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outubro 29, 2014

Elisa Bracher na Marcelo Guarnieri, Ribeirão Preto

A Galeria Marcelo Guarnieri (Ribeirão Preto) apresenta entre os dias 31 de outubro e 25 de novembro de 2014 a exposição da artista Elisa Bracher.

A artista possui uma produção de mais de duas décadas que transita entre diferentes linguagens - desenho, gravura, escultura e fotografia. A exposição apresentada na Galeria Marcelo Guarnieri (Ribeirão Preto) exibe trabalhos da artista realizados na década 90 e algumas de suas produções recentes.

Ocupando todo o espaço da galeria, as obras são divididas de um lado pelas esculturas de madeira, gravuras e lençóis de chumbo e, do outro lado, pelas esculturas de ferro. Ao percorrer o espaço nos deparamos com as obras que se agigantam em relação ao espectador: o corpo que transita entre os trabalhos é confrontado a criar novas relações espaciais devido às grandes escalas das obras.

Esculturas de madeira: os trabalhos de Elisa, pesados em sua estrutura e leves em sua composição visual, sempre estão em tensão. As esculturas de madeira têm em sua composição as marcas do corte e o desgaste do tempo. Elas se equilibram escoradas em sua própria estrutura e em arranjo totêmico exibem toda a sua força e grandeza, maiores que o corpo humano, colocam-se no espaço imponentes a confrontar quem as observa.

Esculturas de ferro: as linhas das esculturas em ferro refazem o espaço, não o rebatendo, mas criando outros espaços em sua concepção dentro/fora. Ao avistar o trabalho com um certo distanciamento, as peças remetem a uma ordenação e concepção formalista, de perto isto é quebrado devido à irregularidade do material empregado. Do mesmo modo como nas esculturas de madeira, as marcas do feitio estão presentes, com um maçarico, Elisa esculpe as barras de ferro, dando ao material uma nova forma repleta de textura e deformidades.

Gravuras: as gravuras feitas com maquinários industriais evocam uma sofisticada articulação entre técnica/intuição: delicadeza de linhas e massas negras obtidas num processo de gravação de intenso embate entre matéria e ferramenta. Nesta articulação constrói-se uma poética que transita entre paisagens e memórias sob a forma de densas áreas negras e frágeis linhas que cortam o branco do papel.
A escala de grande proporção equiparada ao tamanho de um ser humano, repensa a imagem gravada e é observada com determinado distanciamento. Aqui a gravura traz um embate corpo a corpo com o espectador, convidando-o a integrar e adentrar por entre as linhas que cortam o branco e entre o negro profundo que nos afasta de qualquer definição que limite e determine o espaço, como parede/fundo; finito/infinito.

Lençóis de chumbo: Os lençóis de chumbo são recortes que descem em paralelo à parede, possuem uma densidade que, ao contrário da gravura, não nos dá a possibilidade dos brancos, os olhos percorrem a estrutura da obra parando nas linhas formadas pelas sobreposições do material. Tais trabalhos têm um desenvolvimento recente na produção da artista e seguem concomitantes a outras técnicas.

Elisa Bracher (1965 - São Paulo, Brasil). Vive em São Paulo.
Formada em artes pela FAAP - Fundação Armando Álvares Penteado. Foi artista residente no The Article Circle, Noruega, Pólo Norte, 2014; no Atelier Iberê Camargo, 2006 e Out There - Sainsbury Centre For Visual Arts Norwich, Inglaterra, 2005. Participou de diversas exposições individuais e coletivas, destacando-se nas seguintes instituições: MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo; MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia; Estação Pinacoteca do Estado de São Paulo; Centro Cultural São Paulo; Museu Nacional Belas Artes; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo; Paço Imperial – Rio de Janeiro; Musée d’Art Contemporain de Bordeaux; Centre de La Gravure et de I ‘Image Imprimée - Bélgica. Seus trabalhos fazem parte de diversas coleções públicas e privadas: Fundação Cultural de Curitiba; Museu Nacional de Belo Horizonte; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte Moderna da Bahia; Centro Cultural São Paulo.

Posted by Patricia Canetti at 1:16 PM

outubro 28, 2014

Corpos Informáticos: birutas (e) vento no Espaço Piloto, Brasília

birutas (e) vento acontecerá no Espaço Piloto (Universidade de Brasília): mixurrasco, composição urbana, performance, corpo, política realizada por Corpos Informáticos que agora se a-presentam com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante por birutas de lamber vento. A ideia é realizar uma exposição que se configure como (e)vento, outros ventos eventuais, inventoinhas em ventilárias que (in)ventam o espaço.

A galeria será ocupada durante todos os dias da exposição: as reuniões do Corpos, segundas e quartas, de 14 às 18 horas, acontecerão no espaço sempre com proposta prática e/ou teórica; terças-feiras de 19 às 21 horas ocorrerão performances de convidados e membros do Corpos: Diego Azambuja, João Wesley, Clara Maria, Bia Medeiros, Maria Eugênia Matricardi, Mariana Brites, entre outros.

1º de novembro, sábado, 12-19h: abertura com mixurrasco - Mixurrasco é churrasco mixuruca: tragam seus legumes!

Performances e instalações inéditas todas as terças-feiras, 19h às 21h.

Oficina de pipa/papagaio/cafifa/mutuca, quartas e sextas-feiras, 14h às 16 horas.

Detalhes da programação: www.facebook.com/CorposInformaticos e evento birutas(e)vento no facebook.
Contato: birutas.e.vento@gmail.com

Posted by Patricia Canetti at 5:20 PM

outubro 27, 2014

Guillermo Kuitca na Fortes Vilaça e Mendes Wood, São Paulo

Depois de quinze anos sem expor no Brasil, um dos maiores pintores argentinos, Guillermo Kuitca, retorna em peso ao país em 2014. Após uma mostra em dupla com o brasileiro Eduardo Berliner na Casa Daros, em maio, e da exposição retrospectiva em cartaz na Pinacoteca do Estado de São Paulo, duas galerias paulistanas se unem em um esforço de representação do artista no circuito brasileiro. Fruto dessa inédita parceria, a Galeria Fortes Vilaça e a Mendes Wood DM têm o prazer de apresentar duas mostras paralelas, Diarios e Doble Eclipse, respectivamente nos seus espaços-sede.

Na galeria Mendes Wood DM, o artista apresenta uma série de pinturas sobre madeira em pequena escala e uma grande pintura sobre tela. São trabalhos que reafirmam o vocabulário pictórico do artista, seu apreço por padrões geométricos, referências cartográficas, paisagens soturnas e espaços arquitetônicos. A obra que dá nome à mostra retrata uma cena em que um sol diminuto repousa bem próximo do horizonte, encoberto por dois astros. Iluminada por sua luz fraca, um acúmulo de camas e cadeiras – elementos psicoativos recorrentes na obra do artista − ganha proporções arquitetônicas ao remeter a uma paisagem urbana.

A Galeria Fortes Vilaça, por sua vez, apresenta uma instalação composta por 18 pinturas circulares da longeva série Diarios, iniciada em 1994. Diferentes grupos desse corpo de trabalho já foram expostos − entre os quais destaca-se a instalação na Bienal de Veneza de 2007 −, mas o conjunto aqui apresentado compreende trabalhos produzidos entre 2005 e 2012. O artista estica uma tela inacabada sobre o tampo de uma mesa no atelier e a mantém ali durante meses enquanto prossegue suas atividades rotineiras. Sobre essa tela, Kuitca faz anotações, desenha a esmo enquanto fala ao telefone, pinta estudos e rascunhos. Intencionalidade e acaso se fundem e são absorvidos por cada um desses diários, de forma que expandem-se para além da pintura e incorporam desenho, escrita e assemblagem. São testemunhos do cotidiano do artista e, pendurados lado a lado, formam uma narrativa plástica de sua intimidade.

Guillermo Kuitca nasceu em 1961 em Buenos Aires, Argentina, onde vive e trabalha. Um dos mais destacados pintores latino-americanos, sua obra é tema da mostra panorâmica Filosofia para Princesas em cartaz na Pinacoteca do Estado de São Paulo até 2 de novembro. Entre outras exposições individuais, destaca-se a mostra Guillermo Kuitca. Everything. Paintings and Works on Paper, 1980 – 2008, organizada em 2009 pelo Miami Art Museum, que itinerou para mais três instituições norte-americanas em 2010 (Albright-Knox Art Gallery, Buffalo; Walker Art Center, Minneapolis; Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, Washington DC). O artista participou ainda de três Bienais de São Paulo (1985, 1989 e 1998), representou a Argentina na Bienal de Veneza de 2007 e participou da Documenta de Kassel, em 1992.

Posted by Patricia Canetti at 7:43 PM

Lançamento do livro Laura Lima on_off na Livraria da Vila, São Paulo

Organizada por Lisette Lagnado, publicação apresenta 500 imagens, textos dos críticos Daniela Castro, Bojana Piškur e Ricardo Basbaum, além de um bio-poema escrito pelo artista Cabelo, e traduzido por Arto Lindsay

Livro editado pela Cobogó traz um panorama dos últimos 20 anos de trajetória da artista Laura Lima será lançado no dia 28 de outubro (terça-feira), às 19h, na livraria da Vila (Vila Madalena), com debate com Laura Lima, Lisette Lagnado e Daniela Castro.

