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setembro 10, 2020
Reabertura do MAM Rio com seis exposições em cartaz
Museu aberto a todos: reserva on-line e entrada gratuita, com contribuição sugerida
Após mais de cinco meses com as portas fechadas, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) reabre para o público no dia 12 de setembro, de quinta a domingo, trazendo uma série de novidades: um cuidadoso protocolo de segurança para os visitantes, novas exposições, novos horários e uma nova forma de ingressar e interagir com o museu: sem cobrança obrigatória de ingresso.
"Estamos comprometidos em servir a comunidade, abrindo nossas portas para a visitação de todos. Por isso, o ingresso ao museu passa a ser gratuito com contribuição sugerida", avisa Fabio Szwarcwald, diretor executivo do MAM Rio. "Os visitantes podem optar por pagar o valor sugerido, contribuir com outra quantia ou entrar de graça", conclui. Com a iniciativa, o MAM Rio se posiciona como um espaço inclusivo, que entende a conexão com a arte e a cultura como vitais para a nossa saúde.
Uma experiência segura ao público
A arquitetura do MAM Rio oferece aos visitantes um espaço amplo de circulação tanto nas áreas expositivas, quanto nas áreas externas. Com isso, o museu consegue controlar o fluxo de visitantes, à capacidade máxima de 200 visitantes/hora, e gerenciar as medidas de distanciamento mínimo de 1,5 metro - oferecendo ao carioca um dos espaços culturais mais seguros na cidade.
“Um grupo de trabalho multidisciplinar, envolvendo a produção, educação, design e museologia, foi montado para desenvolver os protocolos do MAM, incorporando recomendações do Conselho Internacional de Museus – ICOM e também outras medidas desenvolvidas em redes no Rio com a participação do MAM, tanto para assegurar a volta dos públicos, quanto dos funcionários”, explica Lucimara Letelier, Diretora Adjunta Institucional.
Além da implantação de uma rigorosa rotina de sanitização pela equipe de limpeza, disponibilização de álcool em gel ao público e da possibilidade de fazer a reserva on-line, o MAM Rio realizou uma limpeza completa dos dutos de ar condicionados e troca de filtros. “Essa limpeza era algo muito complexo, pois leva meses para ser executada com qualidade. Agora, estamos entregando um ambiente mais adequado para todos os nossos visitantes, para a equipe do museu e para as obras, já que uma filtragem apropriada traz enormes benefícios na conservação dos acervos”, explica Fabio Szwarcwald.
E também, de acordo com os melhores procedimentos adotados em outros museus, durante esta primeira fase da reabertura, o MAM Rio passa a funcionar em horário reduzido, aberto ao público de quinta a domingo. Nas quintas e sextas, a partir das 13h, e aos sábados e domingos, a partir das 10h. Por outro lado, passou a fechar uma hora mais tarde, às 18h, ampliando o acesso para quem trabalha no Centro.
Visitas agendadas
Será possível visitar as exposições e dialogar sobre a história e os acervos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, através da realização de dois tipos de visitas previamente agendadas.
A Visita Percursos no MAM é uma experiência especial para grupos fechados, que abre uma possibilidade de encontros no museu de forma segura e atrativa durante a pandemia. As pessoas poderão montar um grupo específico de seu relacionamento que terá acesso exclusivo às exposições do museu, antes do horário da abertura, mediante agendamento prévio e ingresso de valor diferenciado. O grupo terá direito a reserva no estacionamento e acompanhamento da equipe de educadores, que irá propor circuitos de visitação a partir de um percurso previamente escolhido. Serão apenas duas sessões diárias, nas quintas e sextas, para grupos de uma até oito pessoas, a cada hora, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária.
“É uma visita sob medida para quem deseja ter uma experiência única com foco em conversas sobre as exposições, a arquitetura do MAM e outros temas de interesse dos visitantes. Pretendemos com isso proporcionar um ambiente de trocas, onde as pessoas possam compartilhar, dialogar e vivenciar o museu, neste momento de retomada progressiva das práticas sociais, que sucede o isolamento”, diz Gleyce Heitor, gerente de Educação e Participação.
Já aos domingos teremos o programa Visitas Petrobras, com visitas mediadas oferecidas gratuitamente, com agendamento prévio no site do museu. A experiência é oferecida pela Petrobras, mantenedora do MAM Rio, para até 8 pessoas em cada uma das três sessões: 10h30, 13h30, 15h. Essas visitas mediadas são realizadas por educadores que junto aos públicos irão dialogar, compartilhar e trocar olhares, leituras e produções de significados em torno das produções, práticas e trajetórias artísticas das exposições do MAM.
