita Transbordar: Transgressões do Bordado na Arte, em cartaz no Sesc Pinheiros. Com curadoria de Ana Paula Cavalcanti Simioni, a mostra reúne 39 artistas de diferentes gerações e pesquisas, são nomes como Ana Bella Geiger, Bispo do Rosário, Karen Dolorez, Nazareno Rodrigues, Nazareth Pacheco, Rosana Paulino, Teresa Margolles e Zuzu Angel. Em comum, suas obras apresentam subversões dos sentidos tradicionalmente atribuídos a essa prática, tais como o de obras como sensíveis, delicadas e "femininas".

O público poderá visitar a mostra gratuitamente de terça a sexta, das 13h às 20h, e aos sábados, das 10h às 14h, mediante agendamento prévio pelo portal sescsp.org.br/pinheiros. O uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas, durante toda a visita.

Historicamente, o bordado foi uma atividade muito semantizada e, tal como ocorreu com diversas outras práticas artísticas, como a tapeçaria, vitrais e mobiliário, foi relegado pelo circuito acadêmico que pulsava na Europa do século XVI à condição de uma "arte menor", ao contrário do que ocorreu com a pintura e escultura que foram, então, nobilitadas como "belas artes".

A exposição discute a ideia do bordado como um ornamento tido como fútil ou pouco funcional por meio de obras que incitam a pensar sobre diversos tipos de violência - contra a população infanto-juvenil, violência de gênero, violência racial, violência manicomial, gordofobia e LGBTQIA - tão disseminados na sociedade contemporânea.

Para a curadora Ana Paula Cavalcanti Simioni, "o bordado é uma prática artística carregada de significado. Frequentemente é associado a uma produção feminina, doméstica e artesanal. Essas associações, no entanto, não devem ser vistas como naturais, e sim como fruto de uma história da arte e da cultura que se construiu a partir de divisões e hierarquias que, hoje, precisam e podem ser questionadas".

Estruturada a partir de dois módulos - Artificando o Bordado e Transbordamentos - a exposição traz ao público mais de 100 obras. A disposição dos trabalhos no espaço expositivo é, simultaneamente, histórica e temática. São criações realizadas por artistas mulheres e homens que têm no bordado um meio expressivo e um contestador social.

Entre os destaques da mostra, há criações de Arpilleras, uma técnica chilena usada sobretudo por mulheres durante o período da ditadura como forma de denúncia e resistência.

"O caráter intimista do bordado também é revolvido pelo sentido social que essas obras podem ter. Isso porque elas evocam tradições de um saber fazer, coletivo, anônimo que é aqui apropriado e transformado", explica Simioni. "Essas memórias, individuais e de grupo, são costuradas ou, como bem define Rosana Paulino, suturadas. São obras que transbordam as hierarquias, os limites a que essa prática foi, historicamente, confinada. Em cada uma delas, o bordado demonstra sua potência de encantar e incomodar, seduzir e conscientizar", finaliza a curadora.

Lista completa dos artistas que compõem a mostra

Aldo Bonadei, Anna Bella Geiger, Ana Miguel, AngelaOD, Arpilleras, Beth Moysés, Bispo do Rosário, Brígida Baltar, Caroline Valansi, Edith Derdyk, Fábio Carvalho, Fernando Marques Penteado, Janaina Barros, JeaneteMusatti, Jucélia da Silva, Karen Dolorez, Leonilson, Letícia Parente, Lia Menna Barreto, Nara Amélia, Nazareno Rodrigues, Nazareth Pacheco, Nino Cais, NiobeXandó, Paulo Lima Buenoz, Pedro Luis, Pola Fernandez, Regina Gomide Graz, Regina Vater, Rick Rodrigues, Rodrigo Lopes, Rodrigo Mogiz, Rosana Palazyan, Rosana Paulino, Rosângela Rennó, Sol Casal, Sonia Gomes, Teresa Margolles e Zuzu Angel.

Sobre a curadora

Ana Paula Cavalcanti Simioni é professora no Instituto de Estudos Brasileiros, da Universidade de São Paulo. É também orientadora credenciada junto ao programa "Culturas e Identidades Brasileiras (IEB-USP) e "Interunidades em Estética e História da Arte" (MAC-USP). Desde 2000, dedica-se ao estudo das relações entre arte e gênero no Brasil, destacando entre suas publicações "Profissão artista: pintoras e escultoras acadêmicas brasileiras, 1884-1922", EDUSP/FAPESP, 2008/2019. Foi também curadora da exposição "Mulheres artistas: as pioneiras (1880-1930), com Elaine Dias, na Pinacoteca Artística do Estado de São Paulo em 2015.

Orientações de segurança para visitantes

O Sesc São Paulo retoma, de maneira gradual e somente através da reserva de horário e ingresso virtual - com limite de 4 ingressos por CPF, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.

Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até 5 pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de 2 metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.

A entrada na unidade será permitida apenas após confirmação do agendamento feito no portal do Sesc São Paulo. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.

Posted by Patricia Canetti at 9:38 AM

novembro 29, 2020

Programa Curatorial do MAC USP 2020-2024

PROGRAMA CURATORIAL MAC USP 2020-2024
Ana Magalhães e Marta Bogéa

[scroll down for English version]

Com quase seis décadas de existência, e instalado definitivamente em sua nova sede no Parque do Ibirapuera, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) é a mais importante instituição em seu gênero no país, com 10.000 obras de arte moderna e contemporânea internacional. Por ser um museu universitário, no qual as atividades de docência, pesquisa e curadoria estão intimamente interligadas, ao longo de sua história, ele se consolidou como um espaço de reflexão crítica e de formação (especializada e de extensão).

Assim, o programa curatorial da gestão 2020-2024 entende o MAC USP como um museu-laboratório, abrindo-se para o fomento à produção artística, e estimulando o envolvimento de estudantes, e parcerias interdisciplinares entre pesquisadores e docentes, dentro e fora da USP. As atividades de exposições, editais, programação de extensão no sentido mais amplo, de seminários/webinários, e de atividades através de seu site e suas redes sociais aqui propostos partem das premissas de pesquisa e do perfil de seu acervo, para atualizá-los.

Por fim, diante da crise sócio-político-econômica e ambiental em que vivemos, os debates no campo das artes visuais têm se voltado a rever as relações entre cultura e natureza, alinhando-se com a discussão em torno do Antropoceno. Adotaremos aqui a metáfora da floresta e seus elementos para designar os programas que compõem o projeto curatorial do MAC USP. Localizado no Parque Ibirapuera (em tupi, literalmente, mata que já foi mata, ou capoeira), que guarda em seu nome os vestígios da sua primeira ocupação pelas comunidades autóctones Tupi, e estabeleceu-se em torno da coleção histórica de plantas da região de São Paulo, o MAC USP deve ser visto como parte dessa paisagem maior.

Clareira (térreo)
Curadoria: Ana Magalhães e Marta Bogéa

A clareira de uma floresta (em tupi, Baependi) é uma área de pouca vegetação, ou de vegetação rasteira localizada no interior de uma floresta ou de um bosque. Sua conformação é fundamental para a renovação da floresta e para sua diversidade, pois elas funcionam como verdadeiros celeiros. No caso da floresta amazônica, por exemplo, são áreas nas quais grupos indígenas nômades estabelecem assentamentos temporários.

A clareira do MAC USP está localizada no térreo do prédio do museu, junto ao acolhimento de seu público. Sua programação anual envolve várias formas de manifestação artística, no diálogo com as artes visuais, para qual estão convidados músicos, performers, bailarinos, escritores, atores, com apresentações aos sábados à tarde, que procuram trazer questões candentes da contemporaneidade, de modo a abrir novas possibilidades de leitura do acervo do Museu.

Floresta (andares de exposições)

Em língua tupi, chama-se uma floresta virgem de Caaguaçu, isto é, uma vegetação abundante, frondosa, com árvores de grande porte, capazes de nos dar a ver as camadas históricas do território original. O programa de exposições do Museu, que trabalha prioritariamente com seu acervo, constitui portanto nossa premissa, e é visto como essa grande floresta.

O programa de exposições está distribuído entre o prédio principal do Museu e seu Anexo Expositivo. O prédio principal possui 6 andares de galerias, alguns deles, se mantém divididas em duas alas, cada um com um ciclo expositivo, outros, serão tratados na integralidade dos andares. Além dos andares do prédio principal, retomaremos o espaço do Anexo Expositivo, fechado desde 2015 para reformas e que será reaberto a partir de 2021 Descrevemos a seguir como tal programa foi pensado.

Mostra Permanente de Acervo (2022-2026) - 7o e 6o andares
Curadoria: Ana Magalhães e Helouise Costa

A base de toda a pesquisa curatorial do MAC USP está fundamentada no estudo de seu acervo artístico. Sendo assim, a mostra permanente de acervo do Museu pode ser entendida como as raízes (em tupi, Apó) das grandes árvores que formam o conjunto de nossa floresta virgem. Os 7o e 6o andares estão dedicados à exposição do acervo artístico do MAC USP, de modo a apresentar novas leituras da arte do século 20 que ele é capaz de suscitar. Com uma periodicidade de 4 anos, a curadoria deve trabalhar nas especificidades do acervo, a partir de seu perfil e de suas linhas de pesquisa em história, teoria e crítica da arte. Assim, não partimos da pretensão de abarcar uma história global da arte do século 20, e sim revelar uma certa história que seu acervo, irrigado a partir das questões atuais, é capaz de contar.

Novas Aquisições(2021-2023 e 2023-2025) - 5o andar
Curadoria: Ana Magalhães, Marta Bogéa e Helouise Costa

O 5o andar do prédio possui uma periodicidade menor que os andares mencionados acima, pois ele deve apresentar a arte do século 21 no acervo do Museu, dentro das mesmas premissas da apresentação das coleções do século 20. Propomos assim que sua periodicidade seja de 2 anos, uma vez que sua curadoria mobiliza as doações recentes do MAC USP.

A exposição se construirá em 3 etapas na ala maior do 5o andar, com o convite a artistas a trabalharem com a curadoria do MAC USP. A partir da seleção prévia de 11 obras do acervo do Museu, seus autores serão convidados a fazer a seleção de uma obra adicional de outro artista presente no acervo, para dialogar com sua obra escolhida. Essa dinâmica é repetida mais uma vez, trazendo na terceira rodada uma obra nova, de modo a construir uma leitura e gerar produções coletivamente do acervo de arte do século 21 do Museu.

Exposições em parceria com outras instituições Rede São Paulo (2021, 2022, 2023 e 2024) - 5o andar
Curadoria: curadores convidados
- 2021: Marta Bogéa e Cauê Alves (MAM)
- 2022: Rodrigo Queiroz (MAC USP e FAU USP) e Cláudio Mubarac (ECA USP)

Na galeria expositiva menor do 5o andar, propomos um programa de exposições anuais que trabalham com o conceito de paisagem a partir de várias disciplinas. Aqui, conversam as artes visuais, a arquitetura, ecologia, meio-ambiente entre outros.

É neste setor que o MAC USP se abre mais concretamente ao entorno do Parque do Ibirapuera e em que a curadoria do Museu se propõe a estabelecer parcerias com outras unidades da USP e outras instituições para pensar em leituras transversais do conceito de paisagem. Para tanto, serão convidados colegas colaboradores no que chamamos da Rede São Paulo, que construímos a partir dos webinários de processos curatoriais realizados entre setembro e outubro de 2020.

Exposições Resultantes de Projetos de Pesquisa (2022 e 2024)
Curadoria: pesquisadores

O 4o andar é dedicado à extroversão da pesquisa curatorial realizada no MAC USP com recortes pontuais de acervo, também com periodicidade de 2 anos na ala A da galeria, podendo sua ala B ser utilizada para projetos curatoriais mais pontuais que envolvam os grupos de pesquisa do museu ou pesquisadores convidados, como por exemplo, pós-doutorandos.

Para 2021, há dois projetos já aprovados:
1. Video_MAC - curadoria de Roberto Cruz (Pós-Doutorando do MAC USP, 2017-2019)
2. Projetos para um cotidiano moderno no Brasil, 1920-1960 (Grupo de Pesquisa CNPq Narrativas da Arte do Século XX)
Sidney Amaral - curadoria Claudinei Roberto da Silva

Edital de Exposições de Artistas Emergentes (2021 e 2022)
Coordenação: Helouise Costa (Presidente CCEx) e Rodrigo Queiroz

A ala menor do 3o andar é reservada ao Edital de Exposições para Artistas Emergentes do MAC USP. Criado em 2019, tem ciclo de 3 exposições selecionadas, com duração de 4 meses cada. Para tanto, constitui-se uma comissão de seleção dos projetos inscritos através de um edital público. Deverão ser realizados dois editais com ciclos de 1 ano e meio (entre montagem e desmontagem das exposições dos 3 artistas selecionados).

Exposições Temporárias Externas

A ala maior do 3o andar é reservada a receber propostas de exposições externas, geralmente financiadas pelos próprios proponentes e selecionadas tendo como base a política de exposições do MAC USP. As exposições temporárias aceitas pelo MAC USP são sempre acompanhadas por um curador do Museu, para mediar as equipes externas e suas curadorias nas relações com o MAC USP.

Reserva em obras
Marta Bogéa em diálogo com curadoria, acervo, documentação, biblioteca

Pretende-se que a ala maior do 3o andar seja também utilizada alternadamente como espaço de exposições que deem a ver os bastidores do MAC USP. A exemplo do que o Museu realizou em 2011, com a exposição MAC em obras, a ideia de Reserva em Obras é criar um projeto expográfico no qual trabalhos de documentação e conservação possam ser realizados publicamente.

Reserva Técnica Visível
Desde 2018, o 2o andar está ocupado como parte da reserva técnica do Museu, que neste programa curatorial, será entendida como uma reserva técnica visível para o público. Tal estratégia, adotada em museus no mundo inteiro, visa a reforçar a curadoria como uma cadeia de recepção, guarda e identificação de obras, que não se resume apenas às atividades de extensão.

Laboratório de Curadoria (2021 e 2023)
Coordenação: Ana Magalhães, Marta Bogéa e Edson Leite

Programa de fomento à formação de jovens pesquisadores como curadores, expresso na forma de verbetes sobre uma obra Através de uma convocatória, alunos de pós-graduação de qualquer programa do Estado de São Paulo poderão se inscrever para propor verbetes ou ações sobre uma obra ou conjunto de obras que integram as exposições do 6º e 7º andar (mostra permanente de acervo) e uma obra ou o conjunto das obras que constituem a exposição de esculturas (1º andar). A cada edição, serão selecionados sete textos curatoriais através de uma comissão de pesquisadores/curadores convidados. Pretendemos realizar duas convocatórias entre 2020 e 2024. Este programa é fundamental para a função de formação do MAC USP no que tange à curadoria e ao diálogo das artes visuais com outras formas de manifestação artística, promovendo assim a pesquisa artística e curatorial realizada dentro dos programas de pós-graduação locais.

MAC USP Online
Coordenação: Ana Magalhães e Marta Bogéa

Em 2020, demos início a uma série de ações através das redes sociais do Museu (sobretudo YouTube, Instagram e Facebook), bem como seu website. Essa programação online que se intensificou durante a pandemia de Covid-19 mostrou as potencialidades do mundo virtual para as atividades do MAC USP. Nosso programa curatorial entende que será fundamental dar continuidade e reforço a essas ações, que envolvem séries de lives, webinários, ação educativa e cursos de extensão - cujo alcance é muito maior através dos meios digitais.

Iniciamos com as séries MAC USP Bastidores (sobre mostras em fase de projeto e montagem) e MAC USP depoimento ( com curadores e diretores). Retomaremos o projeto MAC USP encontra os artistas (iniciado em 2013), agora em versão online através do canal do Museu no YouTube.

Em agosto de 2020, inauguramos nossa primeira exposição virtual (ver exposição “Video_MAC”). Ainda em formato quase de documentação e em plataforma Wordpress, esta primeira experiência abriu possibilidades para pensarmos em ações expositivas e artísticas, que podem explorar outros modos de interação entre o museu e seu público. Também trabalhamos com uma proposta com um artista, que uso nossa conta no Instagram e no Facebook para realizar uma ação - que chamamos de “infiltração”. Assim, teremos um projeto anual de ações expositivas no site do museu e um projeto anual de mesma natureza nas redes sociais do MAC USP.

Seminários/Webinários
Coordenação geral: Ana Magalhães e Marta Bogéa

Em 2020, demos início a um série de webinários do MAC USP, cujo tema principal são os processos curatoriais. Num primeiro momento, convidamos curadores/pesquisadores trabalhando dentro de instituições da USP e da cidade de São Paulo, na perspectiva de articularmos uma rede de colaboração com esses agentes. Além disso, um ponto central dos webinários de setembro e outubro de 2020 foi a abordagem da prática curatorial como metodologia de pesquisa.

Pretendemos dar continuidade a este programa de webinários, realizando-os anualmente, focado em tópicos candentes para a pesquisa curatorial. O de 2021 será dedicado ao estudo de práticas curatoriais e pesquisa decoloniais, ligados sobretudo à investigação de artistas e agentes afrodescendentes no Brasil.

Os webinários de 2022 e 2023 deverão ser parte dos projetos de exposição e disciplinas vinculados, respectivamente, aos tópicos de reavaliação da Semana de Arte Moderna de 1922 e dos 60 anos do MAC USP.

Publicações - Continuação Coleção MAC Essencial

Daremos continuidade à série “MAC Essencial”, dos quais já temos 17 exemplares no Portal de Livros Abertos da USP. Inicialmente financiados através de projetos da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão, a série ‘MAC Essencial” foi criada em 2013, com o objetivo de realizar publicações que documentam o acervo do Museu, através da pesquisa qualificada. Assim, ela era dividida em quatro categorias: Exposições (catálogos de exposição), Seminários/Simpósios/Congressos (anais de eventos acadêmicos realizados pelo Museu), Pesquisa e Acervo. Por vezes, as publicações resultaram em uma combinação dessas categorias.

Em 2021, inauguraremos a linha “Arte Educação”, para a qual a equipe de educadores do MAC USP preparará uma coletânea de ensaios sobre os programas já realizados pelo Serviço Educativo do Museu nos últimos anos. A série terá continuidade através das exposições e eventos acadêmicos programados pelo MAC USP até 2024, e deverá também prever um volume especial sobre a história do Museu para 2023.

Música no MAC
Coordenação: Edson Leite

O programa Música no MAC existe desde 2018 e terá continuidade no mesmo dia e horário, com programação ao longo do ano para o público do Museu. Atualmente, em formato online, deve voltar ao formato presencial a partir de fevereiro de 2021. A seleção dos grupos musicais e programas que se apresentarão é feita com base em parcerias pré-estabelecidas com instituições e grupos locais com curadoria de Edson Leite.


CURATORIAL PROGRAM MAC USP 2020-2024
Ana Magalhães e Marta Bogéa

With almost six decades of existence, and permanently installed in its new venue in Ibirapuera Park, the Museum of Contemporary Art of the University of São Paulo (MAC USP) is the most important institution of its kind in the country, with 10,000 works of international modern and contemporary art. Because it is a university museum, in which teaching, research and curatorial activities are closely intertwined, throughout its history, it has consolidated itself as a space for critical reflection and education (specialized and extension).

The 2020-2024 curatorial program proposed by this directorship understands MAC USP as a museum-laboratory, opening up to foster artistic production, and encouraging student engagement, and interdisciplinary partnerships between researchers and teachers, inside and outside USP. The activities of exhibitions, open calls, extension programming in the broadest sense, seminars / webinars, and activities through its website and social networks proposed here start from the research premises and the profile of its collection, to update them.

Moreover, in the face of the socio-political-economic and environmental crisis in which we live, the debates in the field of visual arts have turned to review the relations between culture and nature, aligned with the discussion around the Anthropocene. Here we will adopt the metaphor of the forest and its elements to designate the programs of MAC USP curatorial program. Located in Ibirapuera Park (in Tupi, literally, forest that was once as forest, or capoeira), which keeps in its name the vestiges of its first occupation by indigenous Tupi communities, and settled around the historical collection of plants of the region of São Paulo, MAC USP should be seen as part of this larger landscape.

