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outubro 16, 2020

Participação de galerias e instituições na feira ArtRio 2020, Rio de Janeiro

A edição 2020 da feira ArtRio acontece na Marina da Glória, de 15 a 18 de outubro (por agendamento) e online até o dia 25 de outubro de 2020.

Abaixo consolidamos as informações recebidas pelo Canal Contemporâneo de algumas galerias e instituições participantes.

Athena Galeria de Arte (ArtRio Marina stand A4)
Alfredo Volpi, André Griffo, Antonio Dias, Desali, Frederico Filippi, Glauco Rodrigues, Matheus Rocha Pitta, Raquel Versieux, Rodrigo Bivar, Ubi Bava, Vanderlei Lopes

C.Galeria (ArtRio Online)
Bruno Weilemann, Diego de Santos, Eloá Carvalho, João Paulo Racy, Marcos Duarte, Maria Fernanda Lucena, Paul Setúbal, Piti Tomé, Rafael Bqueer, Ruan D'Ornellas, Vitor Mizael

Carbono Galeria (ArtRio Online)
Abraham Palatnik, Bettina Vaz Guimarães, Clara Veiga, Claudio Tozzi, Fernanda Naman, Iran do Espírito Santo, Julio Le Parc, Mano Penalva, Maria-Carmen Perlingeiro, Paloma Bosquê, Raul Mourão, Regina Parra, Shirley Paes Leme, Vivian Caccuri

EAV Parque Lage (ArtRio Marina)
Na edição da ArtRio 2020, Antonio Dias, Brígida Baltar, Cristiano Lenhardt, Ernesto Neto, Iole de Freitas, Laura Lima, Lucia Laguna, Luiz Zerbini e Rafael Alonso compõem a seleção de artistas da Coleção AMIGO EAV que poderá ser vista na feira.

Galeria Estação (ArtRio Online)
Dan Coopey, Moisés Patrício

Fortes D’Aloia & Gabriel (ArtRio Marina stand B3)
Adriana Varejão, Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, Barrão, Carlos Bevilacqua, Cristiano Lenhardt, Efrain Almeida, Erika Verzutti, Gokula Stoffel, Iran do Espírito Santo, Jac Leirner, Janaina Tschäpe, João Maria Gusmão & Pedro Paiva, Leda Catunda, Lucia Laguna, Luiz Zerbini, Mauro Restiffe, Nuno Ramos, OSGEMEOS, Rodrigo Cass, Sarah Morris, Sergej Jensen, Tiago Carneiro da Cunha, Valeska Soares

Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea (ArtRio Online)
Ana Muglia, André Andrade, Anna Helena Cazzani, Anna Paola Protasio, Bel Barcellos, Caroline Veilson, Manoel Novello, Manoel Veiga, Marcus André, Mercedes Lachmann, Ricardo Becker, Rosângela Dorazio, Valéria Costa Pinto

Janaina Torres Galeria (ArtRio Marina)
Andrey Zignnatto, Ricardo Siri, Sandra Mazzini

Galeria Kogan Amaro (ArtRio Online)
Alan Fontes, Bruno Miguel, Felipe Góes, Gabriel Botta, Mirela Cabral, Samuel de Saboia, Tangerina Bruno

LURIXS: Arte Contemporânea (ArtRio Online)
Amalia Giacomini, Coletivo MUDA, Elizabeth Jobim, Gustavo Prado, Hélio Oiticica, Hildebrando de Castro, José Bechara, Luciano Figueiredo, Lygia Clark, Lygia Pape, Manuel Caeiro, Mauricio Valladares, Paulo Climachauska, Raul Mourão, Renata Tassinari, Ricardo Alcaide, Valdirlei Dias Nunes, Vicente de Mello

MAM Rio (ArtRio Marina)
O MAM Rio lança a 7ª edição do Clube de Colecionadores em seu estande na ArtRio. O novo conjunto (R$ 12 mil) apresenta quatro foto-performances de Ana Beatriz Almeida, Ayrson Heráclito, Paula Scamparini e Rafael Bqueer, impressas em papel algodão. Pela primeira vez, o museu lançará simultaneamente duas edições especiais, com tiragem de 30 exemplares cada: uma fotolitografia de Luiz Zerbini (R$ 12 mil), na qual o artista experimenta com a impressão direta de folhas, frutas, cascas e espinhos; e um ready-made de Marcos Chaves (R$ 7 mil), que explora o tema da polarização no Brasil atual.

Marcia Barrozo do Amaral - Galeria de Arte (ArtRio Marina stand D2-3)
Ascânio MMM, Fernando Leite, Luiz Philippe, Ronaldo do Rego Macedo

Galeria Marília Razuk (ArtRio Online)
Alexandre Canonico, Alexandre Wagner, Amadeu Luciano Lorenzato, Ana Luiza Dias Batista, Bruno Faria, Carolina Martinez, Hilal Sami Hilal, José Bechara, Maria Laet, Renata Tassinari, Rodrigo Bueno, Sérgio Romagnolo, Vanderlei Lopes

Matias Brotas Arte Contemporânea (ArtRio Marina stand D8)
Adrianna EU, Andrea Brown, Antonio Bokel, José Bechara, Mai-Britt Wolthers, Manfredo de Souzanetto, Marcelo Macedo, Matias Mesquita, Raphael Bianco, Sandro Novaes, Suzana Queiroga, Vanderlei Lopes

Mercedes Viegas Arte Contemporânea (ArtRio Online)
Adalberto Mecarelli, Amilcar de Castro, Anna Maria Maiolino, Antonio Bokel, Cela Luz, Duda Moraes, Eduardo Coimbra, Elvis Almeida, Everardo Miranda, Goia Mujalli, Jaqueline Vojta, Julio Villani, Maria Baigur, Regina de Paula, Robert Kelly

Galeria Millan (ArtRio Marina stand B2)
Afonso Tostes, Ana Prata, Artur Barrio, David Almeida, Dudi Maia Rosa, Emmanuel Nassar, Felipe Cohen, Henrique Oliveira, José Damasceno, Paulo Pasta, Paulo Whitaker, Rafael Alonso, Regina Parra, Rodrigo Andrade, Tatiana Blass, Thiago Martins de Melo, Túlio Pinto, Tunga

Galeria Murilo Castro (ArtRio Online)
Almandrade, Anna Bella Geiger, Christus Nóbrega, Juliana Gontijo, Luiz Hermano, Marcos Coelho Benjamim

Galeria Nara Roesler (ArtRio Marina C4)
Apresenta uma seleção de artistas latino-americanos e europeus, históricos e contemporâneos. A seleção de artistas inclui obras de Abraham Palatnik, Amelia Toledo, Angelo Venosa, Artur Lescher, Brígida Baltar, Bruno Dunley, Carlito Carvalhosa, Cristina Canale, Daniel Buren, Daniel Senise, Eduardo Coimbra, José Patrício, JR, Julio Le Parc, Laura Vinci, Marcos Chaves, Milton Machado, Raul Mourão Sérgio Sister e Vik Muniz.

Silvia Cintra + Box4 (ArtRio Marina)
Alice Quaresma, Amilcar de Castro, Ana Maria Tavares, André Dahmer, Andrea Rocco, Carlito Carvalhosa, Chiara Banfi, Cinthia Marcelle, Daniel Senise, Iole de Freitas, Isidora Gajic, Laercio Redondo, Manoela Medeiros, Marcius Galan, Miguel Rio Branco, Nelson Leirner, Pedro Motta, Roberto Magalhães, Rodrigo Matheus, Sebastião Salgado

Simone Cadinelli Arte Contemporânea (ArtRio Online)
Claudio Tobinaga, Gabriela Noujaim, Isabela Sá Roriz, Jeane Terra, Jimson Vilela, Leandra Espírito Santo, Pedro Carneiro, Roberta Carvalho, Ursula Tautz, Virgínia Di Lauro

Casa Triângulo (ArtRio Online)
Albano Afonso, Ascânio MMM, avaf, Eduardo Berliner, Ivan Grilo, Lucas Simões, Lyz Parayzo, Mariana Palma, Paul Setúbal, Sandra Cinto, Thiago Rocha Pitta, Tony Camargo, Valdirlei Dias Nunes, Vânia Mignone

Vermelho (ArtRio Marina stand A7)
Ana Maria Tavares, Cadu, Carlos Motta, Claudia Andujar, Dias & Riedweg, Dora Longo Bahia, Fabio Morais, Henrique Cesar, Lia Chaia, Marcelo Cidade, Marcelo Moscheta, Rosângela Rennó, Tania Candiani.

