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dezembro 14, 2019

I-D - exposição comemorativa dos 45 anos da Luisa Strina, São Paulo

No dia de seu aniversário, a Galeria Luisa Strina inaugura I-D, coletiva que conta a história do período da consolidação de identidade do espaço

Os anos 1990 são marcados, na arte brasileira, por uma operação de desconstrução e reconstrução das noções de concreto e construtivismo, notadamente por meio das obras “pop-popular” – para usar a expressão de um crítico do período – de nomes como Marepe, Alexandre da Cunha e Emmanuel Nassar. Sobre este, afirmou-se que “faz literalmente uma gambiarra do concreto para o popular ou vice-versa”. Dessa mesma matriz desconcretista e desconstrutivista, nascem também as poéticas mais minimalistas de Marcius Galan, Renata Lucas e Fernanda Gomes naquela década e nos anos 2000.

Os anos 90 também são um momento de reconciliação com o belo, com a cor sendo reabilitada por artistas que não se identificam com a geração 1980, mas que praticam uma espécie de pintura conceitual, como é o caso de Caetano de Almeida, Monica Nador e Marina Saleme. Acerca de Saleme, se escreveu: “A alusão figurativa está firmemente ancorada pelo título; é uma paisagem, e, no entanto, é já uma pintura pós-conceito, pintura da pintura, figura que examina a viabilidade da pintura agora”. Finalmente, outra marca desse período histórico na arte é a emergência de uma subjetividade conflituosa em obras mais existenciais, como as de Leonilson, Dora Longo Bahia, Edgard de Souza e Cabelo.

A exposição I-D reúne obras desses e outros artistas para contar a história da Galeria Luisa Strina dos anos 1990 até meados dos anos 2000. Os nomes elencados acima eram todos representados pela galeria, foram artistas em que Luisa apostou quando iniciavam suas trajetórias, sendo, portanto, responsável por “lançar” suas carreiras, que viriam a se consolidar nos anos 2000 e 2010. Hoje, Marepe, Alexandre da Cunha, Marcius Galan, Fernanda Gomes, Caetano de Almeida, Renata Lucas e Marina Saleme continuam no time da galeria, configurando parcerias duradouras, de 20 ou 30 anos de trabalho conjunto e cumplicidade.

I-D trata da consolidação da identidade da galeria, incluindo também obras dos artistas estrangeiros que Luisa apresentou e/ou começou a representar no período coberto pela exposição, e que seguem integrando o núcleo de artistas que definem esta identidade: Muntadas, Jorge Macchi, Carlos Garaicoa e Alfredo Jaar. Os outros nomes internacionais, sobretudo latino-americanos, que hoje são parte fundamental do programa da galeria, assim como os jovens artistas brasileiros que passaram a ser representados nos anos 2010, serão objeto da terceira exposição deste ciclo comemorativo dos 45 anos, a ser inaugurada em março de 2020.

Além da geração 1990, I-D apresenta obras dos artistas que seguem participando ativamente da vida da galeria no período, como Cildo Meireles, Antonio Dias e Artur Barrio. E traz uma pequena seleção de obras de grandes nomes da história da arte contemporânea internacional que expuseram nas décadas contempladas pelo recorte curatorial: Peter Halley, Jenny Holzer e Wim Delvoye. A história de todas essas exposições também será contada em dois painéis com documentação (convites, clippings, fotografias), como ocorreu em Chão de Giz.

Posted by Patricia Canetti at 8:41 PM

dezembro 12, 2019

Patrizia D"Angello no Museu da República, Rio de Janeiro

Exposição “Jardim do Éden” apresenta obras recentes e inéditas inspiradas nos banquetes realizados no Palácio do Catete

No dia 14 de dezembro, a Galeria do Lago, no Museu da República, inaugura a exposição “Jardim do Éden”, da artista Patrizia D’Angello, com curadoria de Isabel Portella. A exposição apresenta 25 pinturas recentes e inéditas e o conceito foi pensado a partir dos muitos banquetes realizados no Palácio do Catete, sede do Governo Federal entre 1896 e 1960 e que hoje abriga o Museu da República.

“Numa narrativa bem humorada, mas repleta de sutis paralelos, a artista se debruça sobre os grandes temas da pintura figurativa, o retrato, a paisagem e a natureza morta. Em seus trabalhos, Patrizia procura discutir os limites do real, da mímesis e as implicações no mundo contemporâneo”, afirma a curadora Isabel Portella.

Para realizar a exposição, a artista mergulhou no acervo do Museu, em documentos relacionados ao tema, como uma bela coleção de convites e menus das muitas recepções ocorridas ali, bem como fotos, vasos, pratarias, sancas e mobiliário pertencentes ao Palácio do Catete, que aparecem nas obras mesclados a seu repertório poético.

De família italiana, Patrizia D’Angello cresceu rodeada por encontros em volta da mesa, com comida farta. Para ela, “comer junto é uma maneira de se compartilhar afeto”. Desta forma, seu trabalho sempre esteve atravessado pela comida, que, em suas naturezas mortas, ganham outras camadas de sentido. Movida por um humor dionisíaco e tendo como norte a Pop Art e a Tropicália, os trabalhos de Patrizia D’Angello estão sempre reverberando questões do feminino/feminismo. Em uma operação ambivalente de afirmação e crítica, a artista desloca sentidos e, com humor, joga luz sobre a pretensa “normalidade” do patriarcado e suas práticas predatórias. “A abordagem desse espaço tão representativo do poder, do patriarcado, da ordem vigente, se dá através do campo relegado desde sempre ao domínio das mulheres, a cozinha, a mesa, a decoração, o enfeite, o bordado, o doce, o belo... Um universo, segundo essa lógica dominante, menor, secundário, fútil e frívolo, por isso mesmo entregue de bom grado às mãos que vieram pra servir”, ressalta a artista.

A grande pintura “Jardim do Éden”, que dá nome à exposição, retrata um piquenique realizado sobre uma canga com a imagem da famosa pintura do renascimento, “O nascimento da Vênus”, de Sandro Botticelli (Itália, 1445 - 1510). “Também queria falar da área externa do museu, do lindo parque e dos convescotes que ali aconteceram no passado de forma reservada e que seguem acontecendo hoje com o espaço convertido em museu, de forma pública e democrática”, explica a artista, que em suas pesquisas encontrou imagens da família de Pereira Passos (1836-1913), prefeito do então Distrito Federal entre 1902 e 1906, nos jardins do Palácio do Catete.

A imagem da Vênus de Botticelli, uma das tantas idealizações da mulher presentes na História da Arte, serve de leito para um piquenique, onde, junto ao seu peito, repousa uma faca e sobre seu corpo é servida a comida. O trabalho se chama Jardim do Éden e, a um só tempo, a artista relaciona a idealização, a objetificação, a exploração e toda uma narrativa milenar escrita por homens sobre o que foi e qual deve ser o papel da mulher.

O pensamento crítico aparece sempre de forma sutil, quando a sobreposição do título à imagem produz um ruído desconsertante. “O título dos trabalhos é parte indissociável da obra, pois é através do deslocamento de sentido engendrado nessa operação de nomear que desenvolvo a narrativa que me interessa explorar”, conta Patrizia D’Angello. Muitas vezes, os nomes das obras remetem a questões que não estão retratadas diretamente na pintura. Um exemplo disso é a obra “Canavial”, com a imagem de um açucareiro de prata. A figura bonita, que remete à riqueza, é quebrada com a lembrança do título, que imediatamente remete à exploração e à escravidão. No entanto, tudo é feito de forma leve, quase imperceptível e, a um primeiro olhar, o que se vê são belas e sedutoras imagens. “Se o feminismo, a sensualidade erótico-sensorial, o patriarcado, a exploração são questões que interessam à artista explorar, ela o faz com humor, numa crítica que expõe engrenagens perversas e desnuda atitudes machistas, sem perder a doçura”, afirma a curadora Isabel Portella.

“Retrato mulheres insurgentes e empoderadas a debochar desse mundo constituído sob valores alheios e desfavoráveis, piqueniques, mesas, comidas, doces, vasos e ornamentos onde tudo parece estar onde deveria estar exceto pelo fato de que essa afirmação resvala numa bem humorada crítica”, diz a artista.

SOBRE A ARTISTA

Patrizia D’Angello nasceu em São Paulo, mas vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formada em Artes Cênicas pela Uni-Rio e em Moda pela Candido Mendes, a partir de 2008, cessou todas as atividades em outras áreas pra se dedicar exclusivamente à arte. Desde então, desenvolve uma poética que, através de artifícios da narrativa do cotidiano, incorpora e comenta a vida em suas grandezas e pequenesas, em seus potenciais de estranhamento e em suas banalidades, espelhando e refletindo aquilo que diz respeito à vida. Transita pela produção de objetos, performance, fotografia, video e, mais assiduamente, pela pintura. Frequentou a Escola de Artes Visuais no Parque Lage, onde cursou diversos cursos. De setembro de 2014 a Março de 2015 esteve no programa de bolsa residência-intercâmbio com a École Nationale Superieure des Beaux Arts de Paris. Foi indicada ao prêmio PIPA em 2012.

Dentre suas principais exposições individuais estão: “Lush” (2018), no Centro Cultural Municipal Sergio Porto, no Rio de Janeiro; “Assim é se lhe parece - Casa, Comida e Roupa Lavada” (2016), no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro; “Kitinete” (2016), no Ateliê da Imagem, no Rio de Janeiro; “No Embalo das Minhas Paixões”, na Galeria de Arte IBEU, no Rio de Janeiro, entre outras.

Dentre suas últimas exposições coletivas estão: “Primeiro salão de Arte Degenerada”, no Ateliê Sanitário, “Rios do Rio”, no Museu Histórico Nacional, “Passeata”, na Galeria Simone Cadinelli, “My Way”, na Casa França-Brasil, todas este ano, no Rio de Janeiro; “Futebol Meta Linguagem” (2018), no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, no Rio de Janeiro; “Poesia do Dia a Dia” (2017), no Centro Cultural Sergio Porto, no Rio de Janeiro; “Quero que Você me Aqueça nesse Inverno” (2016), no Centro Cultural Elefente, em Brasília; “Attentif Ensemble” (2015), no Jour et Nuit Culture, em Paris; “Portage” (2014), no ENSBA, em Paris; “Como Se Não Houvesse Espera” (2014), no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro, entre outras.

SOBRE A GALERIA DO LAGO

A Galeria do Lago apresenta programas contínuos de exposições de arte contemporânea, que visam a discutir aspectos da produção da arte atual, com obras que de alguma maneira se relacionem com o Museu da República.

Posted by Patricia Canetti at 8:34 PM

Programação Encerramento 2019 na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro

No domingo, acontece a celebração de fim de ano letivo da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O encerramento conta com a Mostra EAV Parque Lage 2019 – apresentação dos trabalhos de mais de 500 alunos da EAV expostos por todo o palacete –, abertura das duas exposições dos programas gratuitos de formação, performances, feira gráfica, atividade infantil do parquinho lage e shows musicais.

15 de dezembro de 2019, domingo, das 11h às 22h

Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico 414, Jardim Botânico, Rio de Janeiro

PROGRAMAÇÃO

11h – 20h. Mostra EAV Parque Lage 2019 – Mostra dos alunos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage
11h – 19h. Abertura das Exposições ESTOPIM e SEGREDO e Como nos movemos, como queremos nos mover?
11h – 19h. Feira Gráfica dos Alunos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage
11h – 18h. Livro Xaxará por Camilla Rocha Campos na Biblioteca | Centro de Documentação e Pesquisa
11h – 13h. Atividade Poesia e Corpo do Parquinho Lage no espaço da piscina com Pedro Rocha e Regina Neves

PROGRAMAÇÃO MUSICAL

19h. Bicuru – acu
19h. Lou Pipa em VernisLage participação: Nathanne Rodrigues, Pitter Rocha, Marta Supernova e Vinicius Monte
20h. Marta Supernova
21h. DJ Ursinho também conhecido como Herbert de Paz

Sobre as exposições

Como nos movemos, como queremos nos mover?
de 15 de dezembro até 8 de março
Galeria 1 e Capela da EAV Parque Lage
Gratuito | Aberto ao público

Como nos movemos, como queremos nos mover? é uma exposição coletiva proposta pela turma de 25 bolsistas do Programa de Formação Gratuito – Exercício Experimental da Liberdade e pensada como desdobramento das provocações e diálogos não só com os quatro professores presentes no programa (Camilla Rocha Campos, Fernanda Lopes, Fernando Cocchiarale e Keyna Eleison), mas pelas negociações com a própria Escola de Artes Visuais do Parque Lage e seus espaços. Fora pensada sobretudo a partir da heterogeneidade de um grupo de estudantes em suas muitas narrativas desenvolvidas ao longo de uma caminhada conjunta durante o ano de 2019.