Glade (groung floor)
Curator: Ana Magalhães and Marta Bogéa

The glade of a forest (in Tupi, baependi) is an area of grassy vegetation, or undergrowth, located inside a forest or woodland. Their conformation is fundamental for the renewal of the forest and for its diversity, as they function as true granaries. In the case of the Amazon rainforest, for example, these are areas in which nomadic indigenous groups establish temporary settlements.

The MAC USP glade is located on the ground floor of the museum building, next to the reception of its public. Its annual program involves various forms of artistic expression, in dialogue with the visual arts, to which musicians, performers, dancers, writers, actors are invited, with presentations on Saturday afternoons, which seek to bring up burning issues of contemporary times, in order to open new possibilities for reading the Museum's collection.

Forest (exhibition floors)

In the Tupi language, a virgin forest is called caaguaçu, i.e., abundant vegetation, leafy with large trees, able to make us see the historical layers of the original territory. The Museum's exhibition program, which works primarily with its collection, is therefore our premise, and is seen as this great forest.

The exhibition program is distributed between the main building of the Museum and its Exhibition Annex. The main building has 6 floors of galleries, some of which are divided into two wings, each with an exhibition cycle, others will be treated in their entirety. In addition to the floors of the main building, we will retake the space of the Exhibition Annex, closed since 2015 for renovations and which will be reopened from 2021 onwards.

Permanent Show of Collection (2022-2026) - 7th and 6th floors
Curator: Ana Magalhães and Helouise Costa

The basis of all curatorial research at MAC USP is the study of its artistic collection. Therefore, the permanent collection of the Museum can be understood as the roots (in Tupi, apó) of the large trees that form our virgin forest. The 7th and 6th floors are dedicated to the exhibition of MAC USP artistic collection, in order to present new readings of 20th century art. With a duration of 4 years, the curatorship must work on the specificities of the collection, based on its profile and lines of research in history, theory and art criticism. Thus, we do not intend to represent a global history of 20th century art, but reveal a certain history that its collection, irrigated

New Acquisitions (2021-2023 and 2023-2025) - 5th floor
Curator: Ana Magalhães, Marta Bogéa and Helouise Costa

The 5th floor of the building has a shorter duration than the floors mentioned above, as it must present the art of the 21st century in the Museum's collection, within the same premises of the presentation of the collections of the 20th century. We propose its duration being of 2 years, as its curatorship mobilizes recent donations from MAC USP.

The exhibition will be built in 3 stages in the largest wing of the 5th floor, with an invitation to artists to work with the curatorship of MAC USP. From the previous selection of 11 works from the Museum's collection, their authors will be invited to make the selection of an additional work by another artist present in the collection, to converse with their chosen work. This dynamic is repeated once again, bringing a new work in the third round, in order to build a collective reading of the Museum's 21st century art collection.

Exhibitions in Partnership with Other Institutions São Paulo Network (2021, 2022, 2023 and 2024) - 5th floor
Curator: invited curators
- 2021: Marta Bogéa and Cauê Alves (MAM)
- 2022: Rodrigo Queiroz (MAC USP and FAU USP) and Cláudio Mubarac (ECA USP)

In the smaller exhibition gallery on the 5th floor, we propose a program of annual exhibitions that work with the concept of landscape from various disciplines. Here, the visual arts, architecture, ecology, environment and others feed each other.

It is in this sector that MAC USP opens up more concretely to the Ibirapuera Park area, and in which the Museum's curatorship proposes to establish partnerships with other USP institutes and schools, and other institutions to think about transversal readings of the landscape concept. To that end, fellow collaborators will be invited in what we call the São Paulo Network, which we built from the curatorial process webinars held between September and October 2020.

Exhibitions Resulting from Research Projects (2022 and 2024)
Curator: research curators

The 4th floor is dedicated to present the curatorial research carried out at MAC USP with specific sets from the collection, also with a duration of 2 years in wing A of the gallery, and its wing B can be used for curatorial projects involving research groups from the museum or guest researchers, such as postdoctoral students.

For 2021, there are two projects already approved:
- Video_MAC - curated by Roberto Cruz (Postdoctoral fellow at MAC USP, 2017-2019);
- Projects for a modern daily life in Brazil, 1920-1960 (CNPq Research Group Narratives of 20th Century Art)
Sidney Amaral - curated by Claudinei Roberto da Silva

Open Call for Exhibitions of Emerging Artists (2021 and 2022)
Coordination: Helouise Costa and Rodrigo Queiroz

sThe smaller wing of the 3rd floor is reserved for the MAC USP Emerging Artists Exhibition Open Call. Created in 2019,the program has a cycle of 3 selected exhibitions, lasting 4 months each. To this end, a selection committee for the applied projects is created through a public notice. Two open calls with cycles of 1 year and a half will be undertaken.

Temporary Exhibitions

The largest wing of the 3rd floor is reserved to receive proposals of temporary exhibitions, usually financed by the proponents themselves and selected based on the MAC USP exhibition policy. Temporary exhibitions accepted by MAC USP are always accompanied by a curator from the Museum, to mediate external teams and their curators with MAC USP staff.

Reserve in Works
Marta Bogéa in dialogue with curators, collections, documentation, library

It is intended that the largest wing of the 3rd floor is also used interchangeably as an exhibition space that gives an insight into the backstage of MAC USP. Similar to what the Museum accomplished in 2011, with the exhibition MAC in works, the idea of Reserve in Works is to create an exhibition design in which documentation and conservation works can be carried out publicly.

Visible Storage Room

Since 2018, the 2nd floor has been occupied as part of the Museum's storage room, which in this curatorial program, will be understood as visible to the public. This strategy, adopted in museums worldwide, aims to reinforce curatorship as a chain of procedures in managing, researching and preserving the collections, not only limited to exhibition making.

Curatorial Laboratory (2021 and 2023)
Coordination: Ana Magalhães, Marta Bogéa and Edson Leite

This program aims to foster the training of young researchers as curators, expressed in the form of entries on a work through a call that graduate students from any program in the State of São Paulo will be able to apply to propose entries on a work or set of works that are part of the 6th and 7th floor exhibitions (permanent collection show) and a work or set of works that integrate the sculpture exhibition (1st floor). In each edition, seven curatorial texts will be selected through a committee of invited researchers / curators. We plan to hold two calls between 2020 and 2024.

This program is critical to the MAC USP role of education regarding the curatorial and visual arts dialogue with other forms of artistic expression, thus promoting artistic and curatorial research conducted within the local graduate programs.

MAC USP Online
Coordination: Ana Magalhães and Marta Bogéa

In 2020, we started a series of activities through the Museum's social networks (mainly YouTube, Instagram and Facebook), as well as its website. This online programming that intensified during the Covid-19 pandemic showed the potential of the virtual environment for the activities of MAC USP. Our curatorial program understands that it will be essential to continue and reinforce them, which involve series of lives, webinars, educational activities and extension courses - whose reach is much greater through digital media.

We started with the MAC USP Backstage series (about exhibitions under preparation) and MAC USP testimonials (with curators and directors). We will resume the project MAC USP meets artists (started in 2013), now in an online version through the Museum's YouTube channel.

In August 2020, we inaugurated our first virtual exhibition (see exhibition “Video_MAC”). Still in an almost documentation format and on a Wordpress platform, this first experience opened up possibilities for us to think about exhibition and artistic actions, which can explore other modes of interaction between the museum and its audience. We also work with a proposal with an artist, who uses our Instagram and Facebook account to carry out an action - which we call “infiltration” (working title). Thus, we will have an annual project of exhibition actions on the museum's website and an annual project of the same nature on the social networks of MAC USP.

Seminars / Webinars
General coordination: Ana Magalhães and Marta Bogéa

In 2020, we started a series of MAC USP webinars, whose main theme is curatorial practices. At first, we invited curators / researchers working within USP institutions and in the city of São Paulo, with the perspective of articulating a collaboration network with these agents. In addition to this, a central point of the September and October 2020 webinars was the approach to curatorial practice as a research methodology.

We intend to continue this program of webinars, holding them annually, focused on contemporary topics for curatorial research. In 2021, our webinar will be dedicated to the study of curatorial practices and decolonial research, linked mainly to the investigation of artists and Afro-descendant agents in Brazil.

The 2022 and 2023 webinars should be part of the exhibition projects and disciplines linked, respectively, to the revaluation topics of the 1922 Week of Modern Art and MAC USP's 60th anniversary.

Publications - MAC Essential Collection

We will continue with the “MAC Essential” series, of which we already have 17 titles on USP's Open Book Portal. Initially financed through projects of the Dean of Culture and Extension, the ‘MAC Essential” series was created in 2013, with the aim of producing publications that document the Museum's collection, through qualified research. Thus, it was divided into four categories: Exhibitions (exhibition catalogs), Seminars / Symposia / Congresses (proceedings of academic events held by the Museum), Research and Collection. Sometimes publications have resulted in a combination of these categories.

In 2021, we will inaugurate the “Art Education” category, for which the team of educators at MAC USP will prepare a collection of essays on the programs already carried out by the Museum in recent years. The series will continue through the exhibitions and academic events scheduled by MAC USP until 2024, and should also provide for a special volume on the history of the Museum for 2023.

Music at MAC
Coordination: Edson Leite

The Music at MAC program has existed since 2018 and will continue on the same day and time, with programming throughout the year for the Museum's audience. Currently, in online format, it should return to its traditional format as of February 2021. The selection of musical groups and programs to be performed is based on pre-established partnerships with local institutions and groups.

Posted by Patricia Canetti at 1:05 PM

Pro Helvetia na América do Sul e o festival Open Ended Encounters

A Fundação Suiça para Cultura Pro Helvetia abrirá um escritório na América do Sul em 2021, com funcionários localizados no Chile, Argentina, Brasil e Colômbia, dando seguimento ao bem sucedido programa «COINCIDÊNCIA – Intercâmbios culturais Suíça-América do Sul». O programa foi lançado em 2017 e apoiou inúmeros projetos de artistas suíços na América do Sul, possibilitando colaborações envolvendo profissionais e instituições culturais suíças e sul-americanas. O novo escritório permitirá que a Pro Helvetia consolide as relações internacionais já existentes e acrescente uma sétima região importante àquelas já cobertas por sua rede global de escritórios no exterior.

Contextualizado na Declaração de Política Cultural 2016-2020 do governo suíço «Kulturbotschaft», o programa «COINCIDÊNCIA – Intercâmbios culturais Suíça-América do Sul» foi lançado com o intuito de promover a disseminação da arte e cultura suíças na América do Sul e fortalecer o intercâmbio cultural suíço-sul-americano. Cerca de 250 projetos, incluindo exposições, concertos e turnês teatrais, visitas de leitura e residências, foram realizados desde 2017 aprofundando colaborações entre profissionais e instituições culturais na Suíça e seus parceiros em dez países sul-americanos.

Tendo em vista o grande potencial cultural e o sucesso do trabalho de base, a Pro Helvetia decidiu estabelecer uma presença permanente na América do Sul a partir de 2021, após o encerramento do programa «COINCIDÊNCIA» que durou quatro anos. O objetivo é continuar as parcerias estabelecidas pelo programa nas áreas artísticas que Fundação Suiça para a Cultura apoia, que abrangem artes visuais e interdisciplinares, música, literatura, design e mídia interativa. O novo escritório também iniciará colaborações em conexão com o novo foco da Pro Helvetia nas artes, ciência e tecnologia, assim como residências e viagens de pesquisa.

A Pro Helvetia se esforça para promover um diálogo construtivo e crítico entre a Suíça e as regiões culturais em que estão localizados seus escritórios, promovendo a diversidade das perspectivas artísticas e sociais dos participantes envolvidos. «As relações multilaterais também são de grande importância no mundo da cultura. A abertura de um escritório da Pro Helvetia na América do Sul é um enriquecimento marcante da nossa rede global. A consolidação de nosso diálogo cultural com o continente sul-americano neste momento turbulento representa uma grande oportunidade para a produção cultural tanto na Suíça como nas regiões em que estamos representados», disse Philippe Bischof, Diretor do Conselho Suíço de Artes Pro Helvetia.

Tendo em vista a extensão geográfica e a diversidade do continente, o escritório será composto por quatro locais: Santiago do Chile (administração), São Paulo, Buenos Aires e Bogotá. Os seis funcionários locais têm um conhecimento profundo e excelentes conexões com os cenários culturais de sua região, e ajudarão a forjar parcerias entre os praticantes culturais locais e suíços. Eles são, além disso, todos falantes nativos – português para o Brasil e espanhol para os demais países.

Com sua presença na América do Sul, a rede global da Pro Helvetia passará a abarcar sete grandes regiões ao redor do mundo. Elas são, além da América do Sul: os países árabes (escritório no Cairo), África Austral (Johannesburg), Rússia (Moscou), Sudeste Asiático (Delhi), China (Xangai) e o Centre culturel suisse em Paris.

«Open Ended Encounters» reflete sobre a natureza dos encontros e as atuais formas de convivência que, nos últimos meses, migraram em massa para a internet. Como essa mudança de condição na coletividade influencia a estética e a tecnologia?

Encontros são potenciais gatilhos do imprevisível, possibilitando afetar e transformar nossas subjetividades; estar aberto ao outro potencializa a imaginação para novas realidades e mundos «Open Ended Encounters» é um ciclo de encontros que propõe refletir sobre noções radicais de alteridade em associação com outros organismos, tecnologias, espécies, saberes, partindo do desejo de permeabilidade e informado pela recente experiência coletiva de drástico isolamento social, mas também de reconfiguração das formas de encontro.

«Open Ended Encounters» apresenta sessões ao vivo online nas quais artistas refletem em apresentações e performances sobre seus objetos de estudo e também sobre o próprio formato virtual. O evento será mediado por uma plataforma/ponto de encontro/trabalho feito por O grupo inteiro em http://www.open-ended-encounters.aarea.cov, e contará com traduções simultâneas em português e inglês para todas as atividades.

Participantes: Chus Martínez & Vitória Cribb, Dorota Gawęda & Eglė Kulbokaitė, O grupo inteiro, Ignacio Acosta & Ina Neddermeyer, Jorgge Menna Barreto, Jota Mombaça, Jup do Bairro, Luiza Crosman, Maya Minder, Orgie & El Plvybxy, pedro frança & Darks Miranda. Curadoria: aarea. «Open Ended Encounters» é um projeto da Fundação suíça para a cultura Pro Helvetia e do aarea no contexto do programa na América do Sul «COINCIDÊNCIA».

PROGRAMA

4 de dezembro, sexta-feira

ESTRÉIA NO SITE
GRAVIDADE
CRIAÇÃO: O GRUPO INTEIRO
MAIS INFORMAÇÃO: OPEN-ENDED ENCOUNTERS

ESTRÉIA NO INSTAGRAM
Entre 4/12 e 11/12
THE TONGUE THAT BRIGHTENS THE PLANET
CRIAÇÃO: CHUS MARTINEZ E VITÓRIA CRIBB
MAIS INFORMAÇÃO: INSTAGRAM

5 de dezembro, sábado

[BR] 10 H
[CH] 2 PM

YGRG170 (Workshop)
CRIAÇÃO: DOROTA GAWĘDA & EGLE KULBOKAITĖ
INSCREVA-SE NO FORMULÁRIO: YGRG

[BR] 11 H
[CH] 3 PM
IBIRITAQUERA PEDRA FANTASMA
CRIAÇÃO: PEDRO FRANÇA & DARKS MIRANDA

[BR] 14 H
[CH] 6 PM
A MULHER DO TEMPO
CRIAÇÃO: LUIZA CROSMAN
[BR] 16 H
[CH] 8 PM
O QUE NÃO TEM ESPAÇO ESTÁ EM TODO LUGAR
CRIAÇÃO: JOTA MOMBAÇA

[BR] 18 H
[CH] 10 PM
TALLER DE MECÁNICAS
CRIAÇÃO: ORGIE + EL PLVYBXY

6 de dezembro, domingo

[BR] 11 H
[CH] 3 PM
ARCHAEOLOGY OF SACRIFICE
CRIAÇÃO: IGNACIO ACOSTA

[BR] 14 H
[CH] 6 PM
STERILE ENCOUNTERS (Workshop)
CRIAÇÃO: MAYA MINDER
INSCREVA-SE NO FORMULÁRIO: Sterile Encounters

[BR] 16 H
[CH] 8 PM
PALADAR TRIDIMENSIONAL
CRIAÇÃO: JORGGE MENNA BARRETO

[BR] 18 H
[CH] 10 PM
CRIAÇÃO: JUP DO BAIRRO
Uma performance baseada em programas matinais de televisão.

Posted by Patricia Canetti at 12:39 PM

Rafael Alonso na Athena, Rio de Janeiro

A Galeria Athena tem o prazer de apresentar Olho Grande, a primeira mostra individual de Rafael Alonso na galeria. Ocupando toda a Sala Cubo, a exposição conta com um conjunto de pinturas, instalações, itens de trabalho e objetos pessoais de Alonso que fazem parte do seu ateliê no Rio de Janeiro e foram transportados para dentro da Galeria. Ao propor tal deslocamento, a intenção do artista foi mudar e moldar o ambiente expositivo para um lugar ativo ao longo do período da exposição. Ou seja, a cada momento a mostra se tornará outra na medida em que novos trabalhos e novas ações vão sendo desenvolvidos.

Olho Grande reflete os devaneios e os pensamentos de Alonso. Desde a fachada da galeria, ocupada por um "sol" de compensado, passando pelo mural pintado sobre o portão, como um outdoor, tudo possibilita ao espectador a sensação de se inserir no trabalho do artista.

Ao entrar no espaço expositivo, tem-se a dimensão da proposta de Rafael Alonso: paredes ocupadas pelo excesso de pinturas, em montanhas de cores. De um lado, uma pintura mural, que traz cor à parede branca do espaço, de outro, pinturas penduradas uma sobre a outra, numa escada crescente até Sudorese Excessiva, obra que se encontra no topo, a cerca de 6 metros de altura. A presença da pintura mural é incorporada por outros acontecimentos e trabalhos do artista, que provocam uma troca ou atrito cromático e formal entre as obras: “é como algo que engolisse e fosse engolido ao mesmo tempo”, diz Alonso.

Além das abstrações coloridas já conhecidas da produção de Rafael Alonso, os temas das pinturas propostos para Olho Grande são paisagens a um primeiro olhar banais, comumente associadas à representação dos trópicos. Araras, folhagens, montanha e natureza nos remetem ao olho acostumado, apaziguador mas também ilusório e idealizado. Fazendo uso desses símbolos e ícones, Alonso dialoga com a tradição da pintura de paisagem, sem perder o tom crítico de uma natureza ideal. Sua pesquisa aqui nos sugere refletir a crise de uma certa ideia de “realidade”. Nas palavras do próprio artista: “Um pintor de paisagens idílicas sozinho reproduz incansavelmente a mesma cena que outrora diziam ser corriqueira em Olho grande (...), através de um amontoado de memórias e projetos despejados por suas ruas quadriculadas.”

No decorrer da mostra, novos trabalhos serão adicionados aos demais. A sua proposta é transformar o espaço expositivo em um espaço de ateliê, ativo, produzindo obras novas, promovendo colaborações artísticas entre outras ações que possam ser registradas e acompanhadas pelo público.

Sobre o artista

Rafael Alonso (Niterói, 1983) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Dentre suas exposições individuais importantes estão: 2017 - Don´t you (forget about me) (Museu de Arte Contemporânea de Niterói - Niterói, Brasil); 2012 - A origem mística de Portugal vista do Brasil (Paço Imperial - Rio de Janeiro, Brasil); 2011 - Espólio (Paço das Artes - São Paulo, Brasil); 2006 - Rafael Alonso (Centro Cultural São Paulo - São Paulo, Brasil).

