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junho 28, 2021

Mateo López na Luisa Strina, São Paulo

A Galeria Luisa Strina tem o prazer de anunciar a terceira exposição individual de Mateo López, Hesitante, de 29 de junho a 21 de agosto de 2021, em que o artista colombiano exibe dez obras em diferentes suportes: desenho, vídeo, escultura e instalação. São trabalhos que exploram a ideia de jogo, movimento e ativação do espaço expositivo.

Seguindo sua inventiva pesquisa sobre a espacialização do desenho, López extrapola para o espaço expositivo diferentes sistemas de linhas e grids: em Palenquera (2021), por exemplo, uma estrutura modular semelhante a um andaime, porém produzida artesanalmente com madeira, sugere um corpo em movimento, com tecidos monocromáticos de algodão fazendo as vezes de vestimentas deste corpo abstraído. A inspiração para a obra vem das vendedoras de frutas nas ruas de Cartagena, conhecidas como “palenqueras”. O termo tem origem em San Basilio de Palenque, Departamento de Bolivar, perto da costa caribenha da Colômbia, onde se formou no século 18 o povoado, um dos quilombos mais antigos das Américas. As mulheres desta comunidade levavam em cestos equilibrados sobre a cabeça frutas colhidas em áreas de cultivo para vender na cidade e garantir, assim, seu sustento. Nos dias de hoje, as “palenqueras” de Cartagena, que usam roupas coloridas e carregam as frutas à venda em bacias na cabeça, constituem um patrimônio cultural imaterial como as baianas vendedoras de acarajé em Salvador.

Outros trabalhos da exposição são um convite a ser ativados pelo espectador, tal como Caja de Pinturas, Staccato, Bosque Paralelo, Monstera, Si Pero No. Apesar de, no contexto atual, essa ideia de participação e interação com o outro parecer impossível, seguirá persistindo em provocar e fazer pensar nossa relação com a arte de maneira mais horizontal, lúdica e menos hierárquica.

Algumas das obras têm como origem anedotas autobiográficas e sua relação pessoal com a história da arte. Um exemplo é a série intitulada Caja de Pintura, que carrega uma gênese do campo afetivo, pois os trabalhos foram projetados a partir de uma caixa de materiais para pintura com que o tio de Mateo, um pintor aficionado, o presenteou quando soube que este estudaria artes visuais. Também modulares, essas obras são feitas com cartão de encadernação e receberam camadas de tinta vinílica. Os painéis modulares correm por delicadas ranhuras feitas na caixa, gerando intervalos e espaços internos que permitem passear os olhos pelo interior da pintura, como acontece, por exemplo, na fruição das obras de Donald Judd.

O minimalismo é uma referência para López, que prefere, entretanto, opor à monumentalidade do movimento norte-americano a escala mais humana de objetos criados pelo concretismo e neoconcretismo brasileiros. Uma homenagem a este último está na obra Monstera (2021), uma abstração dobrável e manipulável, da planta Monstera Deliciosa da família Araceae, que cresce no pátio da casa do artista en Bogotá e que o visitante poderia vestir, como um parangolé, ou habitar como o Abrigo Poético, de Lygia Clark.

No final da sala, no fundo, se encontra a peça central da exposição, Corpos Desobedientes (2020-2021), projeção audiovisual que reforça o aspecto da resiliência humana em meio às crises sanitária e política. O vídeo é a documentação de uma obra comissionada pelo Museo Banco de la Republica, filmado em colaboração com três bailarinos, Lobadys Perez, Ana Contreras, Melissa Alvarez, em lugares de passagem dentro do museu em Bogotá. Ali, segundo o artista, foi impactante ver a imensa biblioteca pública vazia, com os jornais de 17 de março de 2020 intactos sobre a mesa. Aquela terça-feira, 17, foi o dia em que começou o lockdown na cidade de López, quatro dias depois de nossa fatídica sexta-feira, 13, em São Paulo. Ao receber autorização para realizar o projeto dos vídeos nos espaços internos da instituição, com vistas a uma exposição individual prevista para julho deste ano, Mateo López conta que a proposta de ocupação dos espaços pelos corpos dos bailarinos ganhou mais força, dado o estado de suspensão em que encontrou corredores, anfiteatro, auditório, biblioteca e salas de exposição em visita técnica ao museu fechado por causa da pandemia.

Nas palavras do artista: “o título, Cuerpos Desobedientes, me veio à cabeça realizando as ativações no espaço. E foi especificamente no auditório da Biblioteca Luis Ángel Arango em que Melissa -uma das bailarinas- se movia sobre as cadeiras do auditório de uma maneira bastante anárquica e contrária às normas de comportamento em espaços públicos de uso específico que “o corpo desobediente” sucedeu e creio que todos ao vê la sentimos essa liberdade. Meu trabalho é preciso, minucioso e com o tempo aprendi a lidar com o caos, fazer algo a partir do caos em uma época em que nos fizeram acreditar que tudo está sob controle."

Sobre o Artista

A prática de Mateo López (Bogotá, 1978) fala de cartografias, viagens e processos de construção, ao mesmo tempo em que gira em torno de temas como o acaso, o encontro, o tempo e a conexão dos eventos que ocorrem em nosso cotidiano. Seu trabalho traça uma abordagem conceitual e se desenvolve dos desenhos às instalações, arquitetura, filmes e coreografias escultóricas.

Exposições individuais incluem: Si Pero No, Casa Republicana, Museo Banco de la Republica, Bogotá (2021); Hesitante, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2021); Goodman Gallery, Londres (2020); Travesía Cuatro, Cidade do México (2020); Ruta del Castor, Cidade do México (2020); Bodega Piloto, Bogotá (2019); Travesía Cuatro, Madrid (2019); Casey Kaplan, Nova York (2019); Travesía Cuatro, Guadalajara (2018); Blue Project Foundation, Barcelona (2018); Drawing Center, Nova York (2017); Galeria Luisa Strina, São Paulo (2016); Casey Kaplan Gallery, Nova York (2015).

Exposições coletivas recentes: Goodman Gallery, Cape Town (2019); KMAC Museum, Louisville (2019); Museo de Arte Moderno de Medellín, (2019); Contemporary Art from the Colección Patricia Phelps de Cisneros, Puebla (2019); Museo de Arte Moderno de Bogotá (2018); Museo de Arte de la Universidad Nacional de Colombia, Bogotá (2018); Museum of Contemporary Art, Detroit (2017); MuBE, São Paulo (2017); MoMA, Nova York (2017); MANA Contemporary, Jersey City (2016); UCCA Ullens Center for Contemporary Art, Beijing (2016); Drawing Room, Londres (2015).

Seus trabalhos são parte de coleções como: MoMA Museum of Modern Art, USA; CACI Centro de Arte Contemporânea Inhotim, Brasil; Banco de la Republica, Biblioteca Luis Ángel Arango, Colombia; CIFO Cisneros Fontanals Art Foundation, EUA; Coleção Patricia Phelps de Cisneros, Venezuela e EUA; Coleção Berezdivin, Puerto Rico.

Posted by Patricia Canetti at 2:25 PM