Arte e reflexões sobre a pandemia: Campos Interpostos, Thiago Rocha Pitta e Irmãos Campana
No dia 2 de setembro, antes mesmo do museu reabrir as suas portas ao público, o artista visual Thiago Rocha Pitta inaugura o Programa Intervenções, em que os curadores do museu convidam artistas para desenvolver projetos para a área externa.
O projeto de Thiago Rocha Pitta chama-se Noite de Abertura. Consiste em uma escultura instalada no vão livre do museu, que poderá ser vista por quem passar de carro, de bicicleta ou a pé. Diariamente, das 17h até às 22h, haverá projeção de um filme do artista que poderá ser vista pelas paredes de vidro do MAM, por quem estiver do lado de fora.
E no dia 12, o museu reabre com as exposições Irmãos Campana - 35 Revoluções, Poça/Possa de Ana Paula Oliveira, Wanda Pimentel e a nova Campos Interpostos, as três últimas com a curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes. Reunindo cerca de 70 obras do acervo do museu carioca, de vertentes variadas, Campos Interpostos investiga artistas que se interessaram pela representação de fachadas, espaços ou áreas arquitetônicas frontais. “Esta exposição, que começou a ser pensada antes do contexto da pandemia, ganha nova camada de leitura agora. A coletiva tem como um dos motes as fachadas, que em certo sentido se sobrepõem à superfície da tela, seja da pintura ou do vídeo, mas também remetem à nossa relação com o mundo externo. Nos últimos meses, lidamos com a relação entre ‘dentro’ e ‘fora’, na tentativa de conter o avanço da pandemia”, analisa a curadora-assistente do MAM, Fernanda Lopes.
Museu para todos: gratuidade e engajamento com a cultura
O MAM Rio é o primeiro museu no estado a adotar o modelo de doação voluntária, prática comum em instituições norte-americanas como o American Museum of Natural History e Brooklyn Museum. Segundo o relatório “Art Museums by the Numbers”, publicado em 2018 pela Associação de Diretores de Museus de Arte (AAMD), com dados de 212 museus dos Estados Unidos, Canadá e México, quase um terço das instituições oferece entrada gratuita, enquanto 7% dos museus solicita uma doação e 61% cobram ingressos. No Brasil, apenas 30 museus, entre os mais de 3 mil catalogados pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), praticam a contribuição sugerida.
“Acreditamos na democratização do acesso como um dos principais pilares para a construção de um museu mais humano e solidário. O MAM Rio já contava com um dia de visitação gratuita. Agora ele está aberto a todos, todo o tempo. Esta ação traz, ao mesmo tempo, inovação e consciência social, uma vez que pode estimular os visitantes a fazerem contribuições como forma de em apoio à causa e aos trabalhos do museu e engajamento com a cultura nesse momento tão difícil”, afirma Fabio Szwarcwald.
A iniciativa da gratuidade é viabilizada por meio do apoio do Grupo PetraGold. A receita gerada pelas contribuições na visitação do Bloco de Exposições será investida no programa de Educação e demais frentes prioritárias do museu.
Cinemateca, agora on-line
A pandemia tem deixado os cinéfilos com saudades das salas de exibição. Enquanto a sala da Cinemateca (Auditório Cosme Alves Netto) permanece fechada, o MAM Rio segue on-line com a sua programação em sala de exibição virtual (vimeo.com/mamrio) , destacando em setembro o festival DOBRA – Festival Internacional de Cinema Experimental chega à sua 6ª edição consecutiva reafirmando a potência de invenção de novos mundos que move o cinema experimental, em correalização com o MAM Rio.
A partir das inscrições, o DOBRA selecionou 45 filmes que foram divididos em oito programas temáticos. A curadoria formada por Cristiana Miranda, Lucas Murari e Luiz Garcia identificou, além de temas recorrentes em edições anteriores, como memória, pesquisa de linguagem, ecologia e política, dois novos grupos de filmes que dialogam com a ficção especulativa e a estética doméstica. Todos os dez programas estarão disponíveis a partir do site do DOBRA (www.festivaldobra.com.br) durante todo o período de realização do festival, de 8 a 27 de setembro. A programação do festival também incluirá bate-papos on-line entre os curadores, os cineastas e o público.
Principais medidas de segurança
● Venda de ingressos online e limitação da capacidade máxima de visitantes simultâneos por sala de exposição;
● Medição de temperatura dos colaboradores e do público na entrada;
● Sinalização de distanciamento;
● Uso de tapetes sanitizantes;
● Uso obrigatório de máscaras;
● Disposição de totens e dispersers de álcool gel 70% em todos os espaços do museu.
A equipe de limpeza está atenta para garantir que dispensers de álcool gel 70% estejam sempre abastecidos. Não é permitida a entrada de pessoas que apresentam um ou mais dos seguintes sintomas: tosse, coriza, febre acima de 37,5⁰ ou falta de ar.