Zipper (ArtRio Marina stand A6)
Adriana Duque, André Feliciano, Camila Soato, Camille Kachani, Celina Portella, Daniel Escobar, Felipe Cama, Fernando Velázquez, Flávia Junqueira, Hildebrando de Castro, James Kudo, Janaina Mello Landini, João Castilho, Marcelo Tinoco, Pedro Varela, Rodrigo Braga, Teresa Viana.
Para a seção MIRA, dedicada à videoarte, a artista Katia Maciel teve três trabalhos selecionados: “Noitedia” (2011), “Desarvorando” (2006) e “Pontes de árvores” (2011; este desenvolvido em parceria com André Parente). A curadoria do setor é de Victor Gorgulho.

Posted by Patricia Canetti at 11:29 AM

outubro 15, 2020

Frederico Filippi na Leme, São Paulo

Sábado, dia 19 de setembro de 2020, abre virtualmente a exposição individual Terra de Ninguém do artista Frederico Filippi na Galeria Leme. Com curadoria de Thais Rivitti, a exposição mostra um recorte de trabalhos recentes do artista, divididos em três núcleos: oito pinturas sem título, obras da série Seiva e a instalação Carne de Caça. A primeira exposição a abrir no espaço após o fechamento em decorrência da pandemia de Covid-19 – e ainda sob condições especiais de visitação – a mostra reflete sobre a relação do homem com o ambiente em que vive, enfocando, sobretudo, questões brasileiras dentro dessa temática.

Acessar Visita Virtual em 3D e Viewing Room

As oito novas pinturas, com dimensões variadas, trazem pequenas paisagens que mostram uma natureza em transformação. São imagens algo nebulosas, feitas com a mediação de reproduções fotográficas, que se abrem num fundo preto. O suporte das pinturas não é a tela branca comumente usada por pintores, mas uma placa de borracha preta. O material traz consigo, ao mesmo tempo, a lembrança do látex natural e do processo industrial que transforma a matéria prima em produto pronto para o consumo.

As obras da série Seiva mostram lameirões de caminhão (também feitos com a mesma borracha preta das pinturas) que o artista encomenda com as palavras “fogo”, “ouro” e “mercúrio”. São “objetos- pinturas” que nascem com a vocação de rodar o Brasil em caminhões que trafegam pelas rodovias fazendo o transporte das mais diversas cargas. Na galeria, esses objetos condensam, de algum modo, o percurso das estradas fazendo-nos pensar sobre os possíveis encontros dessas “palavras - signos - elementos” com a paisagem que atravessam.

A instalação Carne de Caça, reúne partes de um carro queimado sobre as quais o artista desenha com asfalto. Essa carcaça desmembrada é novamente recomposta na galeria, lembrando um pouco as montagens de animais extintos em museus de História Natural. Os desenhos dessas padronagens sobre a superfície das peças evoca a pele de alguns mamíferos, criando, novamente, uma intersecção inesperada entre a máquina (o carro, a indústria) e o corpo vivo (o animal, a natureza).

Um dos artista mais provocativos de sua geração, Frederico Filippi vem construído uma obra que indaga sobre as consequências de ações predatórias sobre a natureza, sobre a aniquilação de modos de vida tradicionais, sobre um estreitamento de visão sobre o mundo decorrente na hegemonia do pensamento branco, ocidental e científico em diversos campos do conhecimento. Seu trabalho coloca em relação fatos atuais com processos históricos longos, como a colonização do território americano. Articulando processos econômicos, simbólicos e políticos o trabalho do artista traz a tona os principais impasses colocados para pensarmos o presente.

Sobre o artista

Frederico Filippi. São Carlos, Brasil, 1983. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

Com procedimentos variados e técnicas dispersas, a centralidade das imagens presentes em suas investigações muitas vezes partem da influência que recebe dos temas da antropologia - especificamente da etnologia ameríndia - como a pesquisa de campo, os resíduos imagéticos de encontros de mundos diferentes e a diagramação de informações aparentemente caóticas em um contexto novo. Para isso, ao mesmo tempo que se debruça sobre objetos e materiais para produzir pinturas, desenhos e instalações, também leva a cabo pesquisas mais extensas em processos de deslocamento e residências que acabam por produzir uma ação sobre a realidade, mesmo que ínfima, de modo a introduzir um ruído na imagem geral. Cada vez mais a agência invisível dos objetos e das informações tem se tornado um ponto de encontro em seu processo, de forma que o artista não se abate sobre uma técnica verticalmente, mas transita de acordo com a sondagem e encontra em diferentes materiais e ações caminhos para tornar visíveis estes procedimentos.

Exposições individuais: Cobra Criada, Galeria Athena, Rio de Janeiro, Brasil (2019); O sol, o jacaré albino e outras mutações, Galeria Athena Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil; Fogo na Babilônia, Pivô, São Paulo, Brasil; Desvío, KIOSKO, Santa Cruz de la Sierra, Bolívia (2015); Deuses Impostores, IBEU- Rio de Janeiro, Brasil (2014).

Exposições coletivas: Triangular: arte deste século, Casa Niemeyer, Brasília, Brasil; O Que Não É Floresta É Prisão Política, Galeria Reocupa - Ocupação 9 de Julho, São Paulo, Brasil (2019); ⦿, Galeria Leme, São Paulo, Brasil; Com o ar pesado demais para respirar, Galeria Athena Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil; Caixa-Preta, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, Brasil; Que barra, Ateliê 397, São Paulo, Brasil; ROCESSOS EM TRÂNSITO | Livros de Artista 2018, Galeria da Câmara de Matosinhos, Matosinhos, Portugal (2018); IN MEMORIAM, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil (2017); Próprio-impróprio, Galeria Leme, São Paulo, Brasil; Photo Biennale, Cities and Memory, Bienal de Fotografia e Filme, Brandts, Dinamarca; Totemonumento, Galeria Leme, São Paulo, Brasil (2016); Aparição, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil; Até Aqui Tudo Bem, Inside the White Cube, White Cube, São Paulo, Brasil (2015); entre outras.

Prêmios e residências artísticas: Intervalo-Escola: Intervalo em curso, Casa do Rio e Reserva de Desenvolvimento Sustentável Igapó Açu, Amazônia, Brasil (2017); Kiosko, Santa Cruz de la Sierra, Bolívia; El Ranchito Matadero, Madri, Espanha (2015); Bolsa Pampulha, Museu da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil; Prêmio Novíssimos, Galeria IBEU, Rio de Janeiro, Brasil; La Ene, Buenos Aires, Argentina (2013); 5º RedBull House of Art, São Paulo, Brasil (2011).

O seu trabalho integra a coleção do MAR - Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil e Casa da Cultura da América Latina na Universidade de Brasília.