Não é de hoje que alguns artistas procuram desconstruir rótulos, romper com espaços expositivos e tradições. É o caso de Laura Lima, sempre múltipla, intensa, provocativa e instigante. Sua obra, inclassificável, está reunida no livro On_Off, com cuidadosa edição da Cobogó, e organização de Lisette Lagnado e Daniela Castro.

Com um vasto repertório de imagens — são mais de 500 reproduções —, a publicação traz um retrato multifacetado da artista e de sua produção dos últimos 20 anos, por meio de uma orquestra afinada. Cabelo assina a biografia, em forma de poema, traduzida pelo artista e músico Arto Lindsay, enquanto Jarbas Lopes ilustra a poesia. Além de textos das organizadoras, participam, ainda, a curadora eslovena BojanaPiškur e o artista e crítico Ricardo Basbaum.

“Essa ideia começa do interesse da Lisette (Lagnado) em fazer uma organização da minha obra através de conexões. Selecionamos mais de duas mil imagens, nos debruçamos sobre textos, na escolha dos assuntos, na revisão, enfim, foi um processo que levou quase dois anos de trabalho intenso. O resultado é uma publicação rica em detalhes, ideal para ser folheada aos poucos”, sugere Laura.

Além de fotos e explicações sobre os meios utilizados pela artista — que vão desde a pintura e a escultura, passando por ações com pessoas, animais e vegetais —, também há entrevistas feitas pela autora. “A Lisette quis colocar um pouco da minha voz, dar espaço para a organização do meu pensamento”, observa Laura, que é uma das sócias da galeria A Gentil Carioca, ao lado do artista Ernesto Neto e de Márcio Botner.

A fala serena, no entanto, não condiz com a inquietante carreira da mineira de Governador Valadares, 43 anos, que vive e trabalha no Rio de Janeiro desde adolescente. Sua produção reflete uma artista agressiva e, sobretudo, experimentalista, que transita pelos mais diferentes suportes.

As múltiplas faces de Laura podem ser vistas em trabalhos surpreendentes, como “Quadris”, em que duas pessoas encaixadas pelos quadris deslocam-se como um caranguejo pelo espaço; “Pelos + Rede”, em que a mulher tem os pelos pubianos alongados e o homem, as sobrancelhas; e em Baile, quando, ela realiza um baile, uma verdadeira festa, no Parque Lage, inspirado em uma pintura anônima do século XVI retratando uma noite na corte de Henrique III.

Sua primeira interferência pública acontece em 1994, na Praia do Arpoador, quando Laura leva uma vaca para passar o dia à beira-mar. O evento, que reuniu nomes de várias áreas, contou com a participação de Jorge Mautner, que se pôs a tocar violino para o animal. “Já se nota aqui, em plena paisagem festiva e solar de Ipanema, uma inquietação, um gosto por elementos disparatados formando uma panaceia surreal”, observa Lisette Lagnado.

Há um mês, durante o período da Copa, Laura voltou a reeditar a cena, 20 anos depois, levando novamente uma vaca para a praia. O episódio é lembrado no livro, num trecho da poesia de Cabelo: “Menina levada/ levou a vaca da montanha para o Arpoador/ Lugar de festa de tantos anos novos e alalaôs/ A vaca ficou lá até o final do dia/ Veio o Mautner e tocou violino para ela”.

Para Laura Lima, o termo performance precisa ser revisto no campo das artes. “Nunca encontrei nenhuma palavra satisfatória. Tenho um glossário interno em minha obra que me serve muito bem”, frisaa artista, que realizará três exposições na Europa no segundo semestre (duas na Suécia e uma na Holanda). Uma delas integra o BonnefantenAwardofContemporaryArt (BACA), principal prêmio internacional de artes da Holanda, recebido este ano pela artista, e que inclui uma individual no Bonnefantenmuseum, uma publicação sobre sua obra e mais 50.000 euros.

Sobre a artista
Mineira radicada no Rio de Janeiro, é formada em Filosofia pela UERJ.
Frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro. Fundou em 2003, com os artistas Ernesto Neto e Márcio Botner, a galeria de arte A Gentil Carioca. Participou de exposições nacionais e internacionais, entre elas, a 24ª e 27ª Bienal de São Paulo; 2ª e 3ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, RS; Instâncias To Age, ChapterArt Centre, Cardiff, País de Gales; Alegoria Barroca na Arte Contemporânea, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, RJ; 11 Bienal de Lyon, França, Migros Gegenwartskunst, Zurique, Suíça, entre outras. Foi a primeira artista brasileira a ter adquiridas obras na categoria “Performance” (sic) por um Museu Brasileiro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Seu trabalho está em diversas coleções nacionais e internacionais.Este ano prepara três exposições individuais para o Lilith Performance Studio em Malmo e BonniersKonsthall, Estocolmo, Suécia e BonnefantenMuseum, Maastricht, Holanda, respectivamente. Indicada ao prêmio Francophone, França, 2011, HansNefkens 2012, prêmio Pipa 2010 e 2011; ganhadora do prêmio residência Isabella Stewart Gardner Museum, Boston, 2010; prêmio Marcantônio Vilaça, 2006, Honra ao mérito Salão Nacional 1997, Belo Horizonte; e este ano, ganhadora do maior prêmio dado a um artista internacional pela Holanda, o Baca Laureate, Museu Bonnefanten.2014.

Sobre o livro
Título: Laura Lima on_off
Editora: Cobogó
Autor/Artista: Laura Lima
Organização: Lisette Lagnado e Daniela Castro
Textos de: Lisette Lagnado, Daniela Castro, Ricardo Basbaum, BojanaPiškur e Cabelo
Edição bilíngue
Número de páginas: 360
ISBN: 978-85-60965-54-0
Formato: 20,5 x 24 cm
Encadernação: Capa dura
Ano de edição: 2014
Preço de capa: R$ 135,00

Posted by Patricia Canetti at 2:15 PM

outubro 22, 2014

Virginia de Medeiros na Nara Roesler, São Paulo

Aspectos marginais da sociedade recuperam dignidade pelo olhar sem julgamentos de Virginia de Medeiros, em cartaz na 31ª Bienal de São Paulo e na Galeria Nara Roesler SP em outubro, com curadoria de Moacir dos Anjos

Virginia de Medeiros, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP - 24/10/2014 a 29/11/2014

Virginia de Medeiros faz do universo marginal da sociedade a base de seu trabalho multimídia, que usa fotografia, vídeo, escultura, instalação e outros suportes, às vezes simultaneamente, em cada novo trabalho. É ela que ocupa a Galeria Nara Roesler de São Paulo entre 23 de outubro e 23 de novembro, com sua obra contundente. Quem assina a curadoria é Moacir dos Anjos.

Por seu olhar despido de preconceitos e julgamentos, abdicando da vitimização ou condenação de seus personagens, a artista de Feira de Santana constrói retratos polêmicos da vida social por meio da narrativa de histórias singulares. Elas representam aspectos obscuros que preferimos não reconhecer, embora de alguma forma estejam latentes em cada indivíduo. Eles são a subversão da normatividade vigente, principalmente na relação do desejo frente à moral. Com uma abordagem por ângulos inusitados, os trabalhos são de uma beleza incomum e criam um espaço onde as diversas faces da sociedade, em seus elementos desprezados, bem como da sexualidade, têm sua possibilidade de existência assegurada.

É assim com a obra Sergio e Simone (2010/2014), que a artista exibe atualmente na 31ª Bienal de São Paulo. Por meio da projeção simultânea de três vídeos, o público toma contato com a história de Simone, uma travesti de uma região degradada de Salvador que, após uma convulsão por uso de crack, volta a assumir sua identidade masculina e se torna pastor evangélico, para depois oscilar entre suas duas personas e suas duas religiões, o candomblé e o cristianismo pentecostal.

Para a Galeria Nara Roesler, Virginia de Medeiros reservou três de seus trabalhos, produzidos entre 2006 e 2014. No mais recente, Em Torno dos Meus Marítimos (2014), a baiana mostra quatro fotografias e um vídeo que enfocam Dona Marinalva, Casteleira de Salvador. Casteleira é a dona de um bordel, conhecido como Castelo, que funciona como casa e local de trabalho das prostitutas. A lendária Marinalva ganhou fama na cidade por ter sido presa após desembarcar de um navio filipino no qual viajou ilegalmente, vinda da Itália.

O universo sadomasoquista é o foco dos cinco diários e do vídeo de Jardim das Torturas (2012-2013), premiado com a Bolsa Funarte de estímulo à Produção em Artes Visuais 2012. Nesse trabalho, os protagonistas são Dom Jaime, um dominador sádico, e suas duas “escravas”. Eles trazem à tona um mundo considerado abominável, em que o código de conduta despreza a noção de autopreservação, tão cara às normas da atualidade.

Nas palavras do crítico Jurandy Valença, “Virginia (seguindo Michel Foucault) defende que o processo de subjetivação ‘é sempre ético, por oposição à moral. A moral julga baseada em
um conjunto de regras coercitivas. As regras da ética são facultativas e avaliam o que
fazemos e o que dizemos em função do modo de existência que isso implica’”.

Finalmente, o menos recente dos três trabalhos exibidos, Studio Butterfly (2003-2006), também se utiliza do recurso de três projeções em exibição simultânea. O foco são histórias de diversas travestis que frequentaram a sala homônima, montada pela artista como ponto de encontro com elas, em um prédio comercial de Salvador. Após trazerem fotos pessoais e contarem alguma de suas histórias para a câmera, as transexuais eram clicadas por Virginia de Medeiros, de quem ganhavam o book fotográfico, igual ao das top models.