Material de imprensa realizado por Mônica Villela Companhia de Imprensa
setembro 9, 2020
Abdoulaye Konaté estreia plataforma Videobrasil Online
O lançamento do documentário Cores e composições, uma incursão ao universo do artista malinês Abdoulaye Konaté, inaugura o Videobrasil Online, canal de streaming com conteúdos do acervo de obras e documentos audiovisuais da Associação Cultural Videobrasil.
Konaté é um dos nomes mais representativos da produção contemporânea da África ocidental e seu trabalho reinventa a rica tradição têxtil do Mali, formando uma obra que trata de questões africanas e universais. Cores e composições acompanha o artista por seu país – onde Konaté apresenta seu ateliê e a escola de arte que dirige em Bamako –, em visita aos Guarani Mbyá da Aldeia Boa Vista, e em exposições na Dinamarca e em São Paulo, como convidado da décima nona edição da Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil (2018).
Com direção de Juliano Ribeiro Salgado, indicado ao Oscar pelo documentário O sal da terra (2015), o filme amplia a série Videobrasil Coleção de Autores, de documentários sobre artistas visuais, e pode ser visto até o dia 4 de outubro no Videobrasil Online. Pensada por Solange Farkas para ampliar o acesso à produção artística contemporânea do Sul global – em tempos de mobilidade reduzida e revisão de paradigmas em todas as frentes –, a nova plataforma oferece novos programas a cada mês, alternando-se entre Artistas (obras que desenham o percurso de um artista de destaque no acervo), Curadorias (seleções criadas por curadores convidados) e Docs (documentários sobre arte contemporânea), todos acompanhados por conexões que levam a uma teia de conteúdos adicionais em texto e vídeo.
ABDOULAYE KONATÉ: CORES E COMPOSIÇÕES
2017 | 29'17"
Direção: Juliano Ribeiro Salgado
Concepção e produção: Associação Cultural Videobrasil
VIDEOBRASIL ONLINE
Realização e curadoria: Equipe Videobrasil
Design: Nina Farkas
Animação: Deco Farkas
Navegação: Edu Haddad
Textos: Teté Martinho
setembro 7, 2020
Vídeo_MAC (digital) no MAC USP, São Paulo
O MAC USP foi pioneiro ao criar em 1977 um núcleo de criação experimental de vídeo
Agora a exposição poderá ser vista presencialmente pelo público em visita ao Museu entre 8 de maio a 25 de julho de 2021. Com curadoria de Roberto Moreira Cruz, a mostra resgata um momento muito especial na história do Museu, quando entre 1977 e 1978, em um projeto pioneiro para um museu de arte no Brasil, o MAC USP criou um setor de vídeo que funcionou como uma espécie de laboratório onde os artistas puderam experimentar, criar e difundir a videoarte. Os vídeos produzidos por artistas como Regina Silveira, Julio Plaza, Carmela Gross, Gabriel Borba e Donato Ferrari, entre tantos outros, são praticamente inéditos para o grande público e muito pouco conhecidos pelos pesquisadores. Nas palavras do curador, "a exposição é uma oportunidade de lançar luz sobre esses trabalhos e reelaborar a história da videoarte brasileira em seus primeiros anos".
A exposição
A exposição Vídeo_MAC, com curadoria de Roberto Moreira S. Cruz, resgata um acervo e um momento muito especiais da história do MAC USP. Ela traz vídeos de artistas que atuaram na instituição, entre 1977 e 1978, num projeto pioneiro para um museu de arte no Brasil: um setor de vídeo que funcionou como uma espécie de laboratório no qual os artistas aqui presentes puderam experimentar e criar proposições a partir desse novo meio. Além de apresentá-los em conjunto pela primeira vez ao público, essa curadoria é resultado de um projeto de pós-doutorado desenvolvido no Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte, sob supervisão de Cristina Freire. O projeto beneficiou-se, não só da pesquisa consolidada por Freire com o acervo de arte conceitual ao longo de décadas, como também da doação da Biblioteca de Walter Zanini ao Museu.
Sua realização é duplamente bem-vinda para um museu universitário como o MAC USP: em primeiro lugar, porque a exposição revê a formação do acervo, focando um momento privilegiado de sua história, na qual Walter Zanini (como primeiro diretor) implantou um programa prospectivo com a criação do Setor de Vídeo e do Espaço B, estimulando a contribuição e a colaboração dos artistas. Zanini pensou o MAC USP como um laboratório de experimentações artísticas e para tanto, lançou mão de suas estratégias de pesquisador para estabelecê-lo. Em segundo, sendo a exposição resultado de pesquisa acadêmica, ela reforça este como espaço de estudo, formação e disseminação do conhecimento produzido dentro da Universidade.