Posted by Patricia Canetti at 1:45 PM

Cosmococa no MAM, Rio de Janeiro

MAM Rio inaugura mostra com imagens oferecidas em doação por Neville Dalmeida e pelo Projeto Hélio Oiticica

Em 17 de outubro de 2020 (sábado), o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) abrirá a exposição Cosmococa - programa in progress: núcleo poético de Quasi-Cinema, com cinco imagens fotográficas oferecidas em doação ao museu pelo Projeto Hélio Oiticica e pelo cineasta Neville Dalmeida. Com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, a seleção envolve imagens originalmente feitas em slide para serem projetadas nos ambientes dos Bloco-Experiências in Cosmococa - programa in progress, criados em 1973, em Nova York, pelo artista carioca Hélio Oiticica (1937-1980) em parceria com o cineasta mineiro Neville Dalmeida.

Em resposta à oferta de doação, o museu apresenta uma mostra-resumo dos experimentos Quasi-Cinema, conceito de Hélio Oiticica para a busca de alternativas críticas às poéticas cinematográficas convencionais, voltadas para o movimento ilusionista, para a sincronização entre sonoridade e ação, e para o papel meramente contemplativo do observador.

Em adição às cinco imagens de Cosmococa, a exposição inclui outros experimentos de Hélio Oiticica com Quasi-Cinema, como slides da série Neyrótika e da série TV Shot, transferidos a fotografia, e o filme mudo Agripina é Roma-Manhattan (feito em Super 8). Complementam a mostra os filmes Héliophonia (2002), de Marcos Bonisson, e Cosmo Cápsulas (2001), de Cesar Oiticica Filho.

A mostra antecede a grande exposição “Hélio Oiticica: a dança na minha experiência”, curada por Adriano Pedrosa e Tomás Toledo e correalizada pelo Museu de Arte de São Paulo (MASP) e pelo MAM. Essa exposição está em cartaz em São Paulo e virá em seguida ao Rio.

Posted by Patricia Canetti at 1:08 PM

Grupo de 21 artistas e Galeria Amparo 60 lançam o projeto Enxertia

A Enxertia pode ser definida como um método utilizado por especialistas que trabalham com plantas e que consiste na união dos tecidos de duas de espécies diferentes. Enxertia é o nome do projeto capitaneado por um grupo de 21 artistas e pela Galeria Amparo 60, que começa a sair do papel no próximo dia 15 de outubro de 2020. A ideia é, justamente, permitir o agrupamento de trabalhos e propostas poéticas distintas, numa conversa, numa nova possibilidade de trocas e sobrevivências.

Foi assim, interessados nessas estratégias de fortalecimento mútuo, que biarritzzz, Caetano Costa, Clara Moreira, Célio Braga, Cristiano Lenhardt, Fefa Lins, Fernando, Augusto, Francisco Baccaro, Iagor Peres, Isabela Stampanoni, Izidorio Cavalcanti, Josafá Neves, José Paulo, Juliana Lapa, Kildery Iara, Lia Letícia, Lourival Cuquinha, Mariana de Matos, Marie Carangi, Ramonn Vieitez e Ramsés Marçal se juntaram para dar corpo ao Enxertia. O nome foi uma sugestão d a artist a Kildery Iara. As obras passam a ser parte de um enxerto, unem-se umas às outras, formando corpos híbridos que juntos ampliam suas possibilidades de discursos, de sobrevivência, além de compartilhar forças.

Segundo a artista Juliana Lapa, o projeto começou a se desenhar em junho, durante o isolamento social, em conversas com outros artistas e com a galerista Lúcia Costa Santos. Inicialmente, a proposta era criar uma rede de apoio que pudesse garantir um suporte aos artistas durante a pandemia, mas que também gerasse diálogos, trocas, experimentações. Enxertia terminou desenhando-se como uma espécie de exposição virtual, com poéticas de artistas pernambucanos e de outros estados que de algum modo se relacionam com a cena do Pernambuco. A exposição é costurada a partir do olhar apurado da curadora Ariana Nuala e tem uma proposta comercial colaborativa, na qual todos ganham. (Ler texto curatorial e apresentação das coleções.)

Neste mês, o grupo junto com a Amparo 60 lançam a primeira coleção do projeto — serão três até o final do ano — com sete conjuntos, cada um contendo o trabalho de três dos 21 artistas. A exposição virtual pode ser conferida nas redes e e-commerce da Amparo 60. A galeria ficou responsável pela logística comercial. O projeto está sintonizado com todo o trabalho que a Amparo vem desenvolvendo nos últimos meses, apostando em iniciativas que pretendem incentivar os jovens colecionadores e o colecionismo. Os conjuntos serão comercializados por R$ 7.000, sendo o valor dividido igualmente entre todos os artistas, a curadora, a galeria e o Sítio Ágatha (instituição escolhida pelo projeto para apoiar).

A curadora Ariana Nuala se debruçou sobre os trabalhos disponibilizados pelos 21 artistas buscando pontos de convergência e também de divergência, criando uma narrativa e uma primeira junção de obras. “Pensar em enxertia, é pensar em um processo de frutificação, porque ela fala um pouco sobre uma pulsão de vida e morte entre dois corpos que estão em momentos distintos e a reunião desses corpos para criar um corpo híbrido. Ela se dá dentro de uma observação de elementos e se propõe a um agenciamento que é feito por uma criação de tecnologia. Essa criação de tecnologia, enquanto processos de articulação entre corpos, se torna muito importante para a gente refletir sobre um projeto que está pensando o mercado e a venda de obras e como a gente pode trazer um caráter mais crítico para ele, uma perspectiva de fortalecimento, onde a gente consiga também discutir sobre território. Então, quando Iara traz para mim esse repertório e essa ideia de enxertia, eu acho que coloca a prova todas as nossas relações diante do projeto, a nossa distribuição e como a gente se relaciona entre si e quais são as disponibilidades realmente para uma troca mútua”, explica a curadora. A Força, o gesto, o corpo e o território terminaram desenhando-se como chaves para os diálogos propostos por Ariana.

Nos meses de novembro e dezembro, o grupo deve lançar outras duas novas coleções, cada uma com sete conjuntos, trazendo novas obras ou mesmo novas combinações. Além do lançamento e comercialização dos trabalhos, o grupo pretende movimentar os canais de comunicação digital da Amparo 60 com a proposta de conversas entre os artistas e curadora.

Posted by Patricia Canetti at 10:42 AM

outubro 14, 2020

Tomie Ohtake: Poesia se medita + Vídeos #Juntos Distantes no Tomie Ohtake, São Paulo

Em Tomie Ohtake: Poesia se medita, exposição de longa duração que ocupa a sala especial dedicada à artista, a proposta curatorial relaciona a sua obra com a poesia oriental, sobretudo o haicai – poesia de síntese, a arte da forma elementar, dos gestos conscientes e objetivos. “Como na obra de Tomie, o haicai busca atingir a experiência pela essência da linguagem”, completa a curadora Luise Malmaceda, do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake.

O título da exposição "Tomie Ohtake: poesia se medita", foi retirado de um poema do Haroldo de Campos, em “Teoria e prática do poema”, 1952: “o Poema se medita/ como um círculo medita-se em seu centro/ como os raios do círculo o meditam/ fulcro de cristal do movimento”.

Segundo a curadora, foram selecionadas obras que se estruturam verticalmente, como nos haicais japoneses, gravuras e pinturas de gestos sintéticos e objetivos, que por vezes denotam traço caligráfico, e o álbum YU-GEN, com 12 gravuras (1997). Na série que compõe o álbum, a arte de Tomie é sobreposta com poemas concretos inspirados no Japão de Haroldo de Campos. Uma obra realizada a quatro mãos, em que o texto manuscrito pelo próprio poeta e reconhecido tradutor de poesia japonesa também vira imagem e contracena em equilíbrio com os desenhos impregnados pelas formas e cores da artista.

As gravuras reunidas na mostra refletem como Tomie soube inovar também nesta técnica, pela qual ganhou reconhecimento internacional a partir de 1972, quando foi convidada a participar da sala Grafica D’Oggi na Bienal de Veneza - exposição que contou com a presença dos mais importantes artistas do mundo, como os norte-americanos da Pop Art -, além de sua participação na Bienal de Gravura de Tóquio, em 1978, tradicional mostra internacional desta linguagem.

