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setembro 2, 2016

Ivens Machado no Pivô, São Paulo

Em setembro, paralelamente à abertura da 32a Bienal de São Paulo, o Pivô apresenta a segunda edição do programa “Fora da Caixa”. Nessa ocasião, o espaço expositivo principal da instituição será ocupado por uma grande mostra revisional do artista Ivens Machado, com curadoria de Kiki Mazzucchelli.

A mostra individual de Ivens Machado (Florianópolis, 1942 - Rio de Janeiro, 2015) O Cru do Mundo reúne um conjunto de esculturas, vídeos e desenhos com foco nas duas primeiras décadas de sua produção. Conhecido por sua obra escultórica, na qual emprega materiais característicos da construção civil popular, o artista iniciou sua carreira no Rio de Janeiro, na década de 1970, tendo como interlocutores nomes como Anna Bella Geiger, Fernando Cochiaralle e Paulo Herkenhoff.

Parte da geração que sucedeu imediatamente os grupos filiados ao Concretismo e ao Neoconcretismo, Ivens optou por forjar uma trajetória estética própria, que encontrou certa resistência no circuito por não se conformar às genealogias artísticas estabelecidas e pelo modo controverso com que tratava de temas como a sexualidade e a violência. Ainda assim, é considerado um dos artistas mais significativos da segunda metade do século no Brasil pela crítica especializada, e a relevância e a influência de sua obra, sobretudo para as gerações mais jovens, é cada vez mais evidente. Grande parte das obras reunidas em O Cru do Mundo foram produzidas nas décadas de 1970/80, sendo que algumas foram exibidas apenas em mostras individuais do artista em galerias comerciais neste período. A exposição inclui, ainda, obras mais recentes que tiveram pouca ou nenhuma circulação em espaços institucionais. Ao reunir trabalhos de diferentes períodos da produção do artista, O Cru do Mundo pretende enfatizar o caráter original da obra de Ivens e a coerência formal e crítica que perpassa os diversos meios com que trabalhou.

No relato de seu encontro com a instalação de Ivens Machado apresentada na 16a . Bienal de São Paulo (1981) - uma grande forma ovóide de concreto armado cravejada de cacos de vidros e suspensa por cabos de aço - o crítico Paulo Sergio Duarte escreve: “Digamos que, se pudéssemos reduzi-la à oposição cru/cozido, estaríamos no mundo das formas cruas”. Essa crueza característica da obra de Ivens se manifesta explicitamente no modo em que manipula materiais de aspecto bruto, como os cacos de vidro, cimento e vergalhões recorrentes em suas construções escultóricas. Mas para além de sua aparência física, suas formas desreprimidas e primitivas, que se recusam a se conformar aos limites da pureza visual, reiteram a insistência em operar a desconstrução da norma, algo presente desde os primeiros anos de sua produção.

Desde suas intervenções gráficas em papeis pautados (1974-5), nas quais interrompia ou desviava o curso das linhas, passando pelo espaço de subversão de regras de conduta social criado na instalação Obstáculos/Medidas (MAM-RJ, 1975) até sua produção escultórica - “arquiteturas sem projeto”, nas palavras de Milton Machado -, a obra de Ivens Machado está em contato vivo com a existência das coisas em seu estado cru, pré-normativo ou racionalizado. O Cru do Mundo . Como escreveu Paulo Herkenhoff: “Saber conviver com essas obras é atravessar o umbral do conhecimento que propiciam. É saber arte naquilo que o míope vê trambolhos.”

*As obras presentes na exposição pertencem a acervos públicos e privados e sua viabilização foi possível graças ao apoio do Acervo Ivens Machado sob a coordenação de Monica Grandchamp.

Sobre o programa Fora da Caixa

O programa Fora da Caixa revisita obras e projetos artísticos exibidos no passado e que agora permanecem guardados em acervos públicos ou privados. Procura-se assim investigar a produção artística dos últimos 50 anos e refletir sobre sua influência na atualidade, promovendo interlocuções possíveis com o panorama da produção contemporânea recente.

A cada edição, um curador é convidado para se encarregar da pesquisa e reapresentação desses trabalhos históricos no Pivô. Essa proposta possibilita novamente seu contato com o público, que os reencontra em outro contexto ou os descobre pela primeira vez. Ao exibir esses trabalhos simultaneamente à produção contemporânea recente no ambiente do Pivô, relações intergeracionais são promovidas naturalmente e espera-se que, a partir dessa fricção ou sinergia, sejam abertas possibilidades de pesquisa e pensamento crítico. A primeira edição do programa ocorreu em 2015 com a mostra Casa 7 no Pivô, com curadoria de Eduardo Ortega.

Ivens Machado (1942-2015) já teve sua obra exposta em importantes instituições do Brasil e do mundo, como: MAR - Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2014), Fundação Bienal de São Paulo (2013 e 2004), Casa França Brasil, Rio de Janeiro (2011), Centro Cultural Hélio Oiticica, Rio de Janeiro (2010), Paço Imperial, Rio de Janeiro (2007 e 2001), Musée de L’hôtel-Dieu, Mantes-la-Jolie, França (2005), Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2003), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2002), Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo (2001 e 2000), Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo (2001 e 1977), Museu de Arte Contemporânea, Curitiba (2001), Fundação Caloustre Gulbekian, Lisboa, Portugal (2000), Art Museum of the Americas, Washington D.C., EUA (1999), Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (1998), El Museo del Barrio, Nova Iorque (1997), Palazzo di Lorenzo, Gibellina, Itália (1997), PS1, Nova Iorque, EUA (1998), entre outros.

O Acervo Ivens Machado é o projeto responsável pela gestão do acervo pessoal do artista, com curadoria da designer Mônica Grandchamp, que foi assistente e amiga de longa data de Ivens Machado. Selecionado pelo Prêmio Funarte de Incentivo às Artes Visuais em 2015, para mapeamento da obra, o Acervo Ivens Machado tem como missão a catalogação da produção do artista, sua manutenção e visibilidade.

Kiki Mazzucchelli é curadora, escritora e editora independente. É cocuradora (com Rocío Aranda-Alvarado, Kathleen Ash-Milby, Pip Day e Pablo León de la Barra) de “much wider than a line”, a Bienal do Site Santa Fe (2016-17), Novo México. Projetos de exposição recentes incluem “O que não tem conserto”, individual de Tonico Lemos Auad no Pivô (2015, São Paulo) e Pia Camil, Pablo Helguera e Pedro Reyes no MIMA (2015, Middlesbrough), com cocuradoria de Alix Collingwood-Swinburn. Contribui regularmente para publicações internacionais, entre elas Art Review (UK), Flash Art (Italy), Frieze (UK), Mousse (Italy) e Terremoto (Mexico).

Posted by Patricia Canetti at 9:24 PM