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abril 21, 2021

Pedro Reyes na Luisa Strina, São Paulo

Um intenso ano de trabalho no atelier torna-se evidente na intimidade das novas esculturas de Pedro Reyes. Atraído pela riqueza mineral que conecta o México ao Brasil, Reyes esculpe diretamente em pedra, uma prática que existe há mais de trinta e cinco séculos no continente. Reyes estende sua prática social com o objetivo de revigorar o artesanato local por meio de um vocabulário visual mesoamericano que antecede o cânone colonial dominante da História da Arte, imaginando sua presença concreta nos dias de hoje.

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A Galeria Luisa Strina tem o prazer de anunciar a exposição de Pedro Reyes, composta de cerca de 20 esculturas. A terceira mostra individual do artista mexicano na galeria abre no dia 20 de abril e fica em cartaz até 12 de junho de 2021. Ao longo de sua carreira, Reyes desenvolveu uma narrativa que inclui esculturas, prática social, arte pública, teatro e desenho. Nesta exposição, Reyes explora um repertório escultórico modernista ao qual mescla alusões pontuais à cultura mexicana criando uma linguagem visual própria.

A exploração de Reyes nos processos da escultura continua a desafiar os cânones conceituais e materiais dos meios com os quais trabalha. Esculturas de superfície porosa finalizadas com cinzéis são acompanhadas de peças entalhadas de corte limpo, que evocam movimento lógico e dinamismo. Por empregar um sistema de nomenclatura reflexivo, os títulos permitem uma melhor compreensão da obra. Os destaques da exposição incluem Ponto e vírgula (2021), um sinal de ponto-e-vírgula esculpido em um único bloco de mármore branco, que encena um salto topológico da segunda para a terceira dimensão. A intersecção entre o ponto e a vírgula é uma conjuntura semântica. O ponto é uma parada, enquanto uma vírgula simboliza uma pausa.

Construcción (2021) é feita de pedra Tezontle vermelha; uma rocha retirada das minas vulcânicas em Texcoco (a leste da Cidade do México). O artista usa o material como ferramenta para comentar sobre a cosmogonia antiga, na qual a lava representava o sangue do planeta. Combinando esses dois fatos, Reyes reinterpreta seu significado. Em Sentinela (2021), Reyes dialoga com a tradição da figura sentada. O título alude ao guardião, um personagem silencioso, mas atencioso. Várias linhas formam duas variações da figura, simplificando a silhueta. Ao criar as duas cabeças com um círculo em um quadrado, alcança uma neutralidade de gênero. O museu de Diego Rivera, Anahuacali (casa no vale de Anahuac), e sua coleção de artefatos pré-colombianos foram uma referência importante para este conjunto de esculturas de pedra vulcânica.

As figuras antropomórficas inspiradas nas descobertas de Mezcala (uma civilização que antecede os olmecas) transmitem certas sensações e sentimentos por meio da quebra de simetria. Reyes enfatiza como a abstração e o objetivo de simplificar as figuras foram estudados séculos antes da Modernidade. As peças são esculpidas em pedra Tezontle púrpura, uma das rochas mais duras. Os buracos nestas obras adicionam uma textura sobrenatural.

Signal (2021) é esculpido em Jadeita, um tipo de pedra verde encontrada na Mesoamérica. Por meio desta escultura, uma caixa com uma representação abstrata da tela, Reyes combina técnicas antigas com referências contemporâneas. Como espécie, temos obsessão por controle e comunicação. Portanto, Signal é uma abstração da ideia, do ícone.

Abolition (2021) é criada em uma técnica que Reyes começou a usar recentemente, em que mistura metal e concreto. É a representação de duas mãos entrelaçadas como uma torre combinando linhas verticais e horizontais. O processo começa com a soldagem de peças de fios metálicos que formam uma moldura, buscando uma visualidade construtivista. Duas mãos juntas são um símbolo de cooperação, porque inúmeras coisas não podemos fazer sozinhos, mas a mão também tem muitos significados diferentes, dependendo de sua posição. Isso pode ser interpretado como concordância, que deriva de coração, em latim. O artista também reflete sobre a importância de ser um abolicionista hoje, quando temos visto um aumento do racismo. “Não é suficiente ser neutro. Devemos ser explicitamente abolicionistas, o que significa denunciar ativamente a supremacia branca e reconhecer o trabalho que deve ser feito para alcançar a equidade e a justiça reais. Portanto, essas duas mãos são um símbolo do abolicionismo que faz parte do processo inacabado de descolonização”, explica Pedro Reyes.

As culturas pré-hispânicas têm um papel essencial na obra do artista. Nesta exposição, Reyes consegue integrar a estética contemporânea com as tradições antigas enraizadas na cultura mexicana. Apresentando questões ontológicas abertas, Reyes leva à introspecção.