Vídeos #Juntos Distantes

Durante a pandemia, a convite do Instituto Tomie Ohtake, 40 dos mais influentes pensadores e artistas se engajaram gentilmente neste projeto que reuniu depoimentos sobre a questão do isolamento. Toda a semana, de abril a setembro, foram postados os vídeos e 3 a 6 minutos nas plataformas digitais do Instituto. O conjunto, que será projetado em uma das salas expositivas, é uma rara oportunidade de conferir a reflexão sobre este período sem precedentes no panorama mundial, de figuras da filosofia, da literatura, da música, do cinema, da dança e das artes visuais. Seguem os nomes por ordem das postagens: Agnaldo Farias; Muniz Sodré (2min56s); Regina Silveira (6min11s); Eliane Robert Moraes( 5min52s); Peter Pál Pelbart (2min58s); Bob Wolfenson ( 3min27s); Denise Stoklos (4min23s); Eliana Souza Silva (4min15s); Amir Labaki (6min14s); Ana Paula Simioni (6min); Leda Catunda (5min11s); Renata Carvalho (3min06s); Ismael Ivo (3min01s); Renato Janine Ribeiro (4min59s); Regina Parra (3min22s); Elisa Lucinda (5min14s);Rodolfo Stroeter (4min57s);Tata Amaral (4min38s); Renata Felinto (3min59s); Joice Berth ( 5min35s); Queila Rodrigues (6min41s); Fadzai Muchemwa (3min16s); Hélio Goldsztejn (5min44s); Maria Rita Kehl (5min02s); Cadu (2min58s); Lais Myrrha (3min30s); Tiago Mestre (4min57s); Andre Mehmari (3min43s); Janaina Leite (3min31s); Nino Cais (4min05s); Christian Cravo (3min04s); Ukhona Mlandu (4min57s); José Gregori (3min28s); Renata Bittencourt (5min09s); Walmor Corrêa (6min32s); Arrigo Barnabé (1min40s); Carmela Gross (5min32s); Danilo Ramos (3min25s); Mahfouz Ag Adnane (4min01s); Ricardo Ohtake (5min41s).

Posted by Patricia Canetti at 4:19 PM

Mariana Palma no Tomie Ohtake, São Paulo

Em Lumina, mostra retrospectiva e primeira individual de Mariana Palma em uma instituição cultural na capital paulista, estão reunidos cerca de 50 trabalhos que repassam os quase vinte anos de carreira da artista, fundamentada, sobretudo, na pintura e no desenho. Segundo a curadora Priscyla Gomes, o conjunto de obras demonstra a recorrência com que a artista se refere à ideia de integração de partes e de superfícies que se tocam e atritam dando forma a um novo corpo.

Articulando composições ricas em texturas, quase sempre com cores intensas, a obra de Palma provoca a ilusão de sensações táteis, seduzindo o olho do espectador. Segundo a curadora, Lumina, que dá nome à mostra, se refere ao mito de Orfeu, sintetizado no instante em que ele fica cara a cara com Eurídice e a luz dos seus olhos emite um raio em sua direção. (Orfeu foi buscar a amada no mundo dos mortos e conseguiu libertá-la com a promessa de não olhar para trás, mas sucumbiu).

Na exposição, como uma série de atos, tal qual uma ópera adaptada, o visitante percorre diversos momentos do trabalho de Palma. “Explorando elementos provenientes da botânica, de estampas, organismos marítimos e fragmentos arquitetônicos, Palma aborda a interpenetração de corpos, destaca alternâncias entre instantes de tensão e expansão, e compõe infindáveis universos frutos da exploração de luz e sombra”, pondera Gomes.

O percurso pelo espaço expositivo inicia-se com uma série de aquarelas, pinturas e fotografias que corroboram com a mitologia dos amantes. Aos poucos, a narrativa traz, por intermédio de pinturas em grande formato, as idas e vindas dessa trajetória. Para a curadora, o encontro é materializado por uma instalação em que frutos de palmeiras, tal qual duas cascatas, vertem-se em uma bandeja de líquido viscoso. “Palma constrói por intermédio do jorro das plantas uma metáfora pujante do possível encontro desses corpos fatidicamente cindidos”.

Os demais atos exploram a atmosfera da busca de Orfeu por Eurídice, destaca a curadora. Obscuridade e renascimento são fios condutores da aproximação dos trabalhos. Segundo Gomes, esses dois polos explorados são determinantes à compreensão da multiplicidade do léxico da artista. “Embora a profusão de elementos, aliada à intensidade do uso da cor, salte aos olhos no primeiro fitar das obras de Palma, a sutileza e rigor com que a artista articula cada camada sucessiva de tinta desvela um processo lento e meticuloso somente evidente quando nos debruçamos sobre a superfície planar de suas pinturas”, conclui.

Posted by Patricia Canetti at 3:44 PM

Artur Lescher na Nara Roesler, Rio de Janeiro

A Galeria Nara Roesler | Rio de Janeiro orgulha-se em apresentar Inverso do infinito, individual do paulista Artur Lescher. A mostra apresenta dez trabalhos inéditos do artista produzidos entre 2018 e 2020, que sintetizam e desdobram muitos dos elementos que constituem sua prática escultórica original.

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Artur Lescher inscreve-se como um dos principais expoentes da escultura contemporânea brasileira, justamente pela capacidade de articular fundamentos deste gênero a partir de um olhar atual e aprofundado. Sua produção renova a herança do rigor formal geométrico das vanguardas russas de Vladimir Tatlin e Kazimir Malevich, assim como da sinuosidade de Jean Arp e Constantin Brancusi. Este último é uma referência inegável para o artista, não só pela verticalidade pronunciada das estruturas de Lescher, mas também pela polidez especular da superfície que ao refletir e distorcer o espaço, colocam o espectador, ou sua imagem, dentro da obra.

Se por um lado Brancusi inovou ao desintegrar a separação entre objeto escultórico e espaço expositivo, tanto ao abolir quanto ao integrar o pedestal na escultura, Lescher se vale de uma estratégia similarmente radical, deixando suas estruturas suspensas no espaço. Nos últimos anos, Lescher tem se voltado para uma pesquisa plástica em que um dos principais elementos que constitui suas peças é a gravidade. Os percursos dessa investigação têm sido revelados em exposições individuais em instituições de renome, como Porticus (2017) no Palais d’Iéna, em Paris, e Suspensão (2018), uma grande retrospectiva na Pina Estação, em São Paulo.

Na tradição escultórica a gravidade é o fenômeno físico responsável por originar a dicotomia entre leveza e peso. É na tensão e no equilíbrio entre esses elementos que Lescher cria suas estruturas a partir da manipulação da matéria e de sua disposição no espaço, conduzindo a percepção do público. A quase totalidade dos trabalhos apresentados nesta exposição aparecem suspensas na galeria. Essa solução formal acentua a ação da gravidade, força que rege a hierarquização da atração entre os corpos, e logo nos remete à corporeidade tanto do objeto escultórico como do observador a partir da ocupação espacial.

Rio Léthê #13, de 2020, pode ser considerada como um ponto de inflexão na mostra, não só por ser o único trabalho de parede, mas pela sua materialidade e forma. Sua fluidez ondulante é resultado de um processo investigativo que vem se desenvolvendo a mais de quinze anos na prática de Artur Lescher. A partir de materiais como feltro ou aço, o artista cria formas sinuosas que integram a série Rios. Na mitologia grega Léthê é o curso de água que conduz ao Hades e ao esquecimento. Aqui, ele parece expressar o movimento de contínua reelaboração da lembrança, a memória dos próprios processos e formas que constituem o cerne da prática de Lescher e que ao serem revisitados retornam não como repetição, mas com a potência da diferença.