Estopim e Segredo
de 15 de dezembro até 8 de março
uma exposição | cinco cortes
Cavalariças da EAV Parque Lage
Gratuito | Aberto ao público

Estopim e Segredo é uma exposição coletiva proposta pela turma de 25 bolsistas do Programa de "Formação e Deformação" Gratuito – Emergência e Resistência.

Sobre a atividade infantil

11h às 13h, Poesia e corpo [arte em família - especial Escola livre]
Professores: Regina Neves e Pedro Rocha
Idade: crianças a partir de 6 anos e suas famílias
Local: pátio da piscina
A programação (gratuita) é destinada a crianças acompanhadas de seus familiares, incentivando a imaginação coletiva e a participação da família nas escolas.

Reservas por email (até sexta-feira, às 16h):
Caso o participante não esteja presente 30 minutos antes do início da aula, a reserva será liberada para lista de espera.
No dia da atividade: inscrições na secretaria da EAV Parque Lage. Sujeito a lotação.

Posted by Patricia Canetti at 8:16 PM

Túlio Pinto no MARGS, Porto Alegre

Túlio Pinto apresenta exposição com esculturas, objetos e instalações de grande porte e dimensões

Produção do artista é marcada pelo uso de materiais como metal, pedra e vidro; os quais são mobilizados e articulados em mecanismos e sistemas que exploram os equilíbrios, os pesos e as tensões das formas, dos arranjos e das composições que os configuram

Para receber a exposição do artista, as Pinacotecas passarão por uma grande e impactante transformação visual: o piso das 3 galerias será totalmente revestido por uma cobertura acarpetada, com o objetivo de anular as cores e os motivos decorativos dos ladrilhos

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) apresenta a exposição Túlio Pinto — Momentum, que tem inauguração no sábado 14 de dezembro, às 16h, nas Pinacotecas, juntamente a outra individual, Bruno Borne — Ponto vernal (Salas Negras), e a nova fase da coletiva Acervo em movimento — Um experimento de curadoria compartilhada entre as equipes do MARGS (Sala Aldo Locatelli).

Às 15h, antecedendo a inauguração da mostra, haverá uma conversa com Túlio Pinto no auditório do museu, com a presença da curadora e crítica de arte Angélica de Moraes, integrando o programa público da exposição (as atividades da programação serão divulgadas durante o período expositivo).

Já durante a abertura, das 16h às 19h, o artista Diego Passos estará realizando uma performance ao vivo diante do público, colaborando com um trabalho concebido por Túlio Pinto a partir dos materiais e da linguagem de suas próprias esculturas e objetos.

O artista e sua pesquisa

Com formação pelo Instituto de Artes da UFRGS e pelo Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, cidade onde vive e desde onde atua, Túlio Pinto (1974) foi um dos criadores e integrantes do Atelier Subterrânea (ativo entre 2006 e 2015).

Sua produção é marcada pelo uso de materiais como metal, pedra e vidro; os quais são mobilizados e articulados pelo artista em arranjos, mecanismos, composições e sistemas matérico-objetuais que lidam com pesos, forças, equilíbrios, tensões e os seus limites. São pedras, vigas de aço, lâminas e bolhas de vidro, cubos e estruturas de metal; os quais se sustentam e se acoplam por cabos, roldanas, barras, vigas, pedras pendulares e porções de areia, entre outros.

Desse procedimento, resultam esculturas, objetos e instalações que exploram as potencialidades físicas e visuais dos materiais e das formas que assumem.

A exposição

“Túlio Pinto — Momentum” traz a público um conjunto de esculturas, objetos e instalações realizadas nesta década, incluindo alguns trabalhos inéditos. A curadoria é do diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, que desenvolveu com o artista uma exposição concebida para proporcionar ao público uma profunda e intensa experiência a partir de uma ampla exposição de caráter escultórico e instalativo, destacando um conjunto de obras de grande porte e dimensões.

Para receber a proposição do artista, pensada especialmente para o espaço expositivo mais amplo e nobre do museu, as Pinacotecas passarão por uma grande e impactante transformação visual: o piso das 3 galerias será totalmente revestido por uma cobertura acarpetada, com o objetivo de anular as cores e os motivos decorativos dos ladrilhos, transformando o espaço em um grande “cubo branco” que privilegiará a visualidade e a presença dos objetos escultóricos que ali estarão instalados.

Tendo nos últimos anos cruzado continentes, circulando por diversos países com exposições em instituições, museus, galerias, feiras, eventos e programas de residência — em 2019, o ponto alto foi uma mostra sua em Veneza durante a Bienal —, Túlio Pinto não apresentava uma individual em Porto Alegre desde 2013.

Nesse sentido, a mostra "Momentum" chega justamente para pontuar e celebrar o momento de adensamento da produção e de maturidade da trajetória do artista, sobretudo pelo alcance de sua atuação nos últimos anos, ao mesmo tempo marcando sua primeira exposição individual no MARGS.

Em sequência à mostra apresentada nas mesmas Pinacotecas em homenagem ao centenário de Francisco Stockinger, um artista notadamente vinculado ao ideário da arte moderna, “Túlio Pinto — Momentum” oferecerá agora uma circunstância para se pensar e experenciar os desdobramentos operados pelas pesquisas contemporâneas das linguagens escultóricas, em um campo já expandido de possibilidades, e no qual a abordagem da tridimensionalidade e da espacialidade se aprofunda pelo pensamento e práticas do artista, que exploram uma intensificada fundamentação conceitual, visual e poética.

Biografia resumida

Túlio Pinto (Brasília, 1974) é formado em Artes Visuais (2009, ênfase em escultura) pelo Instituto de Artes (IA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Foi um dos criadores e integrantes do Atelier Subterrânea (ativo entre 2006 e 2015).

Em suas esculturas, objetos e instalações, explora os equilíbrios, os pesos e as tensões dos materiais, das formas e dos sistemas que os configuram.

Iniciou sua produção e trajetória em pintura, a partir de 2004, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, tendo estudado a seguir no Parque Lage do Rio de Janeiro.

Recebeu diversos prêmios no Brasil e no Exterior e, nos últimos anos, realizou residências artísticas em países como Ucrânia, Canadá, Portugal, Estados Unidos, Inglaterra, Uruguai , Holanda e Espanha.

Tem apresentado exposições individuais e participado de coletivas no Brasil e no exterior. Um dos destaques mais recentes é a individual “Land Line”, em Veneza, na Itália, apresentada pela Galeria Piero Atchugarry durante a 58ª Exposição Internacional de Arte - La Biennale di Venezia.

Em Porto Alegre, sua última mostra individual havia sido “De territórios, abismos e intenções”, em 2013, no Santander Cultural, pelo Projeto RS Contemporâneo.

Seus trabalhos integram acervos de instituições e coleções particulares no Brasil e no exterior.

Vive e trabalha desde Porto Alegre.

Posted by Patricia Canetti at 6:27 PM

Bruno Borne no MARGS, Porto Alegre

Composto por duas obras que operam com vídeo, som e computação gráfica, “Ponto vernal” convida o público a uma experiência visual, espacial e sensorial

Em sua pesquisa e prática, artista trata de conceitos como o tempo e o espaço, utilizando luz, som, reflexos, espelhamentos e multiplicação de espaços e formas arquitetônicas

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) apresenta a exposição Bruno Borne — Ponto vernal, que tem inauguração no sábado 14 de dezembro, às 16h, nas Salas Negras, juntamente a outra individual, Túlio Pinto — Momentum (Pinacotecas), e a nova fase da coletiva Acervo em movimento — Um experimento de curadoria compartilhada entre as equipes do MARGS (Sala Aldo Locatelli).

“Bruno Borne — Ponto vernal” consiste em uma videoinstalação concebida especialmente para este espaço. A curadoria é do do duo Ío, formado pelos artistas e pesquisadores Laura Cattani e Munir Klamt, este também integrante do Comitê de Curadoria do MARGS.

O artista e sua pesquisa

Graduado em Artes Visuais e Arquitetura e Urbanismo, e atualmente doutorando em Poéticas Visuais (PPGAV-UFRGS), Bruno Borne (1979) produz obras relacionando o ambiente de exposição, a arquitetura, a obra e o espectador através de projeções e imagens em computação gráfica.

Em sua pesquisa, trata de conceitos como o tempo e o espaço, utilizando luz, som, reflexos, espelhamentos e multiplicação de espaços e formas arquitetônicas.

Assim, procura discutir questões relativas ao espaço e à virtualidade, utilizando meios tecnológicos e digitais para propor a criação de ambientes virtuais através da articulação entre arquitetura, registro fotográfico e as especificidades do local. Como técnica, desenvolve imagens por meio de simulações de computação gráfica apresentadas em videoinstalações ou impressões digitais. Utiliza como suporte espelhos, objetos escultóricos em marcenaria, acrílicos e tecidos.

Videoinstalação nas Salas Negras

Para as Salas Negras, o artista concebeu um projeto especialmente para as características e especificidades deste espaço, composto por duas obras que operam com vídeo, som e computação gráfica. Assim, o ambiente expositivo será ocupado por uma videoinstalação que lida com luz, imagens e sons, convidando o público a uma experiência visual, espacial e sensorial.

Tomado como título da exposição e como fundamentação conceitual dos trabalhos, "Ponto vernal" se relaciona ao período da exposição, que se dará entre o solstício e o equinócio. Em astronomia, o ponto vernal é o ponto da esfera celeste determinado pela posição do sol quando este, movendo-se pela eclíptica, cruza o equador celeste, determinando o equinócio de primavera para o hemisfério norte e o de outono para o hemisfério sul.

Desse modo, entre dezembro e março, o artista executará alterações no trabalho, que resultarão em novas e distintas experiências visuais, espaciais e sensoriais.

Um dos trabalhos, “Perihelion #1”, parte da ideia do movimento de transição entre o solstício e o equinócio terrestre. Um feixe de luz em forma de elipse se expande e se contrai em ciclos de 1 minuto marcados pelo soar de um sino. Ao longo dos 90 dias de exposição (período de transição entre o solstício e equinócio), essa forma luminosa projetada irá se transformar de uma elipse para um círculo. Para sua realização, foi desenvolvido um sistema de computação gráfica que transforma uma imagem captada em tempo real do céu. Esta luz é processada e projetada dentro do ambiente de exposição em um espelho metálico convexo que reflete e ilumina a sala negra, alternando momentos de escuridão e claridade.

O outro trabalho, “Aurora #2”, consiste em uma linha de metal espelhado, colocada na altura média do observador (165 cm) sobre a parede de projeção. O vídeo tem 2 minutos de duração e é composto de uma animação digital em que uma forma cilíndrica gira lentamente sobre esta linha metálica horizontal, registrando uma porção de céu limpo de nuvens e objetos captando as variações de cor e luminosidade desde o nascer do sol (a aurora) até o poente por meio de um registro em time-lapse processado digitalmente. Durante este ciclo, o som do ambiente apresenta ruídos naturais como o vento, movimentos de folhas e árvores e o cantar de pássaros.

Posted by Patricia Canetti at 6:08 PM

Acervo em Movimento no MARGS, Porto Alegre

“Acervo em movimento” entra em nova fase trazendo obras de artistas acadêmicos e modernos

Nova fase da exposição traz obras de Pedro Alexandrino, Henry Geoffroy, Lucien Simon, Pedro Weingärtner, LibindoFerrás, Alfredo Volpi, Tarsila do Amaral, Bustamante Sá e Vasco Prado


O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) apresenta a mais nova fase da exposição “Acervo em movimento — Um experimento de curadoria compartilhada entre as equipes do MARGS”, que tem inauguração no sábado 14 de dezembro, às 16h, na Sala Aldo Locatelli, juntamente às individuais Túlio Pinto — Momentum (Pinacotcas) e Bruno Borne — Ponto vernal (Salas Negras).

As exposições seguem em exibição até 29 de novembro de 2020, quando os espaços expositivos do MARGS darão lugar aos preparativos para a 12ª Bienal do Mercosul, cuja abertura está prevista para o mês de abril.

O MARGS funciona de terças a domingos, das 10h às 19h, sempre com entrada gratuita. Visitas mediadas podem ser agendadas pelo e-mail educativo@margs.rs.gov.br.

A exposição

Projeto de caráter permanente da atual gestão, "Acervo em movimento — um experimento de curadoria compartilhada entre as equipes do MARGS" é uma exposição viva e dinâmica, uma vez que opera com um modelo de rotatividade de obras da coleção do MARGS, com substituições que se alternam marcando distintos períodos expositivos.