SOBRE O ARTISTA

Pedro Reyes (México D.F., 1972) é formado em arquitetura, mas se considera sobretudo um escultor, ainda que seus trabalhos reúnam elementos de teatro, psicologia e ativismo. Em 2008, Reyes exibiu pela primeira vez o projeto, que se tornaria antológico, Palas por Pistolas, no qual um total de 1.527 armas de fogo foram coletadas em uma campanha voluntária de desarmamento e destruídas para ser transformadas em pás para plantar 1.527 árvores. Este projeto teve sequência com Desarm (2012), trabalho para o qual um total de 6.700 armas foram desmontadas e convertidas em instrumentos musicais. Em 2013, o artista apresentou a primeira edição de pUN: Nações Unidas do Povo, no Queens Museum de Nova York. PUN é um congresso experimental em que cidadãos comuns atuam como delegados de cada um dos países nas Nações Unidas e buscam a aplicação de técnicas e recursos da psicologia social, teatro, artes e resolução de conflitos na geopolítica. Em 2016, realizou Doomocracy, uma obra de teatro imersivo comissionada pelo Creative Time. Além de sua prática artística, Pedro Reyes assina diversas curadorias e contribui com importantes publicações de arte e arquitetura.

Exposições individuais recentes incluem Return to Sender, Museum Tinguely, Basiléia (2020); Glyptotek, Lisson Gallery, Londres (2018); Recent works, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2017); Doomocracy, Creative Time, Nova York (2016); Domingo Salvaje, La Tallera/SAPS, Cuernavaca (2016); For Future Reference, Dallas Contemporary (2016); pUN: The People’s United Nations, Hammer Museum, Los Angeles (2015); Sanatorium, The Power Plant, Toronto (2014); Sanatorium, Guggenheim Museum, Nova York (2011); The Permanent Revolution, Museo Jumex, Cidade do México (2014); Pharmasphere, Boston Museum of Fine Arts (2013); Os Terráqueos, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2013).

Exposições coletivas recentes incluem Jing’an International Sculpture Project, Shanghai (2020); Think Twice, SCAD, Georgia (2019); Half the Picture: A Feminist Look at the Collection’, Brooklyn Museum of Art, New York (2018); Hors Pistes, Centre Pompidou, Málaga/Paris (2016); Transformers, MAXXI Museum, Roma (2015); Who interprets the world?, 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa (2015); Station to Station, Barbican Centre, London (2015); El Teatro del Mundo, Museo Tamayo, Cidade do México (2014); In the Spirit of Utopia, Whitechapel Gallery, Londres (2013); 12th Sharjah Biennial (2013); Liverpool Biennial (2012); Gwangju Biennial (2012); dOCUMENTA(13), Kassel (2012); Istanbul Biennial (2012).

Seu trabalho faz parte, entre outras, das coleções 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa; Brooklyn Museum, Nova York; Colección Jumex, Cidade do México; ICA Institute of Contemporary Art, Miami; Kadist Art Foundation, São Francisco; Bronx Museum, Nova York; Carnegie Museum, Pittsburgh; La Tallera/SAPS, Cuernavaca; MAXXI, Roma; Mac/Val, Vitry-sur-Seine; Museo Rufino Tamayo, Cidade do México; MUAC, Cidade do México; MFA, Boston; Walker Art Center, Minneapolis.


An intensive year of work at the studio becomes evident in the intimacy of Pedro Reyes´ new sculptures. Appealing to the mineral richness that connects Mexico to Brazil; Reyes employs direct carving in stone, a practice that has existed for over thirty-five centuries in the continent. Reyes extends his social practice aiming to reinvigorate local craftsmanship through a Mesoamerican visual vocabulary that predates the dominating colonial canon of Art History, imagining its concrete presence on this day and age.

Luisa Strina Gallery is pleased to announce the third exhibition by Pedro Reyes. The new sculpture show will open on April 22th and will remain on view until June 12th, 2021. Over the course of his career, Pedro Reyes has developed a narrative that includes sculptures, social practice, public art, theatre and drawing. On this exhibit Reyes presents a repertoire of sculptures that merge pointed allusions to Mexican culture creating his own visual language.

Reyes’ exploration in the sculptural process continues to challenge materials and conceptual canons of the mediums he works with. Sculptures with porous surfaces finished with chisels are accompanied of clean cut, carved pieces that evoke logical movement and dynamism. By employing a reflective naming system, the titles allow a better comprehension of the work. Highlights from the exhibit include Ponto e vírgula (2021), a semicolon carved from a single block of white marble, that traverses a topological jump from second to third dimension. The intersection between the dot and comma is a semantic conjuncture. The dot is a stop while a comma symbolizes a pause.

Construcción (2021), comprises red Tezontle; a rock taken from the volcanic mines in Texcoco (east of Mexico City). The artist uses the material as a tool to comment on ancient cosmogony where lava represented the blood of the planet. Combining these two facts, Reyes reinterprets its meaning. On Sentinela (2021), Reyes addresses the seated figure. The title translates to guardian, a silent yet attentive character. A number of lines form two variations of the figure, simplifying the silhouette. By creating both heads with a circle in a square, they attain gender neutrality. Diego Rivera´s museum Anahuacali (house in the valley of Anahuac) and his collection of Pre-Columbian artefacts was a significant reference for this set of volcanic stone sculptures.