Inverso do Infinito, individual de Artur Lescher, ficará em cartaz na Galeria Nara Roesler, Rio de Janeiro, de 13 de outubro até 23 de outubro de 2020. A visitação será feita a partir de agendamento prévio.


Galeria Nara Roesler | Rio de Janeiro is proud to present Inverso do infinito [The Inverse of the Infinite], a solo presentation by Artur Lescher. The exhibition features ten recent works produced between 2018 and 2020 by the artist. The works synthesize and unfold many of the elements that constitute Lescher’s original sculptural practice.

Artur Lescher is inscribed as one of the main exponents of contemporary Brazilian sculpture, precisely because of his ability to articulate principles of the genre from a current and in-depth perspective. His production renews the heritage of the Russian avant-garde’s formal geometric rigor in the likes of Vladimir Tatlin and Kazimir Malevich, as well as the sinuosity of Jean Arp and Constantin Brancusi. The latter is an undeniable reference for the artist, not only for the pronounced verticality of Lescher’s structures, but also for the specular politeness of the surface that, when reflecting and distorting the space, places the audience, or their image, within the work.

On the one hand, Brancusi innovated by disintegrating the separation between sculptural object and exhibition space, both by abolishing and by integrating the pedestal into the sculpture—Lescher uses a similarly radical strategy, leaving his structures suspended in space. In recent years, Lescher has turned to a visual research in which one of the main elements that make up his pieces is gravity. The paths of this investigation have been revealed in individual exhibitions at renowned institutions, such as Porticus (2017) at the Palais d’Iéna, in Paris, and Suspensão [Suspension] (2018), a major retrospective at Pina Estação, in São Paulo.

In sculptural tradition, gravity is the physical phenomenon responsible for originating the dichotomy between lightness and weight. It is in the tension and balance between these elements that Lescher creates his structures, based on the manipulation of matter and its disposition in space, guiding the public’s perception. Almost all the works presented in this exhibition are suspended in the gallery. This formal solution accentuates the action of gravity, a force that governs the hierarchy of attraction between bodies, and promptly points us to the corporeality of both the sculptural object and the observer in its spatial occupation.

Rio Léthê # 13 (2020) can be considered an inflection point in the show, not only because it is the only work placed on a wall, but also because of its materiality and shape. Its undulating fluidity is the result of an investigative process that Artur Lescher has been developing for over fifteen years. The artist creates sinuous shapes from materials such as felt or steel, that are part of the Rios series. In Greek mythology Léthê is the watercourse that leads to Hades and oblivion. Here, it seems to express the movement of continuous re-elaboration of memory, the memory of the very processes and forms that are at the heart of Lescher’s practice and which, when revisited, return not as repetition, but with the power of difference.

Inverso do infinito [The Inverse of the Infinite], a solo show by Artur Lescher, will be on display at Galeria Nara Roesler, Rio de Janeiro, from October 13 to December 23, 2020. The visitation will be made by prior appointment.

Posted by Patricia Canetti at 11:40 AM

Exposição 7º Prêmio EDP nas Artes no Tomie Ohtake, São Paulo

Realizado pelo Instituto Tomie Ohtake e EDP, com o apoio do Instituto EDP, a sétima edição do Prêmio EDP nas Artes culmina nesta exposição dos 10 artistas selecionados: Arivanio Alves, Quixelô – CE; Davi de Jesus do Nascimento, Pirapora – MG; Uýra, Manaus – AM; Érica Storer de Araújo, Curitiba – PR; Felipe Rezende, Salvador – BA; Gu da Cei, Ceilândia – DF; Hariel Revignet, Goiânia – GO; Luana Vitra, Contagem – MG; Talles Lopes, Anápolis – GO e Yná Kabe Rodríguez, Brasília – DF.

No dia 16/10 serão conhecidos por vídeo nas redes do Instituto Tomie Ohtake os três premiados entre os dez selecionados do total de 456 inscritos, provenientes de 21 Estados brasileiros e do Distrito Federal. Foram pré-selecionados 20 nomes, mediante análise de portfólio, desempenhada por um júri composto pelos artistas Arthur Chaves, Dora Longo Bahia e Elilson (premiado na edição anterior) e pelos curadores Amanda Carneiro e Theo Monteiro. Após entrevistas individuais por vídeo-chamada, definiu-se a lista dos 10 selecionados. O grupo recebeu acompanhamento personalizado da equipe de jurados para o processo de realização das respectivas obras. Este acompanhamento, oportunidade rara para jovens artistas, implementa os critérios para a escolha dos três premiados, que ganham viagens internacionais.

Voltado para estimular a produção artística contemporânea, o Prêmio EDP nas Artes é dedicado a jovens artistas de todo o Brasil, nascidos ou residentes no país há pelo menos dois anos, com idade entre 18 e 29 anos. A iniciativa, além da premiação, contempla uma série de atividades ao longo do ano, como cursos, palestras, lives e workshops em regiões brasileiras onde o acesso à arte contemporânea é mais restrito.

Posted by Patricia Canetti at 11:04 AM

Maxwell Alexandre na Fundação Iberê, Porto Alegre

Depois de passar pelo Museu de Arte Contemporânea de Lyon, exposição de Maxwell Alexandre sobre o cotidiano na Rocinha chega à Fundação Iberê

A Fundação Iberê abre no dia 17 de outubro a exposição “Pardo é Papel”, do jovem artista carioca Maxwell Alexandre. A mostra – promovida pelo Instituto Inclusartiz, de Frances Reynolds – foi inaugurada com sucesso em novembro de 2019, no MAR (Rio de Janeiro), onde alcançou o feito de receber mais de 60 mil visitantes. Aos 29 anos, Maxwell retrata em sua obra uma poética que passa pela construção de narrativas e cenas estruturadas a partir da vivência cotidiana pela cidade e na Rocinha, onde nasceu, trabalha e reside.

“Ao visitar a exposição de Maxwell Alexandre no MAR, tive a certeza da importância de “Pardo é Papel” em Porto Alegre pela visão social de sua obra e, também, pela oportunidade de abrir nossas portas à nova geração de artistas que se destacam internacionalmente”, destaca Emilio Kalil, diretor-superintendente da Fundação Iberê.

Com obras no acervo do MAR, Pinacoteca de São Paulo, MASP, MAM-RJ e Perez Museu, o artista carioca apresenta “Pardo é Papel” no Brasil após levar sua primeira exposição individual ao Museu de Arte Contemporânea de Lyon, na França. Resultado de uma residência na Delfina Foundation promovida pelo Instituto Inclusartiz, em Londres, a mostra tem patrocínio do Grupo PetraGold.

A sensibilidade da realidade social do Rio de Janeiro

O início de ‘Pardo é Papel’ remete a maio de 2017, quando o artista pintou alguns autorretratos em folhas de papel pardo perdidas no ateliê. Nesse processo, além da sedução estética potente, ele percebeu o ato político e conceitual que está articulando ao pintar corpos negros sobre papel pardo, uma vez que a “cor” parda foi usada durante muito tempo para velar a negritude.

“O desígnio pardo encontrado nas certidões de nascimento, em currículos e carteiras de identidades de negros do passado, foi necessário para o processo de redenção, em outras palavras, de clareamento da nossa raça. Porém, nos dias de hoje, com a internet, os debates e tomada de consciência e reivindicações das minorias, os negros passaram a exercer sua voz, a se entender e se orgulhar como negro, assumindo seu nariz, seu cabelo, e construindo sua autoestima por enaltecimento do que é, de si mesmo. Este fenômeno é tão forte e relevante, que o conceito de pardo hoje ganhou uma sonoridade pejorativa dentro dos coletivos negros. Dizer a um negro que ele é moreno ou pardo pode ser um grande problema, afinal, Pardo é Papel”, ressalta Maxwell.