A estreia se deu em março deste ano, nas Pinacotecas do museu, marcando a chegada da nova gestão do museu. A exposição se desenvolve como um experimento de curadoria compartilhada entre as equipes do museu (Núcleos de Curadoria, Acervo, Educativo, Documentação e Pesquisa, Restauro e Conservação), que conjuntamente e em revezamento exercitam uma mesma estratégia de organização de uma mostra dedicada ao acervo. Assim, coloca-se em operação um modelo de exposição recombinante, em que obras entram e saem durante o período expositivo.

À primeira seleção, proposta em março pelo diretor-curador, seguiram-se nos meses seguintes alterações no conjunto em intervalos quase mensais, sendo uma resposta à outra, cada qual implementada por uma equipe do MARGS.

Em agosto, a exposição entrou em sua segunda fase, passando a ocupar a Sala Aldo Locatelli. Desde então, foram realizadas duas "viradas" com entradas e saídas de obras do acervo do museu.

Agora, a mostra passará por uma substituição total, a cargo do Núcleo de Acervo (Daniela S. Tyburski, Eneida Michel da Silva e Raul César Holtz Silva) do museu, que foi designado para ser responsável pelas escolhas e decisões curatoriais quanto às obras que entram na exposição e a disposição que assumirão no espaço expositivo.

A equipe do Núcleo de Acervo privilegiou obras acadêmicas e modernas, cumprindo assim o objetivo da direção artística de contrabalançar a maior presença que a arte contemporânea terá com as demais exposições em exibição no mesmo período.

A nova seleção de obras apresenta a produção de artistas cujo estilo se caracteriza pelo academicismo, ocorrido em fins do séc. 19 e início do séc. 20, e pelo modernismo, que se caracteriza por romper com os padrões acadêmicos, traçando um novo ponto de vista estético e conceitual ao longo do século 20. Representando os acadêmicos, serão apresentadas obras de Pedro Alexandrino (1884-1942), Henry Geoffroy (1853-1924), Lucien Simon (1861-1945), Pedro Weingärtner (1853-1929) e LibindoFerrás (1877-1951), dentre outros. Já entre os modernos haverá obras de Alfredo Volpi (1896-1988), Tarsila do Amaral (1886-1973), Bustamante Sá (1907-1988) e Vasco Prado (1914-1998), dentre outros.

Ao lançar mão da estratégia de substituições dos trabalhos de arte enquanto metodologia crítica, "Acervo em movimento" busca oferecer uma exposição que aposta na experiência mais do que nos discursos, e na descoberta mais do que nas verdades.

O projeto integra uma política institucional de exibição dedicado a explorar estratégias de abordagem do acervo do museu por meio de exercícios curatoriais voltados à experimentação de modelos expositivos. Leia a declaração do diretor-curador Francisco Dalcol.

Posted by Patricia Canetti at 6:00 PM

Iran do Espírito Santo no Oi Futuro, Rio de Janeiro

O Centro Cultural Oi Futuro inaugura Reflexivos, a primeira exposição individual em um espaço institucional no Rio de Janeiro do paulista Iran do Espírito Santo, no dia 14 de dezembro de 2019, sábado, às 15h.

Com curadoria de Alberto Saraiva e Flavia Corpas, a mostra é um recorte do últimos 20 anos da produção do artista. Além de desenhos inéditos, datados de 2019, há uma pintura site specific, feita sobre a parede de 69 metros quadrados, que dialoga com a arquitetura da sala.

Iran do Espírito Santo é conhecido por esculturas de itens do cotidiano, abstraídos em formas geométricas simplificadas. Seus objetos sóbrios revisam princípios de ortodoxos do minimalismo. O artista cria um jogo sutil entre percepção e realidade, forma idealizada e objetos e materiais cotidianos.

Reflexivos tem abrangência de temas, de ideias e dos materiais preferenciais do Iran: esculturas sempre sólidas de pequenos formatos, em pedra, cristal e aço inoxidável, a representação pelo uso de material e a reinterpretação com alteração do material, mas ainda como extrações do real.

Para o curador Alberto Saraiva, “Iran ultrapassa o limite dos objetos cotidianos recriando sua carnalidade, cuja aparência revela antes a matéria que a forma, para se consolidar como uma tipologia nova de ser e de estar”.

Na primeira sala, está a obra mais antiga da mostra, Castiçal e vela [1998], como peça única, em aço inoxidável, a qual Iran avalia como uma “quebra de ilusão”: o castiçal contamina a vela. E mais, Buraco da fechadura, escultura de parede, em aço inoxidável polido, de 1999, impenetrável, mas que incorpora a cena da galeria; Tigela [2015], de cristal sem concavidade; Lâmpada vermelha [2009], de cristal transparente, colocada perpendicular à parede; Caixa de fósforos [2018] em aço inoxidável, em dimensões reais, a representação é de uma caixa entreaberta – a escultura é executada em um bloco único de aço, sem partes ; Porca e rosca [2016], de 70 cm de altura, são duas partes roscáveis apresentadas como peça única em aço inoxidável; Cúpula negra [2015], em granito preto polido, que o torna reflexivo, representado na forma e nas medidas uma cúpula de relógio.

Ainda neste primeiro espaço, colocados lado a lado sobre uma prateleira, estão catorze Globos [2011|2012] de mármore branco, sólidos, esculpidos a partir da coleção que o artista tem há anos e que evidencia a passagem do tempo pelo estilo.

Na segunda galeria, reina sobre a parede a pintura que ocupa de ponta a ponta os 19 x 3,60 m, com 56 tons de cinza, resultantes da mistura de preto e branco, combinando rígida matemática e empiricismo. A gradação das linhas verticais é suave porém nítida, como registro de cada tom, visível ao visitante. Elas partem do claro para o escuro, reproduzindo o que seria a sombra das três colunas da arquitetura da sala.

Iran começou o desafio com três tons, em um trabalho no Museu de Arte Moderna de San Francisco em 1997, onde pintou 110 m2 de parede com retângulos perfeitos, em um padrão de tijolos, em alusão à fachada do prédio. Dez anos depois, na Bienal de Veneza de 2007, chegou a pouco mais de 30 tons em um desenho sem referência à uma parede. A possibilidade de nuances é infinita, teoricamente. Na prática, pode não ser viável.

Na terceira galeria, estão os desenhos inéditos, de 2019, e o Espelho dobrado [2011], peça de chão e parede, feito de vidro espelhado, totalmente reflexivo, que incorpora o ambiente.

Os desenhos inéditos verticais, de 152 x 104 cm, são elipses feitas uma a uma, formando volumes cilíndricos descorporificados. São volumes que estão na base da corporificação dos objetos, o que há de mais próximo de uma representação mental.

O artista comenta que “um dos aspectos do meu trabalho é o que lida com a luz, o reflexo, com a participação do espectador: ele se vê no trabalho e faz o processo mental da reflexão.”

“O título Reflexivos busca abordar a ambiguidade que tal palavra pode encontrar na obra de Iran: uma dimensão de espelhamento – facultada pelos materiais usados, e que apontaria para o que é igual a si mesmo, mas que, paradoxalmente, ao colocar o espectador na cena, já o desloca – que é atravessada por uma outra, a da reflexão – que para se dar precisa operar a partir de uma abertura à diferença, posta em curso pela opção de trabalhar com as formas de objetos ordinários, escolha que os retira de seus contextos habituais, dando-lhes novos e diferentes lugares. Nesta tensão, promovida por espelhos que não refletem mais o mesmo, já vemos localizadas, justamente, as problemáticas correlatas da representação e da relação entre sujeito e objeto nas artes visuais”, avalia Flavia Corpas, psicanalista e curadora independente de artes visuais. Professora do curso Arte e Psicanálise no MAM SP.

No térreo, o público será recebido pelo vídeo da instalação Playground, que Iran apresentou em Manhattan, na face leste do Central Park, por cinco meses, entre 2013 e 2014. Este trabalho foi comissionado por Nicholas Baume, curador do Public Art Fund da cidade de Nova York. É um cubo de cimento de quatro metros de lado, com alguns segmentos ausentes nas quinas da peça. O que parece argamassa, unindo os blocos, é, sim, um desenho perfeito sobre as placas de concreto, imitando esses elementos.

Reflexivos, em cartaz até 1 de março de 2020, vem acompanhada de um catálogo-livro que fará parte da coleção Arte e Tecnologia do Oi Futuro, a ser lançado no decorrer da mostra.

Iran do Espírito Santo nasceu em Mococa (SP) em 1963. Vive e trabalha na capital paulista. Entre suas exposições individuais em museus fora do Brasil, destacam-se Playground, Public Art Fund, Nova York (EUA, 2013); IMMA, Dublin (Irlanda, 2006); MAXXI, Roma (Itália, 2006); Museo de Arte Carrillo Gil, Cidade do México (México, 2004). Ele participou da Bienal do Mercosul (2009 e 2005), Bienal de São Paulo (2008 e 1987), Bienal de Veneza (2007 e 1999), Bienal de Montreal (2007) e Bienal de Istambul (2000). Iran integra o elenco da Fortes D’Aloia&Gabriel e da Carpintaria no Brasil, da Sean Kelly Gallery de Nova York e da Ingleby Gallery de Edimburgo, Escócia.

Seu trabalho está em diversas coleções institucionais como a do MoMA (Nova York), SFMOMA (San Francisco), Cifo (Miami), MACBA (Barcelona), TBA21 (Viena), The Israel Museum (Jerusalém), Inhotim (Brumadinho), MAM SP, MAM Rio, Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAC-USP, entre outras.

Posted by Patricia Canetti at 5:12 PM

Leonor Antunes no Masp, São Paulo

Exposição encerra ciclo Histórias das mulheres, histórias feministas e dialoga com outras artistas, como a arquiteta Lina Bo Bardi

Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, e Amanda Carneiro, curadora assistente do museu, a exposição leonor antunes: vazios, intervalos e juntas abre no dia 13 de dezembro, sexta-feira, no MASP e no dia 14, sábado, na Casa de Vidro. A mostra, que ocorrerá simultaneamente em dois edifícios icônicos da arquiteta Lina Bo Bardi, apresenta trabalhos inéditos, feitos especialmente para os espaços.

Leonor Antunes: vazios, intervalos e juntas acontece simultaneamente à exibição dos trabalhos das artistas Gego e Anna Bella Geiger no MASP, que encerram o eixo temático Histórias das mulheres, histórias feministas, programa que se dedicou a artistas mulheres ao longo de 2019 e teve exposições de Djanira da Motta e Silva, Tarsila do Amaral, Lina Bo Bardi e outros nomes.

Nascida em Lisboa, em 1972, Leonor Antunes mora desde 2005 em Berlim, na Alemanha. Considerada uma das mais importantes artistas portuguesas da atualidade, ela representou seu país na Bienal de Veneza de 2019 com a exposição a seam, a surface, a hinge or a knot. Definidas pela própria artista como “esculturas criadas no espaço”, suas obras estabelecem relações entre a escultura, a arquitetura, o design, a luz, e o corpo — que pode ser o do espectador que trafega pela galeria ou do ambiente que a artista ocupa. Antunes dedica atenção especial aos materiais que emprega, frequentemente naturais ou orgânicos, bem como à ação do tempo e o uso sobre eles, sublinhando traços e tramas, técnicas e texturas.

Uma das características mais marcantes de sua prática é o interesse por produções de algumas artistas, arquitetas e designers do século 20, sobre as quais ela investiga e nas quais se inspira. Ela constrói assim um verdadeiro arquivo de referências, composto sobretudo por pioneiras mulheres modernistas que muitas vezes foram deixadas de lado nas grandes narrativas da história da arte, e que surgem como personagens de sua obra: Anni Albers, Charlotte Perriand, Clara Porset, Egle Trincanato, Eileen Grey, Eva Hesse, Franca Helg, Gego, Lina Bo Bardi, Lygia Clark e Ruth Asawa, entre outras.

O título da exposição é uma alusão aos espaços criados por Lina Bo Bardi —no caso, MASP e Casa de Vidro— e à atenção da arquiteta para os “vazios, intervalos e juntas” presentes nessas arquiteturas. Verticalidade e transparência também aparecem como fios condutores da mostra. Em villa neufer, por exemplo, uma escultura é feita a partir de uma escada de Albini. Já Caipiras, capiau, pau a pique remete a elementos usados na famosa mostra de mesmo nome organizada por Bo Bardi no Sesc Pompeia em 1980.

No piso da galeria do MASP, um trabalho toma emprestada a composição geométrica de uma pintura de Lygia Clark (Superfície modulada, 1952), ampliada numa escala arquitetônica que permite uma participação ativa do espectador sobre a obra, antecipando um caminho que Clark trilharia na década seguinte, com a participação do espectador em seus famosos Bichos. Já a grelha de madeira no teto, inspirada em um detalhe da casa de Clara Porset na Cidade do México, ocupa dois nichos de concreto da galeria, mesclando dois personagens: Porset e Bo Bardi. O jogo de transparências é articulado através da rede que cobre a galeria, bem como o vidro que divide o exterior do interior do edifício.