The anthropomorphic figures inspired by the Mezcala findings (a civilization that predates the Olmec) convey certain sensations and feelings by breaking symmetry. Reyes emphasizes on how abstraction and the aim to simplify figures was studied centuries before Modernity. The pieces are carved out of purple tezontle which is one of the hardest stones. The holes in them add an unworldly texture.

Signal (2021) is carved in Jadeit a type of green stone found in Mesoamerica. Through this sculpture, which is a box with an abstract representation of the screen, Reyes combines ancient techniques with contemporary references. As a species we have an obsession with control and communication. Therefore, Signal is an abstraction of the idea, the icon.

Abolition (2021) is made in a technique that Reyes recently started using which is a mix of metal and concrete. It is the representation of two hands holding each other like a tower combining vertical and horizontal lines. The process starts by welding pieces of metal wires that create a frame, striving to achieve a constructivist approach. Two hands together are a symbol of cooperation because there are endless things one cannot do alone, but also, the hand has many different meanings depending on its posture. These can be interpreted as concordance which derives from heart in Latin. Reyes also reflects on the importance of being an abolitionist today because we have seen a rise of racism. “It is not enough to be neutral. We must be explicitly an abolitionist, which means to actively denounce white supremacy and to acknowledge the work that has to be done to achieve real equity and justice. Hence, these two hands are a symbol of abolitionism that is part of the unfinished decolonization process”, explains the artist.

Pre-Hispanic cultures have an essential role in Pedro Reye´s work. In this exhibit Reyes achieves to integrate contemporary aesthetics with ancient traditions rooted in Mexican culture. Posing open-ended ontological questions Reyes leads to introspection.

ABOUT THE ARTIST

Pedro Reyes (Mexico City, 1972) studied architecture but considers himself a sculptor, although his works integrate elements of theater, psychology and activism. In 2008, Reyes initiated the ongoing Palas por Pistolas where 1,527 guns were collected in Mexico through a voluntary donation campaign to produce the same number of shovels to plant 1,527 trees. This led to Disarm (2012), where 6,700 destroyed weapons were transformed into a series of musical instruments. In 2013, he presented the first edition of pUN: The People’s United Nations at Queens Museum in New York City. pUN is an experimental conference in which regular citizens act as delegates for each of the countries in the UN and seek to apply techniques and resources from social psychology, theater, art, and conflict resolution to geopolitics. In 2016, he presented Doomocracy, an immersive theatre installation commissioned by Creative Time. In addition to his artistic practice, Pedro Reyes has curated numerous shows and often contributes to art and architectural publications.

Recent solo shows include Return to Sender, Museum Tinguely, Basel (2020); Glyptotek, Lisson Gallery, London (2018); Recent works, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2017); Doomocracy, Creative Time, Nova York (2016); Domingo Salvaje, La Tallera/SAPS, Cuernavaca (2016); For Future Reference, Dallas Contemporary (2016); pUN: The People’s United Nations, Hammer Museum, Los Angeles (2015); Sanatorium, The Power Plant, Toronto (2014); Sanatorium, Guggenheim Museum, Nova York (2011); The Permanent Revolution, Museo Jumex, Mexico City (2014); Pharmasphere, Boston Museum of Fine Arts (2013); Os Terráqueos, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2013).

Recent group shows include Jing’an International Sculpture Project, Shanghai (2020); Think Twice, SCAD, Georgia (2019); Half the Picture: A Feminist Look at the Collection’, Brooklyn Museum of Art, New York (2018); Hors Pistes, Centre Pompidou, Málaga/Paris (2016); Transformers, MAXXI Museum, Roma (2015); Who interprets the world?, 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa (2015); Station to Station, Barbican Centre, London (2015); El Teatro del Mundo, Museo Tamayo, Cidade do México (2014); In the Spirit of Utopia, Whitechapel Gallery, Londres (2013); 12th Sharjah Biennial (2013); Liverpool Biennial (2012); Gwangju Biennial (2012); dOCUMENTA(13), Kassel (2012); Istanbul Biennial (2012).

His work is part of collections such as 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa; Brooklyn Museum, New York; Colección Jumex, DF; ICA Institute of Contemporary Art, Miami; Kadist Art Foundation, San Francisco; Bronx Museum, New York; Carnegie Museum, Pittsburgh; La Tallera/SAPS, Cuernavaca; MAXXI, Rome; Mac/Val, Vitry-sur-Seine; Museo Rufino Tamayo, Mexico City; MUAC, Mexico City; MFA, Boston; Walker Art Center, Minneapolis.

Posted by Patricia Canetti at 1:41 PM