Participou de diversas mostras coletivas, entre as quais: 2019 - Colapso (Galeria Athena - Rio de Janeiro, Brasil); 2018 - The Sun – Living with Our Star (Science Museum - Londres, Reino Unido); 2017 - Swype, Baby Swype (Tech Art Lab - Cascais, Portugal); 2016 - Artes Visuais em Revista (Espaço Cultural BNDES - Rio de Janeiro, Brasil); Alster Kunstsalon (Merck Finck & Co. - Hamburgo, Alemanha); 2015 - X Bienal do Mercosul (Porto Alegre, Brasil); Cariocas (Maison Folie Wazemmes - Lille, França); 2011 - Caos e Efeito (Itaú Cultural - São Paulo, Brasil); 2010 - Converging Trajectories (Modified Arts - Phoenix, E.U.A.); 2009 - Trilhas do Desejo, Itaú Rumos Artes Visuais (Paço Imperial - Rio de Janeiro, Brasil), entre outras.

Recebeu o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea (Rio de Janeiro, Brasil) e o prêmio SIM de Artes Visuais da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Belém, Brasil). Foi finalista da Bolsa Iberê Camargo (Porto Alegre, Brasil).

Posted by Patricia Canetti at 11:55 AM

novembro 28, 2020

Tomie Ohtake – A cor do invisível no Tomie Ohtake, São Paulo

A exposição Tomie Ohtake – A cor do invisível marca o aniversário da artista, que no dia 21 de novembro faria 107 anos (Quioto, 1913 – São Paulo, 2015), e também do Instituto Tomie Ohtake, fundado em 28 de novembro de 2001.

Diante do compromisso de estar sempre próximo à obra da artista que lhe empresta seu nome, o Instituto Tomie Ohtake tem, desde 2014, dedicado um espaço permanente a ela com exposições de longa duração. As ocupações propostas acerca da obra da artista brasileira nascida no Japão visam dar ao público acesso à sua vasta produção, além de atualizar continuamente as pesquisas sobre sua trajetória, ressaltando aspectos específicos de suas incursões pela pintura, gravura e escultura, relacionando-as com outras áreas do conhecimento.

Com curadoria de Luciara Ribeiro e Luise Malmaceda, a exposição é um ensaio visual centrado na ousadia das cores utilizadas por Tomie Ohtake. Conforme apontam as curadoras, o conjunto de trabalhos – cinco pinturas, seis gravuras e um estudo para a empena de edifício na Ladeira da Memória em São Paulo –, produzido entre os anos 1970 e o início da década seguinte, apresenta combinação de cores enfática, onde a fluidez do gesto dá lugar a construções mais sólidas, ainda que não completamente rígidas. “São os jogos de luz, sombra e nuances que se destacam e, justamente, marcam a singularidade de Tomie como artista”.

Segundo as curadoras ainda, em traços firmes e cromatismo vibrante, essas obras ganham caráter atmosférico, a geometria parece querer ir ao encontro do seu oposto, ao onírico. “Tomie Ohtake – A cor do invisível nos convida a observar, a leveza e a força dos gestos que a artista balanceia, sempre desprovidos de régua e compasso, e o jogos cromáticos luminosos que arranjou nas mais diversas técnicas”.

A mostra enfatiza que foi o brilho da incidência solar nos trópicos a impressão que marcou a chegada de Tomie Ohtake ao país, em 1936. “Uma lembrança amarela que é anedota recorrente na história da artista e símbolo último de sua profunda ligação com o Brasil. A ousadia no uso das cores e a presença fundante do amarelo vivo são, para muitos críticos, características de uma trajetória construída por ela no país, ainda que sua obra tenha negociado amistosamente aspectos da cultura japonesa no interior dos debates das vanguardas nacionais”, completam Ribeiro e Malmaceda.

Posted by Patricia Canetti at 11:00 AM

novembro 21, 2020

9º Leilão Anual do Pivô no iArremate

A vocação do Pivô no cenário das artes visuais está inscrita em seu nome: Pivô é o ponto fixo que possibilita o giro. Em funcionamento desde 2012 como uma associação cultural sem fins lucrativos, a missão do Pivô é fomentar a cena artística local em toda a sua complexidade, subsidiando projetos inéditos e aproximando o público dos processos de criação contemporânea. Ao longo dos últimos oito anos, nossas exposições, residências artísticas e programas públicos reuniram centenas de artistas e uma ampla rede de profissionais da cultura.

Para manter o espaço em pleno funcionamento, o Pivô conta com uma série de parcerias institucionais e com o apoio de pessoas físicas e jurídicas. O Leilão Anual é o principal evento de financiamento da instituição. Ao adquirir uma obra, você contribui para a viabilização de projetos singulares e para que toda esta rede de profissionais siga trabalhando.

Considerando as condições impostas pela pandemia do Covid-19, o evento deste ano será realizado em formato online, entre os dias 23 de novembro e 5 de dezembro. Todas as informações sobre as obras e artistas participantes estarão em um site exclusivo e os lances poderão ser feitos através da plataforma iArremate, parceira do projeto. Neste mesmo período as obras estarão expostas no Pivô, com visitação de segunda à sábado, das 11 às 19 horas.

No evento, serão leiloados mais de 150 trabalhos doados por artistas em vários estágios de carreira que, em sua maioria, já participaram de programas do Pivô. Neste ano, entendendo a importância de trabalharmos em rede e do apoio mútuo, abrimos aos artistas a possibilidade de receber 50% do valor de arremate da obra.

O Pivô agradece a todos/as artistas que generosamente doaram seus trabalhos - ver lista ao final.


Pivô's purpose in the visual arts scene is inscribed in its name: Pivô in Portuguese means pivot, the central axis on which something turns. Operating since 2012 as a non-profit cultural association, Pivô's mission is to foster the local art scene in all its complexity, enabling new projects by artists and curators in all career stages and bringing the public closer to contemporary creative processes. Over the past eight years, our exhibitions, artistic residencies, and public programs have brought together hundreds of artists and a vast network of cultural professionals.

To keep the space fully functioning, Pivô relies on a series of institutional partnerships and the financial support of both individuals and companies – and Pivô's Annual Auction is the institution's main financing event. By acquiring a piece in our auction, you make challenging artistic and curatorial proposals feasible and collaborate to maintain this entire network of working professionals.

Considering the conditions imposed by the Covid-19 pandemic, this year's event will be held online, between November 23rd and December 5th. All the information about participating artists and works donated will be available on an exclusive website, and bids can be made through iArremate's platform.

At the event, over 150 works donated by artists at various career stages will be auctioned, most of whom have already participated in programs. This year, understanding the importance of working in networks and mutual support, we opened up the possibility for artists to receive 50% of the work's closing price.

Pivô thanks all artists who generously donated their works.

Adriana Coppio, Adriano Costa, Adriano Machado, Alex Cerveny, Alexandre Brandão, Alvaro Seixas, Ana Mazzei, Anna Maria Maiolino, Antônio Malta Campos, Antônio Obá, avaf, Ayrson Heráclito, Barrão, Brisa Noronha, Bruna Kury, Bruno Baptistelli, Caetano de Almeida, Camila Sposati, Camila Sproesser, Cao Guimarães, Carolina Cordeiro, Christian Salablanca, Cristiano Lenhardt, Cléo Döbberthin, Dan Coopey, Daniel Albuquerque, Daniel Frota de Abreu, Daniel Lannes, Daniel Senise, Daniel Steegmann Mangrané, Débora Bolsoni, Deco Adjiman, Denilson Baniwa, Denise Alves-Rodrigues, Dora Smék, Edu de Barros, Eduardo Cardoso Amato, Efrain Almeira, Élle de Bernardini, Elvis Almeida, Erica Ferrari, Érica Storer de Araújo, Erika Verzutti, Ernesto Neto, Estêvão Parreiras, Federico Herrero, Felipe Barsuglia, Felipe Cohen, Fernando Marques Penteado, Flora Rebollo, Frederico Fillipi, Gabriela Godoi, Gabriella Garcia, Gilson Rodrigues, Giulia Puntel, Gokula Stoffel, Guga Szabzon, Gui Mohallem, Guilherme Ginane, Gustavo Torres, Guto Lacaz, Helô Sanvoy, Iagor Peres, Iran do Espírito Santo, Jac Leirner, Janaina Tschape, Janaina Wagner, Janina McQuoid, João GG, João Loureiro, Julia da Mota, Júlia Rocha, Kauam Pereira, Lais Myrrha, Laura Gorski, Laura Lima, Laura Vinci, Leda Catunda, Lenora de Barros, Letícia Ramos, Livia Paola Gorresio, Lucas Arruda, Lucas Dupin, Lucas Simões, Luis Teixeira, Luisa Brandelli, Luiz Zerbini, Luiza Crosman, Manata Laudares, Mano Penalva, Manuela Costa Lima, Marcelo Cipis, Marcia Xavier, Marcius Galan, Marcos Chaves, María de los Vientos, Maria Lynch, Maria Montero, Maria Noujaim, Marina Perez Simão, Marina Weffort, Matheus Chiaratti, Matias Oliveira, Mauro Restiffe, max willà morais, Maya Weishof, Michel Zózimo, Moisés Patrício, Opavivará, Pablo Lobato, Paloma Bosquê, Patricia Leite, Paul Setúbal, Paulo Monteiro, Paulo Nazareth, Paulo Pasta, Pedro Hurpia, Pedro Motta, Pedro Zylbersztanjn, Pepi Lemes, Rafael Silvares, Raquel Sena, Rebeca Carapiá, Renata Lucas, Renato Rios, Rochelle Costi, Rodolpho Parigi, Rodrigo Garcia Dutra, Rodrigo Matheus, Samuel Rodrigues, Samuel Tomé, Santarosa Barreto, Santidio Pereira, Sofia Lotti C. Dias, Sonia Gomes, Tatiana Chalhoub, Thiago Honório, Thomaz Rosa, Tiago Carneiro da Cunha, Tiago Mestre, Tonico Lemos Auad, Val Souza, Vânia Mignone, Wisrah Villefort, Yan Copelli, Yasmin Guimarães, Yhuri Cruz e Yuli Yamagata.

Posted by Patricia Canetti at 11:17 AM

novembro 20, 2020

Fotografia Moderna na Luciana Brito, São Paulo

Luciana Brito Galeria e Isabel Amado Fotografia mais uma vez se unem para consolidar a parceria iniciada em 2019 e dar continuidade ao trabalho de difusão da fotografia moderna brasileira. Para essa edição especial da SP-Arte Foto, as galerias reúnem um conjunto obras que resgata justamente a fase histórica da investigação em abstração e apresentam os autores mais representativos dessa vertente da fotografia: Gaspar Gasparian, Geraldo de Barros, Gertrudes Altschul, Marcel Giró, Paulo Pires e Thomaz Farkas. Enquanto Luciana Brito Galeria tem grande experiência na representação de artistas visuais históricos e contemporâneos, nacionais e internacionais, Isabel Amado há mais de trinta anos dedica-se exclusivamente à pesquisa e a representação da fotografia brasileira.

Sob um contexto de intensas transformações sociais, econômicas e políticas, as décadas de 1940 e 1950 foram fundamentais para a consolidação da fotografia brasileira no campo da artes visuais. O impacto dos processos de modernização das grandes cidades impulsionaram a fotografia a um patamar conceitual artístico nunca antes vivido. A fotografia passa de uma ferramenta unicamente de registro para um veículo de experimentação visual técnica e estética e formalização de uma nova linguagem dentro das artes.

Os movimentos fotoclubistas foram fundamentais para alçar essa discussão, como o FCCB - Foto Cine Clube Bandeirante, promovendo e organizando essa atividade dentro do circuito. A fotografia passa então a ser considerada também um meio de expressão artística, que tinha nos fotoclubes uma forma de organização e profissionalização desse setor, por meio de formação e aperfeiçoamento técnico, sistematização da produção, além de organização de mostras, salões e concursos nacionais e internacionais.

Mesmo cada um trazendo uma especificidade dentro da fotografia moderna brasileira, os artistas escolhidos para essa mostra têm em comum a busca por um aperfeiçoamento não apenas técnico, mas também representativo, de maneira a escapar do tradicionalismo e renovar os conceitos da fotografia no contexto brasileiro. O abstracionismo dentro da pesquisa fotográfica representa um momento de guinada fundamental para posicionar definitivamente essa linguagem entre os cânones da história da arte. Sombras, texturas, formas geométricas, experimentação em laboratório, solarização e fotogramas, eram artifícios extremamente explorados por esses artistas.

Depois de quase 70 anos, os resultados dessas investidas podem ser contabilizados, visto que instituições representativas não apenas no Brasil, mas de outros países, voltam-se para a importância desse movimento e para o avanço da fotografia atual no mundo. À exemplo, o Museum of Modern Art, de Nova York, inaugura em março de 2021 a maior exposição já vista fora do Brasil para contemplar justamente essa faceta da história da arte brasileira.


Gaspar Gasparian (1899 –1966, São Paulo, SP)

Membro do Foto Cineclube Bandeirante, Gasparian tinha uma forma peculiar de trabalhar. Indo um pouco na contra-mão do processo de criação fotográfico na época, ele começou investindo no trabalho em estúdio, com composições de cenários pictóricos de natureza-morta ("table tops") e experimentações com superfícies diversas, como o vidro. Gasparian exercitava as complexidades da luz e sombra, texturas e formatos. Mais tarde, enveredou-se pelas composições urbanas, principalmente da cidade de São Paulo, chegando até a abstração em algumas imagens.

Geraldo de Barros (1923, Chavantes, SP – 1998, São Paulo, SP)

Um dos artistas mais versáteis da arte brasileira, Geraldo de Barros foi um dos articuladores do Movimento Concretista no Brasil, por meio do Grupo Ruptura, membro da Galeria REX e da Cooperativa Unilabor. Seu trabalho como artista sempre esteve envolvido com as pautas sociais, alinhando-se com as transformações políticas e urbanas de sua época. Geraldo de Barros foi sem dúvida um dos precursores na fotografia não figurativa no Brasil, que se fazia principalmente a partir da desconstrução. Elementos efêmeros, a memória, a descontinuidade e a fragmentação, bem como a reordenação dos elementos, fazem parte de seu repertório imagético, que mais tarde passou a incluir também o corte e a colagem. Suas "Fotoformas" até hoje são consideradas um marco na experimentação técnica abstrata na fotografia moderna, já que trabalhava a imagem desde a manipulação do negativo. A teorida Gestalt pode ser fortemente aplicada em suas composições, que primam pela ordenação visual e harmonia, em detrimento da pictoriedade.

Gertrudes Altschul (Alemanha, 1904 - São Paulo, Brasil, 1962)

Uma das poucas mulheres da fotografia moderna no Brasil, Gertrudes Altschul migrou para o Brasil em 1939 em decorrência da perseguição nazista da 2a Guerra Mundial, e em 1950 já frequentava o Foto Cineclube Bandeirante. Juntamente com o marido, era proprietária de uma loja de ornamentos para chapéu no centro da cidade de São Paulo, onde a artista via nos arranjos florais que vendiam, naturais ou artificiais, os objetos perfeitos para seus experimentos com fotografia. Trabalhava ainda outros elementos da vida doméstica, com os quais fazia cenários (table-tops) para fotografar. Com um agudo rigor estético, Gertrudes também experimentava com os negativos, criando elementos geométricos e sobreposições, que faziam alusão às colagens. Gertrudes compõe o hall de poucos artistas dessa época que fazem parte da coleção do MoMA - Museum of Modern Art-NY.

Marcel Giró (Badalona, Espanha, 1912 - Barcelona, Espanha, 2011)

Também membro do Foto Cine Clube Bandeirante, o catalão Marcel Giró via a fotografia como um exercício para o olhar. Explorou intensamente as possibilidades das texturas e formatos dos elementos da natureza, além da ambiguidade existente entre a imagem figurativa e a abstração, geralmente advinda das cenas comuns. Giró soube como poucos extrair o melhor da plasticidade das linhas, luzes e sombras, contornos e encaixes da arquitetura das grandes cidades.

Paulo Pires (Franca, Brasil, 1928 - São Carlos, Brasil, 2015)

Autodidata, Paulo Pires praticava fotografia desde criança. Era engenhoso e gostava de criar dispositivos óticos e outros elementos que usava nos laboratórios. Foi um dos membros mais atuantes no Foto Cine Clube Bandeirante, mas também fundou o Iris Foto Grupo, provavelmente o único fotoclube do interior paulista, atuante até os dias de hoje. A construção geométrica através das linhas marcantes do urbanismo da cidade de São Paulo marcou a pesquisa fotográfica de Pires.

Thomaz Farkas (1924, Budapeste, Hungria – 2011, São Paulo, SP)

Protagonista da primeira exposição de fotografia do MASP, Farkas foi o fundador da antiga Fotóptica e é até hoje uma das grandes referências em fotografia no Brasil. Ao mesmo tempo em que não escondia sua preferência pela fotografia documental e pelo fotojornalismo, ele sabia da importância de um processo mais intuitivo e experimental. Além de trabalhar intensamente o jogo de luz e sombra, em suas obras pode-se ainda identificar aspectos construtivistas, com cortes e ângulos que compunham imagens equilibradas e ordenadas de linhas geométricas. Farkas também foi membro do antigo Foto Cineclube Bandeirante, um dos mais atuantes na época.

Fotografia Moderna, Luciana Brito Galeria, São Paulo, SP - 23/11/2020 a 31/01/2021

Posted by Patricia Canetti at 5:27 PM

Mostra coletiva finalistas do 4º Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea

Exposição terá cerimônia de abertura virtual com transmissão ao vivo pelas redes sociais da instituição

Na terça-feira, 24 de novembro, às 19h, acontece a inauguração virtual da Mostra Coletiva do 4º Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea. A cerimônia de abertura será transmitida ao vivo pelas redes sociais da instituição (YouTube e Facebook). O evento contará com tradução em LIBRAS. A difusão on-line busca celebrar os trabalhos dos 10 finalistas da premiação e convidar o público a visitar o espaço da exposição no Porão do Paço da Prefeitura Municipal de Porto Alegre (Praça Montevidéu, 10), a partir do dia 25 de novembro.

A apresentação do evento será do jornalista Roger Lerina, com a participação da curadora da Mostra e vencedora do Prêmio Açorianos Jovem Curador Aliança Francesa, Izis Abreu, da diretora da Aliança Francesa Porto Alegre, Mélanie Le Bihan, e do secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse. O evento contará ainda com a participação por vídeo dos 10 artistas que compõem a Mostra Coletiva: Camila Proto, Elias Maroso, Henrique Fagundes, Jordi Tasso Melo, Leonardo Lopes de Oliveira, Mitti Mendonça, Paulo Corrêa, Santiago Pooter, Vitória Macedo e Xadalu.

Os vencedores da 4ª edição

Os três vencedores da edição 2020 do Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea foram Xadalu Tupã Jekupé (1º lugar), Mitti Mendonça (2º lugar) e Vitória Macedo (3º lugar). Xadalu foi premiado com uma residência artística de dois meses no Centre Intermondes, em La Rochelle, na França, com passagem e alojamento incluídos, um prêmio em dinheiro no valor de R$ 8.000,00 como incentivo à produção do artista e ajuda de custo para o período da estadia em La Rochelle de R$ 3.000,00, além de uma bolsa de estudos na Aliança Francesa Porto Alegre. Mitti e Vitória foram premiadas com bolsas de estudo na Aliança Francesa Porto Alegre. As duas artistas e os outros 7 finalistas ganham também um valor de R$500,00 como ajuda de custos para o atual período de instabilidade econômica.

Visitação

A Mostra Coletiva do 4º Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea estará aberta ao público de 25 de novembro de 2020 a 26 de fevereiro de 2021, de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 17h, seguindo os protocolos sanitários do espaço. O uso de máscara é obrigatório e o número máximo de visitantes é de cinco pessoas. A visitação poderá ser realizada por agendamento pelo e-mail acervo@portoalegre.rs.gov.br ou pelo telefone 51-3289-3735. Sem reserva prévia, deverá ser respeitada a capacidade máxima de pessoas por horário.