Catálogo

A publicação, que terá versões em português e inglês, é organizada pelos curadores Adriano Pedrosa e Amanda Carneiro. Ela será lançada em janeiro de 2020 e inclui textos de Carneiro, Clara Kim, Grant Watson, Caoimhin Mae Giolla Léith, María Inés Rodríguez, Briony Fer, além de uma entrevista com artista feita por Adriano Pedrosa.

Posted by Patricia Canetti at 2:48 PM

Gego - Gertrud Goldschmidt no Masp, São Paulo

Mostra é coorganizada com o Museo Jumex (Cidade do México), o Museu d’Art Contemporani (Barcelona) e o Tate Modern (Londres)

A partir de sexta-feira, 13 de dezembro, Gertrud Goldschmidt (1912-1994), mais conhecida como Gego, recebe sua primeira exposição individual no Brasil no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Batizada de Gego: a linha emancipada, a mostra fica em cartaz até o dia 1º de março de 2020.

A exposição é coorganizada pelo MASP com o Museo Jumex, da Cidade do México, o Museu d'Art Contemporani de Barcelona (MACBA), e o Tate Modern, de Londres. Organizada por Pablo León de la Barra com Tanya Barson e Julieta González, terá sua estreia em São Paulo e depois seguirá para Cidade do México (30 de abril a 20 de agosto de 2020), Barcelona (29 de abril a 28 de agosto de 2021) e Londres (29 de setembro a 9 de janeiro de 2022). A Fundación Gego, de Caracas, auxiliou na pesquisa curatorial, assim como na entrega de materiais de arquivo para o catálogo e a exposição, além de emprestar as principais obras exibidas.

Gego: a linha emancipada acontece simultaneamente à exibição dos trabalhos das artistas Leonor Antunes e Anna Bella Geiger no MASP, que encerram o eixo temático Histórias das mulheres, histórias feministas.

Gertrud Goldschmidt nasceu em Hamburgo, Alemanha, em 1912 (Gego, seu nome artístico, é a junção das primeiras sílabas de seu nome e sobrenome). Ela estudou arquitetura e engenharia na Technische Hochschule Stuttgart (hoje Universität Stuttgart). Diante do crescimento do antissemitismo, migrou para a Venezuela, onde passou a trabalhar com designers e arquitetos.

Foi apenas no início dos anos 1950 que Gego começou a carreira como artista, primeiro com aquarelas, monotipos e xilogravuras e depois com estruturas de metal tridimensionais. Ao lado de Carlos Cruz-Diez, Alejandro Otero e Jesús Rafael Soto, tornou-se um dos principais nomes da abstração geométrica e da arte cinética.

Durante sua trajetória, a artista se preocupou em investigar três formas de sistemas: linhas paralelas, nós lineares e o efeito parallax – no qual o formato de um objeto estático muda de acordo com a posição do observador. Gego explorou a relação entre linha, espaço e volume em uma série de esculturas tridimensionais feitas a partir de fios.

A exposição apresenta uma pesquisa cronológica e temática do trabalho da artista do início da década de 1950 até 1990, e inclui aproximadamente 150 obras entre esculturas, desenhos, gravuras e tecidos. A mostra traça ainda a evolução da abordagem distinta de Gego em relação à abstração e destaca sua prática no desenho e na gravura em diálogo com as séries tridimensionais, incluindo as esculturas vibracionais e cinéticas dos anos 1950 e 1960 como, por exemplo, Chorros (1970-71), Reticuláreas cuadradas (1970-73), Columnas (1971), Columnas (Reticuláreas cuadradas) (1972), Troncos (1974-77), Dibujos sin papel (1976-88), Esferas (1976-77), e Bichitos / Bichos (1987-91).

Para Pablo León de la Barra: “O trabalho interdisciplinar de Gego desconstrói não apenas a divisão entre imaginário e racional – visto que seu conhecimento em construção civil é combinado com sua prática artística – mas também seu papel social como uma mulher em um ambiente majoritariamente masculino, tanto na engenharia quanto na arte. Os dilemas que Gego enfrentou na vida, se pensarmos que a artista chegou na América Latina como uma refugiada judia, ainda são dilemas de muitas mulheres, tanto no campo profissional quanto pessoal”.

Catálogo

A publicação, organizada por Adriano Pedrosa e Pablo León de la Barra, inclui textos dos curadores e também artigos inéditos de Mari Carmen Ramírez, Geaninne Gutiérrez-Guimarães, Monica Ámor, Luis Pérez-Oramas, Vered Engelhard e Sean Nesselrode Moncada.

Posted by Patricia Canetti at 1:48 PM

UERJ apresenta Esquele70 no Paço Imperial, Rio de Janeiro

UERJ inicia as comemorações de 70 anos com inauguração da exposição Esquele70 no Paço Imperial

Ao comemorar 70 anos entranhando sua idade ao seu momento originário, a UERJ envia uma mensagem para o futuro, ao mesmo tempo em que guarda com coragem o seu passado, nos dizem os curadores da exposição Esquele70, Marcelo Campos, Analu Cunha e Maurício Barros de Castro.

Esquele70 é um presente da UERJ para a sociedade fluminense no início das comemorações de seus 70 anos que se completam em 2020. Referência no ensino público, pesquisa e extensão, a Universidade amplia cada vez mais sua relação com a sociedade a partir de conhecimentos artísticos, científicos e culturais.

A mostra foi concebida a partir das pesquisas do professor Luís Reznik e equipe, que levantaram extenso material sobre a história da Universidade desde sua criação, onde antes havia a Favela do Esqueleto, chegando aos dias atuais, revelando como a UERJ amplia seu trabalho desde o Campus Maracanã em conexão ao seu entorno, assim como a produção dos demais campi. Parte da pesquisa histórica levantada pela equipe de Reznik será apresentada em telas interativas localizadas em três núcleos temáticos: 1) Núcleo histórico; 2) Campi e entornos; 3) Movimentos docentes e discentes / Produção científica e Políticas públicas.

O histórico encontra o artístico em Esquele70, desenhando uma exposição de arte contemporânea, em que artistas de reconhecimento internacional, como Carlos Vergara e Helio Oiticica, se juntam a trabalhos de alunas e alunos da graduação e da Pós-Graduação da UERJ, como Andréa Hygino, Elian Almeida, Matheusa Passarelli, além professores, como Cristina Salgado e Ricardo Basbaum, e técnicos, como Rafa Éis e Marcelo Oliveira. Há, com isso, uma costura afetiva e metafórica, tratando de distintas poéticas em torno da Universidade.

Entre as obras da exposição, frases e títulos, contidos em pinturas, fotografias, esculturas e vídeos, pontuam temas urgentes, locais esquecidos, palavras de ordem e aquelas, necessárias, cujos sentidos não se entregam de imediato em uma história construída pelas vozes que resistem numa instituição marcada pelo pioneirismo, como nas ações de reservas de vagas, e, constantemente ameaçada como lugar de produção do conhecimento, da ciência, cultura e arte.

A UERJ é a Universidade que se constrói e reconstrói a cada dia para servir ao Estado do Rio de Janeiro, sendo a arte parte crucial nessa construção.

Assim, no dia 12 de dezembro, às 18h30, abriremos as portas do Paço Imperial para que o público conheça a história da UERJ e confira a arte e a cultura incrustadas nessa história. Participe! Faça parte dessa história!

Posted by Patricia Canetti at 12:06 PM

Pablo Accinelli no Lasar Segall, São Paulo

O Museu Lasar Segall tem o prazer de anunciar a abertura da exposição Intervenções – Pablo Accinelli. A inauguração vai acontecer no dia 14 de dezembro (sábado), às 15h.

Parte do programa de exposições temporárias da casa, o "Intervenções" tem como objetivo apresentar artistas contemporâneos nas áreas de convívio do Museu Lasar Segall, propiciando uma reflexão sobre as relações entre espaço arquitetônico, espaço público e artes visuais a partir do referencial dos acervos do museu, sua história e sua arquitetura, além da vida e obra de Lasar Segall. Em 9 anos de existência, o projeto já contemplou artistas como Lygia Reinach, Regina Silveira, José Manuel Ballester, Mônica Nador, Edith Derdyk, Marilá Dardot, Marcelo Moscheta, Ana Maria Tavares, Macaparana, Gabriela Albergária e Maurício Ianês.

Para o Intervenções XII, que ficará em cartaz até março de 2020, Pablo Accinelli apresentará Núcleo, um conjunto de obras que ocuparão diversos espaços do Museu Lasar Segall – corredores, ateliê de gravura, biblioteca e jardins. A proposta é que o visitante, por meio de um roteiro de obras, seja convidado a explorar e habitar o museu. Como descreve o artista: “Sob a proposta de intervir no museu, pensei a exposição como um guia para atravessá-lo e habitá-lo. Entre vários títulos, escolhi Núcleo. Dizer núcleo é como dizer célula, algo que tudo o que vive tem”.

Integram a intervenção de Accinelli a peça 10 cm (2018), que cai do teto e mede diferentes alturas com cadeados, chaves e clipes; o vídeo Duración interna (2015); e diversos objetos espalhados em prateleiras, paredes, salas e vãos internos do museu, datados em sua maioria de 2019. Estes últimos misturam momentos de espera, observação e uso prático e guardam, segundo o artista, referência aos registros feitos em 1959 por Lygia Pape nos quais vemos formas de seu Livro da criação interagindo com a vida pública.

Pablo Accinelli (Buenos Aires, 1983)

Exposições recentes: “Inminencia das poéticas” (Bienal de Sao Paulo, 2012); “When Attitudes Became Form Become Attitudes” (CCA Wattis, São Francisco, 2013); “No importa mi nombre” (Universidad Torcuato Di Tella, Buenos Aires, 2013); “Fleeting Imaginaries” (CIFO, Miami, 2014); “United States of Latin America” (Museum of Contemporary Art Detroit, 2015); “Future Light – Escaping Transparency” (Bienal de Viena, MAK, 2015); “Extension du domaine du jeu” (Nouveau festival, Centre Pompidou, Paris, 2015); “Técnicas Pasivas” (Gregor Podnar Gallery, Berlin, 2016); “Glory hole” (Jaqueline Martins Gallery, 2016); “Por aqui tudo é novo” (Instituto Inhotim, Minas Gerais, 2016); “Cae la tarde” (Luisa Strina Gallery, Sao Paulo, 2016); “Lontano” (The Goma Gallery, Madrid, 2017), "Unanime noite" (Museu Iberé Camargo, Porto Alegre, 2018), "Nubes de paso" (MALBA, Buenos Aires, 2018), "Duraciones" (Bruno Murias Gallery, 2018) e "There´ll never be a door. You´re inside" (Fundación Santander, Madrid, 2019).

Posted by Patricia Canetti at 11:22 AM

dezembro 8, 2019

MASP anuncia ciclos curatoriais dos próximos seis anos

Desde 2016, o MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateuabriand, desenvolve seus programas a partir de diferentes Histórias: Histórias da infância em 2016, Histórias da sexualidade em 2017, Histórias afro-atlânticas em 2018 e Histórias das mulheres, histórias feministas em 2019 - esta última inteiramente dedicada a artistas mulheres.

Histórias em português (bem parecido com o histoires do francês e o historias do espanhol) pode abranger narrativas ficcionais e não ficcionais, factuais ou míticas, micro e macro, podem ser escritas ou orais e ter caráter político, econômico, cultural ou pessoal. O calendário anual dedicado às diferentes Histórias orienta toda a programação de exposições, publicações, oficinas, exibições de filmes ou vídeos, cursos e palestras. Seminários internacionais também são realizados na preparação para esses programas em anos anteriores.

Os próximos anos serão dedicados às seguintes Histórias: Histórias da dança em 2020, Histórias indígenas em 2021, Histórias do Brasil em 2022, Histórias da ecologia em 2023, Histórias da diversidade em 2024 e Histórias da loucura e do delírio em 2025.

“Como museu localizado no Sul Global e possuidor do que é considerada a mais importante coleção de arte europeia no hemisfério sul, o MASP se encontra numa posição privilegiada para questionar a primazia do cânone, desafiando cronologias, tipologias e hierarquias na história da arte tradicional. A principal ferramenta que temos desenvolvido nesse sentido são as nossas exposições dedicadas às diferentes Histórias ao longo dos anos”, disse Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP.