Virginia de Medeiros nasceu em 1973, em Feira de Santana, Bahia. Vive e trabalha em São Paulo. Em 2006, sua obra Studio Butterfly foi selecionada pelo Programa Rumos Itaú Cultural e para a 27ª Bienal de São Paulo. Em 2009, participou da residência artística International Women for Peace Conference, em Dili, Timor Leste, e, em 2007, da Residência Artística no Centro de Artes La Chambre Blanche, no Quebec, Canadá. Recebeu o prêmio Rede Nacional Funarte Artes Visuais 2009 com a videoinstalação Fala dos Confins que, em 2013, foi adquirida pelo Centro Cultural São Paulo por meio do Prêmio Marcantonio Vilaça de aquisição. Em 2010, participou da 2ª Trienal de Luanda Geografias Emocionais, Arte e Afectos e, em 2011, do 32º Panorama de Arte Brasileira, MAM São Paulo. Em 2012, ganhou a Bolsa Funarte Estímulo à Produção em Artes Visuais com o projeto Jardim das Torturas e foi premiada no 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil com o Prêmio de Residência ICCo – Instituto de Cultura Contemporânea no Residency Unlimited – Nova York, EUA. Atualmente, está em cartaz na 31ª Bienal de São Paulo.

Posted by Patricia Canetti at 8:28 PM

outubro 18, 2014

Flávia Regaldo e Aruan Mattos no Ateliê Aberto, Campinas

A dupla Flávia Regaldo e Aruan Mattos (MG) ocupa Ateliê Aberto com obras invisíveis e interativas

Visitante poderá conferir obras invisíveis que foram enterradas e apenas documentadas por testemunhas ou começar a interagir com a exposição mesmo antes de visitá-la

A partir de 20 de outubro até 5 de dezembro o Ateliê Aberto (Campinas) será tomado pela exposição inédita A Palavra, O Homem, O Mundo, da dupla de artistas mineiros Flavia Regaldo e Aruan Mattos, para o Módulo III - Tecnologia, do projeto Código Aberto, patrocinado pela Petrobras. As instalações criadas pela dupla, durante a residência, instigam o visitante a questionar os impactos da máquina na construção do real, nas transformações linguísticas e na arquitetura de imaginários e cotidianos. Há por exemplo, obras invisíveis, como Lançamento para o Espaço I e II, em que a dupla enterrou seus próprios fios de cabelo deixando apenas documentos assinados por testemunhas como memória ou prova existencial.

Na obra Traslador, o público poderá começar a interagir com a exposição mesmo antes de visitá-la acessando o site www.traslador.org. Uma frase, após tradução para sete idiomas, transforma-se em poesia, que o autor poderá reaver no formato impresso durante a exposição. Outras obras compõem o universo lúdico e provocativo da dupla mineira, como Projeção de um universo-buraco-negro e A Palavra, O Homem, O Mundo - que dá título à mostra – apontando direções nas relações entre o homem e a linguagem.

Além da ocupação dos artistas, os esboços e as máquinas inúteis desenvolvidas durante workshop, aberto ao público, estarão expostos. A abertura da exposição na próxima segunda-feira (20), às 19h00, conta com a participação de Jovem Palerosi (SP), músico, DJ e produtor musical que, no comando do projeto sonZeira, traz proposta audiovisual especialmente criada para o projeto. Seu mais recente álbum Mouseen surgiu a partir de remixes e colaborações com diversos parceiros. Marcio Harum (SP), curador de Artes Visuais do Centro Cultural São Paulo, realiza curadoria do CineCaverninha (31.10 e 01.11), seleção de vídeos que discute o tema do módulo e na qual o curador participa de conversa aberta com o público no próximo dia 01 de novembro. Todas as atividades do módulo são gratuitas.

Com atividades internas e externas, o programa anual Código Aberto se divide em quatro módulos (Cidade, Corpo, Tecnologia e Imaginário) que, juntos, formam uma rede dialógica que busca instaurar novas possibilidades de convívio. O programa já trouxe exposições de artistas plásticos como o Coletivo SHN (SP) e Rodrigo Braga (AM); Alejandro Haiek (Venezuela), Francisca Caporali (MG) e André Severo (RS) como curadores do CineCavernina, além do SHN (SP) e DJ Barata (SP) à frente do projeto sonZeira. O módulo IV, que investiga o tema Imaginário, acontece entre janeiro e março de 2015.

Flavia Regaldo e Aruan Mattos são de Belo Horizonte e trabalham juntos desde 2009. Participaram de diversas exposições, bolsas e residências, entre elas, em 2009 receberam o prêmio Interações Estéticas – Funarte; em 2010 participaram da residência artística no JA.CA – Jardim Canadá Centro de Arte e Tecnologia (MG); em 2011 participaram do Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais; em 2011 participaram do programa de exposições do Centro Cultural São Paulo – CCSP; em 2013 receberam a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais; em 2014 participaram da residência artística no museu La Ene (ARG).

Sobre o projeto Código Aberto
É um programa de ocupação anual do Ateliê Aberto que busca investigar e expor os mecanismos e processos da produção e criação contemporânea. Partindo da triangulação, artista, público e contexto, o projeto procura investir em processos compartilhados, experimentais e transdisciplinares. Com atividades internas e externas, o programa se divide em quatro módulos: Cidade, Corpo, Tecnologia e Imaginário. Juntos, esses eixos formam uma rede dialógica que busca instaurar novas possibilidades de convívio.

Posted by Patricia Canetti at 2:41 PM

outubro 17, 2014

Artista Convidado do Ateliê de Gravura: Germana Monte-Mór na Iberê Camargo, Porto Alegre

Neste sábado, Germana Monte-Mór conversa com o público na Fundação Iberê Camargo

O asfalto e a argila substituem a tinta nas surpreendentes e marcantes obras da artista plástica Germana Monte-Mór. Com mais de três décadas de produção, a carioca radicada em São Paulo desembarca em Porto Alegre para experimentar a técnica de gravura em metal no Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravura, da Fundação Iberê Camargo, que ocorre de 13 a 17 de outubro. No sábado (18), às 11h, Germana conversará com o público que poderá conhecer, em primeira mão, os trabalhos criados por ela ao lado do coordenador do projeto, Eduardo Haesbaert.

A partir do asfalto e da argila, Germana cria formas orgânicas, que guardam uma sensação de peso e, ao mesmo tempo, sugerem uma textura áspera. A intensidade é a marca dos seus trabalhos, que já foram premiados e expostos em países como a Espanha e os Estados Unidos.

Em sua última coleção, a artista une a literatura e a arte plástica. Com “Da Cabra”, ela dialoga com a poesia de João Cabral de Melo Neto e mostra sua leitura para os versos do escritor utilizando além do asfalto, o chumbo e a parafina.

Mestre em Poéticas Visuais pela USP, Germana já expôs na capital gaúcha em 2005, quando participou da Bienal do Mercosul. No currículo, a artista tem 14 exposições individuais com destaque para “Projeto Amigos da Gravura”, de 2004, e “Entrantes”, de 2005.

Posted by Patricia Canetti at 12:04 PM

outubro 16, 2014

II Coletiva na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro

A Escola de Artes Visuais do Parque Lage apresenta a “II Coletiva EAV Parque Lage”, com vinte e um trabalhos de estudantes de seus vários cursos, dentre pinturas, fotografias, vídeos e objetos. Uma comissão composta pela diretora da EAV Parque Lage, Lisette Lagnado, e pelas críticas e curadoras Fernanda Lopes e Marta Mestre, selecionou as obras que compõem a exposição, a partir dos projetos inscritos em uma convocatória aberta da instituição.

“Como aferir o estado criativo de uma escola de arte? Quais os questionamentos de um artista em início de carreira? Com quem dialogar para defender seu projeto?”, indaga Lisette Lagnado, no texto que acompanha a mostra. “O objetivo da presente exposição consiste em dar visibilidade pública aos processos de formação fomentados pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage”.

Os artistas participantes da “II Coletiva EAV Parque Lage” são: Ana Beatriz Coelho de Almeida, Ana Lúcia Hortides, Anitta Santos Amadeo, Benjamin Rothstein, Coletivo Caleidoscópio (Antonio Rey, Caio Vargas, Fernanda Sousa, Manuela Libman e Pedro Pessanha), Débora Mazloum, Gustavo Pinheiro Martinez Torres, Louise Botkay, Lúcio Salvatore, Maria Palmeiro, Mario Grisolli, Piti Tomé, Thomas Jeferson de Barros Pimentel e Yan Braz de Souza Lima.

Um grupo de 13 integrantes do Curso de Aprofundamento em Curadoria, ministrado pelos professores Fernando Cocchiarale, Guilherme Bueno, Ivair Reinaldim e Marcelo Campos, desenvolveu a montagem da exposição, “como exercício de disposição espacial e percurso didático”. São eles: Andre Leal, Andre Sheik, Damiana Bregalda, Denise Grinspum, Erica Tulip, Ester Cunha, Gilberto de Abreu, Jorge Sayão, Jovita Santos de Mendonça, Laura Cosendey, Michelle Sales, Valeria Veras e Victor Monteiro.