Curadoria
O MAC USP foi a instituição pioneira no país em formular um projeto de fomento e divulgação de obras audiovisuais experimentais na segunda metade da década de 1970. O então diretor, Walter Zanini, colocou em prática em 1977 o Setor de Vídeo, que funcionava como um laboratório de criação e difusão da videoarte. A aquisição do equipamento no formato portapak, modelo AV3400 da Sony, de 1⁄2 polegada, em preto-e-branco, inaugurou as atividades desse Setor, que contou com a coordenação de Cacilda Teixeira da Costa, Marília Saboya e Fátima Berch, com o apoio técnico de Hironie Ciafreis. No curto período de aproximadamente um ano, foi criado um conjunto de obras audiovisuais consideradas pioneiras no contexto da arte contemporânea brasileira. Como parte dessas ações foram também realizadas mostras informativas no Espaço B – sala dedicada à programação periódica de videoarte.
Os vídeos ali produzidos, de artistas, tais como, Regina Silveira, Julio Plaza, Carmela Gross, Gabriel Borba, Roberto Sandoval, Gastão de Magalhães, Donato Ferrari, entre outros, e a série Videopost organizada por Jonier Marin, desaparecidos por mais de 35 anos, são praticamente inéditos para o grande público e muito pouco conhecidos pelos pesquisadores.
A exposição Vídeo_MAC é uma oportunidade de lançar luz sobre esses trabalhos e reelaborar a história da videoarte brasileira em seus primeiros anos.
Roberto Moreira S. Cruz
Curador
Obras
Após um longo período de desaparecimento, o conteúdo audiovisual produzido pelos artistas no Setor de Vídeo, em 1977 e 1978, é exibido publicamente nesta exposição pela primeira vez. As dez fitas de vídeo remanescentes foram encontradas em 2013 por Regina Silveira e Cristina Freire, no MIS, após insistentes buscas, pois o material não estava indexado corretamente no acervo daquele museu. Esse material foi digitalizado com a contribuição do artista Antoni Muntadas, que efetuou a remasterização num laboratório na Espanha. O aparelho portapak original que pertencia ao Setor de Vídeo se encontra atualmente no Museu, mas está inoperante.
Aqui nesse web site, o espectador poderá conferir uma seleção de 18 trabalhos produzidos naquela época, momento em que de forma embrionária e intuitiva se esboçavam os primeiros traços da videoarte no Brasil.
Sem título
Carmela Gross
1977 // 03:03 min. P/B com som
As Ilusões
Flavio Pons e Cláudio Goulart
1977 // 4:39 min. P/B com som
Typology of my body
Gastão de Magalhães
1977 // 4:58 min. P/B com som
O Circo
José Roberto Aguilar
1977 // 04:55 min. P/B com som
Liliane a sós – solitude
Liliane Soffer
1977 // 3:51 min. P/B com som
Imitação: para fitas magnéticas
Roberto Sandoval
1978 // 3:33 min. P/B com som
“Impulsos” da esquerda para direita
Roberto Sandoval
1978 // 1:48 min. P/B com som
Reviver
Donato Ferrari
1978 // 2:53 min. P/B com som
Videologia
Regina Silveira
1978 // 2:26 min. P/B sem som
Campo
Regina Silveira
1977 // 2:34 min. P/B sem som
Artifício
Regina Silveira
1977 // 1:22 min. P/B sem som
Objetoculto
Regina Silveira
1977 // 00:59 min. P/B sem som
Me
Gabriel Borba
1977 // 4:09 min. P/B com som
Nós (versão II)
Gabriel Borba
1977 // 1:41 min. P/B com som
O gato acorrentado a um só traçado
Gabriel Borba
1977 // 1:43 min / P/B com som
[4 fragmentos de vídeo]
Julio Plaza
c. 1978 // 0:50 min. P/B com som
Descanso 3’
Julio Plaza
1978 // 2:58 min. P/B sem som
Câmara Obscura
Julio Plaza
1977 // 4:06 min. P/B com som
São vídeos que expressam as possibilidades de elaborar uma estética audiovisual em diálogo com as formas de criação dos artistas brasileiros na década de 1970
Videopost
O artista colombiano Jonier Marin realizou no segundo semestre de 1977, nas atividades do Setor de Vídeo, um projeto de arte coletiva, aglutinando vários artistas internacionais em torno da ideia de produção de obras videográficas. Tendo como ponto de partida a prática da arte postal, Marin estabeleceu correspondência com 19 artistas de países diversos, recebendo orientações de como realizar um vídeo experimental. Esses argumentos enviados pelo correio serviram como uma espécie de roteiro descritivo, a partir do qual Jonier Marin, com a colaboração da equipe do Setor de Vídeo e utilizando o equipamento portapak do museu, realizava os trabalhos sugeridos, compondo a série Videopost com 17 vídeos de curta duração, apresentando temas e propostas estéticas diversas.