Posted by Patricia Canetti at 2:45 PM

O MASP dedicará o tema de 2020 às histórias da dança

Eixo curatorial vai pautar toda a programação do museu no ano que vem, dos eventos de mediação e programas públicos, como oficinas e palestras, às exposições monográficas de Hélio Oiticica, Trisha Brown, Senga Nengudi, Mathilde Rosier, Edgar Degas e Beatriz Milhazes e uma coletiva internacional

Todos os anos, o MASP organiza a sua programação em torno de "histórias", noção que abarca histórias reais, fictícias, relatos pessoais e históricos —de maneira aberta e plural. Entre os eixos e exposições passadas, estão Histórias da infância (2016), Histórias da sexualidade (2017), Histórias afro-atlânticas (2018) e Histórias das mulheres, histórias feministas (2019). Em 2020, o museu terá como ciclo temático Histórias da dança, que servirá de base às atividades de mediação e programas públicos, como palestras, cursos e oficinas, e às monográficas de Hélio Oiticica, Trisha Brown, Senga Nengudi, Mathilde Rosier, Edgar Degas e Beatriz Milhazes, além de uma coletiva internacional homônima ao eixo curatorial.

O ciclo Histórias da dança se insere no debate atual sobre a presença de corpos em movimento em instituições de arte. A discussão deu forma aos seminários preparatórios para o eixo, realizados pelo MASP neste ano e no ano passado. Um terceiro será realizado em fevereiro de 2020, com curadores, artistas e acadêmicos. O ciclo temático, como o debate que o alimenta, evidencia as estreitas relações, cruzamentos e diálogos entre artes visuais e dança.

A representação do corpo em movimento, suas posturas, ritmos e pulsações, tem sido de grande interesse para artistas plásticos ao longo da história. São muitos os momentos em que dançarinos e artistas colaboraram estreitamente, como no caso dos experimentos feitos na Judson Church, em Nova York, onde se formou um coletivo de dançarinos, compositores e artistas visuais, de 1962 a 64. Com Histórias da dança, o MASP propõe a sua contribuição à reflexão sobre as possíveis trocas e influências entre os dois campos.

A exposição coletiva que levará o título do eixo curatorial foi concebida a partir de questões de base dentro desse diálogo. “O projeto busca, a partir das artes visuais, propor uma reflexão sobre o que é dança e quais corpos dançam. Que corpos são esses e o que os move?”, diz Olivia Ardui, curadora assistente e uma das responsáveis pela curadoria da mostra, ao lado de Adriano Pedrosa, diretor artístico do museu, e de Julia Bryan-Wilson, curadora-adjunta de arte de moderna e contemporânea. A exposição trará pistas para pensar as diferentes implicações do que é dançar: dançar para ser, dançar para lembrar, dançar para resistir e (r-)existir.

OS DESTAQUES DE 2020

Já em março, o MASP abre as monográficas de Hélio Oiticica, artista que trabalhou o movimento em obras como seus famosos Parangolés, que estarão presentes à mostra, e da coreógrafa e bailarina estadunidense Trisha Brown. Em maio, será a vez da a artista visual afro-americana Sega Nengudi, conhecida por esculturas abstratas que combinam objetos encontrados e performances coreografadas. A exposição coletiva Histórias da dança tem início no mês seguinte, ocupando todo o subsolo do museu. Os franceses Mathilde Rosier e Edgar Degas, em agosto e outubro, e a brasileira Beatriz Milhazes, em dezembro, completam a programação de mostras individuais.

Em paralelo às monográficas, o museu exibe, em sua exposição de longa duração Acervo em transformação, cerca de vinte obras do Museo Jumex entre os cavaletes de cristal de Lina Bo Bardi. A parceria faz parte do programa de intercâmbios que o MASP tem realizado com instituições internacionais desde 2018, quando recebeu obras da Tate. Em 2019, o museu exibe até dezembro dezoito trabalhos do Museum of Contemporary Art Chicago.

PROGRAMAÇÃO MASP 2020

HÉLIO OITICICA: A DANÇA NA MINHA EXPERIÊNCIA
20.3 - 7.6.2020 no MASP
4.7 - 4.10.2020 no MAM Rio
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, e Tomás Toledo, curador chefe do MASP

O trabalho pioneiro de Hélio Oiticica destaca-se por seu caráter radical e experimental. Inicialmente, suas obras dialogavam com as experiências concretistas da época e o artista participou do Grupo Frente, em 1955-56, e do Grupo Neoconcreto, em 1959. Em 1957, iniciou a série de guaches sobre papel denominada Metaesquemas. Segundo Oiticica, esses trabalhos geométricos são importantes por já apresentarem o conflito entre o espaço pictórico e o espaço extra-pictórico, muitos deles com composições marcadamente rítmicas e dinâmicas, prenunciando a posterior superação do suporte do quadro e da abertura de sua obra para o contexto da rua e do cotidiano, apontando para uma relação entre arte e vida.

Em 1964, Oiticica passou a frequentar a Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, no Rio de Janeiro, e ali se tornou passista. Essa experiência transformadora foi um divisor de águas na vida e na obra do artista. A partir da Mangueira, Oiticica aprofundou suas reflexões sobre experiências estéticas para além das artes visuais, bem como das artes plásticas tradicionais, incorporando relações corporais e sensíveis ao seu trabalho através da dança e do ritmo. Neste momento, Oiticica começa a produzir os Parangolés, que, segundo o artista, são anti-obras de arte. Os Parangolés são capas, faixas e bandeiras construídas com tecidos coloridos, às vezes com sentenças de natureza política ou poética, para serem usados, transportados ou dançados pelo espectador que se torna participante, suporte e também intérprete do trabalho.

Hélio Oiticica: a dança na minha experiência, organizada pelo MASP e pelo MAM Rio, apresentará uma ampla seleção de Parangolés, incluindo cópias de exposições que podem ser usadas pelo público. Além disso, outros trabalhos serão reunidos sob a perspectiva da dança e do ritmo, apresentando uma trajetória que culminará no Parangolé, compondo uma espécie de genealogia deste trabalho radical: Metaesquemas, Relevos espaciais, Núcleos e Bólides. A exposição também contará com extenso material documental, incluindo fotografias e escritos do artista.

A mostra contará com um catálogo ilustrado, editado pelos curadores, com ensaios inéditos de Adrian Anagnost, Cristina Ricupero, Evan Moffitt, Fernanda Lopes, Fernando Cocchiarale, Sergio Delgado Moya, Tania Rivera e Vivian Crockett, incluindo material de arquivo e textos do artista.

TRISHA BROWN: COREOGRAFAR A VIDA
20.3 - 7.6.2020
Curadoria: André Mesquita, curador do MASP

Primeira exposição brasileira dedicada integralmente à obra de Trisha Brown (1936-2017), a mostra vai apresentar desenhos, diagramas, fotografias, filmes e vídeos que evidenciam os aspectos transformadores de sua obra. Organizada a partir de recortes específicos de algumas coreografias que incorporam movimentos cumulativos e gestos cotidianos, desenhos e notações que enfatizam os modos como Brown mudou radicalmente os protocolos estabelecidos da dança, a exposição pretende abordar as relações complexas entre dança, espaço e visualidade.

JUMEX NO MASP
1.4 - 30.12.2020
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Laura Cosendey, assistente curatorial do MASP

No terceiro ano de intercâmbio com instituições estrangeiras, o MASP recebe cerca de 20 obras do Museo Jumex, da Cidade do México. As obras, de artistas como Andy Warhol, Jeff Koons, Laura Owens e Rosemarie Trockel, serão exibidas no Acervo em transformação, exposição da coleção do museu nos cavaletes de vidro de Lina Bo Bardi, no segundo andar do museu. Estão ali nomes como Rafael, Gauguin, Renoir, Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Bosch, Teresinha Soares, Claudio Tozzi, Anna Maria Maiolino, Anita Malfatti e Sonia Gomes. A seleção das obras, que podem ser localizadas por mapas impressos, passa por alterações periódicas, que permitem identificar características comuns aos trabalhos e propiciam diálogos entre os diversos artistas, assim como propor novos percursos para o visitante redescobrir a arte.

SENGA NENGUDI
1.5 - 2.8.2020
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Isabella Rjeille, curadora assistente, do MASP, Stephanie Weber, curadora do Lenbachhaus, e Anna Straetmans, curadora assistente do Lenbachhaus

A primeira monográfica da artista estadunidense Senga Nengudi (Chicago, 1943) na América Latina vai reunir cerca de 50 trabalhos, entre instalação, escultura, fotografia e desenhos, feitos entre os anos 1970 e 2010. Nengudi foi uma figura central na cena afro-americana de Los Angeles nos anos 1970 e se tornou conhecida por envolver escultura e performance em suas instalações. Nas décadas de 1960 e 1970, além de se dedicar às artes visuais e à dança, a artista se engajou nas lutas contra a segregação racial e pela igualdade de gênero, numa época de efervescência dos movimentos por direitos civis nos EUA. A mostra é resultado da parceria com o Lenbachhaus Museum, em Munique, que co-organiza a exposição e a promove, em sua sede, ainda em 2019. A exposição contará com um catálogo que documenta de maneira aprofundada a obra da artista e que incluirá ensaios comissionados de autores dos Estados Unidos, Alemanha e Brasil, assim como re-impressões de textos históricos, entrevistas e imagens.

HISTÓRIAS DA DANÇA
26.6 - 4.10.2020 – primeiro subsolo
26.6 - 5.11.2020 – segundo subsolo
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, Julia Bryan-Wilson, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea, e Olivia Ardui, curadora assistente

Mais do que propor uma narrativa cronológica sobre a história da dança, ou um percurso exaustivo sobre as relações entre dança e artes visuais, a coletiva Histórias da dança propõe uma reflexão sobre políticas de corpos em movimento. Essa perspectiva expandida permite questionar o que é dança e coreografia, quais corpos dançam, o que os move, e como eles se movem.

Estruturada em torno de um pensamento e vocabulário próprios da dança -- os eixos de pesquisa da mostra incluem gravidade e suspensão, rastos e memória, composição e improviso --, a mostra contará com trabalhos de diferentes períodos, geografias e suportes.

Em uma proposta inédita no MASP, a seção da exposição situada no segundo subsolo terá uma extensa programação de apresentações, ensaios e workshops de dançarinos, coreógrafos, artistas e intérpretes. O projeto procura colocar corpos ativos no centro da mostra e questionar criticamente as possibilidades, diálogos e rupturas que podem surgir da apresentação de corpos em movimento dentro do museu.

MATHILDE ROSIER
21.8 - 5.11.2020
Curadoria: Maria Inés Rodríguez, curadora adjunta de arte moderna e contemporânea

Mathilde Rosier (Paris, França, 1973) constrói, através de sua obra, narrativas que evocam a presença de corpos dançantes e de situações oníricas e metafísicas, e que levam o espectador a confrontar a perda de sentido do espaço e do tempo. Para a exposição no MASP, ela investiga os bailes coletivos em sociedades rurais de épocas e áreas geográficas diversas. A artista tem interesse nos ritos e rituais em que os participantes utilizam a dança para perder a noção de si mesmos, em busca de momentos de transe e da leveza do ser.

DEGAS: DANÇA, POLÍTICA E SOCIEDADE
30.10.20 - 16.2.21
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, e Fernando Oliva, curador do MASP

A mostra vai reunir no MASP cerca de 150 obras de Edgar Degas (Paris, 1834-1917), explorando a relação de seu trabalho com o universo da dança e chamando atenção para o fato de que quase metade das suas duas mil obras, incluindo óleos, pastéis, desenhos, gravuras e esculturas, constituem explicitamente um registro com relação às realidades sociais da dança em sua época, e consequentemente à presença do feminino e ao papel da mulher nesse contexto. Nesse sentido, a mostra se distancia de abordagens estritamente formais ou estilísticas. A seleção de obras parte do acervo do próprio museu, que conta com 76 obras do artista, incluindo 3 pinturas e o conjunto de 73 esculturas em bronze, do qual faz parte a célebre série de bailarinas (38 esculturas), incluindo a icônica Bailarina de catorze anos (1880). Apenas outros três museus no mundo possuem essa coleção (Glyptotek Ny Carlsberg de Copenhague; Metropolitan de Nova York; e Musée d’Orsay, Paris). Todos esses trabalhos farão parte da mostra.

BEATRIZ MILHAZES: AVENIDA PAULISTA
11.12.2020 - 23.3.2021 no MASP
12.12.2020 – 28.2.2021 no Itaú Cultural
Datas a confirmar na Casa de Vidro
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Amanda Carneiro, curadora assistente do MASP, e Ivo Mesquita, curador independente

Beatriz Milhazes (Rio de Janeiro, 1960) é uma artista brasileira reconhecida por sua singular produção de um complexo repertório de imagens, formas e cores associadas ao barroco, ao modernismo e a motivos populares brasileiros, como o Carnaval, e também à fauna e à flora tropicais. Sua exposição no MASP – realizada no contexto de um ano inteiro dedicado às “Histórias da dança” – vai apresentar uma ampla seleção de pinturas e colagens produzidas a partir da década de 1990, além de trabalhos inéditos realizados em parceria com a coreógrafa Marcia Milhazes. Realizada em parceria com o Itaú Cultural e com o Instituto Bardi, a mostra contará com três locais de exibição – no MASP, na Casa de Vidro e no Itaú Cultural, onde será curada por Ivo Mesquita. Como as demais, essa exposição será acompanhada por um amplo catálogo com reproduções dos trabalhos expostos e ensaios sobre a produção da artista.