Educativo

Até o final do ano, a Aliança Francesa lançará, em parceria com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, vídeos e fichas de atividades destinadas a estudantes do ensino básico. O conteúdo produzido é destinado à rede pública de ensino, porém estará aberto a todos os interessados em trabalhar com as obras dos artistas que compõem a Mostra Coletiva. Mais informações poderão ser obtidas no site www.afpoa.com.br.

A quarta edição do prêmio no RS é uma realização da Aliança Francesa Porto Alegre e do Ministério do Turismo por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Timac Agro e apoio do Centre Intermondes e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Posted by Patricia Canetti at 12:45 PM

Diego Passos e Túlio Pinto realizam performance no MARGS, Porto Alegre

Ação artística será realizada pelo artista Diego Passos no próprio espaço expositivo, neste sábado, das 15h às 17h, durante o período de visitação às exposições, seguindo os protocolos e medidas de segurança sanitária adotados pelo Museu que envolvem regras para acesso do público

Durante a performance que ocorrerá nas Pinacotecas do MARGS, haverá a venda do catálogo da exposição e o lançamento das camisetas exclusivas com desenhos das obras de Túlio Pinto, produzidas pela marca Regentag

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) traz a público uma nova ação como parte da exposição Túlio Pinto — Momentum.

Neste sábado, 21 de novembro de 2020, o Museu apresenta uma performance ao vivo, das 15h às 17h. A ação artística será realizada pelo artista Diego Passos, que fará uma performance em colaboração com Túlio Pinto, ativando uma das obras em exposição. Trata-se de “Nadir #Escaleno”, composta por um traje de corda, além de materiais como vidro, pedra e cordas.

A apresentação da performance, que ocorrerá durante o período de visitação do público às exposições do Museu, segue os protocolos e medidas de segurança sanitária adotados pelo Museu que envolvem regras para acesso do público (leia mais abaixo).

Para quem não puder conferir nesta data, a performance ocorrerá novamente no último sábado do mês de novembro, 28 de novembro de 2020, também das 15h às 17h, dia de encerramento da mostra individual do artista visual Túlio Pinto e das demais exposições do Museu.

Em ambas as ocasiões, estará disponível para compra o catálogo impresso da exposição, que inclui um ensaio do diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, sobre a produção do artista, além de uma entrevista conduzida pela crítica de arte e curadora Angélica de Moraes, no auditório do MARGS.

O público também poderá adquirir camisetas exclusivas com desenhos das obras de Túlio Pinto, lançadas e produzidas pela marca Regentag, de Porto Alegre.

“Momentum” apresenta um conjunto de esculturas, objetos e instalações de grande porte e dimensões, que em comum exploram os equilíbrios, pesos e tensões dos materiais, formas e sistemas que os configuram.

A curadoria é de Francisco Dalcol, que desenvolveu com o artista uma proposição concebida para proporcionar aos visitantes uma profunda e intensa experiência a partir de uma ampla exposição de caráter escultórico e instalativo, destacando um conjunto de obras realizadas nesta década, incluindo trabalhos inéditos.

A ampla mostra individual dedicada à produção do artista Túlio Pinto foi concebida para oferecer ao público uma circunstância para se pensar e experenciar os desdobramentos operados pelas pesquisas contemporâneas das linguagens escultóricas, em um campo já expandido de possibilidades, e no qual a abordagem da tridimensionalidade e da espacialidade se aprofunda pelo pensamento e práticas que exploram uma intensificada fundamentação conceitual, visual e poética.

Para receber a proposição do artista, pensada especialmente para o espaço expositivo mais amplo e nobre do Museu, as Pinacotecas passaram por uma grande e impactante transformação visual: o piso das 3 galerias foi totalmente revestido por uma cobertura acarpetada, com o objetivo de anular as cores e os motivos decorativos dos ladrilhos, transformando o espaço em um grande “cubo branco” que privilegiará a visualidade e a presença dos objetos escultóricos que ali estarão instalados.

Inaugurada em 14 de dezembro de 2019 e interrompida em 18 de março de 2020 em razão do fechamento do Museu em enfrentamento à pandemia da Covid-19, “Túlio Pinto — Momentum” retornou com a reabertura do MARGS para visitação do público, no dia 22 de outubro de 2020.

CATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO “TÚLIO PINTO — MOMENTUM”

O catálogo dedicado à exposição “Túlio Pinto — Momentum” é fartamente ilustrado por imagens que registram a mostra no espaço expositivo, além de outras obras que marcam a carreira do artista, em uma edição com 128 páginas em cores e formato 23,5cm por 17,5cm.

Em versão bilíngue (português-inglês), a publicação traz um ensaio analítico assinado por Francisco Dalcol sobre a produção de Túlio Pinto, além de uma entrevista com o artista conduzida pela crítica de arte e curadora Angélica de Moraes no auditório do MARGS, no mesmo dia da abertura da exposição, em 14.12.2019.

O design gráfico do catálogo é assinado pelo artista Guilherme Dable, as fotografias da exposição e o tratamento de imagem pelo fotógrafo Anderson Astor, e a edição por Francisco Dalcol.

Ficga técnica
> 128 páginas em cores, formato 23,5cm por 17,5cm e edição bilíngüe (português-inglês), contendo dezenas de imagens da exposição e de outras obras do artista
> Textos de Francisco Dalcol e Angélica de Moraes
> Catálogo R$ 60

O ARTISTA E SUA PESQUISA

Com formação pelo Instituto de Artes da UFRGS e pelo Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, cidade onde vive e desde onde atua, Túlio Pinto (1974) foi um dos criadores e integrantes do Atelier Subterrânea (ativo entre 2006 e 2015).

Sua produção é marcada pelo uso de materiais como metal, pedra e vidro; os quais são mobilizados e articulados pelo artista em arranjos, mecanismos, composições e sistemas matérico-objetuais que lidam com pesos, forças, equilíbrios, tensões e os seus limites. São pedras, vigas de aço, lâminas e bolhas de vidro, cubos e estruturas de metal; os quais se sustentam e se acoplam por cabos, roldanas, barras, vigas, pedras pendulares e porções de areia, entre outros.

Desse procedimento, resultam esculturas, objetos e instalações que exploram as potencialidades físicas e visuais dos materiais e das formas que assumem.

PROTOCOLOS SANITÁRIOS

Para receber o público em segurança, o MARGS adotou uma série de regras de acesso e visitação. O Plano de Retorno e Reabertura conta com a implementação de um cuidadoso protocolo de segurança sanitária, com medidas como:
• Sinalização informativa sobre regras de acesso e visitação.
• Reforço das equipes de limpeza para sanitização frequente nos espaços de circulação e em superfícies de uso comum, como banheiros, torneiras, corrimões e elevador.
• Instalação de dispensadores de álcool desinfetante.
• Manutenção do sistema de climatização.
• Retirada de materiais impressos e fôlderes das exposições.
• Remoção de obras de arte interativas ou manipuláveis e desligamento de dispositivos eletrônicos que envolvam toque.

E entre as regras de acesso e visitação, estão:
• Diminuição, limitação e controle do número de visitantes.
• Uso obrigatório de máscara.
• Medição de temperatura.
• Higienização das mãos com álcool desinfetante.
• Restrição a grupos.
• Respeito à distância de 2m.
• Incentivo ao uso de escadas, com elevador restrito a visitante preferencial (cadeirantes, mobilidade reduzida, maiores de 65 anos e gestantes).
• Desativação do guarda-volumes.

Posted by Patricia Canetti at 10:36 AM

MARGS celebra Semana da Consciência Negra com ação educativa nas redes sociais

Programação ocorre de 20 a 26 de novembro de 2020, no Instagram e no Facebook, trazendo a público postagens com conteúdos sobre ações e projetos realizados pelo Museu em anos recentes, tendo por objetivo contribuir para o debate de perspectivas de uma educação inclusiva, plural e antirracista

Realizada pelo Núcleo Educativo e de Programa Público do MARGS, a ação também compartilhará referências nas redes sociais, a partir de textos, livros e pesquisas acadêmicas que orientam e instrumentalizam os trabalhos do Museu

Assumindo como compromisso a importância e a necessidade de se refletir criticamente sobre as relações étnico-raciais, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) preparou uma programação especial para celebrar a Semana da Consciência Negra 2020.

Entre os dias 20 e 26 de novembro de 2020, no Instagram e no Facebook, serão trazidas a público postagens com conteúdos sobre ações educativas realizadas pelo MARGS em anos recentes, tendo como intenção promover debates com perspectivas antirracistas no âmbito das ações e programações do Museu.

Entre os projetos, estão “Arte, Política e Educação”, evento organizado em parceria com a UERGS; “Mulheres artistas: questões atuais”; o Programa Público da exposição “Acervo em movimento”; a intervenção artística e educativa “Não queremos ser as únicas”; o Programa Público da exposição “Otacílio Camilo — Estética da rebeldia”; e o projeto “Investigações do agora”, que trouxe a público um levantamento de dados sobre presença e representatividade de raça e gênero no Acervo Artístico do MARGS.

Além de destacar essas atividades, o Núcleo Educativo e de Programa Público do MARGS compartilhará referências de conteúdos nas redes sociais, a partir de textos, livros e pesquisas acadêmicas que orientam e instrumentalizam os trabalhos do Museu.

A iniciativa relacionada à Semana da Consciência Negra 2020 soma-se a uma série de ações que vêm sendo realizadas pela atual gestão do MARGS, como forma de consolidação de políticas institucionais reparatórias que busquem a inclusão, a diversidade e a pluralidade. Trata-se, assim, de uma parte de um todo muito complexo e que ainda há muito a ser feito de forma permanente e coletiva.

Argumento | MARGS na Semana da Consciência Negra 2020

Refletir criticamente sobre as relações étnico-raciais é uma questão premente à sociedade atual. Atentos a isso, muitos museus vêm tentando entender seus lugares nesse debate, reconhecendo suas heranças e práticas coloniais, repensando seus compromissos com os contextos sociais, adotando análises críticas com relação a si mesmos e a seus acervos, e promovendo a criação de espaços que acolham e escutem múltiplas narrativas. Nesse sentido, é necessário empenhar-se em prol de uma educação antirracista de forma contínua e transversal nas ações e programações propostas.

É em função desse entendimento que, nesta Semana da Consciência Negra, optamos por retomar e relembrar algumas ações educativas realizadas pelo MARGS e que tiveram a intenção de promover debates com perspectivas antirracistas dentro das programações idealizadas anualmente.

Assim, faremos postagens diárias, entre os dias 20 e 26 de novembro de 2020, sobre essas ações e encerraremos a semana compartilhando referências a partir de textos, livros e pesquisas acadêmicas que orientam e instrumentalizam nosso trabalho. Entendendo que nossas ações foram/são uma pequena parte de um todo muito complexo e que ainda há muito a ser feito de forma permanente e coletiva.

PROGRAMA

20.11: “Arte, Política e Educação”. Evento em parceria com a UERGS. (2018)
21.11: “Mulheres artistas: questões atuais”. (Edições de 2019 e 2020)
22.11: Ações no Programa Público da exposição “Acervo em movimento”. (2019)
23.11: Ação “Não queremos ser as únicas”. (2019)
24.11: Ações no Programa Público da exposição “Otacílio Camilo — Estética da rebeldia”. (2019)
25.11: Ação no projeto “Investigações do agora”. (2019)
26.11: Compartilhamento de referências a partir de textos, livros e pesquisas acadêmicas que orientam e instrumentalizam nosso trabalho.

Posted by Patricia Canetti at 10:15 AM

novembro 17, 2020

Chen Kong Fang, Eleonore Koch, Thomaz Ianelli na Marcelo Guarnieri, Ribeirão Preto

A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar, de 17 de novembro de 2020 a 15 de janeiro de 2021, a exposição coletiva dos artistas Eleonore Koch (1926-2018), Thomaz Ianelli (1932-2001) e Chen Kong Fang (1931-2012) na sede da galeria em Ribeirão Preto. A mostra reúne pinturas, desenhos e objetos produzidos pelos artistas entre as décadas de 1960 e 1990. Pertencentes a uma mesma geração, nenhum deles alinhou-se de maneira estrita a doutrinas estéticas, circulando em cenas marginais ao circuito legitimado de sua época. De origens migrantes, representavam em suas pinturas cenas domésticas e prosaicas, naturezas-mortas e paisagens que se apresentavam como formas planas e figuras flutuantes.

Thomaz Ianelli nasceu em São Paulo em 1932. Pintor, gravador e desenhista, iniciou em 1948 sua vida profissional como cartazista da Companhia dos Anúncios em Bondes em São Paulo e a partir de 1958 integra o Grupo Guanabara ao lado do irmão Arcângelo Ianelli, e de outros artistas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Wega Nery. De 1958 até 1964 frequenta o Ateliê Abstração, de Samson Flexor, um dos principais pólos irradiadores da arte abstrata no Brasil. Participou de cinco edições da Bienal de São Paulo entre as décadas de 1960 e 1980, sendo premiado nas de 1967 e 1975.

A exposição conta com algumas assemblages produzidas pelo artista entre as décadas de 1980 e 1990, obras que fazem parte de sua investigação sobre a tridimensionalidade iniciada na década de 1970. Essas peças eram construídas com materiais orgânicos como madeira, couro e raízes, provenientes de objetos descartados ou encontrados na natureza já deteriorados, envelhecidos pela ação do tempo, curtidos pela água do mar, areia e luz do sol. Além do caráter de imprecisão da forma e do uso desses objetos, interessava ao artista o fato de serem incorporados ao trabalho através de encontros guiados pelo acaso. O processo de criação, para Thomaz, deveria deixar o pronto e buscar o inesperado, algo que poderia ocorrer tanto na relação com esse objeto encontrado, quanto na passagem das formas planas da pintura para o plano tridimensional.

Em sua prática, o artista buscava redefinir o olhar não só para objetos do cotidiano, mas também para cenas corriqueiras e domésticas, como o movimento dos peixes no aquário ou das crianças brincando. Embora preserve em suas pinturas algo da estrutura ortogonal da tradição moderna, provoca uma dissolução das formas geométricas, recusando também o uso da perspectiva. Os tons terrosos e rebaixados de suas telas, alcançados através da dissolução da tinta em terebentina, contrastam com a representação frequente de cenas em movimento ou que aludem a alguma vibração.

Dos ambientes domésticos, jardins e desertos, Eleonore Koch escolheu o silêncio. Os campos de cor que formam suas composições evidenciam sua estrutura através do registro da pincelada. Tal transparência se manifesta também no uso da perspectiva, quando, em uma mesma imagem, mostra-se fiel a um ponto de fuga na representação de alguns objetos e na de outros ignora-o completamente, reduzindo-os a formas planas. O trabalho com texturas, presente no emprego da têmpera e do carvão, se completa no uso da colagem de papel cartão e papel jornal que dão forma e cor aos vasos, árvores, pétalas e até mesmo aos degraus das escadas dos seus jardins. Recortes do que parecem ser listas telefônicas dos residentes da cidade de Londres dão profundidade e ritmo às copas das árvores através dos grafismos dos números e das letras que os compõem.

Eleonore Koch nasceu em Berlim em 1926 e estabeleceu-se em São Paulo com a família no ano de 1936. Frequentemente mencionada como discípula de Alfredo Volpi, Koch possuiu uma formação bastante diversa, através de professores artistas como Yolanda Mohalyi, Samson Flexor, Bruno Giorgi, Elisabeth Nobiling e Arpad Szenes e também de suas temporadas de estudo e trabalho fora do Brasil, em Paris entre 1949 e 1951 e em Londres entre 1968 e 1989. A maioria dos estudos e pinturas que integram a exposição foram produzidas justamente durante os vinte anos que viveu na Inglaterra, onde admitiu ter sofrido grande influência do trabalho de artistas como David Hockney.

Estão reunidos na mostra alguns conjuntos de estudos que permitem ao público observar as etapas do desenvolvimento de suas pinturas a partir de pequenas variações dos elementos que as integram, como a composição de uma mesa e cadeira que em uma das versões se apresenta somente em traços esquemáticos e em outra já se soma outra cadeira à frente de um fundo negro em carvão, variando em mais versões. Algumas das pinturas realizadas a partir desses estudos podem ser vistas atualmente em “Vento”, exposição que integra a 34a Bienal de São Paulo. Esta é a quinta edição da Bienal que Eleonore Koch participa.

Chen Kong Fang nasceu em Tung Cheng, China, em 1931 e estabeleceu-se em São Paulo no ano de 1951. Iniciou seus estudos aos onze anos de idade ainda na China com Chang Zen Tseng, com quem aprendeu as técnicas da aquarela e do sumi-ê, prática milenar de pintura chinesa. Entre os anos de 1954 e 1956, estudou pintura com Yoshiya Takaoka, artista que atuou nos principais grupos artísticos como o Santa Helena e o Guanabara. Em 1972, leciona na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Viaja, em 1977, para a América do Norte, Europa e Ásia, onde desenvolve o seu trabalho de pintura. Visita a China convidado pelo governo chinês em 1985, visitando locais de interesse artístico.

Desde a segunda metade do século 19, quando já libertada de sua simbologia inicial, a natureza-morta foi um gênero que permitiu a muitos artistas modernos desenvolverem seus estudos sobre os elementos formais, cromáticos e espaciais de suas composições. Assim como Eleonore Koch, Chen Kong Fang pintava naturezas-mortas que desafiavam as leis da perspectiva, distorcendo a representação tradicional de efeitos como a refração da luz na água em garrafas de vidro e a reflexão de imagens em espelhos. Segundo Fang, tais objetos lhe permitiam ampliar o espaço representado na tela, inserindo outros pontos de vista para o observador. Essa dimensão filosófica da pintura tanto enquanto prática, tanto como representação, pode ser encontrada não somente na obra de Fang, mas também nas composições silenciosas de Eleonore Koch e nas pinturas vibracionais de Thomaz Ianelli.

A exposição poderá ser visitada mediante agendamento, de segunda a sexta das 10h às 18h e aos sábados das 10h às 14h. Para agendar, pedimos que entre em contato por email ou telefone (16-3632-4046), informando nome completo e indicando o dia e horário de sua visita. Para sua segurança, vale reforçarmos o uso obrigatório de máscara durante todo o tempo que estiver na galeria.

Posted by Patricia Canetti at 12:21 PM

Programação da Cinemateca em novembro no MAM, Rio de Janeiro

Criado e produzido em pleno isolamento social, Jardim do Crime é uma adaptação livre do conto Crimes de Amor do escritor João do Rio. A obra é um passeio pela mente sombria de assassinos que mataram por amor. Interpretados pelo ator Renato Carrera, os assassinos revelam os detalhes de seus atos, movidos pelas loucuras das paixões, a um misterioso narrador durante sua visita à antiga Casa de Detenção. O trabalho apresenta uma linguagem híbrida entre o cinema, teatro e artes visuais. O filme marca a estreia na direção de cinema do diretor de arte, cenógrafo e publicitário Daniel de Jesus.

Sexta (06/11) a Quarta (11/11).
Jardim do Crime de Daniel de Jesus. Brasil, 2020. Com Renato Carrera. 45’. Classificação indicativa 12 anos

Sessão especial Choque Cultural - Quinta 12 de novembro – ONLINE

Em parceria com o Canal Brasil e com a Mapa Filmes, a Cinemateca do MAM apresenta a versão restaurada do filme Choque Cultural, de Zelito Viana. Curta-metragem rodado em 1975, apresenta a visão de cultura do renomado cientista social Celso Furtado, que posteriormente foi ministro da Cultura do governo Sarney e responsável pela criação da Lei de Incentivo à Cultura. Em diálogo com as ideias de Furtado, Zelito expõe facetas do cotidiano brasileiro que flagram uma sociedade em processo acelerado de transformação cultural face o contato com a chamada indústria cultural ou criativa, em especial a de origem internacional. O filme foi restaurado em 4K pelo diretor e terá uma exibição especial no Canal Brasil e no canal online Vimeo da Cinemateca do MAM.