Abaixo são exibidos sucessivamente todos os vídeos produzidos para a série Videopost.
Aspectos conceituais e técnicos da produção audiovisual eram praticados em busca de uma linguagem que ainda estava por amadurecer
Linha do Tempo
Esta linha do tempo destaca algumas das iniciativas pioneiras em torno do vídeo, como forma de expressão artística, promovidas pelo MAC USP nas décadas de 1970 e 1980.
1988
Idealizada por Rejane Cintrão e Aracy Amaral, a mostra Espaço Vídeo MAC Panasonic exibiu, entre agosto e dezembro de 1988, uma programação diária de vídeos de artistas brasileiros e estrangeiros. Uma iniciativa com o intuito de aproximar a reflexão e a difusão da produção de videoarte ao contexto da arte contemporânea e das atividades do MAC USP.
1974
Anualmente, Walter Zanini, diretor do MAC USP entre os anos de 1963 e 1978, realizava no museu uma exposição de arte contemporânea internacional. A edição de 1974 apresentou pela primeira vez os trabalhos de videoarte brasileiros.
A Prospectiva 74 foi uma exposição curada por Walter Zanini para o MAC USP, focando essencialmente a produção contemporânea de novas mídias. No texto de introdução, Zanini afirmava: “Esta exposição do MAC, pensada desde meados de 1973, procura trazer ao nosso público uma ampla visão da linguagem resultante das novas mídias (…)”.
1975
Video Art foi a primeira grande mostra internacional de videoarte produzida nos EUA. A convite de Suzanne Delehanty e com a colaboração direta de Walter Zanini, participaram da mostra, realizada no Institute of Contemporary Art da University of Pennsylvania, Sonia Andrade, Antonio Dias, Fernando Cocchiarale, Anna Bella Geiger e Ivens Machado.
1976-1977
Criado por Walter Zanini e coordenado por Cacilda Teixeira da Costa, o Setor de Vídeo do MAC USP foi pioneiro no Brasil por estabelecer uma proposta de trabalho específica para a produção de videoarte em um museu. Organizando mostras, cursos de formação técnica para utilização de equipamentos e auxiliando os artistas na criação de seus trabalhos, suas atividades efetivamente transcorreram de abril de 1977 ao início de 1978.
O Espaço B era uma sala dedicada à programação periódica de vídeos. Nesse lugar, foram exibidas obras realizadas pelos artistas no próprio ambiente de criação do MAC USP e mostras informativas. Entre os trabalhos estão as obras de: Gabriel Borba, José Roberto Aguilar, Sonia Andrade, Rita Moreira, Norma Bahia, Carmela Gross, Julio Plaza, Letícia Parente, Marcelo Nietsche, entre outros.
1976 _Novembro
Aquisição de equipamento portapak modelo AV 3400 da Sony.
1977 _Junho
O curso de iniciação ao vídeo, promovido pelo Setor de Vídeo, serviu como aprendizado para utilização do portapak. Nessa mesma ocasião, Gabriel Borba e José Roberto Aguilar exibem no Espaço B seus mais recentes trabalhos em vídeo: Me e Nós, de Borba, e Lucila, filme policial, de Aguilar.
1977 _Agosto
Gabriel Borba produz a obra O gato acorrentado a um só traço no Setor de Vídeo.
1977 _Setembro–Dezembro
Julio Plaza, Regina Silveira, Carmela Gross, Donato Ferrai, Roberto Sandoval, Gastão de Magalhães, Liliane Soffer, Flávio Pons e Cláudio Goulart realizam suas primeiras experiências com o vídeo, utilizando o equipamento do Setor. Alguns desses trabalhos são exibidos na mostra Vídeo MAC que aconteceu, no Espaço B, em dezembro desse mesmo ano. Outros trabalhos em vídeo são exibidos na mostra, não realizados propriamente no Setor de Vídeo. Alguns destes permanecem desaparecidos, como “Gente” (1977) de Marcelo Nitsche.
1978
Organizado por Walter Zanini e José Roberto Aguilar, o 1º Encontro Internacional de Vídeo Arte exibiu uma série de mostras em torno da produção brasileira e internacional de videoarte, no MIS. Participaram da programação os trabalhos produzidos no Setor de Vídeo do MAC USP.
1986
A exposição Vídeo de Artista e Televisão, organizada por Aracy Amaral e Cacilda Teixeira da Costa, apresentou um conjunto de trabalhos em vídeo sobre a relação entre a produção experimental independente e a televisão comercial.