Posted by Patricia Canetti at 2:38 PM

Almandrade no Museu da República, Brasília

Esta exposição antológica, Pensar o jogo, reúne 45 anos de produção, com quase uma centena de obras criteriosamente selecionadas. Entre a geometria e o conceito, entre a forma e a palavra, entre o rigor espacial e a poesia. Assim caminha a obra de Almandrade, expoente baiano da arte conceitual e, hoje, um dos grandes nomes das artes visuais brasileiras, com produção respeitada nos principais circuitos de arte do país e reconhecida internacionalmente.

Seu trabalho, iniciado em meio ao vigor criativo que marcou o movimento artístico na década de 1970, tem um traço muito particular: representa a própria universalidade da arte, alternando-se entre a estética construtivista e a arte conceitual e experimental. Na Bahia, foi solitário no seu engajamento à arte concreta e conceitual. Ainda assim, teve o mérito reconhecido pelos próprios expoentes do movimento no Rio de Janeiro e São Paulo – Décio Pignatari, Wlademir Dias Pino, Lygia Pape e Helio Oiticica, por exemplo – e conquistou o respeito crítico. Teve mais de 40 exposições individuais, já participou de várias edições da Bienal de São Paulo e tem obras em importantes coleções particulares e de museus como Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Nacional de Belas Artes (RJ), Pinacoteca Municipal de São Paulo, Museu de Arte do Rio de Janeiro, Museu de Arte do Rio Grande do Sul e Museu Nacional da República (DF).

Como artista inquieto e experimentalista, muitos de seus desenhos, pinturas ou esculturas, resultam como novidades na medida em que acabam sendo desdobramentos de projetos idealizados no campo da arte conceitual, em busca de novas concepções e reflexões ao longo do tempo. Sua estratégia é o uso do objeto da arte para estimular o pensamento e provocar a reflexão a partir de critérios fundamentados na racionalidade, na materialidade e, não por acaso, na economia de elementos visuais, sem deixar que conceitos sobreponham ao fazer artístico. Procedimento que sempre se diferenciou da arte produzida na Bahia.

Arquiteto de formação, mestre em Desenho Urbano, Almandrade identifica um momento internacional de reconhecimento e valorização da produção desenvolvida em dois eixos a arte conceitual e a vertente construtiva.

Tudo o que produziu, e ainda produz, em arte postal, poema visual e objeto / poema parece estar sendo visto com outros olhares. Na diversidade de seus suportes, existe a marca forte de uma produção que se reinventa flertando com o contemporâneo, com o pensamento e com a estética universal.

Curadoria e expografia: Karla Osorio Netto e Almandrade.

Agradecimentos: Charles Cosac, Galeria Baró, Galeria Karla Osorio, Gravuras do Brasil e Roberto Alban.

Posted by Patricia Canetti at 1:13 PM

Projeção de Curupira, bicho do mato, de Félix Blume na Vermelho, São Paulo

A Vermelho (R. Minas Gerais 350, Higienópolis, São Paulo) apresenta na próxima terça-feira, dia 10 de dezembro, às 20h15, ‘Curupira, bicho do mato’ do artista sonoro francês Félix Blume.

A obra de Blume é focada na escuta e nos convida a viver experiências sonoras que permitem uma percepção diferente do ambiente. Ele usa o som como material básico em seus vídeos, ações e instalações. Seu processo é frequentemente colaborativo, trabalhando junto a comunidades e usando o espaço público para a elaboração de seus trabalhos. Um de seus principais interesses são os mitos e suas interpretações contemporâneas.

Em Curupira, bicho do mato, os habitantes da Comunidade Tauari nos convidam a ouvir os sons da selva, dos pássaros e dos animais. No entanto, alguns sons estranhos aparecem: uma criatura rondando em torno das árvores. Alguns deles a ouviram, muito poucos a viram, e aqueles que a encontraram nunca voltaram. A criatura encanta, seduz - ela leva as pessoas a se perderem: cada habitante conta uma história à sua maneira e tenta decifrar os sons a sua volta.

Curupira, bicho do mato ... nos leva à procura desse ser: uma reflexão sobre os mitos e seu lugar no mundo contemporâneo. É um thriller de som no meio da selva.

O filme foi exibido em festivais como Berlinale (De, 2019) e Festival Internacional de Cine de Medellín (Co, 2019) e chega agora a São Paulo para apresentação única e gratuita na Sala Antonio da Vermelho.

Um filme de: Félix Blume
Correção de cor: Samanta Do Amaral
Assessoria de montagem: Julien Devaux
Versão francesa: Marie-Christine Cabanas
Versão espanhola: Ana Cecilia Medina
Versão inglesa: Julie Morse
Estúdio de mixagem de som: Arte Sonico
Pôster original: Diego Aguirre
Com a preciosa ajuda de: Sara Lana

Com: Alexia Samara Celestino Gomes, Antonio José Parente Nogueira, Antonio Francisco Sevalho Celestino, David Lucas Da Silva Fabricio, Diogo Da Silva Gomes, Edinaldo Barbosa Gomes, Edirce Cauper Firmo, Emerson Navarro Firmo, Francisco De Jesus Silva Dias, Janilson Da Cruz Carvalho, José Leocadio Lira, Josue Silva Firmo, Maida Leocadio Lira, Maria De Fatima Servalho Celestino, Maria Ana Vitor, Maria Celane Barbosa Carvalho, Maria Da Conceiçao Ventura Navarro, Maria Eduarda Celestino Gomes, Marineide Leocadio Da Silva, Paulo Roberto Leocadio Lira, Raimundo Ventura Navarro, Vitor Ventura Da Silva and Wellington Navarro Firmo

Posted by Patricia Canetti at 1:06 PM

Antonio Bandeira no MAM, São Paulo

Pioneiro do abstracionismo no Brasil, o pintor ganha exposição que abrange diversos períodos de sua produção, com curadoria de Regina Teixeira de Barros e Giancarlo Hannud

Um conjunto de cerca de 60 trabalhos pouco conhecidos do artista Antonio Bandeira (1922--1967) poderá ser visto no MAM São Paulo a partir de 10 de dezembro de 2019. Com curadoria de Regina Teixeira de Barros e Giancarlo Hannud, a exposição Antonio Bandeira reúne obras de diferentes fases da produção do artista, desde as primeiras pinturas figurativas até as grandes telas de tramas, criadas nos últimos anos de sua carreira.

A mostra conta com patrocínio máster do Bradesco, patrocínio da Havaianas e apoio do Instituto Antonio Bandeira. A realização é do MAM e da Base7 Projetos Culturais.

Expoente do abstracionismo no Brasil, Bandeira ocupa lugar de destaque na arte brasileira. Nascido em Fortaleza, em 1922, transferiu-se em 1945 para o Rio de Janeiro. Aos 24 anos, viajou para Paris com bolsa de estudos concedida pelo governo francês e por lá se aproximou de artistas como Camille Bryen e Georges Mathieu, além do alemão Wols, que exerceu forte influência sobre seu trabalho.

Ainda que, em sua trajetória de feitos artísticos nacionais e internacionais, tenha se tornado um dos artistas brasileiros mais valorizados em termos comerciais, Bandeira ainda é pouco conhecido pelo grande público. Para Giancarlo Hannud, um dos curadores da exposição, isso se deve à independência cultivada pelo pintor, que sempre foi exigente, metódico e extremamente disciplinado, mas nunca se filiou a nenhum grupo.

“Na arte brasileira, Bandeira ocupa um lugar bastante particular, pois ao contrário da maior parte dos artistas de sua geração, especialmente nas décadas de 1950 e 1960, ele nunca se filiou a grupos ou movimentos artísticos, sempre se mantendo independente de coletividades estéticas. É por isso um dos poucos ‘independentes’ de seu tempo no Brasil, sempre travando um trabalho de depuração formal interno. Também foi um dos primeiros artistas brasileiros a cultivar sua própria imagem de forma bastante ativa, desenvolvendo uma persona e alimentando as narrativas que se construíam em torno de sua pessoa. Além disso, integrou tanto o ambiente artístico brasileiro quanto internacional, participando de mostras no Brasil e no exterior em igual parte, e tendo interlocutores tanto na Europa quanto no Brasil", comenta Hannud.

A apresentação da exposição em uma instituição como o MAM São Paulo ganha ainda mais relevância em função disso, uma vez que permite ao público conhecer o trabalho -- e a discussão em torno da obra -- de Bandeira. Por trás do abstracionismo, o pintor sugere emoções concretas guiadas por títulos que se relacionam com uma paisagem urbana e cenas do cotidiano, a exemplo de Flora agreste (1958), Ascensão das favelas em azul (1951) e Cais noturno (1962-63). A mostra também apresenta a multiplicidade das produções de Bandeira, das aquarelas e guaches da década de 1940 aos trabalhos mais experimentais, realizados na década de 1960, com fitas adesivas ou sobre flãs de jornal.

A exposição chega a São Paulo após ser apresentada, em 2017, no Espaço Cultural Unifor, na Universidade de Fortaleza, trazendo pequenas diferenciações em relação à sua primeira versão. "Os curadores foram convidados pelo MAM devido à ampla pesquisa que já haviam desenvolvido sobre o artista e que resultara na mostra Antonio Bandeira: um abstracionista amigo da vida. Assim, será possível apresentar ao público do MAM uma visão atual sobre a obra desse artista de forma didática e abrangente em relação ao conjunto de sua produção", explica Felipe Chaimovich, curador do museu.

Bandeira e o MAM

A relação de Antonio Bandeira com o Museu de Arte Moderna de São Paulo começa nos primeiros anos de existência do museu: já em 1951, quando o MAM organizava a sua primeira Bienal, Bandeira ganhava uma exposição individual no museu; em 1953 novamente expôs no MAM e foi o autor do cartaz da II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1955, novamente participa do calendário do museu com mais uma individual composta por desenhos enviados da Europa ao Brasil e, em 1959, Bandeira novamente participa da Bienal do museu -- antes de ser criada a Fundação Bienal de São Paulo, a partir da sétima edição do evento.

Sobre o Bradesco Cultura

Com centenas de projetos patrocinados anualmente, o Bradesco acredita que a cultura é um agente transformador da sociedade. O Banco apoia iniciativas que contribuem para a sustentabilidade de manifestações culturais que acontecem de norte a sul do país, reforçando o seu compromisso com a democratização da arte. São eventos regionais, feiras, exposições, centros culturais, orquestras, musicais e muitos outros, além do Teatro Bradesco em São Paulo. Fazem parte do calendário 2019 atrações como o Festival Amazonas de Ópera, o musical O Fantasma da Ópera e o Natal do Bradesco, em Curitiba.

Posted by Patricia Canetti at 12:39 PM

Bob Wolfenson no Tomie Ohtake, São Paulo

Em parceria com o Facebook, o Instituto Tomie Ohtake exibe a exposição Somos, com uma série de fotos assinada por Bob Wolfenson, fotógrafo convidado a desenvolver no Brasil a campanha global “Somos Mais Juntos”. Entre as oito obras reunidas, duas são inéditas, concebidas especialmente para a exposição. Em grandes formatos numa escala que remete ao outdoor e aos estímulos visuais de uma cidade, o conjunto reunido em um espaço expositivo permite que as obras sejam contempladas fora do ritmo acelerado do dia-a-dia das pessoas. Além disso, a potência das fotos de Wolfenson é acompanhada de vídeos inéditos que aprofundam as diferentes narrativas condensadas em sua lente.

A missão do Facebook é ajudar as pessoas a criar comunidades e a campanha “Somos Mais Juntos” celebra histórias reais de pessoas que se unem a partir de interesses e experiências em Grupos na plataforma. O gerente de Marketing do Facebook, Bernnardo Bonnard, acompanhou as fotografias e detalha "Todas as pessoas nas fotos são membro de Grupos e alguns não se conheciam pessoalmente, embora conversem e se apoiem com frequência pelo Facebook. Essas imagens são muito fortes pois celebram a força da união seja para debater paternidade, beleza ou carinho por animais de estimação". Como grande parte do trabalho de Wolfenson, a dimensão ficcional que perpassa os trabalhos corrobora a nossa compreensão dos elementos que os agrupam. Há no todo uma espécie de mitologia que perpassa esses personagens e nos remetem às locações cuidadosamente escolhidas para os cliques. Da caracterização da cena à criteriosa elaboração do figurino, as imagens aludem a um contexto muito mais calcado no imagético que temos desses grupos do que em uma veracidade do registro fotojornalístico e seus ditames do real.