Para marcar essa sessão especial e lembrar o centenário de nascimento de Celso Furtado, a exibição do filme será acompanhada de um debate entre o diretor Zelito Viana, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e o gerente da Cinemateca do MAM, Hernani Heffner. O debate será transmitido simultaneamente pelas redes sociais do MAM e do Canal Brasil.

Quinta (12/11) a quarta (18/11)

Choque cultural de Zelito Viana. Brasil, 1976. Com Celso Furtado. Documentário, 22’. Classificação indicativa Livre.

19h - Debate com a presença de Zelito Viana, Fernando Henrique Cardoso e Hernani Heffner.

Panorâmica Rosemberg (9 - 30 nov 2020) - ONLINE

Em novembro a Cinemateca do MAM apresenta a mostra Panorâmica Rosemberg, dedicada a um dos artistas mais importantes e radicais da geração de cineastas que debutaram no final da década de 1960: Luiz Rosemberg Filho (1946-2019). Sua obra espelha a recusa a todas as formas de autoritarismo, combatendo com vigor os regimes ditatoriais, particularmente em sua face bélica no Brasil e no mundo, ao mesmo tempo que celebra o erotismo, a sexualidade e o amor. Mordaz, irreverente, irascível, afetuoso, Rô, como era conhecido pelos amigos, recebe com esta mostra uma primeira homenagem após seu falecimento.

Autor de filmes como Jardim das Espumas, Crônica de um industrial, A$suntina das Amerikas e o Santo e a vedete, ou mais recentemente, Dois Casamentos, Guerra do Paraguay e Bobo da Corte, Rosemberg tem extensa obra marcada pela experimentação estética e de linguagem que ocasionou diversas interdições pela Censura. Por vezes aproximado ao grupo do Cinema Marginal e outras ao do Cinema Novo, de fato Luiz Rosemberg construiu uma filmografia de caráter autoral e experimental que nunca se filiou a nenhum desses movimentos, ainda que tenha mantido diálogos e pontos de contato com ambos.

Se a produção de longas-metragens de Luiz Rosemberg é mais conhecida, há uma enorme produção em vídeo para ser apresentada a um público mais amplo. Além disso, Rosemberg tem uma enorme produção de artes visuais, em especial de colagens que constituem um universo de criação único, sem mencionar a profícua produção de ensaios e textos sobre cinema cuja extensão ainda precisa ser dimensionada.

As diferentes dimensões da obra de Rosemberg estão no cerne desta Panorâmica Rosemberg. Pensada e concebida em parceria com seus amigos e colaboradores mais próximos, a presente mostra busca promover um (re)encontro com a obra de Rosemberg a partir (e através) desses olhares carregados de afetos. São eles que estruturam essa homenagem e que nos ajudam a atravessar esse universo múltiplo e diverso que é a obra de Luiz Rosemberg. Nesta perspectiva privilegiou-se três eixos principais, a saber: uma retrospectiva de filmes, uma seleção de colagens e a publicação de parte de suas memórias. As obras e os textos poderão ser acessados no site panoramicarosemberg.art.br.

A curadoria da retrospectiva fílmica ficou a cargo de Renato Coelho, que selecionou 60 filmes, entre longas e curtas, que foram divididos em 22 programas. Os filmes abordam toda a trajetória de Rosemberg, desde seu filme mais antigo preservado, Jardim das Espumas, até seu último longa, Bobo da Corte, passando pela produção de curtas e médias em suporte de vídeo. Além disso, o último programa reúne três filmes sobre Rosemberg e sua obra.

A curadoria das colagens criadas por Rosemberg ao longo da vida foi realizada por Maria Graciema de Andrade. Maria propõe uma seleção de 50 obras, muitas delas pertencentes e guardadas pelos amigos de Rosemberg, que eram presenteados com essas obras, outras oriundas da coleção depositada na Cinemateca pelo irmão Tito Rosemberg, junto com os filmes, biblioteca, escritos e documentos. Criadas sempre de forma artesanal e utilizando diversas técnicas, essas colagens nunca haviam sido reunidas e apresentadas como uma unidade autônoma.

Seu amigo e colaborador mais constante, o fotógrafo de cinema Renaud Leenhardt, organizou as memórias deixadas por Luiz Rosemberg, parte delas inédita. Ao longo dos últimos anos de sua vida, Rosemberg passou a escrever e publicar parte de suas memórias, constituindo uma espécie de autobiografia que agora recebe uma primeira organização.

Um site foi construído e estruturado em parceria com a empresa de comunicação Plano B especialmente para este evento. Serão realizadas quatro mesas-redondas virtuais e haverá uma entrevista gravada em vídeo reunindo seus amigos e colaboradores.

Para completar a panorâmica, Renato Coelho vai ministrar um curso introdutório ao universo cinematográfico de Luiz Rosemberg Filho. Organizado em dois encontros, o Curso Panorâmica Rosemberg aborda o cinema de Luiz Rosemberg Filho e suas características basais, num vôo panorâmico por toda a sua longa trajetória como realizador, ao longo de mais de 50 anos.

Rosemberg realizou em torno de 60 filmes, escreveu mais de 80 roteiros não-filmados, criou mais de 2.000 colagens e publicou centenas de textos, deixando uma parcela muito maior inédita. Esse acervo está reunido na Cinemateca do MAM e futuramente será aberto a consulta pública. A Panorâmica Rosemberg procura, assim, apresentar o pensamento, o estilo e a radicalidade criativa de um cinema que nunca abriu concessões.

Seg 09/11 - Ter 30/11
Todos os filmes estarão disponíveis no endereço: panoramicarosemberg.art.br , e também no canal online da Cinemateca do MAM a partir do dia 9 de novembro.

Programa 1
Colagem de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1969. Com Ítala Nandi, Echio Reis, José Celso Martinez Corrêa, Samuca e Rubens Maia. 29’. Classificação indicativa 18 anos + Ideologia de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1979, 10’. Classificação indicativa 18 anos + Auschwitz de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1980. 09’. Classificação indicativa 18 anos + Linguagem de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2013. Com Priscyla Bettim. Experimental. 20’. Classificação indicativa 18 anos

Programa 2
Alice de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1984. Com Mara Aché, Cristiane Couto e Tico Rios 39’. Classificação indicativa 18 anos. + Videotrip de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1984. Com Wilson Grey, Dora Pellegrino, Mara Aché, Charles Peixoto, Tico Rios. 38’. Classificação indicativa 18 anos

Programa 3
O vampiro de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1988. Com Mara Aché, Tico Rios, Carlos Alberto Messeder, Mauro Lando, Renato Laclete e Márcia Pitanga. Experimental. 40’ + Classificação indicativa 18 anos. + Desobediência de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1989. 10’. + Cinema Novo de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1991. Com Mário Carneiro e Sergio Santeiro. Experimental. 12’. Classificação indicativa 18 anos + O discurso das imagens de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2010. Com Litza Godoy. Experimental. 19’. Classificação indicativa 18 anos

Programa 4
Agit-Prop de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1993. Experimental. 08’. Classificação indicativa 18 anos + Science-fiction de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1993. Experimental. 05’. Classificação indicativa 18 anos + Experimental de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1993. Experimental. 13’ Classificação indicativa 18 anos + Barbárie de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1993, Experimental. 09’ Classificação indicativa 18 anos + Pornografia de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1993. Experimental. 09’. Classificação indicativa 18 anos + As sereias de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1994, 08’. Classificação indicativa 18 anos + Imagens e imagens de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1994. Experimental. 07’. Classificação indicativa 18 anos + As máscaras de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1994. Experimental. 11’. Classificação indicativa 18 anos

Programa 5
Hollywood sem filtro II de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2005. 24’. Classificação indicativa 18 anos + Guerras de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2005. 23’. Classificação indicativa 18 anos + Passagens de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2006. 18’) + Dinheiro de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2007, 24’. Classificação indicativa 18 anos

Programa 6
Uma carta de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2008, 13’. + Sangue de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2008. 11’) + Nossas imagens de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2009. 20’. + Sem título de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2010. 06’. + Trabalho de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2011. 18’. + Desertos de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2011. 15’.

Programa 7
Documentário de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2001, 40’. Classificação indicativa 18 anos + Vigário Geral de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2005. 23’. Classificação indicativa 18 anos + Dois atos de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2005. 11’. Classificação indicativa 18 anos + Para Joel Yamaji de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2006. 04’. Classificação indicativa 18 anos

Programa 8
Ana Terra de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2005, 45’. + Analu de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2006, 43’. + Patricia de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2008. 36’.

Programa 9
As últimas imagens de Tebas de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2010. 15’. Classificação indicativa 18 anos + As figurantes de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2010. 18’. Classificação indicativa 18 anos + Fragmentos de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2012, 30’. Classificação indicativa 18 anos + Sobre o conceito de espetáculo de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2013. 22’. Classificação indicativa 18 anos

Programa 10
Desaprender de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2013, 13’. Classificação indicativa 18 anos + Carta a uma jovem cineasta de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2014, 25’. Classificação indicativa 18 anos + Farra dos brinquedos de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2014, 26’. Classificação indicativa 18 anos

Programa 11
Azougue de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2015, 45’. Classificação indicativa 18 anos + Jornal de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2017, 21’. Classificação indicativa 18 anos + Cinema de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2005, 12’. Classificação indicativa 18 anos


Programa 12
Gozo/Gozar de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2016. Com Luciana Fróes. Experimental. 25’. Classificação indicativa 18 anos + Landscape de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2017, Com Tito Rosemberg, Jennifer Glass, Priscyla Bettim. Experimental. 17’. + Afeto Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2009. 21’

Programa 13
O jardim das espumas de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1970. Com Echio Reis
Grécia Vanicori, Fabíula Francaroli, Nildo Parente, Labanca. 107’ Classificação indicativa 18 anos

Programa 14
Imagens de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1972, Com Sônia Andrade, Alvim Barbosa
Fabíula Fracarol e Fernando do Amaral Piccinini. Experimental. 68’. Classificação indicativa 18 anos

Programa 15
A$suntina das Amerikas de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1975, Com Analu Prestes, Nelson Dantas, Ivan Pontes, Rhea Silvia, José Celso Martinez Corrêa. 97’. Classificação indicativa 18 anos

Programa 16
Crônica de um industrial de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1978. Com Renato Coutinho, Ana Maria Miranda, Wilson Grey, Kátia Grumberg. 87’ Classificação indicativa 18 anos

Programa 17
O santo e a vedete de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 1982. Com Lutero Luis, Adriana de Figueiredo, Nelson Dantas, Renato Coutinho, Mara Aché e Paula Nestorov. 85’. Classificação indicativa 16 anos

Programa 18
Dois casamentos de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2014. Com Patricia Niedermeier e Ana Abbott. 70’. Classificação indicativa 14 anos

Programa 19
Guerra do Paraguay de Luiz Rosemberg Filho. Brasill, 2016. Com Alexandre Dacosta, Patricia Niedermeier, Ana Abbott, Chico Diaz. 80’. Classificação indicativa 12 anos

Programa 20
Os Príncipes de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2018. Com Igor Cotrim, Alexandre Dacosta, Patrícia Niedermeier, Ana Abbott, Tonico Pereira, Jorge Caetano, Orã Figueiredo, Otávio Terceiro, Lucília de Assis, Cristina Mayrink. 90’. Classificação indicativa 16 anos

Programa 21
Bobo da corte de Luiz Rosemberg Filho. Brasil, 2019. Com Alexandre Dacosta. 60’. Classificação indicativa Livre

Programa 22
O Cinema segundo Luiz Rô de Renato Coelho. Brasil, 2013. Documentário, 03’. + Bricolage de (2008, 26’), de Ricardo Miranda. Brasil, 2008. Documentário. 26’. + Rosemberg: cinema, colagem e afetos de Cavi Borges e Christian Caselli. Brasil, 2015. Documentário, 71’.

Ter 10/11
(transmissão direta Youtube e Facebook

19h Panorâmica Rosemberg. Mesa-redonda - Fraternidade Rosemberg. Com José Carlos Asbeg, Renaud Leenhardt, Sérgio Santeiro e Tito Rosemberg.

Qui 12/11 - Sex 13/11
15h - 17h30 Panorâmica Rosemberg. Curso Panorâmica Rosemberg. Ministrado por Renato Coelho. Número de vagas limitadas. Inscrições gratuitas: https://mamrio.typeform.com/to/RmNfRBOA

Ementa:
O curso aborda o cinema de Luiz Rosemberg Filho e suas características basais, num vôo panorâmico pelos mais de 50 anos de sua trajetória como realizador, nos quais realizou cerca de 60 filmes. O pensamento cinematográfico de Rosemberg, o estilo e a radicalidade de um cinema que nunca abriu concessões.

Encontro 1
O início nos anos 60; os primeiros longas-metragens de Rosemberg, entre o discurso cinemanovista e a estética de invenção; a passagem para o vídeo e as primeiras experiências nesse formato.

Encontro 2
Os curtas e médias-metragens ensaísticos a partir dos anos 2000; a estética da colagem e o trabalho com reapropriação de arquivo; o retorno ao longa-metragem com obras como “Dois casamentos” e “Bobo da corte”.

Professor:
Renato Coelho é cineasta e pesquisador. Realizou curtas-metragens em Super 8mm como “O cinema segundo Luiz Rô” (2013), “Trem” (2015) e “A propósito de Willer” (2016, em parceria com Priscyla Bettim). É mestre e doutorando em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente é coordenador e professor na graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Anhembi Morumbi (UAM-SP). Em livro, publicou “O cinema e a crítica de Jairo Ferreira” (2015) e “Luiz Rosemberg Filho - Encontros” (2015). Sócio da produtora Cinediário, pela qual trabalha na finalização de seu primeiro longa-metragem como diretor e produtor, “A cidade dos abismos” (em parceria com Priscyla Bettim).

Ter 17/11 - 19h
(transmissão direta Youtube e Facebook
Panorâmica Rosemberg. Mesa-redonda - A Mulher no Cinema de Luiz Rosemberg. Com as atrizes Analu Prestes, Ana Abbott, Mara Aché, e as montadoras Joana Collier e Marta Luz. Mediação da cineasta Renata Saraceni.

Qui 19/11 - 19h
(transmissão direta Youtube e Facebook
Panorâmica Rosemberg. Mesa-redonda - Conexão São Paulo. Com os cineastas Priscyla Bettim e Joel Yamaji, o crítico Tiago B. Mendonça, e os montadores Cristina Amaral e Caio Lazaneu. Mediação do cineasta e professor Renato Coelho.

Ter 24/11 - 19h
(transmissão direta Youtube e Facebook
Panorâmica Rosemberg. Mesa-redonda - Bobo da Corte. Com o ator Alexandre Dacosta, o produtor João Lanari Bo, o montador Lupércio Bogéa, a figurinista Márcia Pitanga, o técnico de som Maurício Wanderley, o câmara Eduardo Mariz e o diretor de fotografia Renaud Leenhardt. Mediação da cineasta e crítica Julhia Quadros.

Qui 28/11 (gravado e disponibilizado no Youtube do MAM)
Panorâmica Rosemberg. Conversa com Sindoval Aguiar. Entrevistador Hernani Heffner.

Posted by Patricia Canetti at 12:05 PM

novembro 16, 2020

10ª Mostra 3M de Arte no Parque Ibirapuera, São Paulo

Neste ano, a Mostra 3M de Arte realiza sua décima edição e escolheu um dos espaços públicos mais importantes da cidade de São Paulo para comemorar: o Parque Ibirapuera. Viabilizada pelo patrocínio da 3M via Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Mostra que discute o coletivo e a arte encontrou um desafio: ocupar o espaço público no momento pós isolamento social intensivo. Em um ano que o distanciamento foi - e tem sido - necessário para o restabelecimento do convívio, mais do que nunca a produção artística nacional carece de impulsionamento. A 10ª Mostra 3M de Arte selecionou quatro artistas via edital e seis convidados. Juntos irão ocupar o parque e incentivar reflexões sobre a relação do indivíduo e coletividade na sociedade.

De 7 de novembro a 6 de dezembro, a exposição que conta com a curadoria de Camila Bechelany - também pesquisadora e editora, com foco em arte e política - ocupará o parque, pela primeira vez em sua história, com dez instalações pela extensão da área verde. Acontecendo totalmente ao ar livre, a Mostra promove ressignificação do nosso envolvimento com a arte em um momento em que estar dentro de uma sala de museu se tornou complicado.

Com a temática “Lugar Comum: travessias e coletividades na cidade” o conceito desenvolvido para a Mostra explora a relação de cada indivíduo como participante ativo e receptivo no meio urbano. A proposta curatorial nos faz refletir que por meio de nossas experiências particulares e coletivas temos papel de agentes transformadores do espaço público.

Para a 3M, que patrocina a Mostra desde sua primeira edição em saudável iniciativa para construir um projeto cultural duradouro, o tema “Lugar comum: travessias e coletividades na cidade” trabalha com pilares fundamentais da empresa. “A 10ª Mostra 3M de Arte reflete nosso espírito de colaboração e criatividade e nossa visão por uma integração respeitosa com o ambiente físico e social; apoiar a Mostra por uma década e vê-la evoluir todo ano, levando arte e reflexão a espaços públicos nos aproxima ainda mais da sociedade também pela preciosa dimensão cultural”, completa Luiz Eduardo Serafim, Head de Marca e Comunicação da 3M do Brasil.

A curadora Camila Bechelany - que esteve em residência curatorial no BAR Project em Barcelona no início de 2020, foi curadora da residência artística Pivô Pesquisa e curadora convidada da Pinacoteca de São Paulo em 2019, além de ter sido curadora assistente no MASP entre 2016 e 2018 - convidou a artista e curadora Camilla Rocha Campos e a curadora Eva González-Sancho Bodero para compor um júri que discutiu e selecionou as propostas inscritas no edital da Mostra. Dos 10 projetos que estarão expostos pelo parque, quatro deles foram selecionados por meio deste edital. Neste ano, o evento recebeu 338 propostas de instalações - 222 a mais que o edital do ano anterior.

O edital - que teve um papel muito importante no atual momento de crise no mundo cultural - inicialmente previa somente três artistas selecionados, porém devido às circunstâncias vividas pelos artistas e à grande procura, a equipe da Mostra decidiu disponibilizar uma quarta vaga. Sendo assim, os selecionados foram: Maré de Matos (SP), Narciso Rosário (PI), Coletivo Foi à Feira (SP e ES) e a dupla Gabriel Scapinelli e Otávio Monteiro (SP). Os convidados para a Mostra são Camila Sposati (SP), Cinthia Marcelle (MG), Diran Castro (SP), Lenora de Barros (SP), Luiza Crosman (RJ) e Rafael RG (SP).

Após a chegada da pandemia e suas limitações, tanto as obras quanto a Mostra foram completamente repensadas. “Tivemos momentos de muitas reflexões durante o processo, tínhamos muitas dúvidas sobre como seria trabalhar em uma montagem e na abertura de uma exposição durante a crise sanitária, e foi preciso reavaliar cada uma das obras até chegar no formato ideal, que levasse em consideração a segurança dos artistas e do público, além de repensar os projetos conceitualmente para que fizessem sentido de existirem num mundo em pandemia.”, conta a curadora.

Além de ser um dos únicos projetos de artes visuais a acontecer na conjuntura de retomada da rotina na cidade, a Mostra deste ano é ainda mais especial: “Um dos projetos de artes visuais mais longevos no cenário brasileiro, em que já tivemos a participação de importantes curadores e artistas, a 10ª Mostra 3M de Arte é um momento de comemoração e agradecimento a todos os envolvidos, principalmente ao público, que nos acompanha há uma década, e à 3M, mecenas comprometida com as artes e cultura brasileiras”, afirma Fernanda Del Guerra, diretora da Elo 3, idealizadora e realizadora do evento.