1988
Idealizada por Rejane Cintrão e Aracy Amaral, a mostra Espaço Vídeo MAC Panasonic exibiu, entre agosto e dezembro de 1988, uma programação diária de vídeos de artistas brasileiros e estrangeiros. Uma iniciativa com o intuito de aproximar a reflexão e a difusão da produção de videoarte ao contexto da arte contemporânea e das atividades do MAC USP.
1974
Anualmente, Walter Zanini, diretor do MAC USP entre os anos de 1963 e 1978, realizava no museu uma exposição de arte contemporânea internacional. A edição de 1974 apresentou pela primeira vez os trabalhos de videoarte brasileiros.
A Prospectiva 74 foi uma exposição curada por Walter Zanini para o MAC USP, focando essencialmente a produção contemporânea de novas mídias. No texto de introdução, Zanini afirmava: “Esta exposição do MAC, pensada desde meados de 1973, procura trazer ao nosso público uma ampla visão da linguagem resultante das novas mídias (…)”.
Arquivo
Apresenta alguns documentos pertencentes ao arquivo MAC USP relativos ao Setor de Vídeo. São cartas e boletins informativos publicados periodicamente que tratam sobre as mostras e eventos promovidos no Setor de Vídeo e no Espaço B, em especial registram as atividades relacionadas à produção e a difusão da videoarte no museu, em 1977. As cartas, storyboards enviados pelos artistas com orientações de como realizar os vídeos experimentais da série Videopost também estão nessa seleção de documentos.
Ficha Técnica
EXPOSIÇÃO Vídeo_MAC (DIGITAL)/ Video_MAC EXHIBITION (DIGITAL)
Curador/Curator: Roberto Moreira S. Cruz
Criação webdesign/Webdesign creation: Julio Dui (Mono Artes Gráficas)
Programação/Programming: Lucas Cancela (Estúdio Grampo)
Apoio/Support: Serviço audiovisual, informática e telefonia (MAC USP)/Computer and telephony service (MAC USP)
Nota da Pesquisa: Todos os esforços foram empreendidos para localizar os artistas e/ou detentores dos direitos autorais dos vídeos. Caso você tenha alguma informação entre em contato com o MAC USP (docmac@usp.br).
Mateu Velasco na Movimento, Rio de Janeiro
Exposição de Mateu Velasco explora as diversas dimensões do tempo em exposição que celebra novo espaço da Galeria Movimento
“A narrativa através da imagem é a semente do meu trabalho.” A afirmação é do artista visual Mateu Velasco, que encerra a individual Infinitivo no dia 12 de setembro, na Galeria Movimento, em Copacabana. Mas o que pauta a curadoria de Sonia Salcedo del Castillo é, na verdade, um questionamento existencial do artista, que exige desacelerar o pensamento e as mãos, rumo ao infinito das coisas, dos acontecimentos, da criação: “De que imagens consigo me lembrar?”.
A exposição reúne cerca de 15 trabalhos produzidos desde o ano passado, a partir de diferentes meios e suportes, como pintura, desenho, fotografia e bordado sobre madeira, tecido ou cerâmica, além de recortes manipuláveis. A mostra celebra o novo espaço ocupado pela galeria de Ricardo Kimaid, no Shopping Cassino Atlântico. A visitação pode ser presencial, sob agendamento prévio, ou através de tour virtual 360º, que permite interatividade e gera informações detalhadas sobre as obras.
A pesquisa artística recente de Velasco gira em torno da retratação do tempo. Não o passado, nem o futuro, mas o mais inconstante dos tempos: o presente. Como retratar o que escapa? Obras como Transitório, Certezas efêmeras, Tempo em trânsito e A espera de um dia que não chega, produzidas em 2020, deixam clara a tensão entre as diversas camadas que permeiam um tempo composto por rupturas e impermanências.
A partir da pandemia, Velasco expandiu seu campo de investigação para a questão da memória. E na escavação de suas lembranças mais primárias, descobriu que são todas essencialmente imprecisas: “é sempre uma narrativa construída, relativa aos afetos despertados”, analisa. O artista encontrou arrimo valioso na obra do poeta Manoel de Barros, que diz que “quem descreve não é dono do assunto, quem inventa é”. A partir desta chancela libertadora, Mateu passou a inventar suas memórias.
Mas um paradoxo científico também o mobilizou: “descobri que o campo onde a memória é armazenada em nosso cérebro é o mesmo que projeta o futuro. Essa capacidade humana de imaginar coisas que ainda não aconteceram, de planejar, criar objetivos e ir em direção a eles é o que nos move. Se você não consegue projetar um futuro, perde expectativa de vida. É interessante pensar que o mecanismo de imprecisão - que pode trair o passado - é o mesmo que nos impulsiona na criação de um por vir”, reflete.