ARTISTAS PARTICIPANTES – MINIBIO

ANA BEATRIZ COELHO DE ALMEIDA
Ana Beatriz Coelho é brasileira, estudante de Letras (Português - Alemão) na UFRJ e do curso de Fundamentação na EAV Parque Lage. Ainda em 2014, frequentou as aulas de Iluminação para a Arte. Utiliza a fotografia como meio de expressão artística em seus trabalhos.

ANA LÚCIA HORTIDES
Ana Lúcia Hortides é brasileira, formada em Produção Cultural pela UFF (2012). Atualmente faz o curso de graduação em Artes pela UFF e mestrado no Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes pela mesma instituição. Sua formação artística está centrada nos cursos da EAV Parque Lage desde 2011. Seus trabalhos estiveram expostos em coletivas no Rio e Equador, e uma mostra individual em 2013 na cidade de Niterói.

ANITTA SANTOS AMADEO
Anitta é brasileira com formação fotográfica em cursos livres no Ateliê da Imagem (RJ) entre 2005 e 2007. Trabalhou como assistente de artistas, tais como: Walter Firmo, Jorge Bispo, Franz Manata, Marcos Bonisson e Caroline Valansi. Foi aluna da EAV Parque Lage no programa de Fundamentação, Desenvolvimento de Projetos, Foto-Matriz e Teoria e Portfólio de 2012 a 2014. Participou de exposições coletivas em 2007, 2012 e 2013 na cidade do Rio de Janeiro.

BENJAMIN ROTHSTEIN
Benjamin Rothstein é brasileiro, com formação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula (1978). É formado em Artes Visuais pela EAV Parque Lage em 2010. Participou de mostras coletivas no Rio de Janeiro e uma individual em São Paulo. Ganhou diversos prêmios do Salão de Artes Plásticas da ABD (Associação Brasileira de Desenho e Artes Visuais) como: medalha de ouro em Pintura Contemporânea em 2009; medalha de prata em Obra de Pastel, medalha de ouro em Pintura Contemporânea e medalha de destaque, todos em 2010.

COLETIVO CALEIDOSCÓPIO (Antonio Rey, Caio Vargas, Fernanda Sousa, Manuela Libman e Pedro Pessanha)
O Coletivo Caleidoscópio, composto pelos artistas Antonio Rey, Caio Vargas, Fernanda Sousa, Manuela Libman e Pedro Pessanha, surgiu nas aulas de Estudo do Espaço com o professor João Modé, no curso de Fundamentação oferecido pela EAV Parque Lage durante o primeiro semestre de 2014. O coletivo criou a obra Caleidoscópio a partir de elementos básicos do cotidiano comum como o guidom e roda de uma bicicleta, um banco de praia e espelhos dentro de um cano PVC que proporciona uma visão fragmentada, multiplicada e reorganizada.

DÉBORA MAZLOUM
Débora Mazloum é brasileira, formada em Cinema pela Unesa (2004) e Artes Cênicas com habilitação em Cenografia pela UFRJ (2009). A partir de setembro de 2014, inicia o mestrado em Artes Visuais – Processos Artísticos Contemporâneos na UERJ. Fez cursos de Artes na EAV Parque Lage entre 2002 e 2014, envolvendo fotografia, desenho, pintura, e teoria de arte. Teve trabalhos expostos no Rio, Paraty e Brasília. Também atuou com Cenografia, Direção de Arte e Esculturas Cênicas.

GUSTAVO PINHEIRO MARTINEZ TORRES
Gustavo Torres é brasileiro, graduado em Cinema pela UNESA (2013). Desenvolveu trabalhos em Cinema, Teatro e Música. Participou de diversos cursos de formação artística na EAV Parque Lage e apresentou seus trabalhos em exposições coletivas entre 2011 e 2014 em variados espaços no Brasil. Em 2012 foi premiado pela II Mostra Vide Urbe.

LOUISE BOTKAY
Louise é brasileira com graduação em Design pela PUC-Rio (2001) e mestrado em Cinema pela La Femis, Escola Nacional de Cinema da França (2006). Dirigiu diversos filmes desde 2006 com destaque para “Viva” (2006), vencedor do prêmio de melhor montagem no Festival Janela Internacional do Recife e “Sève” (2011), menção honrosa no Festival Internacional de São Paulo. Teve trabalhos de fotografia e vídeo-instalação expostos no Rio de Janeiro, Califórnia, Berlim.

LÚCIO SALVATORE
Lúcio Salvatore é italiano, residente do Rio de Janeiro. É formado em Economia pela Universitá Statale (Milão) e em Estudos de Filosofia pela Universitá Bocconi (Milão). Desde 2005 realiza diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e exterior. Na EAV, cursou “Teorias Formativas da Arte” (2014) e “Teorias da Arte” (2014), ambos com o professor Fernando Cocchiarale.

MARIA PALMEIRO
Maria Palmeiro é brasileira, formada em Arquitetura e Urbanismo pela PUC-Rio (2008). Ingressou na EAV Parque Lage em 2011 para o curso de Pintura com o professor João Magalhães; em 2014 deu continuidade com os cursos “Análise e Inserção da Produção Contemporânea” (professora Iole de Freitas) e “Em Torno da Pintura: inscrições contemporâneas” (professora Malu Fatorelli).

MARIO GRISOLLI
Mario Grisolli é brasileiro, estudante do curso de “Análise e Inserção da Produção Contemporânea” com a professora Iole de Freitas na EAV Parque Lage. Iniciou sua experiência profissional como fotógrafo em 1986 com registros em arquitetura e urbanismo. Teve trabalhos expostos no Rio, São Paulo e Alemanha. Sua produção recente é baseada em meios múltiplos para pensar e produzir fotografia.

PITI TOMÉ
Piti Tomé (Priscila Tomé) é brasileira, graduada em Cinema com especialização em Direção Cinematográfica pela Centre d´estudis cinematográfics de Catalunya, Barcelona (2007), com pós-graduação em Direção de Fotografia pela Escola Superior de Cinema i Audiovisuals de Catalunya, Barcelona (2008) e bacharelado em História da Arte pela UERJ (2014). Desde 2010, faz cursos na EAV Parque Lage relacionados a desenho, pintura, escultura, fotografia, teorias da arte. Em 2013 esteve em Berlim para uma residência artística na Berlin im Fokus. Seu trabalho está como uma das novas aquisições de 2014 da Coleção Gilberto Chateaubriand, do MAM-RJ.

THOMAS JEFERSON DE BARROS PIMENTEL
Thomas Jeferson é brasileiro. Está cursando Cenografia na UERJ e realizou vários cursos livres na EAV Parque Lage como Xilogravura, Programa Fundamentação, História da Arte, Processo Criativo, Meios Múltiplos, entre outros. Desde 2008 faz exposições em diversos espaços no Rio.

YAN BRAZ DE SOUZA LIMA
Yan Braz é brasileiro, cursando a Faculdade de Sociologia na UFF. Começou sua formação em Artes na EAV Parque Lage com o Programa Fundamentação em 2013; e continuou com o Programa Concepção e Teorias da Arte em 2014. Realizou exibições coletivas em 2013 e 2014 na UERJ e UFF. Recebeu o 1º lugar no III Prêmio de Fotografia Cândido José Mendes de Almeida – UCAM, em 2013.

Posted by Patricia Canetti at 11:27 PM

Bárbara Wagner e Benjamin de Búrca na Sala Nordeste, Recife

'Edifício Recife' é uma mostra de arte e pesquisa iniciada por Bárbara Wagner e Benjamin de Búrca a partir da lei municipal 7427, que exige que todos os edifícios com mais de 1.000 m2 de área construída na cidade do Recife comissionem para sua entrada uma escultura a um artista pernambucano. Criada em 1961 por Abelardo da Hora, a lei foi responsável por uma proliferação de encomendas que ilustram as contradições da cidade: são públicas, porém restritas às grades dos condomínios; privilegiam artistas locais, mas pagam tributo a estrangeirismos; estão espalhadas em grande parte no perímetro urbano e, apesar de caírem no gosto da população, nem sempre têm representatividade ou vigor estético.

A primeira fase do projeto aborda o ecletismo dessas esculturas por meio de uma catalogação de fotografias e textos que acabam por testemunhar o processo de urbanização acelerada do Recife. Em 'Edifício Recife', cada uma das 66 imagens vem acompanhada do depoimento do porteiro dos edifícios, que não somente toma conta do prédio mas da 'obra de arte' da qual se torna o principal fruidor e especialista. Os fragmentos transcritos atestam o espanto desses conservadores amadores, na sua tentativa de elaborar um discurso para dar sentido a uma obra. Em geral uniformizados, esses personagens aparecem na série de retratos 'Porteiros' no interior do espaço constrito da portaria ou cabine de segurança, visíveis apenas através do vidro que os isola do ambiente externo ou pelas aberturas de comportas e janelas pelas quais observam o seu entorno.

A segunda fase da pesquisa trata da aplicação da lei nos dias de hoje. Como parte da programação, uma chamada aberta para o 'Concurso de esculturas para o Novo Recife' convida o público a submeter sugestões de esculturas para a fachada dos 12 prédios do maior empreendimento imobiliário a ser construído na cidade nos últimos anos. No espaço da exposição, tanto o edital do concurso como uma versão do Novo Recife criada pelo pedreiro, marceneiro e artista Antônio Paulo (Orobó, 1955) orientam os participantes a utilizar cadernos de desenho e deixarem suas contribuições.