Selecionado via edital, o Coletivo Foi à Feira - composto atualmente por Clarissa Ximenes, Gabriel Tye Luís Filipe Pôrto, Matheus Romanelli e Rayza Mucunã - apresenta o projeto “Objeto Horizonte”. Repensada e então já transferida para o contexto de pandemia, a instalação é baseada na arqueologia da memória. A obra é uma esfera, reflexiva por dentro e transparente por fora. Dedicada a ser um espaço de autorreflexão e um convite para que o visitante-participante deixe registrados seus desejos para uma cidade do futuro, a experiência imersiva conta com um painel de LCD com as mensagens deixadas e ruídos com estética futurista. As pessoas podem deixar áudios que serão enviados a um receptor que transforma, a partir de um sistema operacional, as vozes em inserções aleatórias de sons e o resultado será como escutar uma viagem no tempo. “A ideia foi mesmo de uma ‘nave espacial’, cápsula do tempo que pudesse manter as memórias durante vários anos”, conta Clarissa Ximenes, uma das integrantes do coletivo formado em 2010.

Rafael RG apresenta duas obras: “O Brilho da Liberdade Diante dos Seus Olhos” e “Astral”. A primeira - “O Brilho da Liberdade Diante dos Seus Olhos”- é inspirada na biografia da abolicionista e ativista norte-americana Harriet Tubman - mulher negra que lutou pelo fim da escravidão nos EUA e fazia sua rota de fuga baseada na observação da constelação da Estrela Norte. A criação será uma instalação na área externa com backlight. Já no Planetário Professor Aristóteles Orsini (planetário do Ibirapuera), o artista apresenta “Astral”, uma intervenção sonora, que conta com a participação de astrólogos que fazem leituras astrológicas enquanto o visitante pode observar a projeção original. Os astrólogos convidados por RG fazem também um paralelo com a história de Tubman e trabalham com astrologias de povos originários e culturas afrodiaspóricas.

Também será possível olhar para o céu e vivenciar a obra “O QUE OUVE” de Lenora de Barros. Através de um drone que sobrevoará a área do parque atrás do Auditório Ibirapuera - Oscar Niemeyer, sem câmera, mas com um alto-falante potente, serão emitidos sons de mensagens-poemas gravadas pela própria artista acerca do tempo presente. Pertencente ao grupo de risco nessa pandemia, Lenora segue em quarentena gravando uma série de trechos com diferentes tons de voz e reorganizando ideias sobre o período de isolamento. Segundo ela: “No final, minha ideia é bem simbólica para mim. Como artista, vou estar na Mostra com a minha voz, independente de seguir o isolamento até a inauguração”, relata . Outras cinco caixas de som serão dispostas no parque para que emitam as mensagens de Lenora, que fala especialmente sobre vigilância e controle (em uma relação direta com as sensações que o isolamento tem nos trazido) com a ideia de gerar intervenções inesperadas aos visitantes em espaços diferentes.

Através da equação “[terra> tijolo= forno] + farinha x pão”, que representa a relação do homem com a produção do pão, alimento que está presente há milhares de anos na vida do ser humano, a dupla Gabriel Scapinelli e Otávio Monteiro realizou um projeto participativo para entender os processos colaborativos envolvidos na arte de se fazer pão. A obra, além de estar fisicamente entre a rota de instalações do parque, acontecerá também na Casa 1 - centro de acolhimento para a comunidade LGBTQIA+ de São Paulo. Dentro do projeto, ocorre a implementação de uma padaria a partir da construção de um forno tradicional e a organização de uma série de oficinas para aprendizagem da arte de fazer pão. O público poderá participar e entender, através da experiência, o significado de produzir o próprio alimento e as relações que se articulam por trás da ação, que carrega significado de autonomia, evolução e coletividade. A padaria deve ser uma extensão da obra, que não se encerra com o fim da exposição e intenciona iniciar uma economia criativa.

Ainda dentro da relação que temos com alimentação, a obra de Narciso Rosário, “Canteiro Suspenso”, inspirada em sua trajetória pessoal e a memória afetiva, traz a discussão de como os cidadãos se relacionam com a produção dos alimentos, passando por questões de sustentabilidade e de ancestralidade através do conhecimento e de práticas de plantio. O projeto consiste em uma instalação circular com 11 canteiros com variedades de plantas comestíveis e medicinais,, permitindo que o público tenha contato com as plantas. Em paralelo, o artista organiza oficinas e ações junto à mediação da mostra para discutir questões como o cultivo doméstico e as possibilidades de cura pelas plantas.

“Entre o Mundo e Eu/A caminho de casa” é a obra de Diran Castro que tem objetivo de chamar atenção do público para o processo de gentrificação do Parque Ibirapuera e da cidade de São Paulo. A artista busca resgatar a memória do local, que foi apagada ao longo de um processo histórico de silenciamento. Para isso, ela irá construir uma cidade em miniatura com estrutura auto-sustentável, que terá um caminho a ser percorrido, criando um espaço de reflexão sobre o que existia naquele local antes de se tornar um parque. Essa obra é um convite para a desobediência estética por meio da instalação, que irá permitir a cada pessoa ter seu próprio entendimento a partir da obra.

A Mostra, que demonstra um desejo de aguçar sentidos, ressalta a sensorialidade com “Teatro Parque Arqueológico”, obra de Camila Sposati. A instalação, que retorna às raízes e deseja se conectar com a ancestralidade local, também contará com intervenções sonoras e performáticas. A artista conta: “Meu trabalho se faz por camadas. A proposta é olhar para dentro da terra”. Neste trabalho, Camila irá construir uma representação do antigo teatro anatômico que abrigará seus instrumentos-esculturas em cerâmica produzidos com base na série de trabalhos Phonosophia. O resultado será um ambiente extremamente inusitado, surpreendente e vibrante no parque. A instalação reflete sobre a passagem do tempo: uma indução à observação do passado e entendimento da tensão do futuro. As apresentações performáticas ocorrem aos domingos, de 8 de novembro a 6 de dezembro, das 13h às 18h.

Cinthia Marcelle fará uma releitura de "Geografia, da série Unus Mundus (São Paulo)", obra feita no Museu da Pampulha em 2004. Orientada pelo tema de lugar comum, a artista produziu uma instalação com duas vias: a que fala de privilégio e a que fala de periferia. A partir da progressão geométrica simples, mas em grande escala, braços de mangueiras de jardim unem um curso d'água a uma torneira se repetindo numa progressão constante e “infinita” (pois que o seu fim não é revelado). Um indício de ações que se repetem constantemente na natureza e em uma relação de um para um, moldando a geografia do local. Ao inverter o sentido “natural” da água canalizada, da torneira para o lago, a artista provoca a reflexão de que a água está sempre em movimento e ainda a constatação de que uma torneira não é algo tão banal quanto parece. “A água canalizada é uma das principais conquistas da civilização moderna e ela implica de forma decisiva em como o controle sobre recursos naturais e a consequente gestão desses bens ‘universais’ auxilia a organização da cidade”, conta a curadora Camila Bechelany sobre o trabalho.

O futuro, a terra, o solo, o tempo. Temas recorrentes na discussão sobre a vida em coletividade, potencializados pelas obras, ganham mais um impulso através de “O mundo versus o Planeta”, projeto de Luiza Crossman. Com três vertentes, a artista propõe o entendimento sobre a diferenciação de “Terra” e “planeta” e sobre a relação entre a arte e ciência. Sob a intenção de ter não só o aspecto instalativo, mas curricular e colaborativo, Luiza resgata a ideia de escala humana e da experiência de mundo a partir da experiência física no parque, mais especificamente na antiga serraria. Já o currículo educacional (estrutura disponível para que essas informações sobre a comparação e as reflexões possam ser institucionalizadas) acontece durante a Mostra e em colaboração com dois pesquisadores. A terceira direção do trabalho é a disponibilização online de conhecimento sobre o tema a partir da continuação da Coleção Trama, uma parceria com a Zazie Edições para traduzir autores estrangeiros e atualizar a bibliografia editorial brasileira.

Maré de Matos discute a coletividade por meio de um espaço construído para que se celebrem as diferenças na sociedade, em “Púlpito Público”. Sendo um púlpito criado com três escadas e 4 megafones permitindo acessos diversos aos megafones abertos. A instalação fala sobre a convivência e um ponto em comum possível para todos, independente dos caminhos escolhidos já que todas as escadas levam ao mesmo lugar: um espaço onde todos têm voz.

Sobre a Elo3

Há 16 anos fazendo produções culturais engajadas na democratização do acesso à arte, a Elo3 alia-se à iniciativa privada para realizar seu propósito e ampliar seu alcance. Sempre com a colaboração de grandes artistas e profissionais e o apoio de empresas que compartilham os mesmos valores, a Elo3 oferece à sociedade projetos questionadores, inovadores e transformadores, como a Mostra 3M de Arte. Conheça mais sobre a Elo3 no nosso perfil no Instagram @elo3cultura ou no site www.elo3.com.br.

Sobre a 3M

Na 3M, aplicamos a ciência de forma colaborativa para melhorar vidas diariamente. Com cerca de 93 mil funcionários conectados com clientes em todo o mundo, a 3M atingiu US$ 32.1 bilhões em vendas globais em 2019. No Brasil, o Grupo 3M conta com cinco fábricas instaladas no Estado de São Paulo, que compõem a 3M do Brasil, além da empresa 3M Manaus, instalada no Amazonas. Em 2019, alcançou faturamento bruto de R$ 4.3 bilhões no País, onde conta com cerca de 3.400 funcionários. Conheça nossas soluções criativas no site www.3M.com.br, em nosso Blog de Curiosidade ou em nosso perfil no Instagram @3MBrasil.

Posted by Patricia Canetti at 8:09 AM

novembro 15, 2020

Carlos Fajardo na Marcelo Guarnieri, São Paulo

A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar, entre 11 de novembro de 2020 e 15 de janeiro de 2021, "De soslaio", primeira exposição individual do artista Carlos Fajardo na sede da galeria em São Paulo. A mostra reúne obras produzidas entre 2017 e 2020, sendo a maior parte delas feitas em diálogo com o espaço da galeria, concebidas especialmente para a exposição. Em "De soslaio", Fajardo dá continuidade à investigação que desenvolve há mais de cinco décadas sobre as relações espaciais entre o corpo, o objeto e a arquitetura, realizada nesta ocasião através do trabalho com materiais reflexivos, transparentes e luminosos. A partir das diferentes escalas das três salas da galeria, fotografias e esculturas em vidro, espelho e tecido se articulam no espaço, ativando percepções sensoriais do espectador que pode ser a um só tempo o observador – através das frestas – e o observado – através do espelho. O sentido da visão é convocado na exposição não apenas pelas obras, que examinam aspectos relacionados à formação e multiplicação da imagem, seja ela fotográfica ou virtual, mas também como enunciação em seu título formado por uma palavra que alude ao desvio do olhar. Potenciais desvios acompanham o espectador em seu percurso pela mostra, rodeado por um material como o vidro, tão frágil e ao mesmo tempo tão forte em sua constituição, sobretudo intimidador por sua capacidade de revelar a nossa própria imagem. A primeira sala, a menor das três, recebe um conjunto de cinco trabalhos que são também os menores da exposição. Encostados na parede e dispostos na altura do olhar, são compostos por fotografias e vidros laminados coloridos e transparentes de 60 cm. A sobreposição dessas superfícies em um determinado ângulo de inclinação produz o efeito de multiplicação de cores e planos, permitindo ao espectador acessar uma terceira dimensão. A obliquidade que orienta a montagem destes e de outros trabalhos formados por placas de vidro, surge na segunda sala sem o apoio das paredes, ao menos fisicamente. É o caso da peça em que quatro placas retangulares se sustentam por uma estrutura quadrangular em suas extremidades superiores, formando um espécie de paralelepípedo semi-aberto, independente no espaço. A

parede, no entanto, ainda é parte do assunto. Um corte retangular atravessa aquela que serve de divisória entre a segunda e a terceira sala, permitindo ao espectador uma visão discreta e particular das obras apresentadas ali, principalmente daquela que ocupa a outra extremidade do ambiente.

O jogo entre transparências e opacidades se repete aqui, já que após percorrer os quatorze metros que separam as duas extremidades da sala, o olhar encontra a fotografia de um quarto – o mais íntimo dos ambientes domésticos – iluminado pela luz natural de uma janela aberta, onde é possível apenas vislumbrar, por detrás de uma cortina translúcida, uma cama desfeita. Ao filtro da cortina, que perde a qualidade tátil de sua textura porque transforma-se em imagem, Fajardo adiciona duas placas de vidro colorido, o que acaba fazendo com que a imagem mais nítida ali seja a do próprio reflexo daquele que observa a obra.

Se através daquela fresta na parede a mirada era discreta e distante, o encontro com as peças nessa última sala requer um espectador mais desinibido. Devido a suas grandes dimensões, as três peças móveis que dividem o espaço com outras três fixas que se encostam na parede, produzem uma relação mais direta com o corpo e convidam ao embate frontal. Distribuídas pela sala, amplificam o espaço, multiplicando reflexos nas inúmeras combinações que podem ser geradas a partir de suas possíveis movimentações.

Carlos Fajardo nasceu em 1941 em São Paulo, onde vive e trabalha. Sua obra tem uma presença relevante no panorama da arte brasileira assim como sua atuação de mais de 40 anos como professor. Ao longo de sua carreira, participou de diversas exposições importantes no Brasil e no exterior, dentre as quais Jovem Arte Contemporânea, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), em 1967, organizada por Walter Zanini. Participou das 9ª, 16ª, 19ª, 25ª e 29ª edições da Bienal de São Paulo, respectivamente em 1967, 1981, 1987, 2001 e 2010. Representou o Brasil na Bienal de Veneza em 1978 e em 1993. Com Nelson Leirner, José Resende, Geraldo de Barros, Wesley Duke Lee e Frederico Nasser integrou, de 1966 a 1967, o Grupo Rex. O grupo questionava as instituições e o modus operandi do sistema de arte por meio de intervenções, publicações, palestras, projeções ou encontros. Em 1970 fundou junto a José Resende, Luiz Paulo Baravelli e Frederico Nasser a Escola Brasil, um "centro de experimentação artística dedicado a desenvolver a capacidade criativa do indivíduo" que foi importante não só na formação de muitos artistas brasileiros, mas também no amadurecimento das discussões sobre ensino e aprendizado de arte no país.

A exposição poderá ser visitada mediante agendamento, de segunda a sexta das 10h às 19h e aos sábados das 10h às 17h. Para agendar, pedimos que entre em contato por email (info@galeriamarceloguarnieri.com.br), telefone (11-3063-5410) ou Whatsapp, informando nome completo e indicando o dia e horário de sua visita. Para sua segurança, vale reforçarmos o uso obrigatório de máscara durante todo o tempo que estiver na galeria.

Posted by Patricia Canetti at 3:34 PM

Wolfram Ullrich na Raquel Arnaud, São Paulo

A individual de Wolfram Ullrich é retomada pela Galeria Raquel Arnaud depois de a inauguração prevista para março ter sido suspensa pela pandemia, quando o artista, que mora na Alemanha, veio a São Paulo especialmente para o evento. Agora, ele volta ao país para acompanhar a mostra e lançar seu novo livro Wolfram Ullrich's oeuvre over the past four decades (preço de capa: R$ 180,00). A exposição pode ser visitada mediante hora marcada e em grupos de até 10 pessoas, de segunda a sábado, das 11h às 19h. O pátio aberto da galeria será ativado no período da tarde para entreter as crianças, facilitando a visita dos pais.

Ullrich, que acaba de inaugurar uma individual em Viena, na Galeria Sturm & Schober, e é representado pela Galeria Raquel Arnaud desde 2013, traz seus relevos monocromáticos e uma série de trabalhos mais antigos, uma amostra de seu percurso de exploração da pintura para além do quadro, produção em que cálculo e ilusão não são opostos, como indica Suzana Velasco em seu texto para a exposição.

Conforme escreve a jornalista e escritora, entre as obras mais recentes, compostas como uma sinfonia no térreo da galeria, e desenhos e trabalhos mais antigos no andar superior, Rigor da forma, liberdade da cor é resultado de planejamento conceitual e de um árduo trabalho manual de precisão. Velasco observa que além disso, a ideia de uma forma, calculada e projetada, nunca será igual à matéria no espaço, e o modelo para uma exposição de Ullrich nunca será igual ao conjunto de obras apresentadas, que depende da composição do artista no local. “A arte construtivista ou a geometria não são suficientes para descrever a obra de Ullrich, que é estática apenas no papel. Há que se deixar as palavras e as imagens de lado e caminhar pelas formas e cores, experimentando cada uma, em sua velocidade e ritmo próprios, a liberdade que só o rigor pode propiciar”.

Desde o fim dos anos 1980, o artista desafia a bidimensionalidade da pintura, primeiramente por incisões ou por dobras que fragmentam o plano. Na exposição, como sugere Velasco, ele inclui peças em aço corten e relevos menores, dos anos 2000, que prenunciam a virada, na década seguinte, para as criações que radicalizam o jogo com a representação pictórica e a sugestão de deslocamento no espaço.

Tradicionalmente com uma obra marcada pelo ângulo reto, em Rigor da forma, liberdade da cor, o artista traz formas elípticas, Órbitas, com as quais vem trabalhando nos últimos quatro anos. “Compostas em polípticos, elas são como círculos em movimento, criando elipses que parecem dançar entre si, numa constelação flutuante”, destaca o texto. Já os relevos retangulares, mesmo não tendo as curvas das Órbitas, também carregam a ideia de fluxo e tensionamento entre partes que se dobram no espaço.

Por sua vez nos desenhos, o artista descobre novas formas em carvão e nanquim ao criar movimentos também marcados por atração e fuga. “Mais gestuais, experimentais, eles traçam trajetórias no espaço, evidenciando o compasso ritmado que, em seus relevos, depende da relação entre obra e espectador”, completa Velasco.

Wolfram Ullrich (Würzburg, Alemanha, 1961)

As obras do artista encontram-se nos acervos: Museum Ritter - Waldenbuch / Deutschland; Museum im Kulturspeicher - Würzburg / Deutchland; Wilhelm-Hack-Museum - Ludwigshafen am Rhein / Deutchland; Donation Jeunet - Neuchâtel/ Switzerland; e Fondatzione Rocco Guglielmo - Catanzaro / Italia. Entre as mostras coletivas que participou, destacam-se: “Mouvement et Lumiére” [Movimento e Luz], na Fondation Villa Datris (França, 2012), “Interferences” [Interferências], da Fundation Vasarely (França, 2011) e “Beyond Painting” [Além da Pintura], no Museu Bohsulan (Suécia, 2009). Ullrich recebeu ainda os prêmios da Fundação Messmer (Alemanha, 2010) e da Fundação Helmut Kraft (Alemanha, 2009).

Posted by Patricia Canetti at 2:48 PM

Em parceria com a Raquel Arnaud, Transições entre passagens acontece na Millan, São Paulo

Mostra acontece na Galeria Millan e propõe, pela primeira vez, um diálogo entre as obras de Alfredo Volpi, Paulo Pasta e Elizabeth Jobim

A exposição transições entre passagens, organizada por Gisela Gueiros, acontece de 12 de novembro a 12 de dezembro de 2020 na Galeria Millan, em São Paulo, em parceria com Galeria Raquel Arnaud. A mostra, que reúne obras de Alfredo Volpi, Paulo Pasta e Elizabeth Jobim, estará simultaneamente online através da plataforma Preview, co-fundada pelo curador Gabriel Pérez-Barreiro.