Para Sonia Salcedo, que assina a curadoria com a assistência de Rafael Peixoto, na produção recente de Mateu há uma vontade poética tão intensa, que parece almejar o infinitivo. “À maneira de quem reflete sobre questões filosóficas fundamentais, como a de ser e de estar no mundo, seus trabalhos sugerem driblar a duração sequencial peculiar a Chronos, em favor da indeterminação temporal de Kairós. Em lugar da finitude do tempo entrópico e linear, Velasco indica desejar, portanto, a infinita experiência do momento oportuno”, comenta.
Desenhista nato, Mateu arriscou seus primeiros traços ainda na infância e, desde então, o desenho permeia sua obra. Aliás, é da infância que surgem as memórias das situações mais banais - como ele define - que hoje habitam seu acervo imagético íntimo. Os almoços de sábado na casa dos avós, no Leme, zona sul do Rio, são um disparador frequente da memória de um Mateu menino, que preferia estar na praia. As telas “Sábado em família” (2020) e “Para ver com os olhos” (2020) evocam essa arquitetura afetiva em que a matéria poética é tentativa de elaboração de um tempo passado.
Colecionador de imagens cotidianas, Velasco transforma seu mapa mental em mapa visual e registra quase tudo que vê. Seus desenhos podem partir das curvas do rio que margeia seu ateliê, na Gávea, onde objetos descartados (como bolas de futebol, garrafas vazias e até um volante de fusca) se acumulam aleatoriamente. Sob a perspectiva do artista, até o lixo dos vizinhos é fonte de inspiração: compactado, para caber num saco, cria formas escultóricas e conta histórias sobre consumos, avessos e humanidades.
Na série “Pequenos Achados” (2020), ao adotar a cerâmica como suporte, o artista revela os diferentes estratos do tempo que compõem a matéria. Já na série “Gavetas” (2020), que articula recortes de papel, fotografias, fios de algodão e gelatina, Mateu mistura e reaproveita objetos acumulados pelo exercício coletor que é base de sua poética, para criar uma obra autoral. As “gavetas” manipuláveis lidam com o imprevisível e, a qualquer movimento do espectador, revelam composições infinitas e imprecisas. Assim como as memórias. São as múltiplas camadas e permanências de passados que conferem espessura ao presente do artista.
Velasco iniciou a trajetória artística como ilustrador e muralista, em 1999. Já expôs seus trabalhos em São Paulo, Rio de Janeiro, Los Angeles, Nova York, Seattle, Paris, Milão e Budapeste, entre outras cidades do mundo.
Mais sobre o artista
Mateu Velasco nasceu em Nova York, em 1980, e mudou-se para o Rio com apenas um ano de idade. Formou-se em Desenho Industrial pela PUC-Rio em 2003 e é mestre em Design Gráfico pela mesma universidade. Começou a trabalhar profissionalmente como ilustrador em 1999. Expandiu sua atuação pintando murais públicos no início dos anos 2000, desenvolvendo uma linguagem própria como artista visual, que pode ser encontrada em muros e galerias de São Paulo, Rio, Los Angeles, Nova York, Paris e Milão. É professor no departamento de Artes e Design da PUC-Rio e representado pela Galeria Movimento Arte Contemporânea desde 2008.
Os murais pintados pelo artista tiveram importância fundamental para evolução da arte urbana carioca, pois traziam um estilo próprio de ilustração que incluía uma boa dose de design gráfico, - em cores, estilo e acabamento - evidenciando seu trabalho como um diálogo aberto entre rua e academia.
Artista em deslocamento, Mateu passou nos últimos anos por diferentes cidades e países, incorporando a cada viagem novos elementos ao seu universo imagético. Ao longo dessa jornada vem colecionando imagens do seu cotidiano, transformando-as em desenhos, rabiscos, esboços e grafismos diversos. A junção de cada fragmento constitui o fio condutor do seu processo criativo, convidando o espectador para novas possibilidades de narrativas visuais e poéticas.
Material de imprensa realizado por Mônica Villela Companhia de Imprensa
Latitude fecha parceria com Artsy para inserção de galerias nacionais na plataforma
17 galerias nacionais já possuem páginas dedicadas no maior mercado de arte na internet do mundo
Na atual realidade que vivemos, com todos os impactos causados pela pandemia da Covid-19, a inserção digital de atuantes do setor de arte contemporânea é uma necessidade para que seus trabalhos cheguem ao público. Por isso, o Latitude - Platform for Brazilian Art Galleries Abroad, um dos projetos da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT) em parceria com a e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), tem apoiado as galerias de arte associadas nesta readaptação, trazendo um novo olhar aos seus modelos de negócios.