Com atenção à estética da arquitetura renderizada aplicada ao contexto do Nordeste, a terceira fase da pesquisa observa a relação entre texto e imagem utilizada na promocão de projetos imobiliários ainda em construção na região Nordeste. Como uma video-colagem, 'Desenho/Canteiro' estuda o vocabulário de aparências e slogans empregados na venda de empreendimentos privados regidos pela lógica da exclusividade e da exclusão. Quando o desenho se torna mais visível do que o canteiro, a representação se impõe ao que é vivido, submetendo a experiência real ao espetáculo como nova forma de dominação.

www.edificiorecife.org

SOBRE OS ARTISTAS

Bárbara Wagner (Brasília, 1980) e Benjamin de Búrca (Munique, 1975) fazem uso de narrativas documentais a fim de observar as diferentes relaçoes entre ‘tradiçao’ e ‘progresso’ em economias emergentes. Trabalhando em colaboraçao desde 2011, Wagner/de Búrca participaram do 33o. Panorama de Arte Brasileira no Museu de Arte Moderna de São Paulo, da 4a. Bienal de Arte Contemporânea do Oceano Índico, da 36a. Bienal da Irlanda e do 6o. Festival de Arte Contemporânea da Letônia. Em 2014, Edifício Recife foi nomeado para o Berlin Art Prize. Vivem entre Recife e Berlim.

Posted by Patricia Canetti at 10:30 PM

outubro 14, 2014

Adriano de Aquino na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro

A Mercedes Viegas Arte Contemporânea inaugura, no próximo dia 15 de outubro, exposição individual com pinturas inéditas de Adriano de Aquino.

Adriano de Aquino compreende a cor como matéria. Dando segmento à pesquisa pictórica iniciada em 2007, o artista aprofundou seus experimentos sobre os suportes metálicos e sintéticos – aço / alumínio e acrílico – e intensificou sua busca pela transparência cromática, explorando as possibilidades expressivas de pigmentos e substratos de última geração. As obras da mostra foram realizadas utilizando resina sintética Poliuretano Uretane (PU) sobre placas de aço carbono ou alumínio.

Segundo Aquino, ‘as obras dessa exposição são como espelhos / imagem que, pra lá da interpretação subjetiva, refletem situações mutáveis da obra no plano físico. Incorporando ao campo da pintura as ocorrências simultâneas que acontecem nos encontros entre observador e objeto. As cores e formas intrínsecas à pintura estão presentes, todavia, a superfície espelhada reflete os acasos e incita no olhar estímulos mutantes provenientes das mudanças de luz e do entorno onde nos deparamos com os objetos no mundo real”.

O ambiente circundante é sugado pra dentro, tomado pela cor da tela

Adriano de Aquino atua no campo das artes desde os anos 60, quando participou da lendaria exposição Opinião 65, no MAM-RJ. Após um periodo de 7 anos em Paris, retornou ao Rio na década de 80 onde, além de seguir como artista, foi presidente da Associação de Artistas Plásticos Profissionais e Secretário de Cultura do Estado (2000 – 2003).

Posted by Patricia Canetti at 4:56 PM

outubro 8, 2014

Isaac Julien na Nara Roesler, São Paulo

O videoartista britânico Isaac Julien exibe Playtime, uma crítica contundente ao capital em relação ao mundo da arte e ao indivíduo

A partir de 9 de outubro, a Galeria Nara Roesler recebe a segunda exposição individual de Isaac Julien, um dos nomes mais aclamados da videoarte na atualidade. Vencedor de prêmios como o Teddy Award, concedido aos filmes de teor homossexual no Festival de Cinema de Berlim, o britânico exibe uma de suas produções mais recentes e ambiciosas, Playtime (2013).

A narrativa faz uma crítica contundente ao capital por meio de suas relações com o mundo da arte e os indivíduos. Construída em três partes, se passa em lugares icônicos da crise econômica que assolou o mundo em 2008: Londres, onde o sistema bancário entrou em colapso; Reykjavik, capital da Islândia, país que teve sua economia arrasada em duas semanas graças a uma sucessão de erros estratégicos na condução dos efeitos da crise em seus três bancos; e Dubai, centro financeiro do Oriente Médio.

Representando diferentes aspectos da questão levantada por Julien, seis personagens são construídos arquetipicamente: o Artista, o Investidor, o Leiloeiro, a Copeira, o Negociante de Arte e a Repórter. Playtime explora a forma particular como cada um desses personagens é afetado pelo capital e pela crise econômica mundial.

Numa organização global em que as relações se dão cada vez mais por meio de negócios e de transações econômicas, qual o papel do ser humano? Em sua narrativa, Playtime se apropria de locações de luxo que beiram a esterilidade por seu artificialismo harmônico e calculado. Nelas, as pessoas parecem nunca estar propriamente à vontade senão quando representando um papel no jogo financeiro.

Além dos cenários, figurinos e todos aspectos técnicos revelarem apuro na realização, o cast de atores conta com nomes de primeira linha, inclusive do cinema, a exemplo de outras produções de Julien, como Ten Thousand Waves (2010). Encabeçado por James Franco, o elenco traz ainda Maggie Cheung, Mercedes Cabral, Colin Salmon e Ingvar Eggert Sigurðsson, com Simon de Pury.

Depois de passar por diversas cidades ao redor do mundo, como Londres, Nova York e Sidney, é a vez de São Paulo receber Isaac Julien e seu refinado Playtime.

Isaac Julien é um artista e cineasta britânico, cujo trabalho incorpora diferentes disciplinas artísticas, partindo ou utilizando-se de cinema, dança, fotografia, música, teatro, pintura e escultura, combinadas para criar uma linguagem poético-visual única em suas instalações audiovisuais.

Seu filme Young soul rebels (1991) ganhou o prêmio Semaine de la Critique no Festival de Cannes.

Julien foi indicado ao Prêmio Turner em 2001 por seus filmes The long road to Mazatlán (1999) e Vagabondia (2000). Sua aclamada instalação de cinco telas, Western Union: small boats (2007), foi exibida no Metro Pictures, Nova York, EUA; Galería Helga de Alvear, Madri, Espanha; Centre for Contemporary Arts, Varsóvia, Polônia; assim como integra a coleção do Brandhorst Museum, em Munique, Alemanha. Em 2008, Julien colaborou com Tilda Swinton no filme biográfico sobre Derek Jarman, simplesmente intitulado Derek, que entrou no mesmo ano no Sundance Film Festival. Sua obra Ten thousand waves (2010) percorreu o mundo, exibida em mais de 15 países, incluindo cidades como Xangai, Sydney, Madri, Helsinque, São Paulo, Gwangju, Gotemburgo, Moscou, Nova York, Miami e Londres.

Julien é representado em coleções públicas e privadas ao redor do mundo, incluindo: MoMA, Nova York, EUA; Tate, Londres, Inglaterra; Coleção de Arte do Governo do Reino Unido, Londres, Inglatera; Centre Pompidou, Paris, França; Guggenheim Museum, Nova York, EUA; Hirshhorn Museum, Washington, EUA; e Museum Brandhorst, Munique, Alemanha.

Posted by Patricia Canetti at 8:56 AM

outubro 7, 2014

Beto Shwafaty na Oca, São Paulo

Beto Shwafaty - Fundamentos da substância do design: metáforas culturais para projetar um novo futuro, Oca, São Paulo, SP - 10/10/2014 a 01/02/2015

Partindo de uma pesquisa sobre as atividades progressistas da empresa italiana Olivetti – materializadas após a Segunda Guerra Mundial por meio do design de produtos, serviços socioculturais, arquitetura e planejamento urbano – o projeto de Beto Shwafaty investiga certos eventos desse empreendimento techno-moderno e industrial nos quais linguagens culturais embasavam um projeto sociopolítico de progresso. A partir de materiais de arquivo relacionados à Companhia Olivetti e de trabalho em campo conduzido na Itália, surge a proposta do artista em criar uma série de trabalhos (instalação, escultura, vídeo e materiais gráficos) que refletem sobre os aspectos interdisciplinares e filosóficos da empresa em momentos de comunicação pública: quando desenvolviam displays de exposições, estruturas para ambientes industriais, para moradia e trabalho. Com este foco, o projeto especula produtivamente sobre as possibilidades e compromissos entre estética, design, economia e tecnologia com práticas socioculturais; na virada de uma era mecânica em direção a um novo período techno-industrial.

Beto Shwafaty (1977, São Paulo) é artista e pesquisador, possui mestrado em Artes Visuais e Estudos Curatoriais pela Nuova Accademia di Belle Arti – NABA (Milão) e acompanhou o grupo de Simon Starling na Staedelschule (Frankfurt). Shwafaty esteve envolvido com práticas coletivas, curatoriais, e espaciais desde o início dos anos 2000, e como resultado, desenvolve uma prática baseada em pesquisas (sobre espaços, histórias e visualidades), na qual procura conectar formalmente e conceitualmente questões políticas, sociais e culturais convergentes ao campo da arte.