“Tenho o enorme prazer e orgulho de apresentar este jovem talento. Maxwell é um líder natural, tem grande capacidade de atrair jovens de outras linguagens, conseguindo aglutinar as forças e todas as novas experiências dos jovens que são o futuro do Brasil. A belíssima obra de Maxwell marca uma sensibilidade da realidade social do Rio de Janeiro. A mostra teve um impacto importantíssimo na cidade, assim como em todo o país e também no mundo. Ela foi inaugurada durante um período crítico de crise econômica no Rio de Janeiro e da tentativa do fechamento do museu. O resultado foi a visitação de um público amplo e diverso, incluindo muitas pessoas que não tinham o hábito de frequentar museus”, analisa Frances Reynolds, presidente e fundadora do Instituto Inclusartiz, que busca trazer um diálogo entre todos os segmentos da sociedade e os artistas, especialmente os jovens, fomentando a sua carreira e os apoiando estrategicamente no âmbito internacional.

“Quando fomos convidados a apoiar o projeto não tinha ideia do quanto ia me encantar. Estamos muito felizes por participar deste momento”, celebra Eduardo Wanderley, presidente do Grupo Petra Gold.

Sobre o Instituto Inclusartiz

Criado no Rio de Janeiro, em 1997, por Frances Reynolds, o Instituto Inclusartiz – que até 2005 chamava-se Fundação Arte Viva – é uma iniciativa de fomento à arte, cultura e educação no Brasil e no mundo. Idealizada com o propósito de tornar a arte mais acessível a todos, a organização desenvolve exposições e projetos educacionais com o intuito de promover vínculos socioculturais e a troca de conhecimento.

Em 2000, após diversas iniciativas de sucesso em seu país de origem, o Instituto ampliou suas fronteiras para Buenos Aires e, dois anos depois, expandiu para Madri, com uma série de mostras, sempre acompanhadas de programas educativos. A partir de 2005, a sede brasileira do Instituto Inclusartiz acrescentou às suas atividades o programa internacional de residências artísticas, que recebe artistas, escritores, intelectuais e curadores internacionais, ao longo de temporadas no Rio de Janeiro, para a realização de estudos e pesquisas, além da produção de novos trabalhos.

Posted by Patricia Canetti at 10:17 AM

outubro 11, 2020

Clube de Colecionadores do MAM Rio lança nova edição na ArtRio 2020

Coleção traz foto-performances de Ana Beatriz Almeida, Ayrson Heráclito, Paula Scamparini e Rafael Bqueer; Luiz Zerbini e Marcos Chaves mostram novos múltiplos de tiragem reduzida

No dia 14 de outubro de 2020, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) lançará a 7ª edição do Clube de Colecionadores em seu estande na ArtRio. O novo conjunto (R$ 12 mil) apresenta quatro foto-performances de Ana Beatriz Almeida, Ayrson Heráclito, Paula Scamparini e Rafael Bqueer, impressas em papel algodão. As quatro imagens capturam momentos em que os corpos dos artistas transformam a paisagem em espaço de performance.

Pela primeira vez, o museu lançará simultaneamente duas edições especiais, com tiragem de 30 exemplares cada: uma fotolitografia de Luiz Zerbini (R$ 12 mil), na qual o artista experimenta com a impressão direta de folhas, frutas, cascas e espinhos; e um ready-made de Marcos Chaves (R$ 7 mil), que explora o tema da polarização no Brasil atual.

Criado em 2004 pelo MAM Rio, o Clube de Colecionadores é uma oportunidade de aquisição de obras exclusivas de artistas visuais brasileiros, com tiragem limitada. A renda arrecadada a partir da venda dos conjuntos é integralmente revertida para os projetos de arte, cultura e educação do museu. “Há 16 anos, o Clube fomenta o colecionismo, difunde a arte contemporânea e incentiva a produção artística“, afirma Fabio Szwarcwald, diretor-geral do museu carioca.

Ana Beatriz Almeida explora como tema o sacrifício ritual e o corpo feminino negro no Brasil; Ayrson Heráclito faz um “exorcismo” na Casa da Torre dos Garcia d’Ávila, na Bahia, relacionada ao tráfico atlântico de escravos e à colonização. Paula Scamparini coloca sua imagem multiplicada na condição de carregadoras de bananas. Rafael Bqueer reinterpreta o abre-alas da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, de 1991, que teve o enredo crítico "Alice no Brasil das maravilhas", de Joãosinho Trinta.

Por ocasião da ArtRio, o MAM organizou duas edições especiais, com uma fotolitografia do paulista Luiz Zerbini e um ready-made de Marcos Chaves, que explora o tema da polarização no Brasil atual.

Sobre a obra Semente Vermelha, 2019, de Luiz Zerbini (R$ 12 mil)

Em 2016, Zerbini foi convidado a realizar um trabalho nas instalações do Instituto Inhotim. Em resposta ao convite, o artista levou uma prensa do Rio de Janeiro a Minas Gerais e passou uma semana produzindo impressões a partir de folhas, flores e sementes, que selecionava e recolhia dos jardins de Inhotim. Desde então, as séries de monotipias que Zerbini vem produzindo se tornaram peças relevantes dentro de sua produção.

Tecnicamente, os elementos e cores escolhidos para uma impressão são pressionados pelo cilindro metálico contra o papel de algodão. No entanto, as escolhas dos elementos e cores de uma monotipia se tornam marcas para as impressões seguintes. Por isso, o processo de produção de uma monotipia é tão revelador e surpreendente.

A gravura produzida para o Clube de Colecionadores do MAM Rio é o resultado de uma monotipia produzida por Luiz Zerbini em 2019, transformada em fotolitogravura e reproduzida artesanalmente pelo Estúdio Baren.

Sobre a obra Brasis, 2020, de Marcos Chaves (R$ 7 mil)

Duplas de objetos já haviam aparecido no trabalho de Marcos Chaves, na série Hommage aux Mariages (1989). Ele já havia também conectado vassouras (sem o cabo) em Irene ri (1994), que tem como título o palíndromo de Caetano Veloso, da música composta por saudade da irmã caçula durante sua prisão na ditadura militar.

Desta vez, pouco antes da pandemia da Covid-19, Chaves voltou a pesquisá-las. Na fábrica Vassouras Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro, se deparou com a beleza das piaçavas e cerdas coloridas, e descobriu caixas com as vassouras da marca Brasil. Trouxe algumas para o ateliê, estudou a resistência do encaixe sem fixação e desenvolveu três maneiras de pendurar o objeto: horizontal na parede, vertical na parede ou pendurado pelo teto.

"Esse encaixe do trabalho é o que seria o encaixe das polaridades no Brasil do momento. Ele é colorido; a gente é cheio de vida; os Brasis são cheios de vida. Essas cores são a estrutura da peça. Dois pólos que existem porque se sustentam", diz o artista.

CLUBE DE COLECIONADORES MAM RIO #7

• Lançamento: 14 de outubro (quarta-feira), na ArtRio 2020
• Artistas convidados: Ana Beatriz Almeida, Ayrson Heráclito, Paula Scamparini e Rafael Bqueer
• Artistas convidados da edição especial: Luiz Zerbini e Marcos Chaves.

• Valores de adesão:
- Clube de Colecionadores #7: R$ 12 mil
- Edição especial Luiz Zerbini: R$ 12 mil
- Edição especial Marcos Chaves: R$ 7 mil

>> Só é possível comprar o conjunto completo: as obras não são vendidas separadamente.