O apoio do Latitude foca na construção dos acervos das galerias digitalmente, e consiste na facilitação do processo junto a fornecedores para a realização de Exposições 3D, fotografia especializada e vídeos, além também do ingresso em plataformas de venda online, como a internacional Artsy. Com a inserção na plataforma, as galerias podem manter contato com seu público e atingir novas audiências, já que a internet é o maior facilitador do rompimento de fronteiras.
“Este ano tem sido e continua sendo muito desafiador para muitas galerias, e acreditamos que uma presença online é mais crucial do que nunca. ABACT escolheu a Artsy como parceira para dar visibilidade e vendas aos artistas e galerias brasileiras no maior mercado de arte na internet do mundo. Esperamos que a parceria possibilite às galerias tirarem o melhor proveito do que a Artsy tem a oferecer”, afirma Gabriela Brown, Gerente de Parcerias com Galerias LATAM, da Artsy.
A novidade é bastante animadora para as galerias. “A possibilidade de continuar expondo nossos artistas está sendo de vital importância no atual momento. A plataforma Artsy, além de ter um tráfego relevante de colecionadores e interessados no mercado da arte, possibilita uma visibilidade internacional para a Galeria Lume em um momento em que nosso espaço físico está fechado”, afirma Victoria Zuffo, da Galeria Lume.
A parceria entre Latitude e Artsy possibilitou a inserção de 17 galerias brasileiras na plataforma. Na página de cada galeria no site é possível ter acesso às exposições, ao que foi apresentado nas últimas feiras/eventos que a galeria participou, aos artistas são representados pela galeria, e claro, aos valores de cada obra e facilitação no processo de compra. “O câmbio também é uma variável relevante, tanto na assinatura do portal, cujo apoio foi determinante para que a participação da galeria fosse concretizada, quanto pela ótica dos colecionadores internacionais, que podem achar boas oportunidades de investimento em obras que são indexadas em reais”, completa Victoria Zuffo.
“Estamos muito entusiasmados em ver nossas galerias em plataformas internacionais com credibilidade de mercado, como o Artsy. Poder experimentar novos caminhos com as infinitas ferramentas digitais que existem hoje tem sido revigorante para nosso setor. E este novo formato possibilita ainda o acesso a um maior número de pessoas para conhecerem e desfrutarem da arte de galerias de pequeno e grande porte. E isso é incrível!”, afirma Luciana Brito, presidente da ABACT.
Confira as páginas das galerias de arte associadas ao Latitude no Artsy
Bergamin e Gomide
Casa Triângulo
Galeria Nara Roesler
Fortes D’aloia & Gabriel
Galeria Raquel Arnaud
Galeria Marilia Razuk
Galeria Estação
Central Galeria
Zipper Galeria
Galeria Kogan Amaro
Portas Vilaseca Galeria
Galeria Jaqueline Martins
Simões de Assis Galeria de Arte
Galeria Lume
Galeria Luciana Brito
Karla Osorio Galeria
Janaina Torres
Sobre o Latitude - Platform for Brazilian Art Galleries Abroad
O Latitude é um programa desenvolvido por meio de uma parceria firmada entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea - ABACT e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - Apex-Brasil, para promover a internacionalização do mercado brasileiro de arte contemporânea. Criado em 2007, conta hoje com 51 galerias de arte do mercado primário, localizadas em sete estados brasileiros e Distrito Federal, que representam mais de 1000 artistas contemporâneos. Seu objetivo é criar oportunidades de negócios de arte no exterior, fundamentalmente através de ações de capacitação, apoio à inserção internacional e promoção comercial e cultural. O volume das exportações definitivas e temporárias das galerias do projeto Latitude vem crescendo significativamente. Em 2007, foram exportados US$ 6 milhões e, de acordo com a última Pesquisa Setorial Latitude publicada, em 2017 atingiu-se mais de US$ 65 milhões. As galerias Latitude foram responsáveis por 42% do volume total das exportações do setor no ano. Desde abril de 2011, quando a ABACT assume o convênio com a Apex-Brasil, foram realizadas 48 ações em mais de 26 diferentes feiras internacionais, com aproximadamente 300 apoios concedidos a galerias Latitude. Neste mesmo período, foram trazidos ao Brasil aproximadamente 250 convidados internacionais, entre curadores, colecionadores e profissionais do mercado, em 23 edições de Art Immersion Trips. Além dessas ações, o Latitude realizou cinco edições de sua Pesquisa Setorial, com dados anuais sobre o mercado primário de arte contemporânea brasileira.
Material de imprensa realizado por Fernanda Guarda