Recentemente ele tem participado de exposições como: Projeto Remediações, Temporada de Projetos do Paço das Artes (São Paulo, 2014); Permanent Playfullness, galeria Mendes Wood (São Paulo, 2014); Taipa-Tapume, galeria Leme (São Paulo, 2014); El Museo Imposible de las Cosas Vivas, PArC Solo Projects (Lima, 2014); Arte e Patrimônio, Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2014); O Artista Como… PIVÔ (São Paulo, 2014); P33_Formas Únicas de Continuidade no Espaço [33º Panorama da Arte Brasileira], MAM São Paulo; 9ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2013); Amor e Ódio a Ligya Clark, Zacheta National Gallery (Varsóvia, 2013); Conversations Pieces, NBK (Berlim, 2013); X Bienal de Arquitetura de São Paulo, CCSP, (São Paulo, 2013); Contra Escambos, Palácio das Artes (Belo Horizonte) e Espaço Fonte (Recife, 2013); Eternal Tour, Sesc (São Paulo, 2012); Mythologies, Cité des Arts (Paris, 2011) e MAM (São Paulo, 2013); À sombra do futuro, Inst. Cervantes (São Paulo, 2010); 4ª IABR – Urbaninform Section (Rotterdam, 2009); 3º Utrecht Manifest – Biennial on Social Design (Utrecht, 2009); Rumos Itaú Cultural (São Paulo, 2006). Em 2013, ele publicou o foto-livro de docuficção ‘A Vida dos Centros’ no qual alguns fluxos históricos de desenvolvimento urbano em três regiões de São Paulo são abordados.

Posted by Patricia Canetti at 9:03 PM

outubro 6, 2014

Albano Afonso na Triângulo, São Paulo

Casa Triângulo tem o prazer de apresentar Anatomia da Luz, a nova exposição individual de Albano Afonso na galeria.

Albano Afonso realiza exposição individual no Oi Futuro Flamengo, no Rio de Janeiro, em cartaz até o dia 26 de outubro de 2014. Em 2015, o artista terá duas exposições individuais simultâneas em museus nos EUA: Across the Universe Part I, com curadoria de Steven Matjic, Contemporary Arts Center e Across the Universe Part II, curadoria de Alice Gray Stites e Steven Matjico, Contemporary Arts Center, ambas em Cincinnati, complementando a maior exposição panorâmica na carreira do artista.

Anatomia da Luz sintetiza elementos fundamentais da poética do artista: a investigação sobre estruturas morfológicas dos corpos e o comportamento das fontes luminosas, seus reflexos, refrações e o modo como elas tornam o mundo visível.

Estabelecendo um diálogo entre a arquitetura da galeria e o observador, esta instalação site-specific compõe, por meio da luz, sombra e movimento, um jogo de percepções onde o olhar pousa para além da obra, revelando imagens que exploram o espaço construído como parte ilusória da realidade.

A partir de cristais, espelhos, esculturas, vídeo e projeção de luz, Albano Afonso enfatiza os efeitos ópticos para gerar uma atmosfera em constante mutação, que impregna o espaço e o observador. Entendendo a luz como elemento condutor, as peças apresentadas configuram diferentes perfis plásticos que propõem um diálogo com a pintura, a fotografia e o cinema.

Luz e sombra no trabalho de Albano Afonso não constituem exatamente uma oposição. Só percebemos a sombra porque há a luz, por isso elas são interdependentes, subordinadas uma à outra. Anatomia da Luz equilibra opostos e nos mostra que o invisível não é apenas o campo da sombra, nem o visível somente o da luz, mas que há entre eles uma dependência mútua, luz e sombra são inseparáveis, como afirma o crítico de arte Cauê Alves, que assina o texto de apresentação da exposição.

Albano Afonso [São Paulo, 1964. Vive e trabalha em São Paulo] realizou as exposições individuais selecionadas: Anatomia da Luz, Oi Futuro Flamengo, Rio de Janeiro; Amor Fati, Museu de Arte de Ribeirão Preto [2014]; Anatomia da Luz, Invaliden 1 Galerie, Berlim [2013]; Cristallisation du Paysage, Galeria Bodson-Emelinckx, Bruxelas; A Natureza, intervenção na fachada do Hospital Edmundo Vasconcelos, São Paulo, Brasil [2011] e das exposições coletivas selecionadas: Sur nouvelles narratives, Château de Fernelmont, Fernelmont; Entre Dois Mundos–Arte Contemporânea Japão-Brasil, Museu Afro Brasil, São Paulo; Duplo Olhar-Coleção Sérgio Carvalho, Paço das Artes, São Paulo [2014]; I Bienal Internacional de Fotografia do MASP, Museu de Arte de São Paulo; As Tramas do Tempo na Arte Contemporânea: Estética ou Poética? Uma viagem por mais de trinta anos na coleção IFF, Instituto Figueiredo Ferraz, Riberão Preto; O agora, o antes: uma síntese do acervo MAC USP, Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo; Coleção Itaú de Fotografia Brasileira, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo; Circuitos Cruzados: o Centre Pompidou encontra o MAM, Museu de Arte Moderna de São Paulo; Videoarte 2013, Oi Futuro, Rio de Janeiro e Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa [2013]; 7SP- Sete Artistas de São Paulo, CAB Art Center, Bruxelas; 1911-2011 Arte Brasileira e Depois, na Coleção do Itaú, Museu Oscar Niemeyer, Curitiba; Luzes na Cidade, intervenção pública, Praça Tiradentes, Rio de Janeiro; Más Allá de la Xilografía, Museo de la Solidaridad Salvador Allende de Santiago, Santiago do Chile [2012]; Construção e Desconstrução da Arte Brasileira [anos 90-dias de hoje], Palais des Beaux-Arts, Brussels, Belgium; Boîte Invaliden, Galerie Invaliden1, Berlim; Cómo nos mira, Centro Galego de Arte Contemporánea de Santiago de Compostela, Santiago de Compostela; En Construcción 3, Fundación Pedro Barrié de la Maza, Vigo; O Colecionador de Sonhos, Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto; Projeto Ideal, Centro Cultural São Paulo, São Paulo [2011]; 29ª Bienal de São Paulo–Há sempre um copo de mar para um homem navegar, Pavilhão da Bienal; Feijão com Arroz [Rice and Beans], 196 NW 24th Street, Miami; Por aqui, FORMAS tornam-se ATITUDES, Sesc Vila Mariana, São Paulo; Arte e Política: outros olhares, Museu de Arte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto; ENCONTRO: entre a paisagem e a abstração, Espaço BES Arte e Finança, Lisboa; Proyecto Ideal, Museu de Arte Contemporânea da Universidade do Chile, Santiago do Chile; Fiat Lux–Creácion y Iluminación, Museu de Arte Contemporânea, A Coruña.

Posted by Patricia Canetti at 8:15 PM

Rodrigo Andrade - Resistência da matéria: lançamento da Cobogó

A Editora Cobogó lança em outubro a edição bilíngue Resistência da matéria, que apresenta 60 obras do artista paulistano Rodrigo Andrade, contemplando os últimos cinco anos de sua produção. O livro é organizado pelo crítico e professor de história da arte Tiago Mesquita e conta com ensaios críticos assinados por este e pelo filósofo, e também crítico, Lorenzo Mammí que acompanha a trajetória de Andrade desde os anos 1980. A publicação traz ainda uma extensa entrevista feita por Mesquita com o artista, na qual conversam sobre as relações de seu trabalho com questões que atravessam a arte contemporânea e com artistas e períodos da história da arte que interessam e impulsionam seu trabalho desde os primeiros anos, mas principalmente a partir da série Matéria noturna, apresentada na 29ª Bienal de SP.

Dividida em cinco capítulos, Resistência da matéria apresenta uma seleção de obras expostas entre 2010 e 2014, abrangendo a trajetória que se iniciou com Matéria noturna, e que atualmente se expressa na mais recente série Pinturas de onda, mato e ruína que será apresentada na exposição homônima na Galeria Millan.

Os textos de Mammì e Mesquita exploram a guinada estética dada por Andrade nessa última fase, na qual a materialidade da tinta coloca desafios ao ilusionismo da pintura de paisagem, dando novos contornos à figuração. Desde 1999, Andrade aprofunda a sua pesquisa sobre a relação entre materialidade e forma na pintura. Em exposições como Óleo sobre (2010) e Paredes da Caixa (2006), na Pinacoteca do Estado de São Paulo e no Museu da Caixa Cultural, respectivamente, o pintor aplicou espessas camadas de tinta, com formas geométricas, diretamente sobre as paredes das salas de exposição. A partir de Matéria Noturna o peso da tinta encontra o mimetismo da pintura de paisagem, inspirando e subvertendo os clássico europeus do gênero. Na entrevista concedida a Mesquita o próprio Andrade discorre sobre os caminhos perseguidos por ele na pintura que desembocaram nessa nova direção.

Além das imagens das obras recentes de Rodrigo Andrade, o livro conta ainda com a seção de Notas visuais, que apresenta as imagens de referência citadas em todos os textos, convidando o leitor a participar dessa imersão na História da Arte e do percurso do artista comentado na entrevista. Obras anteriores de Andrade, pinturas de artistas que influenciaram a sua trajetória e imagens marcantes que inspiraram algumas de seus trabalhos, são postas lado a lado em uma ordem pensada pelo próprio Rodrigo transformando-se em um ensaio visual. Essa seção revela aspectos importantes da concepção do livro e de seu processo de criação: “Foi uma seção que começou pequena, mas que tomou grandes proporções, com exemplos de tudo o que me inspira. Há frames de filmes, fotografias, Van Gogh, Volpi, Robert Crumb e Oswaldo Goeldi”, explica o artista.