Esta proposta do Facebook dialoga com outro trabalho de Wolfenson, “Nosoutros”, realizado entre 2012 e 2017. O fotógrafo lançou-se a um percurso por vários países e populações na ambição de criar painéis representativos de identidades humanas diversas. As fotografias capturadas explicitam a diversidade dessas culturas, etnias e procedências e nos coloca na condição de completar a narrativa sobre o cotidiano e costumes desses indivíduos. Mais que um panorama sobre como promover grupos no mundo digital, esta exposição é um depoimento e uma apologia ao encontro. Afinal, nada mais potente do que a possibilidade de articulação do ser em sua pluralidade. Somos é uma aposta na casualidade e na potência de se ver parte de algo muito maior.

Posted by Patricia Canetti at 12:23 PM

Laura Vinci e Marcius Galan em Múltiplos Inhotim na Carbono, São Paulo

O Instituto Inhotim apresenta o projeto Múltiplos Inhotim, criado para fomentar o colecionismo e incentivar a produção artística. Além de estarem a venda na loja de Inhotim (em frente à Recepção do Instituto, em Brumadinho), a Carbono Galeria apoia o projeto disponibilizando a venda dos múltiplos em São Paulo.

A primeira edição conta com obras de Laura Vinci e Marcius Galan, artistas convidados pela curadoria do Instituto a desenvolver edições inéditas, especialmente para o projeto. As obras são numeradas e acompanhadas por um certificado de autenticidade assinado pelos artistas.

O lançamento em São Paulo acontecerá no dia 12 de dezembro, das 19h às 21h, na Carbono Galeria (Rua Joaquim Antunes 59, Jardim Paulistano, Sao Paulo). Contará com a presença dos artistas, o curador Douglas de Freitas e Renata Bittencourt, Diretora Executiva do Instituto.

“A primeira vez que o X vermelho surgiu em meus trabalhos foi como uma projeção luminosa para a peça Na Selva das Cidades, desenvolvida com Alessandra Domingues, a designer de luz daquela montagem. Depois disso, o X vermelho tem feito parte de vários trabalhos meus. Para o Inhotim, produzi especialmente uma versão em litogravura no tamanho A3 com o X impregnado de um vermelho sanguíneo no papel 100% algodão. Quando me perguntam o que significa esse X, respondo me devolvendo a pergunta: um aviso? Um risco? Uma mira? Um sinal preciso? Uma marca de urgência?...”
Laura Vinci

“Eu sugeri aos funcionários do Jardim Botânico Inhotim que encontrassem boas forquilhas, de galhos caídos ou de podas que estavam previstas nas árvores. A ação resgata, de alguma maneira, uma lembrança muito comum nas crianças das cidades do interior, que iam para o mato encontrar material para fazer estilingue. Um objeto ambíguo entre a arma e o brinquedo. As peças recebem uma fita metálica rígida que adquire uma visualidade elástica pela relação que estabelece com o objeto de madeira. Além disso, a forquilha é usada como objeto estruturante para edificações provisórias, como objeto de demarcação em algumas culturas indígenas e para encontrar água segundo os adeptos da radiestesia – funcionando como ferramenta sensível na mediação entre o corpo e o campo eletromagnético da água subterrânea. Em sua forma, a forquilha sugere novamente a ambiguidade das possibilidades de direção em um caminho bifurcado.”
Marcius Galan

Posted by Patricia Canetti at 12:06 PM

Man Ray em Paris no CCBB, Belo Horizonte

Expoente do surrealismo, Man Ray ganha exposição inédita no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte

Fotógrafo, pintor, escultor, cineasta... são vários os atributos de Man Ray, um dos maiores artistas visuais do início do século XX e expoente do movimento surrealista. E é parte de sua história criativa - um recorte significativo de seu trabalho - que os belorizontinos poderão conhecer a partir de dezembro na exposição “Man Ray em Paris” apresentada pelo Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte. Quase 130 anos após seu nascimento o público brasileiro poderá conferir 255 obras do artista ainda inéditas no país, entre objetos, vídeos, fotografias e serigrafias de tamanhos variados – de 40 x 30 a 130 x 90 cm – desenvolvidas durante os anos que viveu em Paris, entre 1921 e 1940, seu período de maior efervescência criativa. A mostra chega a Belo Horizonte depois de passar pela unidade do CCBB em São Paulo, e ficará em cartaz entre 11 de dezembro de 2019 e 17 de fevereiro de 2020. A realização é da Artepadilla e o projeto conta com patrocínio do Banco do Brasil e do Ministério da Cidadania.

Com curadoria de Emmanuelle de l’Ecotais, especialista no trabalho do artista e responsável por seu Catálogo Raisoneé, a mostra que poderá ser vista no CCBB BH será dividida em duas categorias. A primeira trata da fotografia como um instrumento de reprodução da realidade, focando-se em seus famosos retratos - seu ateliê era uma referência entre a vanguarda intelectual que circulava pela Paris da década de 1920 - nos ensaios para a grife de Paul Poiret e em fotos para reportagens. Já na segunda, outro lado se revela: o da manipulação da fotografia em laboratório com o intuito de criar superposições, solarizações e “rayografias”, um termo criado por Man Ray (do inglês “rayographs”), em alusão a si mesmo. Assim, portanto, ele inventa a fotografia surrealista.

O projeto da exposição prevê, ainda, reproduzir imagens da vida parisiense de Man Ray acompanhado pelos artistas que lhe foram contemporâneos e por sua musa, Kiki de Montparnasse. Além de uma programação de filmes assinados por ele, intervenções como um laboratório fotográfico, com elucidações sobre as técnicas utilizadas em sua obra, marcam a interatividade com o visitante. A produção executiva é da Artepadilla.

Para a curadora Emmanuelle de l’Ecotais, esta retrospectiva, pela primeira vez no Brasil, procura abranger a imensa e multiforme obra de Man Ray e apresenta a lenta maturação de sua obra e um panorama completo de sua criatividade. Ela ressalta que apesar de ser conhecido principalmente por sua fotografia, é também criador de objetos, realizador de filmes e um faz-tudo genial. “Após tornar-se rapidamente fotógrafo profissional, sua obra oscila, de maneira contínua, entre o trabalho de encomenda - o retrato, a moda -, de um lado, e o desejo de realizar uma ‘obra artística’, do outro. Em suas palavras, ‘o artista é um ser privilegiado capaz de livrar-se de todas as restrições sociais, cujo objetivo deveria ser alcançar a liberdade e o prazer’”.

O ARTISTA

Emmanuel Radnitzky, mais conhecido pelo pseudônimo Man Ray, foi pintor, fotógrafo, object-maker, escultor e cineasta, tornando-se um dos mais destacados artistas vanguardistas do século XX. Nasce na Filadélfia, Estados Unidos, em 1890, e na juventude, muda-se para Nova York. Lá, inicia seus estudos no The Social Center Academy of Art. Ainda na década de 1910, conhece Marcel Duchamp e outros artistas que compunham o movimento dadaísta nova-iorquino. Em 1921, parte para Paris, cidade que o acolhe por quase 20 anos, até o cerco nazista em 1940. O período em que viveu na capital francesa foi de imensa ebulição cultural, não só para ele, mas para diversos outros artistas que consolidaram o local como um dos maiores centros culturais do mundo, num contexto em que diversas formas de arte floresciam, sobretudo nos anos 1920. Por lá, Man Ray se insere no movimento surrealista e concilia seu trabalho como fotógrafo de renome entre a intelectualidade francesa com seu lado artístico, que manipula fotos em laboratório para a produção de obras de arte. Durante a Segunda Guerra Mundial, volta para os Estados Unidos, onde fotografa celebridades do cinema e da moda. Regressa à Europa com o fim da guerra e, nos anos seguintes, obtém reconhecimento pela excelência de seu trabalho, conquistando prêmios como a Medalha de Ouro da Bienal de Fotografia de Veneza, em 1961, publicando suas fotos e exibindo sua obra ao grande público. May Ray falece em Paris, em novembro de 1976.

A CURADORA

Emmanuelle de l´Ecotais foi por 17 anos curadora de fotografia no Musée d´Art Moderne de la Ville de Paris desde 2001. Com PhD em História da Arte, é especialista na obra de Man Ray, tendo organizado diversas exposições sobre o artista, entre elas, “Man Ray, la photographie à lenvers”, no Centre Pompidou/Grand Palais, em 1999. Outras mostras com sua curadoria foram “Alexandre Rodtchenko, la photographie dans lil” (2007), “Bernhard et Anna Blume”e “Polaroïd”, na Maison Européenne de la Photographie (2010); “Linder: Femme-Objet”, no Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris (2013); “Jean-Philippe Charbonnier, lil de Paris”, no CMP, Paris (2014); “Objectivités, la photographie à Düsseldorf” (2008), “Henri Cartier-Bresson et l’imaginaire d’après nature”(2009), ambas no Musée d´Art Moderne de la Ville de Paris. É autora de diversos ensaios e livros, entre estes “L´esprit Dada” (Editions Assouline, 1999), “Man Ray” (Taschen, 2000) e “Man Ray Rayographies” (Editions Léo Scheer, 2002). Foi membro permanente dos comitês de aquisição do Fonds National d´Art Contemporain (2004-2007) e da Maison Européenne de la Photographie (2007-2010). É também parte do júri em artes visuais para jovens talentos de Paris do Prêmio de Fotografia do Royal Monceau Hotel.

A PRODUTORA

A Artepadilla é empresa cultural atuante há 30 anos na área de elaboração, organização, produção, coordenação e administração de projetos culturais. Realizou ciclos de exposições no Centro Cultural Light no Rio de Janeiro; nas unidades de Brasília, Recife e Rio de Janeiro do Centro Cultural dos Correios; nas unidades de Brasília, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo da Caixa Cultural, entre outros. Tem grande experiência na área de eventos internacionais, tendo realizado a exposição “Roy Lichtenstein: Vida Animada” (em parceria com a Roy Lichtenstein Foundation/ New York City) no Instituto Tomie Ohtake/SP, entre outras. Na área de edição de livros de Arte, realizou “Manfredo de Souzanetto: Paisagem da Obra”, “Margaret Mee”, “Jardim Botânico do Rio de Janeiro 1808/2008”, “Jorge Hue”, entre outros, alguns dos projetos através da Lei de Incentivo à Cultura/Lei Rouanet e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

Posted by Patricia Canetti at 11:44 AM

Miguel Rio Branco e Isidora Gajic no Sesc Quitandinha, Petrópolis

Sesc RJ apresenta nova edição do Projeto Diálogos reunindo Miguel Rio Branco e Isidora Gajic e suas percepções sobre a Capital Cubana

O Sesc Quitandinha inaugura, no próximo sábado, dia 7 de dezembro, às 17 horas a exposição Diálogos Miguel Rio Branco e Isidora Gajic – Habaneras. A mostra apresenta um conjunto harmônico entre fotografias, vídeos, e instalações dos artistas Miguel Rio Branco e Isidora Gajic, remetendo às concepções poéticas e filosóficas que ambos tiveram em Cuba nos anos de 1994 e 2016.

Havana representou sonhos de liberdade, antes disso se desmanchar como várias outras ilusões e mudanças sociais na história da humanidade. E esse meu primeiro contato foi em 1994, onde acabei indo até lá para criar uma instalação chamada 'Out of Nowhere' (Fora de Lugar Nenhum) na Bienal de Havana. Não imaginei que chegaria tão perto desse “Fora de Lugar nenhum”. Nessa cidade castigada pelo mar e pela carência, entre ruínas de uma arquitetura outrora gloriosa, como se tudo estivesse parado nos anos cinquenta – relata Miguel.

O artista ainda conta que ao retornar em 2016, dessa vez com sua companheira Isidora Gajic, nesse lugar parado no tempo, percebeu que, na realidade, não estava tão parado assim: "celulares e roupas mostravam mudanças, sem muito consumo, mas a carência ainda estava presente. Nos carros-lotação, readaptados com motores diesel, via-se claramente o espírito de criação de um povo ainda cheio de dignidade”.

Rio Branco ressalta ainda as diversas formas que os dois artistas utilizaram para retratar e sentir a cidade: “na nossa mostra, o vídeo de Isidora, Habana Taxi, utiliza esses carros adaptados como pano de fundo, como estúdios fotográficos para retratos de uma população miscigenada, que lembram Salvador, na Bahia. Uma construção audiovisual que emociona pelos olhares e rostos mestiços latino americanos.

Esta é a terceira edição do Projeto Diálogos, vencedor do prêmio Guerra-Peixe em 2017, com Vitor Lemos e Paulo Mendes Faria e indicado ao mesmo prêmio, em 2018, pela edição com Marcelo Lago e Grupo Açúcar.