Alfredo Volpi (Luca, Itália, 1896–1988 São Paulo, SP), um dos mais celebrados pintores brasileiros do século 20, é conhecido por explorar cores, formas e padronagens em um vocabulário abstrato que retrata elementos da vida cotidiana — principalmente fachadas e bandeirinhas — em composições vibrantes. Nascido na Itália, Volpi se muda, ainda bebê, com os pais para o Cambuci, bairro de classe média baixa de São Paulo, em 1897. Desde cedo trabalha como marceneiro, entalhador e encadernador. Aos 16 anos, passa a atuar também como pintor de paredes, momento em que começa a explorar a pintura em madeira e tela – experiência que confere ao artista a habilidade de preparo de superfícies e mistura de pigmentos.

A partir da década de 1940, sua obra passa por uma simplificação formal. Neste período, Volpi adota o uso da têmpera. O uso de tal mistura proporciona uma textura fina e única às suas pinturas, fazendo-as contrastar com a tinta industrial, marca registrada da arte concretista a partir dos anos 50. Ao longo das quatro décadas seguintes, o artista se dedica a navegar entre a figuração e a abstração. Notavelmente, Volpi nunca participou de movimentos artísticos específicos, nem coassinou nenhum dos manifestos de seus contemporâneos. Nas palavras do crítico Rodrigo Naves, “Volpi não era um teórico ou alguém que clareasse sua concepção visual por meio de formulações escritas ou debates”. Em vez disso, combinou o estudo de artistas, como Giotto — quando visita a Itália — e Paul Cézanne, Henri Matisse, Giorgio Morandi e Josef Albers — quando expostos no Brasil — com o profundo interesse pela arte e tradições populares brasileiras, construindo assim uma obra autoral.

Considerado um mestre na história da arte brasileira, ainda que não tão conhecido internacionalmente, Volpi teve um impacto profundo em muitos artistas, tanto em vida quanto postumamente. A presente exposição tem como objetivo apresentar seu trabalho ao lado de Paulo Pasta (Ariranha, SP, 1959) e Elizabeth Jobim (Rio de Janeiro, RJ, 1957), dois dos mais importantes artistas brasileiros da atualidade. Essa justaposição entre os três artistas se torna possível através das lentes do texto seminal Interaction of Color [Interação da Cor], escrito em 1963 por Josef Albers — segundo o qual ele defende como percebemos as cores e como elas são governadas por uma lógica interna e ilusória. Albers compara a relação das cores em uma obra de arte com as notas em uma música, postulando que “ouvir música depende do reconhecimento dos intervalos entre tons, das suas posições e espacialidade”. As cores, ele explica, “se apresentam em fluxo contínuo, constantemente relacionadas às mudanças do entorno e às mudanças de condições”. Por este viés, a cor não é um valor absoluto, mas sim um valor relativo, codependente de seu contexto e sua percepção.

Pasta se referiu a suas próprias pinturas planas e não-objetivas como esquemas ou arranjos que vão se transformando com o passar do tempo. Para ele, as semelhanças delas com Volpi é definida nos seguintes termos: “não há nada a ser dito, mas algo a ser revelado”. Em seus esquemas espaciais pictóricos, as transições de cor são elementos usados ​​para criar um jogo – o movimento –, onde vemos o que ele descreve como “o próprio instante se fazendo”. As áreas de cor contrastantes ou complementares geram relações entre revelar e ocultar. Pasta está particularmente interessado no que ele chama de “fazer desaparecer”. “Estou conectado com a ausência, com a indefinição, com esta zona nebulosa, este lugar remoto de coisas sem nome.”

Essas "transições" [in-betweens] ou pausas também aparecem nas esculturas simples e concisas de Jobim, cuja obra também se vale do encontro de duas partes “como a criação de algo que não está nem em uma parte nem na outra”, nas palavras da artista. Os elementos aparentemente discretos de seu trabalho — ora pedra, ora concreto — geram, em três dimensões, uma linha-espaço, uma junção semelhante. “A linguagem também é feita desses elementos que, combinados, formam palavras”, afirma. Na obra de Volpi, Pasta e Jobim, esse meio-termo é melhor entendido como um instante suspenso, reconhecível em transições comuns, como entre o inspirar e o expirar, a divisão inatingível entre hoje e amanhã – a linha sempre fugidia entre o presente e o passado.

Contemporânea de Volpi, Lygia Clark chamou essas transições fundamentais de "linha orgânica", durante uma palestra na Escola Nacional de Arquitetura em Belo Horizonte, em 1956. Essa "linha" onipresente — que ocorre no inanimado, como entre uma porta e seu batente; no humano, entre lábios que tocam uma bochecha; e no efêmero, entre o dormir e o despertar — está além da geometria, da arquitetura e da própria arte. Volpi, Pasta e Jobim tentam abrir essas fendas para investigar os mistérios que permeiam esses "entres". Suas obras nos convidam, como espectadores, a entrar em um espaço inominável, onde, magicamente, pode caber o mundo.

Posted by Patricia Canetti at 11:25 AM

novembro 12, 2020

Acervo - Entre pinturas e desenhos na Referência, Brasília

Com 25 anos de atuação no mercado de arte contemporânea, a Referência Galeria de Arte reabre para atendimento presencial com uma mostra que reúne as obras de 13 artistas representados

Até o dia 14 de novembro, a Referência Galeria de Arte apresenta a mostra Acervo – Entre pinturas e desenhos, com obras de 13 artistas brasileiros contemporâneos. Participam da exposição Alex Cerveny, Carlos Vergara, Clarice Gonçalves, Diô Viana, Fernando Lucchesi, José Roberto Bassul, Patricia Furlong, Paulo Whitaker, Pedro Gandra, Raquel Nava, Veridiana Leite e Walter Goldfarb.

“Foram selecionados os trabalhos de artistas jovens e veteranos cuja pesquisa poética transita entre o desenho e pintura, mesmo que a técnica utilizada seja diversa, como a fotografia, a gravura, a colagem e a monotipia”, afirma a galerista Onice Moraes. A mostra ficará exposta em ambiente digital, Facebook e Instagram, com informações técnicas e valores. “Essa é uma das ações incorporadas às práticas diárias da galeria no ambiente digital. No período em que o espaço físico ficou fechado ao público, passamos a atender com sucesso a colecionadores do Brasil e de outros países pelas redes sociais, e-mail e WhatsApp. Além disso, participamos de feiras internacionais realizadas online, o que ampliou nossa visibilidade especialmente no exterior”, completa a galerista.

A galeria reabriu seu espaço físico e voltou a atender o público presencialmente de segunda a sexta, das 10h às 18h, e sábado, das 10h às 14h. O atendimento online que ganhou impulso devido à pandemia continua pelas redes sociais Facebook @referenciagaleria e Instagram @referenciaarte, pelo e-mail referenciagaleria@gmail.com e pelo Whatsapp. A Referência Galeria de Arte fica na 202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo, Brasília-DF. Telefone: 61-3963-3501.

Inaugurada em novembro de 1995, a Referência Galeria de Arte é um dos mais importantes agentes culturais no segmento das artes plásticas do Distrito Federal, responsável por apresentar ao público brasiliense as produções de importantes artistas de Brasília e do Brasil e de levar os artistas locais para mostras nacionais e internacionais.

Posted by Patricia Canetti at 9:05 PM

Coletiva Vento na 34ª Bienal de São Paulo

A Fundação Bienal de São Paulo apresenta a mostra Vento de 14 de novembro a 13 de dezembro de 2020 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo como parte da programação da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto. A visitação segue rigorosamente protocolos sanitários estabelecidos para o setor cultural.

Intitulada a partir do filme Wind [Vento] (1968), de Joan Jonas, a exposição composta majoritariamente por obras desmaterializadas, em áudio e vídeo, busca ressaltar uma sensação de espaço e distância que raramente pode ser experimentada pelo público. Nenhuma parede expositiva será construída, e a arquitetura do Pavilhão Ciccillo Matarazzo ficará em seu estado natural, acolhendo as obras diretamente, sem elementos que possam criar uma mediação entre a escala humana dos trabalhos e as dimensões monumentais do Pavilhão.

No dia 13 de novembro, às 18h, a mostra será inaugurada com uma performance de Paulo Nazareth no edifício fechado (sem público presencial), que poderá ser acompanhada ao vivo pelo Instagram da Bienal. Saiba mais sobre a performance aqui.

Leia o texto curatorial, escrito pelo curador-geral Jacopo Crivelli Visconti e o curador-adjunto Paulo Miyada aqui:

Figuram em Vento 21 artistas, Alice Shintani (1971, São Paulo, SP), Ana Adamović (1974, Belgrado, Sérvia), Antonio Dias (1944, Campina Grande, PB), Clara Ianni (1987, São Paulo, SP), Deana Lawson (1979, Nova York, EUA), Edurne Rubio (1974, Burgos, Espanha), Eleonore Koch (1926 - 2018, Berlim, Alemanha), Gala Porras-Kim (1984, Bogotá, Colômbia), Jacqueline Nova (1935-1975, Gante, Bélgica), Jaider Esbell (1979, Normandia, RR), Joan Jonas (1936, Nova York, EUA), Koki Tanaka (1975, Kyoto, Japão), León Ferrari (1920-2013, Buenos Aires, Argentina), Luisa Cunha (1949, Lisboa, Portugal), Melvin Moti (1977, Roterdão, Países Baixos), Musa Michelle Mattiuzzi (1983, São Paulo, SP), Neo Muyanga (1979, Joanesburgo, África do Sul), Paulo Nazareth (muitas datas, Watu Nak, Vale do Rio Doce, MG), Regina Silveira (1939, Porto Alegre, RS), Ximena Garrido-Lecca (1980, Lima, Peru) e Yuko Mohri (1980, Kanagawa, Japão).

Garanta seu lugar e faça seu agendamento prévio aqui!

Se não der, não se preocupe: enquanto a lotação de 600 visitantes simultâneos não for atingida, visitantes sem agendamento prévio também terão seu acesso liberado. Saiba mais aqui sobre as medidas de segurança e higiene adotadas.

Posted by Patricia Canetti at 6:26 PM

novembro 10, 2020

Marcelo Silveira na Amparo 60, Recife

Nova exposição Compacto Com Pacto mantém a proposta central de provocar diálogos, mas dessa vez eles são feitos entre as obras individuais do artista e com o espaço da galeria

Desde 2016, Marcelo Silveira traz em suas obras a importância dos pactos, criados a partir da comunicação entre pessoas e elementos diversos entre si. Após três edições (2016, na Amparo 60, e 2017, com apoio do Funcultura nas cidades de Triunfo e Floresta, no sertão pernambucano) da mostra Compacto Com Pacto – que tem, desde o primeiro momento, a intenção de provocar o diálogo e fazer refletir sobre a necessidade dele na sociedade – o artista volta ao Recife, na galeria Amparo 60, com mais uma proposta de convergência, mistura, consenso. A quarta composição da mostra Compacto Com Pacto tem início em 10 de novembro, na antessala da galeria.

Diferentemente das três mostras anteriores (que traziam outras peças em diálogo com trabalhos de outros artistas, com a comida e tradições de uma cidade), a nova versão de Compacto Com Pacto põe as peças individuais de Marcelo Silveira em diálogo constante entre si mesmas, formando uma única peça grandiosa, uma escultura de madeira, e com as paredes da galeria, revestidas em cartazes de papel italiano, com dobras e colagens. A exposição ocupa toda antessala da Amparo 60, na zona sul do Recife, promovendo o diálogo não só com as peças, mas também com o próprio espaço, e podendo ser fruída através da vitrine da entrada mesmo quando a galeria está fechada.

A nova exposição faz parte do Projeto Mirada, da Amparo 60, que vai apresentar quatro exposições nos próximos meses, sempre no mesmo espaço, a antessala da galeria. Além de Marcelo, participam do projeto Fefa Lins, José Paulo e Clara Moreira. A ideia é, a partir da mirada, do olhar, pelo espaço reduzido, mas que é, ao mesmo tempo, uma vitrine, ampliar o alcance das obras. O projeto, que nasce neste momento de pandemia, terá um caráter virtual, muito forte com visitas guiadas digitalmente para as exposições, aliado a possibilidade do presencial. Unindo as quatro mostras, a nova parceria – ou mesmo um diálogo – entre Amparo 60 e SpotArt vai promover a criação de pôsteres de serigrafia para as quatro mostras.

O primeiro cartaz da exposição Compacto Com Pacto, de 2016, ganhou novas cores e elementos para as duas mostras realizadas em 2017, e, agora, em 2020, ganha novos elementos, representando os diálogos propostos por Marcelo Silveira, que podem ser entre as possibilidades do hoje ou também entre o ontem e o amanhã. Os novos cartazes feitos pela SpotArt também integram a exposição.

Segundo a curadora, Mariana Oliveira, Compacto Com Pacto tem a intenção de trabalhar a importância do ouvir, da conversa e da troca. “Hoje, vivemos hiperconectados, aparentemente dialogando demais, mas na verdade estamos todos falando sem que ninguém queira ouvir verdadeiramente, não há trocas. Vivemos um momento de monólogos fantasiados de diálogos. Vejo essa provocação de Marcelo, trazendo essas questões para as suas obras, como algo muito pertinente para este momento de pandemia, em que estamos mais afastados, e também quando estamos imersos numa polarização política tão grande. Marcelo propõe diálogo, ouvir o outro. Olhando o entrelaçado de suas peças, seja na grande escultura montada, ou no prórpio cartaz que foi se modificando com o passar dos anos, vemos e sentimos que a troca e as possibilidades de conversa são inúmeras. A cada movimento, a cada combinação, uma nova ideia, uma nova reflexão. Menos certezas, mais dúvidas. Num momento em que estamos tão apartados, ou pseudoconectados, Marcelo nos chama para sentar, trocar, pensar”, pontua. (ler texto curatorial)

Para o artista, a quarta edição da mostra encerra um ciclo e dá início a outro, que se relaciona com o momento de pandemia que estamos vivendo. “Nós tivemos que parar, refletir sobre nossas práticas, em cima do que fizemos e do que vamos fazer. E a comunicação foi ruidosa, estávamos sozinhos, convivendo com nossos espantos e nossas dúvidas. Se o mundo da arte é o mundo da dúvida, neste momento temos que conviver com muito mais dúvidas. Cada dia é uma surpresa. Falar só para mim mesmo é uma coisa muito pouco desejada por mim. A arte, a gente faz para a gente, mas a obra pronta se fecha no contato com a outra pessoa. E, nesse momento, essa outra pessoa não existe. Existe um distanciamento. E a Compacto Com Pacto reflete um desejo de tentar minimizar esse distanciamento”, afirma.

Com o foco no digital e visitas presenciais apenas previamente agendadas, a exposição deverá ser vista principalmente pelos meios online e através da parede de vidro da galeria. Sobre isso, Marcelo comenta a relação, com novas formas de diálogo e com o contexto atual. “Entendo esse momento como uma conversa virtual ou através de uma vitrine. O lugar onde foi feita a intervenção é a entrada, que funciona como uma vitrine. De certa forma, é uma conversa com o momento com que estamos vivendo, a pandemia. Se a conversa com o outro está ruidosa, a saída é falar por onde se fala, protegidos, pelos canais eletrônicos ou através do vidro”, afirma Silveira. “É uma conversa bem introspectiva. Peguei trabalhos individuais que já existem e se comunicam sozinhos e se resolvem sozinhos e os agrupei, criando uma nova interação, uma conversa”, explica.

Em 2016, a mostra propunha um diálogo entre as obras de Marcelo Silveira, mas também ampliava a conversa, relacionando-as com trabalhos de outros agentes do mundo da arte. Já em 2017, quando teve apoio do Funcultura e rodou entre as cidades de Triunfo e Floresta, no sertão de Pernambuco, a essência da mostra permaneceu sendo a conversa, mas os interlocutores mudaram e passaram a ser as pessoas das duas cidades. Nesse segundo momento, a mostra encontrava novos elementos com os quais dialogar, a tradição local, a comida (que representava a mesa, onde o diálogo sobre diversos assuntos deve acontecer), a música, elementos da cultura local, o povo, dentre outros elementos. Agora, em 2020, Compacto Com Pacto volta à Amparo 60 com mais uma proposta dialógica.

Sobre a SpotArt

Com mesa de serigrafia alocada no salão da Amparo 60, a SpotArt ficou responsável por criar a ligação, a partir de cartazes, entre as quatro mostras do projeto Mirada, da galeria em parceria com artistas locais. A SpotArt realiza edições de obras de arte exclusivas para artistas e instituições e foi criada pelo primeiro marketplace de arte original do Brasil. A SpotArt tem um trabalho de incentivo a jovens colecionadores e de inspiração às pessoas, mostrando que obras múltiplas de edição limitada são uma oportunidade de começar uma coleção de arte e dar personalidade aos ambientes. O acervo da SpotArt fica disponível na plataforma www.ltda.spotart.com.br

Posted by Patricia Canetti at 1:41 PM

novembro 3, 2020

Janaina Tschäpe no Musée de l’Orangerie, França

Janaina Tschäpe abre individual no Musée de l’Orangerie, em Paris. O projeto da artista para o museu francês é idêntico em seu objetivo à declaração de Claude Monet: “Meu único desejo é uma fusão mais íntima com a natureza, e o único destino que desejo é, de acordo com os preceitos de Goethe, ter trabalhado e vivido em harmonia com as suas leis”.

Seu trabalho - vídeo, desenho, performance e pintura - inspira-se na contemplação da natureza, em sua indefinição e em suas metamorfoses. “Para mim pintar significa sentir algo de perto, estar presente de corpo e alma. Jamais consegui explicar a ninguém esse diálogo íntimo com a tela. Minha pintura não vem de fotos, surge de minhas observações, que podem ser observações da natureza, mas também observações da fantasia.”

A série de desenhos produzida exclusivamente para o Musée de l’Orangerie remete aos cadernos de rascunho que Monet guardou de suas observações do lago de Giverny. A artista interpreta esta série como um diálogo entre mente-corpo: “Tenho a necessidade de permanecer em contato com a tela depois de concluir o trabalho principal. Muitas vezes tenho vontade de tocar suavemente na pintura com o lápis, voar sobre a pele colorida como uma carícia.”

Blood, Sea completa a seleção de trabalhos que integram a exposição. Na videoinstalação de 2004 Tschäpe convida o espectador a mergulhar nas múltiplas fontes sonoras onde a água se torna o principal motor de energia que orienta o movimento e a exploração dos territórios físicos e corporais. Esta é a 5ª edição do programa 'Contemporary Counterpoint’, que propõe um contraponto a série de pinturas Nenúfares, de Claude Monet.

Sobre Janaina Tschäpe

Nascida na Alemanha - onde se formou na escola de arte HFBK - e criada no Brasil, Janaina Tschäpe mora em Nova York. Sua obra integra a coleção de instituições como Solomon R. Guggenheim Museu, Nova York, National Museum of Women in the Arts, Washington, e Musée national ’art moderne, Paris, onde expôs Elles: Mulheres Artistas.

Posted by Patricia Canetti at 4:05 PM

novembro 2, 2020

Luiz Zerbini no Oi Futuro, Rio de Janeiro

Artista ocupará todo o centro cultural, incluindo a fachada e a claraboia, com trabalhos inéditos e imersivos, que tratam das relações intrínsecas entre arte, tecnologia e ecologia

Exposição terá instalação imersiva em que o público vai caminhar sobre uma passarela entre árvores e arbustos tropicais, como se estivesse entrando em uma floresta


No dia 5 de novembro, será inaugurada a exposição “Campo Expandido”, com obras inéditas de Luiz Zerbini, um dos mais destacados artistas da chamada Geração 80, que ocuparão todo o espaço expositivo do Centro Cultural Oi Futuro, além da fachada lateral de vidro e da claraboia. O evento marca a reabertura do espaço à visitação presencial após sete meses de fechamento por causa da pandemia e do isolamento social preventivo. A mostra segue todos os protocolos de segurança sanitária previstos pelos órgãos responsáveis, e as visitas devem ser agendadas por meio do site do Oi Futuro (www.oifuturo.org.br) ou por telefone: (21) 3131-3060. Serão apresentadas instalações e intervenções inéditas, pensadas especialmente para esta mostra, que permeia os campos da arte, da tecnologia e da ecologia. A exposição também tem prevista visitação digital com tecnologia 360º e é apresentada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Lei Estadual de Incentivo à Cultura e Oi, com apoio cultural do Oi Futuro.