As pinturas de Andrade, segundo Tiago Mesquita combinam a harmonia da composição com uma tensão constante. Tanto através do peso da tinta, quanto na escolha dos temas representados (a noite, o tsunami, as ruínas) há, segundo o crítico, um “imaginário da catástrofe que ronda a pintura de Andrade há tempos. Nas pinturas negras (da série Matéria Noturna) notava-se uma alusão ao horror e certa desconfiança misteriosa”.

Sobre a predominância do tema “noite”, que aparece em destaque na primeira metade do livro, Rodrigo Andrade explica. “As pinturas noturnas ocupam um espaço grande na minha trajetória. Sou notívago e sempre tive um fascínio, misturado com medo, pela escuridão. Mas isso mudou um pouco. Minhas pinturas foram deixando de ficar escuras, embora ainda me sinta atraído pela quietude e pela solidão da noite”, diz.

O lançamento do livro Resistência da matéria acontece na noite de abertura da exposição individual “Pinturas de mato, onda e ruína”, no dia 7 de outubro, na Galeria Millan em São Paulo. A exposição apresenta 20 obras inéditas do artista. Cinco telas chamam a atenção pela magnitude de suas dimensões e ocuparão de cima a baixo as paredes da galeria. Entre os novos trabalhos está a série Bicromias na qual as ondas e os bosques figurados remetem às imagens dos fotógrafos Don McCullin, August Sander e Daido Moriyama.

Sobre o artista
Filho do cientista político Regis Stephan de Castro Andrade e da cineasta Marily da Cunha Bezerra, Rodrigo Andrade nasceu em 1962, em São Paulo. Aos oito anos, começou a desenhar histórias em quadrinhos fascinado pelas HQs. Rodrigo Andrade iniciou sua formação em gravura no ateliê de Sérgio Fingermann (São Paulo, SP), estudou no Studio of Graphics Arts (Glasgow, Inglaterra) e frequentou o curso livre de gravura e pintura na Escola de Belas Artes (Paris, França). De 1982 a 1985, integrou o grupo Casa 7, com Carlito Carvalhosa, Fábio Miguez, Nuno Ramos e Paulo Monteiro. Recebeu, no início de sua carreira, importantes prêmios nos salões nacionais de arte. A partir de 1986, realizou diversas exposições individuais em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e participou de inúmeras coletivas no Brasil e exterior. Nos anos 2000, iniciou uma série de intervenções pictóricas em espaços públicos: Projeto Parede, no Museu de Arte Moderna (São Paulo), 2000; Lanches Alvorada, num bar no centro de São Paulo, 2001; e Paredes da Caixa, no Museu da Caixa Econômica Federal (São Paulo), 2006. Recebe a Bolsa Vitae de Artes Plásticas, em 2004. Em 2007, escreveu, atuou e dirigiu o curta-metragem Uma noite no escritório. Em 2008, foi publicado o livro monográfico Rodrigo Andrade, reunindo sua obra desde 1983 (Editora Cosac Naify). Em 2010, participou da 29ª Bienal de São Paulo. Apresentou individuais no Centro Universitário Maria Antônia (São Paulo), 2013, e na Galeria Millan (São Paulo), 2012 e 2014. Possui trabalhos nas principais coleções públicas e privadas do país.

Sobre o livro
Título: “Resistência da matéria”
Editora: Cobogó
Organizador: Tiago Mesquita
Projeto gráfico: Daniel Trench
Ensaios: Lorenzo Mammì e Tiago Mesquita
Tradução: Steve Berg
Fotografia: Eduardo Ortega e Vicente de Mello
Número de páginas: 224.
ISBN 9788560965618
Preço: R$ 140,00

Sobre a editora
Criada em 2008, a Editora Cobogó tem como foco a publicação de livros sobre arte e cultura contemporânea. Lançou diversos títulos, dentre eles A filosofia de Andy Warhol, de Andy Warhol; Hans Ulrich Obrist – Entrevistas vols. 1 a 6; Popismo, os anos sessenta segundo Andy Warhol, e os panoramas Pintura Brasileira séc. XXI, Desdobramentos da Pintura Brasileira séc. XXI e Fotografia na Arte Brasileira Sec. XXI. Várias monografias de artistas contemporâneos como Adriana Varejão, Erika Verzutti, Nuno Ramos, José Patrício, Efrain Almeida, Rivane Neuenschwander, Paulo Nazareth e Alexandre da Cunha também foram publicadas pela editora. Recentemente, a Cobogó lançou os livros Pérola imperfeita: A história e as histórias de Adriana Varejão, de Lilia Moritz Schwarcz e Adriana Varejão; e Laura Lima ON_OFF, sobre a produção desta artista plástica e Histórias Mestiças organizado por Lilia Moritz Schwarcz e Adriano Pedrosa.

Posted by Patricia Canetti at 5:11 PM

Camila Soato + Flavia Mielnik na Zipper, São Paulo

A partir de 7 de outubro, a Zipper apresenta Nobres sem Aristocracia: Projeto Vira-Latas Puros nº 51, individual da artista Camila Soato, com curadoria de Paula Braga, e no espaço Zip’up as intervenções da artista Flavia Mielnik, com curadoria de Galciani Neves e coordenação do curador Mario Gioia.


Camila Soato - Nobres sem Aristocracia: Projeto Vira-Latas Puros nº 51, Zipper Galeria, São Paulo, SP - 08/10/2014 a 01/11/2014

Como um elogio ao contaminável, os fluidos que escorrem da pintura para a performance, para a fotografia, possivelmente também oriundos da escultura, vídeo, objeto, instalação, mesclam-se e geram combinações que se acrescentam, agregando valores poéticos, conceituais e estéticos, para além dos programados pela história ou qualquer método convencional.

As obras que compõem a exposição apontam para o conceito de fuleiragem, um fator de contaminação que conecta as lembranças de infância, memórias e vivências da artista à sua pesquisa, teórica e prática, circunscrevendo os rumos da sua produção.

Metaforicamente, o título Nobres sem Aristocracia: Projeto Vira-Latas Puros nº 51, faz referência a cães vira-latas, recorrentes nas obras e na pesquisa da artista. Embora o cruzamento entre eles não obedeça a uma ordem, observa-se que após várias gerações os cães mestiços exibem características grosseiramente similares. Acredita-se que a aparência de um cão mestiço seja muito parecida com a de seus ancestrais Canis lupus familiaris, de onde as raças puras foram selecionadas.

Sensações inauditas. Secreções. Polifonia. Sobreposição de fragmentos cotidianos. Quase narrativas que podem carregar camadas e camadas de história e são compostas por diversos personagens e contextos. A contemporaneidade no trabalho da artista comporta um material infindável de elementos a serem combinados, sem hierarquias ou pressão de qualquer sistema fechado de catalogação.

Camila Soato possui 29 anos de idade a serem completados no dia 15 de agosto de 2014. Sem raça definida, é leão com ascendente em aquário e lua em leão, nasceu em Brasília, atualmente vive e trabalha em São Paulo e calça 38. É formada em Artes Visuais pela Universidade de Brasília, na qual também é mestre em Poéticas Contemporâneas pelo Programa de Pós Graduação em Artes. Ela trabalha com o Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos e pinta.

Com pinceladas expressivas e até mesmo com uma certa agressividade, combina imagens cômicas apropriadas do cotidiano banal, trabalha com o elogio ao descuido, assumindo o erro como índice poético. Escorridos, manchas e sujeiras, oriundos de um método de trabalho que privilegia o improviso, são protagonistas juntamente com personagens atrapalhados ou perversos, em cenas esdrúxulas. Tudo isso é justaposto a narrativas bizarras, como, por exemplo, dois animais de diferentes espécies copulando, ao mesmo tempo em que do outro lado da imagem existe um casal de russos católicos ortodoxos posando para uma foto tradicional.

Flavia Mielnik - Geografia de um lugar contada por ele mesmo, Zipper Galeria, São Paulo, SP - 08/10/2014 a 01/11/2014

A ação de Flavia Mielnik propõe passagens e atravessamentos visuais como situações de des-limites em uma narrativa no espaço composta por elementos do próprio espaço e por elementos ficcionais construídos pela artista. Todos esses componentes, a galeria e seu entorno, agem em uma ficção argumentada no espaço e nele mesmo se constituem, fazendo com que o público se desloque tanto a partir do todo quanto de seus fragmentos, guiando-se ou perdendo-se nestes desenhos.

Além disso, nesses caminhos errantes que propõe ao olhar e ao corpo, a artista constrói outras noções sobre o que é o dentro e o fora, provoca tensões e ambivalências. A artista amplia a discussão do que, habitualmente, reconhecemos como um gesto artístico: o artista leva para o espaço interno da galeria aquilo que produz no espaço de fora e, assim, normalmente efetiva uma relação de um único sentido. Flavia constrói um outro sentido para o espaço dentro da galeria, projetando- o no fora. A obra passa a não residir perpetuamente no espaço interno, mas se alarga continuamente em um trânsito dentro-fora.