EDIÇÃO 7
Tiragem: 100 + 6 PAs
Ana Beatriz Almeida, Ayrson Heráclito, Paula Scamparini e Rafael Bqueer
EDIÇÃO ESPECIAL
Tiragem: 30 + 4 PAs
Luiz Zerbini e Marcos Chaves

• Informações pelo tel: (21) 3883-5625 ou através do e-mail clube.colecionadores@mam.rio
www.mam.rio/amigos-e-parceiros/clube-de-colecionadores

ARTRIO 2020
• Data: 15 a 18 de outubro (quinta-feira a domingo)
• Preview – 14 de outubro (quarta-feira)
• Venda de ingressos: www.artrio.com
• Ingressos: R$ 100 / R$ 50
• Horários:
14 a 17 de outubro – das 13h às 21h
18 de outubro – das 12h às 20H
• Local: Marina da Glória - Av. Infante Dom Henrique, S/N – Glória

ARTISTAS E OBRAS

Ana Beatriz Almeida (Niterói, RJ, 1987)
Ana Beatriz Almeida é artista visual e historiadora da arte, e o seu trabalho tem foco nas manifestações africanas e da diáspora africana. Mestre em História e Estética da Arte pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP), é também curadora e cofundadora da plataforma de arte 01.01. Curadora convidada no Glasgow International 2020/2021, fez residência curatorial em Gana, Togo, Benin e Nigéria, por meio da qual conseguiu se reconectar à parte de sua família que retornou ao Benin durante a escravidão. Trabalhou como pesquisadora na UNESCO.
Como artista, desenvolveu ritos em homenagem àqueles que não conseguiram sobreviver à jornada atlântica do comércio de escravos. Usou a técnica N'Gomku, que desenvolveu em cinco anos de pesquisa pela UNESCO sobre as tradições das comunidades baianas de Babá Egum e Irmandade da Boa Morte.
Apresentou performances no Centro Cultural São Paulo, Itaú Cultural, SESC Ipiranga e Casa de Cultura da Brasilândia, em São Paulo; e na Bienal do Recôncavo, Bahia. Lecionou curso de verão de sua técnica de performance na Goldsmiths University, em Londres, Inglaterra; participou da Residência Can Serrat, Barcelona, Espanha. Sua mais recente performance, Sobre o Sacrifício Ritual, é baseada na ritualística do sacrífício e o corpo feminino negro no Brasil. Foi uma dançarina butô durante 13 anos e dedicou os últimos 11 anos a pesquisar rituais fúnebres na região do Recôncavo Baiano e suas relações com as culturas da África ocidental. Atualmente vive em São Paulo.

Sobre a obra Onira, 2015
Onira é uma foto-performance da série de foto-rituais Kalunga, que busca materializar existências afrodescendentes que foram assassinadas pelo Estado ditatorial dos anos 1960/70. O título da obra, Onira, faz um trocadilho com o apelido Nira, forma carinhosa pela qual os familiares chamavam Helenira Resende. Única estudante negra da Faculdade de Letras, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP), envolvida na resistência de guerrilha e morta pelo governo militar no Araguaia nos anos 1970, quando estava à frente de um grupo de mulheres camponesas. Onira é uma divindade por si só em território Iorubá; no Brasil, ela é uma qualidade de Iansã, próxima de Oxum; simbolizada por uma borboleta, relaciona-se com a alma dos heróis mortos em campo de batalha.


Ayrson Heráclito (Macaúbas, Bahia, 1968)
Ayrson Heráclito é um Ogã Sojatin de um Humpame de Jeje Mahi no subúrbio de Salvador, professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), na cidade de Cachoeira, artista visual e curador. Doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Suas obras de instalações, performances, fotografias e audiovisuais lidam com elementos da cultura afro-brasileira e suas conexões entre a África e a sua diáspora na América. Participou da Trienal de Luanda em Angola, em 2010; Bienal de fotografia de Bamako, Mali, em 2015; e da 57ª Bienal de Veneza, Itália, em 2017.

Obras suas fazem parte dos acervos de instituições como Weltkulturen Museum em Frankfurt, Alemanha; Museu de Arte do Rio (MAR); Museu de Arte Moderna da Bahia; Videobrasil e Coleção Itaú, em São Paulo.

Heráclito foi um dos curadores-chefes da 3ª Bienal da Bahia; curador convidado do núcleo “Rotas e Transes: Áfricas, Jamaica e Bahia” no projeto Histórias Afro-Atlânticas, no Museu de Arte de São Paulo (MASP); e recebeu o prêmio de Residência Artística do Sesc_Videobrasil, na Raw Material Company, em Dacar, Senegal.

Sobre a obra Sacudimento da Casa da Torre, 2015

O Sacudimento da Casa da Torre é um “exorcismo” de um grande monumento arquitetônico ligado ao tráfico atlântico de escravos e à colonização. A fotografia é um still do filme da performance realizada na Bahia, como uma proposta de intervenção em um grande monumento arquitetônico associado ao antigo sistema colonial português, no caso da Casa da Torre dos Garcia d’Ávila.

"Quando pensei a performance, perguntava-me como poderia retomar criticamente o passado colonial e o escravismo para refletir sobre as condições históricas e sociais do presente na margem atlântica americana, ou seja, quais as consequências duradouras da colonização e do escravismo para a África e para o Brasil", disse o artista.


Paula Scamparini, Araras, SP, 1980
Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ
Artista multimídia, Paula Scamparini é graduada em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, e obteve os títulos de Mestre e Doutora pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuou como diretora de arte para teatro e audiovisual. Foi professora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, e atualmente leciona na UFRJ.

Paula Scamparini desenvolve projetos em que investiga questões culturais e identitárias suas e do país. Em seu processo de trabalho artístico, adota paisagens culturais como elemento disparador de análises, encontros e inquietações. Investiga o universo da imagem a partir de explorações com a linguagem fotográfica, escultórica, instalativa e performática. Sua criação de espaços ficcionais possibilita um diálogo entre construções narrativas tanto imaginárias como factuais.

Realizou exposições individuais nas seguintes instituições: Sesc Carmo, em São Paulo; Centro Cultural Oi Futuro, Rio de Janeiro; Museu Nacional Soares dos Reis, Porto, Portugal; IBEU, Rio de Janeiro; GEDOK München, Munique, Alemanha; Casa de Cultura da América Latina, Brasília.

Participou de exposições coletivas no Museo de Arte Moderno Jesús Soto (Bienal del Sur), Ciudad Bolívar, Venezuela; Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, Rio Grande do Sul; Projeto A MESA, Rio de Janeiro; Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa, Portugal; Rathaus Galerie München, Munique, Alemanha; Kunstlerhaus Wien, em Viena, Áustria; Fuorifestival, Pesaro, Itália; Bienal de Cerveira, Portugal; e Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro.

Realizou residências em: Quase Galeria e Museu Nacional Soares dos Reis, Oficinas do Convento, Carpe Diem Arte e Pesquisa e Bienal de Cerveira, em Portugal; GEDOK München, Munique, Alemanha; e LaCourDieu, La Roche-en-Brenil, Borgonha, França.

Obras suas fazem parte das coleções da Fundação Vera Chaves Barcellos, Rio Grande do Sul; Galeria IBEU e Biblioteca José de Alencar, Rio de Janeiro; Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa, e Bienal de Cerveira, Portugal; LaCourDieu, França.

Sobre a obra Carregadoras (P.S. 02)

A obra é uma foto-performance da série Carregadoras, cuja pesquisa segue em andamento. A artista explora o ato feminino de carregar de maneira performativa com registro em fotografia. A primeira referência da série são as carregadoras do período colonial brasileiro, mulheres africanas antes escravizadas que, segundo historiadores, alforriadas, passaram a comercializar frutas e outros alimentos em tabuleiros, exercendo importante e polêmico papel no comércio e na economia.