“A proposta da exposição é pensar a natureza em relação ao futuro, evocando o passado. E o mesmo com a tecnologia, trazendo a interação para algo cotidiano, menos espetacular, mais reflexivo”, diz Luiz Zerbini.

“A mostra, que integra o calendário de comemoração dos 15 anos do Centro Cultural Oi Futuro, estava prevista para ser aberta no dia 21 de março. A pandemia global fez com que fechássemos o centro cultural antes da data e, como todo mundo, a exposição entrou em quarentena. Durante meses, esse Campo Expandido esteve fechado aos olhos e à convivência do público, mas agora, finalmente, abre-se sob os efeitos dos desdobramentos que o próprio artista criou no período em que a exposição esteve em suspensão”, conta Roberto Guimarães, gerente executivo do Cultura do Oi Futuro. “Esta exposição reafirma o propósito do Oi Futuro, que há uma década e meia se dedica a produzir, exibir e disseminar projetos no âmbito da convergência entre arte, ciência e tecnologia.”

Adesivos coloridos e translúcidos cobrirão toda a fachada de vidro e a claraboia do Centro Cultural Oi Futuro. Desta forma, a luz natural adentra o espaço através desses filtros, colorindo todo o ambiente. Esse trabalho remete às emblemáticas obras do artista feitas com molduras de slides e gelatinas. Aqui, elas aparecem de forma expandida, ganhando o espaço arquitetônico e interferindo nas demais instalações apresentadas.

PERCURSO DA EXPOSIÇÃO

Logo na entrada do Centro Cultural Oi Futuro, no térreo, dentro do prédio, estará uma grande árvore, que receberá diretamente a luz colorida que entrará pelos vidros da fachada. Atrás dela, duas palmeiras menores estarão na sombra, protegidas pelas folhas dessa grande árvore.

Nos monitores de televisão que ficam no térreo, será exibido um vídeo inédito, de 20 minutos, produzido durante a montagem da exposição. Com uma roupa especial, Zerbini anda no meio das plantas, enquanto luzes coloridas entram no ambiente. “É como se fosse um ser do futuro chegando e cuidando da floresta”, diz o artista, que usa uma roupa de apicultor e, por cima, uma veste criada por ele em conjunto com a estilista Isabela Capeto, inspirada nos trabalhos com slides coloridos.

Subindo a escada, na primeira galeria, o público poderá caminhar sobre o chão coberto de areia num ambiente composto por árvores, plantas medicinais e ornamentais e luz solar. “É um ambiente imersivo, onde será possível experimentar o lugar”, conta o artista. Neste mesmo espaço estará uma grande “mesa amazônica”, muito comum nos quintais das casas de comunidades ribeirinhas da Amazônia. Construídas com madeiras de diversos tipos, reaproveitadas, são utilizadas como bancada para plantas, temperos e ervas medicinais. Para a exposição, Luiz Zerbini construiu sua própria mesa, com diversos tipos de madeiras, algumas recolhidas por ele há anos, outras adquiridas mais recentemente e, assim como na Amazônia, haverá diversas ervas e plantas sobre essas mesas. “Elas são uma espécie de jardim-farmácia”, explica o artista, que viajou diversas vezes para a região. “Tenho chamado de mesas, mas não são exatamente mesas. São instalações, planos horizontais transparentes, apoiados em estruturas de madeira. É como se as pinturas tivessem alcançado a tridimensionalidade, onde planos horizontais predominam”, conta.

Subindo mais, chega-se na segunda galeria. Nesta grande sala, passarelas de madeira levarão o público a interagir com a obra instalada no espaço, que forma um imenso jardim-floresta com mais de 50 árvores e arbustos, sendo a maioria delas palmeiras de diversas espécies. “Será como se o público estivesse entrando em uma floresta”, afirma o artista, que retirou as paredes que escondiam as janelas do espaço, deixando a luz natural entrar.

Na terceira galeria serão expostas quatro monotipias inéditas, medindo 1mX0,80m cada, produzidas este ano, utilizando folhas de árvores diversas como matriz. “Monotipia é pura tecnologia!”, diz o artista sobre a técnica simples de impressão, reiterando a ideia de falar sobre tecnologia de uma forma diferente, “pensar o potencial da floresta hoje é pensar tecnologicamente”, afirma. Esse mesmo pensamento é utilizado nos filtros coloridos que serão colocados nos vidros da claraboia e da fachada lateral do Centro Cultural Oi Futuro, que traduzem a amplitude da energia solar como fonte inesgotável. O artista correlaciona, ainda, esta intervenção como uma expansão da série de seus trabalhos feitos com slides, “O slide tem esse mesmo pensamento, de sobreposição de cores e transparência sob a ação a luz”, afirma. Dois trabalhos com slides, de 2014, estarão nesta mesma sala, assim como o vídeo “Sertão” (2009), onde a paisagem refletida na superfície de um lago é interrompida por quadrados coloridos, que remetem a uma falha eletrônica.

As obras são construídas a partir de uma lógica proveniente da pintura que se desdobrou para o espaço em instalações imersivas. “Sempre colhi objetos que me interessavam, e este interesse pode ser pela forma, pela cor ou pela lembrança de algo. Organizo os objetos e crio uma relação entre eles para fazer minhas pinturas, monotipias e obras de espaço. Quando o trabalho se expandiu para fora da tela, os elementos foram entrando na obra”, conta Zerbini que relaciona, ainda, os trabalhos feitos com slides à sobreposição de cores e transparência da aquarela.

Além da tecnologia, a exposição também aponta para a questão da ecologia, trazendo elementos da natureza e das comunidades ribeirinhas da Amazônia. A relação da obra do artista com a natureza é antiga. “Comecei meu trabalho ainda jovem, fazendo aquarelas de plantas, paisagens, enfim, da natureza. Sempre gostei de pintar plantas. Fiz viagens pelo Nordeste, Amazônia, Pantanal e sempre reparei na maneira como essas comunidades vivem conectadas com a natureza”, conta o artista.

SOBRE O ARTISTA

Luiz Zerbini nasceu em São Paulo, em 1959, e iniciou sua atividade artística no final dos anos 1970. Sua obra transita entre a pintura, a escultura, a instalação, a fotografia, a produção de textos e vídeos. É um dos integrantes do Grupo Chelpa Ferro, que trabalha desde 1995 com sons e imagens por meio da realização de objetos, instalações, performances, shows e CDs.

Entre as exposições recentes, destacam-se: Nous Les Arbres, Fondation Cartier, Paris (2019); Intuitive Ratio, South London Gallery, Londres (2018); Dreaming Awake, House for Contemporary Culture, Maastricht (2018); Perhappiness, Sikkema Jenkins & Co, New York (2016); Natureza Espiritual da Realidade, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo (2015); Pinturas, Casa Daros, Rio de Janeiro (2014); amor lugar comum, Centro de Arte Contemporânea Inhotim (2013); Papagaio do Futuro, Max Wigram Gallery, Londres, Reino Unido (2013); Amor, MAM - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, (2012); dentre outras.

SOBRE O OI FUTURO

O Oi Futuro, instituto de inovação e criatividade da Oi, atua como um laboratório para cocriação de projetos transformadores nas áreas de Educação, Cultura e Inovação Social. Por meio de iniciativas e parcerias em todo o Brasil, estimulamos o potencial dos indivíduos e das redes para a construção de um presente com mais inclusão e diversidade.

Na Cultura, o instituto mantém o Centro Cultural Oi Futuro, no Rio, com uma programação que valoriza a produção de vanguarda e a convergência entre arte contemporânea e tecnologia. O prédio centenário também abriga o Musehum – Museu das Comunicações e Humanidades, com um acervo de mais de 130 mil itens, que usa interatividade e ambientes imersivos para conta a história do desenvolvimento tecnológico das comunicações a partir da ótica das relações humanas. O Oi Futuro gerencia há 16 anos o Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados, que seleciona projetos em todas as regiões do país por meio de edital público. Desde 2003, foram mais de 2.500 projetos culturais apoiados pelo Oi Futuro, que beneficiaram milhões de espectadores. O instituto também criou e mantém o LabSonica, laboratório de experimentação sonora e musical, sediado no Lab Oi Futuro, o Oi Kabum! Lab, que promove a formação de jovens de periferia no campo da arte e tecnologia e a curadoria de projetos de intervenção artística urbana, e o Programa Pontes, que apoia festivais artísticos de todo o país, em parceria com o British Council.

Posted by Patricia Canetti at 11:20 AM

novembro 1, 2020

Nino Cais na Casa Triângulo, São Paulo

Casa Triângulo tem o prazer de apresentar A Fábrica do Corpo Humano, segunda exposição individual de Nino Cais na galeria.

Na quarta-feira, 16 de dezembro de 2020, às 17h, acontece uma conversa online entre o artista Nino Cais e o crítico e curador Eder Chiodetto na plataforma Zoom - registre-se para a conversa.

Com o título da mostra fazendo alusão ao pioneiro atlas de anatomia "De Humani Corporis Fabrica", publicado em 1543 pelo médico belga Andreas Vesalius, a mostra reúne um conjunto de colagens e intervenções feitas em páginas de livros, objetos e fotografias, aliadas à uma instalação composta por um alambrado e um volume de camisas. Produzidas a partir de um tema recorrente na produção do artista, o corpo como matriz de tudo que existe no mundo, a mostra explora as relações entre corpo e espaço.

[scroll down for English version]

"Se o corpo em algum momento informa à construção do espaço também a arquitetura conforma e restringe o corpo" através desse pensamento, Nino Cais evidencia tal complexidade relacional em sua produção, colocando o corpo como ponto originário e de referência a tudo que o contorna. Seja quando o artista se registra em suas fotografias, relacionando-se com objetos cotidianos, ou até mesmo quando se apoia em imagens canônicas, Nino questiona a intermediação dos objetos com o corpo e o mundo. Buscando um referencial originário e explorando os limites do corpo dentro de outros, a exemplo da instalação apresentada na mostra, onde há um combate entre os limites da grade e os limites da fisicalidade do corpo, aqui representados pelas camisas, Nino questiona moldes e símbolos, criando o vazio a partir do que seria central.

Utilizando de cortes, cisões, tinta, manchas, rasgos, num processo de revelar desvãos entre as experiências subjetivas e as narrativas oficiais, o artista estabelece uma relação próxima da materialidade do papel no encontro com o universo advindo do conhecimento formal. Com a premissa de entender o corpo como molde que dá origem à objetos e espaços, o artista trabalha, por meio das obras apresentadas, o desenvolvimento deste questionamento. Viaja entre o passado e o presente nestas recombinações e, através de uma observação minuciosa, transcreve outras possíveis relações, recupera a sua investigação têxtil, processo por ele utilizado no início de suas pesquisas artísticas na faculdade e que está fortemente relacionada à sua própria história e pesquisa, para apresentá-las em um contexto mais consolidado e maduro.

Nino Cais investiga e produz outras páginas da história a partir da versão já contada e conhecida, indaga os limites entre o físico e o abstrato, entre o corpo e o mundo onde este habita.

Nino Cais [São Paulo, Brasil, 1969. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil] realizou exposições individuais na Fridman Gallery, Nova Iorque, EUA [2018]; Casa Triângulo, São Paulo, Brazil [2017]; Central Galeria, São Paulo, Brasil [2015] e Gachi Prieto Gallery, Buenos Aires, Argentina [2015]. Entre as exposições coletivas estão Against, Again: Art Under Attack in Brazil, Anya and Andrew Shiva Gallery, Johnfoy College, Nova Iorque, EUA [2020]; O que meu corpo sabe: Fotografias em fricção nas coleções EAV Parque Lage e Memória Parque Lage, EAV Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil [2019]; Waving and Wavering, Maryland Art Place, Baltimore, EUA [2018]; Ação e Reação, Casa do Brasil, Setor Cultural da Embaixada do Brasil, Madrid, Espanha [2018]; Queermuseu - cartografias da diferença na arte da brasileira, Santander Cultural, Porto Alegre, Brasil [2017]. Suas obras fazem parte de coleções públicas como as do Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, entre outras.


Casa Triângulo is pleased to present A Fábrica do Corpo Humano, Nino Cais’s second solo exhibition at the gallery.

Starting from the title of the exhibition alluding to the pioneering anatomy atlas "De Humani Corporis Fabrica", published in 1543 by Belgian doctor Andreas Vesalius, A Fábrica do Corpo Humano gather a set of collages and interventions made on pages of books, objects and photographs, combined with an installation consisting of a fence and a volume of shirts. Produced from a recurring theme in the artist's production, the body as the matrix of everything that exists in the world, the exposition explores the relationships between body and space.

"If the body at any time guides the construction of space, architecture also shapes and restricts the body" through this thought, Nino Cais highlights this relational complexity in his production, placing the body as the original point of reference for everything that surrounds it. Whether the artist registers himself in his photographs, relating to everyday objects, or even when he relies on canonical images, Nino questions the intermediation of objects with the body and the world. Searching for an original reference and exploring the limits of body within others, like the installation presented in the exposition, where there is a struggle between the limits of the grid and the limits of the physicality of the body, represented here by the shirts, Nino questions references and symbols, creating a void from what would be central.

Using cuts, splits, ink, stains and torns, in a process of revealing gaps between subjective experiences and official narratives, the artist establishes a relationship close to the materiality of paper in the encounter with the universe arising from formal knowledge. With the premise of understanding the body as a cast that gives rise to objects and spaces, the artist explores, through the works presented, the development of this questioning. He travels between the past and the present in these recombination’s and, through careful observation, transcribes other possible relationships, recovers his textile research, a process he used at the beginning of his artistic research in college and which is strongly related to his own history and work, to present them in a more consolidated and mature context.

Nino Cais investigates and produces other pages of history from the version already told and known, inquires the limits between physical and abstract, between the body and the world where it lives.

Nino Cais [São Paulo, Brazil, 1969. Lives and works in São Paulo, Brazil] held solo exhibitions at Fridman Gallery, New York, USA [2018]; Casa Triângulo, São Paulo, Brazil [2017]; Central Galeria, São Paulo, Brazil [2015] and Gachi Prieto Gallery, Buenos Aires, Argentina [2015]. Among the group exhibitions are Against, Again: Art Under Attack in Brazil, Anya and Andrew Shiva Gallery, Johnfoy College, New York, USA [2020]; O que meu corpo sabe: Fotografias em fricção at EAV Parque Lage e Memória Parque Lage collection, EAV Parque Lage, Rio de Janeiro, Brazil [2019]; Waving and Wavering, Maryland Art Place, Baltimore, USA [2018]; Ação e Reação, Casa do Brasil, Setor Cultural da Embaixada do Brazil, Madrid, Spain [2018]; Queermuseu - cartografias da diferença na arte da brasileira, Santander Cultural, Porto Alegre, Brazil [2017]. His works are part of collections such as Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brazil; Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brazil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brazil; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brazil, among others.

Posted by Patricia Canetti at 11:37 AM

7º Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça na FCS, Belo Horizonte

Belo Horizonte recebe exposição inédita e gratuita de arte contemporânea brasileira

Visitação vai seguir os procedimentos de segurança do protocolo Minas Consciente, com horário reduzido, higienização dos ambientes, entre outras medidas de enfrentamento à Covid-19; A exposição no Palácio das Artes reúne trabalhos dos artistas contemplados no Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça.

A partir do dia 3 de novembro (terça-feira) o Palácio das Artes, da Fundação Clóvis Salgado (FCS), em Belo Horizonte, recebe uma exposição inédita e gratuita de obras dos cinco artistas contemplados com o Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça. A entrada do público seguirá as diretrizes do protocolo Minas Consciente de enfrentamento à disseminação da Covid-19, com horário reduzido, distanciamento social, higienização e demais medidas sanitárias.

A exposição faz parta da 7ª edição da maior premiação das artes visuais do Brasil, uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A seleção de obras à disposição do público mineiro contará ainda com trabalhos da artista Anna Bella Geiger, homenageada nesta edição do Prêmio.

Os cinco artistas que levam os trabalhos para Belo Horizonte são Aline Motta (RJ), Dalton Paula (DF), Dora Longo Bahia (SP), Ismael Monticelli (RS) e Rodrigo Bueno (SP). Eles foram selecionados – entre mais de 600 inscritos de todo o país – por um júri composto pelos críticos e curadores como Cristiana Tejo, Daniela Bousso, Denise Mattar, Fabio Szwarcwald, Marília Panitz e Paulo Herkenhoff; Marcus Lontra, curador do Prêmio, também integrou o painel.

A iniciativa marca a continuidade do principal legado do Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça ao longo desses 15 anos: difundir a diversidade artística e valorizar a formação cultural e identitária da sociedade brasileira.

Além dos trabalhos dos artistas contemplados com o Prêmio, a exposição conta com 20 obras de Anna Bella Geiger, grande expoente da primeira geração de artistas conceituais latino-americanos e uma das artistas mais importantes do Brasil no século 20.

Segundo a presidente da Fundação Clóvis Salgado, Eliane Parreiras, a instituição recebe com enorme satisfação a exposição itinerante que compõe a sétima edição do Prêmio Marcantônio Vilaça, retomando a parceria com a CNI. “O Premio Marcantonio Vilaça é, sem dúvida, um dos mais importantes projetos brasileiros de arte contemporânea. É uma honra para a FCS retomar o funcionamento da Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, no Palácio das Artes, com essa grande exposição. Nosso reconhecimento ao importantíssimo papel da CNI, Sesi e Senai no desenvolvimento da cultura brasileira, com impacto econômico, social e humano. A indústria investindo, por meio das artes e da cultura, em inovação, reinvenção e diversidade cultural”.

O curador da mostra, Marcus Lontra, ressalta que a seleção deste ano “focou na diversidade cultural brasileira, selecionando artistas de gerações distantes, com trajetórias diferentes, indo de nomes consagrados a emergentes”. A edição atual da premiação foi pautada pela proposta de destacar o protagonismo feminino.
“A presença feminina é enorme na arte brasileira e pode ser percebida com muita clareza, especialmente na passagem do moderno para o contemporâneo; porém, nem sempre há o reconhecimento devido. Como o prêmio tem abrangência nacional, deve refletir, dentro do possível, as características da produção artistica brasileira”, comenta o curador.

Cada um dos cinco artistas premiados recebeu uma bolsa de R$ 50.000,00 e terá o acompanhamento profissional de um curador de arte por um ano.

MEDIDAS DE SEGURANÇA

Seguindo as orientações do programa Minas Consciente, protocolo para a retomada econômica de Minas Gerais, a Fundação Clóvis Salgado estabeleceu uma série de normas para a volta das atividades de suas galerias de forma segura.

Para evitar aglomerações, a galeria contará com sinalização nas áreas externas e internas para garantir distanciamento mínimo de 2 metros entre as pessoa durante a visitação. O uso de máscaras – tanto para visitantes quanto funcionários – será obrigatório.

Todos os ambientes do Palácio das Artes serão higienizados diariamente antes da abertura ao público e serão disponibilizados tapetes para a limpeza de calçados, assim como álcool em gel 70% para desinfecção das mãos. Para garantir maior segurança dos visitantes, a entrada de sacolas, mochilas e afins não será permitida para diminuir a contaminação dos espaços.

Serão permitidos até 12 visitantes por vez na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, que deverão seguir recomendações como evitar conversar, manusear telefone celular, ou tocar no rosto durante a permanência no interior do centro cultural; cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar; realizar a higienização das mãos ao entrar e sair do espaço; seguir sempre as instruções dos funcionários e não frequentar a galeria caso apresente qualquer sintoma de resfriado ou gripe.

Durante a primeira fase de retomada, a visitação de escolas e atividades educativas estão suspensas e só retornarão quando houver sinalização de estabilização da pandemia pelo Estado de Minas Gerais.

Posted by Patricia Canetti at 10:20 AM