Flavia Mielnik (São Paulo, 1982), é Licenciada em Educação Artística pela FAAP e pós-graduada em Arte Investigación y Creación pela Universidade Complutense de Madri. Participou de diversas exposições coletivas, nacionais e internacionais e desenvolveu projetos especiais de intervenções site specific entre os quais se destacam Alagamento (13º Salão de Arte de Itajaí”, 2013) e Sobre labirintos, o silêncio e o que está para ser construído (Semana de Arte de Londrina, 2014). Ganhou o Premio Injuve de Arte Joven (Espanha, 2008) e prêmio aquisição no 39º SARP (Museu de Arte de Ribeirão Preto, 2014). Seus trabalhos integram as coleções do Instituto de la Juventud Injuve (Espanha), Acervo SESC de Arte Brasileira e Museu de Arte de Ribeirão Preto. Participa do grupo de estudos com Galciani Neves e do grupo de acompanhamento de projetos Ateliê Fidalga.

Flavia investiga formas de ampliar os modos de intervir e pensar o espaço, na construção de um diálogo poético com sua arquitetura, memória e ruína e nas diferenças culturais, contextuais e fictícias, dos lugares por onde o trabalho se desenvolve. As obras realizadas até o momento apontam o desejo de construção de metáforas arquitetônicas e camadas de ilusões, que se sobrepõem umas às outras, nesta família de lugares que se encontram silenciosamente à margem.

Posted by Patricia Canetti at 4:21 PM

outubro 5, 2014

Dias & Riedweg na França-Brasil, Rio de Janeiro

A Casa França-Brasil apresenta, a partir do próximo dia 7 de outubro, a exposição “Histórias Frias e Chapa Quente”, com obras inéditas e recentes da dupla de artistas Maurício Dias & Walter Riedweg, em curadoria de Andreas Brøgger*, curador do Nikolaj Kunsthal, em Copenhague. Na mostra, estarão as obras “Cold Stories”, “Chapa Quente”, “Sob Pressão”, “Evidência”, “Blocão”, e “Throw” (“Tiro”), de 2004, incluída por ter sido a primeira da dupla de artistas a utilizar imagens de arquivos.

Dias & Riedweg - Histórias frias e chapa quente, Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, RJ - 07/10/2014 a 30/11/2014

“A exposição abrange oito décadas de nossa história recente”, explica o curador. “A viagem nos leva do início da guerra fria a nossa época atual de aquecimento global, enquanto nos vemos em um dos lugares incontornáveis do mundo atual, o Rio de Janeiro. Um novo conjunto de obras de Dias & Riedweg explora o contexto brasileiro contemporâneo, relatando a influência dos tempos da guerra fria sobre a atmosfera cultural e política de hoje”.

COLD STORIES
A obra “Cold Stories” (Histórias Frias) ocupará o espaço central da Casa França-Brasil, com um atraente e gigantesco cubo com 5,5 metros de lado e 5,5 metros de altura, onde serão projetados, em uma espécie de lanterna mágica, mais de seiscentos arquivos de vídeos e suas trilhas sonoras coletados exclusivamente da internet, que cobrem os anos da Guerra Fria, de 1944 até os dias de hoje. Na vertiginosa edição de imagens estão desde trechos de séries de TV como “A feiticeira”, “Perdidos no espaço”, “Kojak”, “Túnel do tempo” e “Jeannie é um gênio”, comerciais que propagaram a “invenção do conforto doméstico”, a eventos e discursos históricos, fatos políticos, imagens de conflitos e guerras. Cada videoclipe aparece dentro de uma bolha colorida que circula de tela a tela, cresce de tamanho até explodir e desaparecer, como fragmento de nossa memória coletiva.

Juntos a esta estrutura central, estarão quatro velhos baús de viagem, cada um contendo uma marionete de expoentes dos tempos da Guerra Fria: Che Guevara, Mao Tsé-Tung, John F. Kennedy e Nikita Kruschev. Dentro de cada baú, vemos um vídeo em que a marionete fala trechos de um discurso icônico, editado de maneira perturbadora, de modo a se transformar em um mantra absurdo. “Por décadas, essas figuras manipularam tantos países na Europa, na América do Sul, na África e na Ásia.

Aqui nós encontramos as quarto figuras históricas, elas mesmas controladas por uma força externa, invisível ao público”, salienta o curador.

Em versão menor do que a apresentada na Casa França-Brasil, “Cold Stories” integrou a exposição individual “Possible Archives”, no Nikolaj Kunsthal, em Copenhague, ano passado.

CHAPA QUENTE
Como em uma máquina “caça-níqueis”, a videoinstalação “Chapa Quente” (2014) mostra em quatro telas objetos utilizados pela polícia, como capacetes, cassetetes e ampolas de gás lacrimogêneo. A cada vez que os objetos se repetem em sequência, surgem imagens de arquivos dos protestos que sacudiram o Brasil em junho e julho de 2013, associadas a fotos históricas dos pesados anos da ditadura e a fenômenos naturais de grande intensidade, como vulcões, gêiseres, deslizamentos de terra e tsunamis.

SOB PRESSÃO
No trabalho “Sob pressão”, criado este ano, trinta barômetros, de 14 centímetros de diâmetro, alinhados sobre a parede, mostram a pressão atmosférica do espaço, mas contêm discretas intervenções gráficas que inserem nomes de favelas do Rio de Janeiro: Maré, Mangueira, Rocinha, Alemão, Fogueteiro, Cidade de Deus, entre outras.

EVIDÊNCIA
Também de 2014, “Evidência” traz um termômetro de três metros de comprimento que mede a temperatura ambiente, mas que na sua escala entre 40 graus Celsius negativos e 40 graus positivos, revela inscrições com datas do período entre 1944 e 2014.

THROW (TIRO)
Criada em 2004, “Throw” (“Tiro”) foi uma obra comissionada para a coleção do Kiasma, Museu de Arte Contemporânea de Helsinque. Dias & Riedweg convidaram transeuntes a atirarem, diretamente no olho da câmera, uma série de objetos dispostos no chão. O gesto das pessoas ganharam maior potência sob o efeito da câmera lenta e da inclusão de imagens de arquivo de manifestações políticas que aconteceram na Finlândia durante o século 20. Walter Riedweg observa que o filósofo alemão Pieter Sloterdijk (1947), em seu livro ''Spheren III'', afirma que “o ato de atirar algo marca uma diferença significante na história do Homo sapiens”. “Quando o homem primitivo aprendeu a atirar coisas, ele iniciou a ideia de comunicação à distância. Este mesmo gesto permanece como uma ferramenta social de comunicação e protesto”, diz o artista.

BLOCÃO
Realizada este ano em colaboração com a crítica de arte Glória Ferreira e a artista Juliana Franklin, “Blocão” reúne, em 30 mil folhas de um bloco de aproximadamente um metro quadrado, uma seleção de 80 frases diferentes, uma por página, ditas por políticos e personalidades da mídia. O público poderá escolher uma frase, e destacar a página para levar consigo.

ENCONTROS E LANÇAMENTO DE CATÁLOGO

No dia 11 de outubro, às 17h, haverá um encontro aberto com o curador Andreas Brøgger. No dia 30 de novembro, às 16h, será feito o lançamento do catálogo, seguido de mesa-redonda com os artistas, a crítica Glória Ferreira e a artista Juliana Franklin.

O catálogo terá 152 páginas, formato 20cm x25,5cm, bilíngue, com fotos coloridas da exposição e texto do curador Andreas Brøgger e a cronologia: da Guerra Fria ao Aquecimento Global, de Juliana Franklin. Todas as 80 frases da obra “Blocão” estarão no catálogo e serão destacáveis. Realizada este ano em colaboração com a crítica de arte Glória Ferreira e a artista Juliana Franklin, “Blocão” reúne uma seleção de frases diferentes ditas por políticos e personalidades da mídia.

SOBRE OS ARTISTAS

Desde 1993, Maurício Dias (Rio de Janeiro, 1964) e Walter Riedweg (Lucerna, 1955) trabalham juntos em projetos de arte que investigam a maneira como psicologias privadas afetam o espaço público e vice-versa. Estes projetos têm como característica principal o fato de envolver o público na elaboração de cada obra e apresentar a própria alteridade e a percepção do outro como questões centrais, o que consagrou o trabalho da dupla como pioneiro de uma nova arte pública na cena de arte contemporânea internacional.

Com obras em museus como o Centre Georges Pompidou, em Paris, o MACBA, em Barcelona; MOCA, em Los Angeles; Kiasma, em Helsinki, no MAR e nos Museu de Arte Moderna de Lisboa, da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo, Dias & Riedweg foram laureados com os prêmios da Fundação Guggenheim, Nova York, das Fundações Vitae e Video Brasil, São Paulo, e da Pro Helvetia, na Suíça. Realizaram projetos de arte no Brasil, na Argentina, África do Sul, Egito, China, Japão, Estados Unidos, México e em diversos países da Europa, bem como exposições individuais marcantes tais como no Centro Cultural do Banco do Brasil, Rio de Janeiro, o Espace Le Plateau, de Paris; Americas Society em Nova York; Museu de Arte de Lucerna, na Suíça; Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e MUAC, Museu de Arte Contemporânea do México.

Dias & Riedweg integraram várias das mais importantes exposições internacionais, entre elas, a documenta 12, em Kassel (2007), a Bienais de Veneza (1999), São Paulo (1998, 2000 e 2002), Istambul (1998), Havana e Mercosul (2003), Liverpool e Shangai (2004), e Gwangju (2006), bem como “Conversations at the Castle”, de Homi Bhabha e Mary Jane Jacob, em Atlanta, em 1996, e “L’État des Choses”, de Catherine David, no Kunst-Werke, Berlim, em 2001.

Posted by Patricia Canetti at 1:56 PM