Rafael Bqueer (Belém, PA, 1992)
Vive e trabalha em São Paulo
As práticas performáticas de Rafael Bqueer partem de investigações sobre arte política, gênero, sexualidade, afrofuturismo, decolonialidade e interseccionalidade. Drag queen e ativista LGBTQI+, Bqueer tem um trabalho que dialoga também com vídeo e fotografia, utilizando de sátiras do universo pop para construir críticas atentas às questões da contemporaneidade. Já participou de exposições nacionais e internacionais, entre elas a coletiva “Against, Again: Art Under Attack in Brazil”, na Anya & Andrew Shiva Gallery, em Nova York (2020), e fez a individual “UóHol” no Museu de Arte do Rio (2020). Foi premiadx no 7º Prêmio Foco Art Rio (2019).
Graduou-se em Licenciatura e Bacharelado no curso de Artes Visuais pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
Obras suas fazem parte das coleções do Museu de Arte do Rio (MAR) e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio).

Sobre a obra Alice e o chá através do espelho, 2014

Alice e o chá através do espelho é uma série de ações realizadas desde 2014, onde Bqueer resgata a imagem da Alice personificada pelo ator Jorge Lafond no abre-alas da escola de samba Beija-flor de Nilópolis em 1991, no desfile "Alice no Brasil das maravilhas".

Rafael Bqueer busca a narrativa crítica do carnavalesco Joãosinho Trinta, 23 anos depois, para refletir sobre as zonas de exclusão social e racial da cidade do Rio de Janeiro. Da vivência com outras corpas negras e LGBTQ’s nos barracões das escolas de samba e das violências sofridas diariamente em uma cidade marcada pelas contradições e pela necropolítica.

O ato performático da montação como afronto às normatividades que reproduzem padrões coloniais hegemônicos. Reexistir em espaços públicos, com registros em vídeo e fotografia que criam uma cartografia sobre distopias. O lixo como metáfora e reflexo do contemporâneo, um imaginário repleto de subjetividades e estratégias políticas de sobrevivência.


Luiz Zerbini (São Paulo, SP, 1959)
Vive e trabalha no Rio de Janeiro
Iniciou sua atividade artística no final dos anos 1970. Expoente da chamada Geração 80, Luiz Zerbini é conhecido por fazer pinturas em grande escala de colorido exuberante, em geral figurativas e com incursões no abstracionismo geométrico. Complexas e às vezes quase teatrais, suas composições incluem a paisagem e as formas da natureza. Sua obra transita entre pintura, escultura, instalação, fotografia, produção de textos e vídeos.

Luiz Zerbini é também integrante do Grupo Chelpa Ferro, com o escultor Barrão e o editor de cinema Sérgio Mekler. O Chelpa Ferro está em atividade desde 1995 produzindo trabalhos com sons e imagens, entre eles objetos, instalações, performances, shows e CDs.

Entre as exposições realizadas por Zerbini destacam-se individuais na South London Gallery, Londres; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Paço Imperial, Museu da República, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Oi Futuro e Casa Daros, no Rio de Janeiro; Inhotim, Brumadinho, MG; Centro Universitário Maria Antonia e Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo; e Museu de Arte Moderna da Bahia.

Entre as coletivas de que participou estão 19ª e 29ª edições da Bienal Internacional de São Paulo; Nous les Arbres, Fondation Cartier, Paris; Dreaming Awake, House for Contemporary Culture, Maastricht, Holanda; Troposphere: Chinese and Brazilian Contemporary Art, Beijing Minsheng Art Museum, China; 10a. Bienal do Mercosul, Porto Alegre; Artistas Comprometidos? Talvez, Fundação Calouste Gulbenkian, Portugal; Inventário da Paixão, Museu Histórico Nacional; Histórias Mestiças, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo; Como Vai Você, Geração 80?, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro.

Obras do artista estão na Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris; Inhotim, Brumadinho, MG; Instituto Itaú Cultural e Museu de Arte Moderna de São Paulo; e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Sobre a obra Semente Vermelha, 2019

Em 2016, Luiz Zerbini foi convidado a realizar um trabalho nas instalações do Instituto Inhotim. Em resposta ao convite, Zerbini levou uma prensa do Rio de Janeiro a Minas Gerais e passou uma semana produzindo impressões a partir de folhas, flores e sementes, que ele selecionava e recolhia dos jardins de Inhotim. Desde então, as séries de monotipias que Zerbini vem produzindo se tornaram peças relevantes dentro de sua produção.

Tecnicamente, os elementos e cores escolhidos para uma impressão são pressionados pelo cilindro metálico contra o papel de algodão. No entanto, as escolhas dos elementos e cores de uma monotipia se tornam marcas para as impressões seguintes. Por isso, o processo de produção de uma monotipia é tão revelador e surpreendente.

A gravura produzida para o Clube de Colecionadores do MAM Rio é o resultado de uma monotipia produzida por Luiz Zerbini em 2019, transformada em fotolitogravura e reproduzida artesanalmente pelo Estúdio Baren.


Marcos Chaves (Rio de Janeiro, RJ, 1961)
Vive e trabalha no Rio de Janeiro
Marcos Chaves se apropria de imagens e objetos cotidianos encontrados em suas constantes andanças pelo Rio de Janeiro, e com eles realiza combinações inesperadas ou promove deslocamentos de sentidos. Observador agudo da cidade, frequentemente injeta uma dose de paródia em seus trabalhos, que podem aparecem em forma de fotografias, vídeos, objetos ou instalações.

O artista é formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula (RJ) e fez cursos de arte no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Fez exposições individuais no Paço Imperial, Museu de Arte do Rio (MAR), Fundação Eva Klabin no Rio de Janeiro, MAC Niterói, Paço das Artes em São Paulo, Museu da Imagem e do Som (MIS - SP) e Centro Cultural São Paulo, entre outras instituições e galerias de arte no Brasil, na Europa e nos EUA.

Participou da Manifesta 7, na Itália; 25ª Bienal Internacional de São Paulo; 1ª e 5ª Bienais do Mercosul, em Porto Alegre; 17ª Bienal de Cerveira, Portugal; 4ª Bienal de Havana, Cuba; e em outras coletivas em instituições como o Mori Art Museum, Tóquio; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Martin-Gropius-Bau, Neuer Berliner Kunstverein (NBK), Berlim, e Ludwig Museum, Colônia, Alemanha; Iziko South African National Art Gallery; Jim Thompson, Bangkok, Tailândia; Centro per l’Arte Contemporanea Luigi Pecci, Prato e Milão, Itália.

Obras suas fazem parte das coleções do MAM Rio; Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre; Itaú Cultural, São Paulo; The Ella Fontanals-Cisneros Collection, Miami; Centro de Arte de Caja de Burgos, Espanha; e Centro per l'Arte Contemporanea Luigi Pecci, Prato, Itália, entre outras.

Sobre a obra Brasis, 2020

Duplas de objetos já haviam aparecido no trabalho de Marcos Chaves, na série Hommage aux Mariages (1989). Ele já havia conectado também vassouras, só que sem o cabo, em Irene ri (1994), que tem como título o palíndromo de Caetano Veloso da música composta por saudade da irmã caçula durante a sua prisão na ditadura militar. Desta vez, pouco antes da pandemia do Covid-19, Chaves voltou a pesquisá-las. Na fábrica Vassouras Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro, se deparou com a beleza da fábrica, com piaçavas, cerdas coloridas, e descobriu caixas com as vassouras da marca Brasil. Trouxe algumas para o ateliê, estudou a resistência do encaixe sem fixação e desenvolveu três maneiras de pendurar o objeto: horizontal na parede, vertical na parede ou pendurado pelo teto. "Esse encaixe do trabalho é o que seria o encaixe das polaridades no Brasil do momento. Ele é colorido; a gente é cheio de vida; os Brasis são cheios de vida. Essas cores são a estrutura da peça. Dois pólos que existem porque se sustentam", diz o artista.

Posted by Patricia Canetti at 3:34 PM