Vale ressaltar que esta é a primeira exposição institucional de Miguel Rio Branco em Petrópolis , que além de já ter exposto os quadros que pintara em Berna, enquanto morava na Suíça, alguns trabalhos no MoMA (Museum of Modern Art), e em diversos outros lugares pelo mundo, ele também é o autor de algumas criações como o curta-metragem denominado "Nada levarei quando morrer, aqueles que mim deve cobrarei no inferno", e alguns livros como Nakta (1996), Silent Book (1997), Plaisir a Doleur (2005), entre outros.

O artista nasceu em Las Palmas no ano de 1946, e em 1966, estudou no Instituto de Fotografia de Nova York. Já no ano de 1968, ingressou na Escola Superior de Desenho Industrial no Rio de Janeiro. Contudo, suas colaborações estendem-se à diversas linguagens artísticas.

Isidora Gajic busca transformar sentimentos e relacionamentos em fotografias, utilizando imagens como uma forma de poesia visual que mistura ficção e realidade. Ela explora temas como: a energia feminina, nascimento da natureza, cultura, temperamentos diários e contos de fadas.

Isidora já expôs no Brasil, Holanda, Sérvia e Letônia. Entre os prêmios recebidos está o “Dutch Talent 2012” (Talento Holandês 2012). Além disso, participou de residências como a ISSP, na Letônia, em 2012 e com Miguel Rio Branco, no Brasil (2014).

Atualmente os dois artistas residem em Petrópolis. A exposição tem curadoria dos próprios artistas e pode ser visitada até 29 de março de 2020.

Posted by Patricia Canetti at 10:55 AM

Adalberto Mecarelli na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro

O artista ítalo-francês que se notabilizou por seu trabalho com luz e sombra, e as intervenções públicas se valendo dos raios solares, faz sua primeira mostra no Brasil

Mercedes Viegas Arte Contemporânea inaugura no próximo dia 12 de dezembro de 2019, às 19h, para convidados, e no dia seguinte para o público, a exposição Adalberto Mecarelli – Luz +, com obras do artista nascido em Terni, Itália, em 1946, e radicado há 50 anos em Paris. Esta é a primeira exposição no Brasil do escultor de matriz construtiva abstrata que se notabilizou por seu trabalho de pesquisa de luz e sombra, registros da luz solar, e está presente em vários espaços públicos em diversos países europeus, como França, Itália e Alemanha. “A exposição traz sobretudo esculturas de luz que dialogam com o espaço da galeria, formas geométricas esculpidas pela sombra”, observa a curadora Elisa Byington, que selecionou obras do artista em diferentes técnicas e materiais.

Além das esculturas de luz, – que ocuparão grande espaço na galeria – estarão na mostra a obra “Jai Prakash, cr2075”, (2000), conjunto de cinco trabalhos em nitrato de prata sobre papel de algodão, feitas em Jaipur, na Índia, cidade muito frequentada por Mecarelli, desde a residência artística que fez entre 1992 e 1993, para pesquisar os notáveis observatórios solares do país; e a série “Hamlet” (1985), conjunto de nove impressões em água-tinta sobre papel de algodão, baseadas na cenografia que criou para a montagem de “Hamlet”, em 1985, no Théâtre des Quartiers d'Ivry, em Paris, com direção de Catherine Dasté, e excursionou por vários teatros franceses e europeus. A exposição terá ainda obras de 2010, em nitrato de prata sobre papel de arrozde registros solares feitos no Templo Haeinsa, na Coreia do Sul, e as obras inéditas “Demoiselles de Malakoff” (2019), desdobramentos da imagem de poliedros, impressas em nitrato de prata sobre tela crua. Malakoff é o bairro parisiense onde está o ateliê do artista, e as imagens surpreendentes que surgem do “embrulho” diferente de um mesmo poliedro, que, de modo não proposital e aleatório, remetem a imagens cubistas-futuristas, suprematistas, da abstração geométrica do início do século.

Elisa Byington explica que as obras em nitrato de prata são "fotografias no sentido etimológico do termo”. “É uma impressão de manchas de sol fixadas com nitrato de prata, formas resultantes de angulações diferentes da luz solar, escolhidas de forma aleatória – cada série obedece a um determinado princípio –, em diferentes momentos do dia”. “A parte pincelada de nitrato de prata – sobre tela, tecido ou papel – equivalente àquele volume desenhado pela luz solar, é imediatamente protegida da luz, mantida no escuro. Uma vez exposto à luz, o nitrato de prata escurece e adquire várias tonalidades, do marrom ao cinza chumbo, e consome lentamente aquela marca, a memória da presença, a marca deixada pelo sol naquele instante”, diz.

O título das cinco obras em nitrato de prata sobre papel de algodão, “Jai Prakash, cr7520” (2000), se refere a um dos instrumentos astronômicos arquitetônicos em Jaipur, na Índia.

CONTRASTES LUZ E SOMBRA

“Desde o início, a obra de escultor de Adalberto Mecarelli se constrói sobre questionamentos da visibilidade e a conceituação do não-visível. A experiência com o núcleo primordial da escultura na Escola de Belas Artes de Terni, o fogo, a transformação da matéria, e a ideia do vazio que se cria no processo da fundição com a técnica de cera perdida, um vazio perfeito, é decisiva para sua trajetória, distante da figuração. Ele vai trabalhar os opostos vazio/cheio, as relações entre o dentro e o fora, interior e exterior, contrastes entre luz /sombra, visível e invisível, os extremos luminosos do preto e do branco, recolocando-os como partes de um todo, no espaço”, comenta Elisa Byington.

INTERVENÇÕES EM ESPAÇOS PÚBLICOS

Uma característica presente em grandes esculturas de Adalberto Mecarelli é que se realizam plenamente em um único dia do ano, de acordo com cálculos precisos da inclinação do sol. Dentre as muitas intervenções em espaços públicos realizadas por Adalberto Mecarelli, está “Stomachion Solis”(harmonia infinita do sol), uma grande estrutura em aço cortén, que inicia o percurso no Parque das Esculturas, em Siracusa, Itália. Instalada no topo de uma falésia, em frente à Ilha de Ortígia, centro histórico da cidade, a obra é uma composição de quatorze peças que remetem ao Stomachion de Arquimedes (Siracusa, 287 a.C. – 212 a.C.), um dos mais antigos e fascinantes quebra-cabeças na história da humanidade. A partir de cálculos precisos, a escultura de Mecarelli, às 11h de cada dia 13 de dezembro, reflete os raios solares, que cruzam o mar e iluminam a Capela de Santa Luzia, em Ortígia, onde há a célebre tela do Caravaggio com o “Sepultamento de Santa Luzia” (1608). Uma hora mais tarde, às 12h, a mesma estrutura projeta a sua frente a sombra de um quadrado perfeito. No dia 13 de dezembro se festeja Santa Luzia (c.283 – c. 304), padroeira de Siracusa,e considerada protetora dos olhos. É o dia de seu martírio, quando arranca os olhos e os entrega ao carrasco para não renegar a própria fé, data próxima ao solstício de inverno. A obra faz alusão à luz (Lucia, em italiano), e a falta dela, a cegueira, uma passagem do caos ao cosmo. “Luz e sombra, caos e cosmo serão os quatro elementos em suspensão”, observa o artista.

Outras intervenções notáveis de Adalberto Mecarelli são “Eppur si muove” (1999), frase de Galileu, iluminada na fachada no Instituto Galileu, no campus da Universidade de Viltaneuse, em Paris, por meio de um complexo mecanismo de espelhos pela luz do sol no dia da sua condenação, 20 de junho;“Lux umbrae” (2011), nos Cryptoportiques, em Arles, França, e a escultura de luz, espécie de lua que surgia na fachada da Igreja de Sant'Eustache, durante a Nuitblanche, em Paris, em 2012. Em 2015, ele fez uma intervenção na abadia cisterciense de Sylvacane, na Provença, França. Em 2018, realizou “O Sol ao Sol”, uma grande escultura em pedra, de quase cinco metros de altura, instalada em um espelho d’agua junto a um poliedro irregular em aço, em Ibiúna, São Paulo. A cada dia 22 de setembro, data do equinócio de primavera, o sol, que passa no centro da fenda que divide em dois o “totem” de pedra, reflete na água sob o poliedro em aço, que devolve os raios refletidos na direção do sol.

SOBRE ADALBERTO MECARELLI

Adalberto Mecarelli nasceu em 1946, em Terni, região da Umbria, na Itália, e desde 1968 vive e trabalha em Paris.

Mecarelli se formou em fundição aos 19 anos na Escola de Belas Artes de Terni, onde aprendeu a técnica da cera perdida e se aproximou do núcleo primordial da escultura, o fogo, a energia, o vazio que se cria no processo. A experiência da técnica da cera perdida, o fogo, o molde, o vazio – que se cria depois de formada a “pele de bronze” da escultura –, abre um espaço mental insuspeitado que o fez abandonar muito cedo a figuração.

Nos anos seguintes – de 1966 a 1968 – cursou pintura na Escola de Belas Artes de Roma, período em que frequentou a vanguarda romana onde eram ativos artistas da Arte Povera como Jannis Kounellis (1936-2017), Pino Pascali (1935-1968), Eliseo Mattiacci (1940-2019), e outros que experimentavam a linguagem minimalista e conceitual como Maurizio Mochetti (1940) e Sergio Lombardo (1939). Alguns deles trabalhavam com a geometria analítica ou com leis da ótica para produzir obras de extrema pureza formal, outros assumiam a linguagem alegórica e a função provocatória de seus gestos e invenções, contra qualquer possibilidade abstrata.

Entre 1968 e 1970 cursa Sociologia da Arte na École Pratique des Hautes Études, em Paris. Realiza obras em ferro e aço, gesso e cera, madeira e cera. Volumes que quando seccionados revelavam outros dispositivos volumétricos que continha. É a série chamada “Volume réel” (volume real), que indaga as ambiguidades da representação, possibilidades do nome e a coisa coincidirem. Uma pesquisa que em 1969 o leva à realização dos “vide-noir” (vazio-negro), caixas brancas, negras na parte interna, que o recorte geométrico na superfície branca tornava visível, como se esta tivesse sido escavada, “criando a cor preta com o vazio”, diz.

Em 1973, realiza suas primeiras esculturas de luz. “Procurava um meio de mostrar um volume, um espaço, através da matéria que fosse a mais exemplar, a mais discreta. Encontrei somente a luz como resposta à minha busca. A claridade e o mistério que lhes são próprios me fascinavam. Me lembro do momento extraordinário quando comecei a decupar o espaço com formas reproduzidas nos slides que eu projetava. Eu esculpia a luz com a sombra que é também um estado da luz. Uma matéria cujo equilíbrio se situa entre a cegueira e o ofuscamento (‘enceguecimento’)”.

No final dos anos 1970, volta parcialmente a “materiais primitivos”. “Minha prática se articulava em torno do que eu chamo de “os limites de um tema plástico”. Noções que eram “reveladas por esculturas, relevos, onde o espaço, o signo, a escala, a transparência, a luz, postas no mesmo caldeirão, exprimiam um modo de ser da matéria no qual a imagem tinha sido excluída”. Este trabalho prossegue no período entre 1981/1982 em que vive e trabalha em Nova York.

Em 1984/1985, com bolsa do governo francês, trabalha no New York Institute of Technology e outros centros de pesquisa nos EUA e no Japão, para investigar a criação auxiliada por computador. Experimenta imagens sintéticas, mas os resultados não o satisfazem.

Inicia os trabalhos com a luz solar e as impressões de volumes de luz com a utilização do nitrato de prata, realizados principalmente na ilha de Stromboli, uma ilha vulcânica próxima à Sicília, onde costuma permanecer alguns meses durante o ano.

Em 1992/1993, a partir de uma bolsa de estudos, se dedica aos estudos dos observatórios solares na Índia. “Alguns dos observatórios mais antigos se encontram na Índia. O de Jaipur é o mais bem conservado. Trabalho durante um mês, das oito da manhã às quatro da tarde, em um espaço onde tudo indica a posição do sol em relação à Terra e às constelações. Você chega fisicamente a uma melhor apreensão da sua trajetória espacial”.

Realiza os trabalhos com projeções luminosas na França, Itália, Alemanha, em diferentes contextos arquitetônicos e urbanos como o Museu Arqueológico de Siena, ou o do antigo pórtico romano subterrâneo de Arles, o interior de abadias, antigas torres, fachadas de igrejas. São esculturas de luz que desenham formas geométricas, estabelecem volumes que ecoam, comentam, transformam ou atuam criticamente no lugar onde se instalam.

LINKS

Infos sobre o artista
Nuit Blanche 2012
Lugares Exquisitos - Nuit Blanche Paris
Lux Umbrae - Adalberto Mecarelli

Posted by Patricia Canetti at 10:14 AM