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maio 27, 2019

Marina Rheingantz no Fortes D’Aloia & Gabriel - Galpão, São Paulo

Todo mar tem um rio, a mais nova exposição de Marina Rheingantz no Galpão da Fortes D’Aloia & Gabriel, reúne quatro pinturas de grande formato, reintroduzindo o trabalho da artista sob uma escala monumental. Cada uma das telas possui 3 metros de altura, com larguras que variam entre 3 e 5,5 metros, e juntas formam uma faixa quase contínua que preenche o amplo espaço na Barra Funda.

[scroll down for English version]

Desde o início de sua carreira, em 2008, Marina Rheingantz tem na paisagem o tema constante de sua pintura. Ela parte de cenas de viagens ou de recordações da infância – em especial, as vastas searas de Araraquara, cidade no interior de São Paulo onde nasceu – para compor ambientes remotos que tendem à abstração. Emanando uma atmosfera difusa como a própria memória, suas paisagens transitam entre a quietude e a distopia, nas quais a presença humana nunca se revela enquanto figura, mas através de vestígios.

Nos trabalhos recentes, ribanceiras, montes, galhos, ondas e pântanos se confundem com padronagens inspiradas na tapeçaria marroquina. Ao trazer tapetes e topografias para o mesmo plano, Marina parece resgatar o que ambos têm em comum: são locais de passagem, que convidam o espectador a dar um passo à frente e percorrer caminhos. Em Fularagem (2018), a artista transita entre as diferentes escalas através de pinceladas densas e gestos curtos. A noção de perspectiva dilui-se na tela, borrando os limites entre terra e céu, ao passo que inúmeros pontinhos espalham-se como um bordado. De maneira similar, uma trama forma-se em Todo mar tem um rio (2018) – a obra que dá título à exposição – à medida que reflexos dançam cadenciados sobre a superfície da água.

Na paisagem árida de Kalimba (2018), uma camada opaca encobre a vegetação como um manto. Os tons ocres que dominam o quadro são interrompidos por pinceladas elétricas de rosa, laranja e azul, revelando um aspecto peculiar do processo da artista, que muitas vezes usa a superfície da tela como paleta para misturar as cores. É também indício do tratamento quase escultórico que Marina dá às espessas camadas de tinta, como uma argila colorida prestes a ser modelada. Em Rabetão de ouro (2019), a matéria liquefeita do barro (e, em sentido mais amplo, de sua própria pintura) torna-se o próprio assunto da obra. Um gestual enérgico dá forma ao que a artista descreve como “jorro de lama”, que alastra-se com violência por um cenário na iminência de desmanchar.

Marina Rheingantz (Araraquara, 1983) vive e trabalha em São Paulo. Ela também está atualmente em cartaz até 15 de Junho na Carpintaria, Rio de Janeiro, com a exposição Rebote, que promove o diálogo entre suas pinturas e as fotografias de Mauro Restiffe. Outras individuais recentes incluem: Várzea, Bortolami Gallery (Nova York, 2018); Galope, Zeno X Gallery (Antuérpia, 2017); Terra Líquida, Galeria Fortes Vilaça (São Paulo, 2016); Dot Line Line Dot, Nichido Contemporary Art (Tóquio, 2016). Entre as mostras coletivas, destacam-se: On Landscapes – Biennial of Painting, Museum Dhondt-Dhaenens (Deurle, Bélgica, 2018); Mínimo, múltiplo, comum, Estação Pinacoteca (São Paulo, 2018); Projeto Piauí, Pivô (São Paulo, 2016); Soft Power, Kunsthal KAdE (Amersfoort, Holanda, 2016); Prêmio PIPA, MAM Rio (Rio de Janeiro, 2015). Seu trabalho está presente em importantes coleções como: Museu Serralves (Porto), Taguchi Art Collection (Tóquio), Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAM Rio (Rio de Janeiro), Itaú Cultural (São Paulo), entre outras.


Todo mar tem um rio [Every sea holds a river], Marina Rheingantz most recent exhibition at Fortes D’Aloia & Gabriel | Galpão, gathers four large-format paintings, re-establishing the artist’s work into monumental scale. Each canvas is 10 feet tall, widths ranging from 10 to 18 feet, and together they comprise an almost continuous segment which fills the wide space at Barra Funda, São Paulo.

From the beginning of her career in 2008, Marina Rheingantz has chosen landscape as a consistent theme of her painting. She builds up from travel scenes or childhood memories – specially the vast fields from Araraquara, country town in São Paulo state where she was born – to assemble remote scenes that verge on abstraction. Exuding an atmosphere as diffuse as memory itself, her landscapes go from quiet to dystopian, in which human presence is never revealed as figure but as imprints.

In her recent works, cliffs, mountains, branches, waves and swamps blend with Moroccan tapestry inspired patterns. While bringing tapestry and topography to the same level, Marina seems to rescue what they both have in common: they’re transient areas, which invite the viewer to step forward and follow paths. In Fularagem (2018), the artist transits between the various dimensions through thick strokes and short gestures. The sense of perspective dissolves on the canvas, blurring the lines between earth and sky, as countless dots are scattered like an embroidery. In a similar manner, a mesh is weft in Todo mar tem um rio (2018) – the work which lends its title to the show – as reflections rhythmically dance on the water surface.

Within the arid landscape of Kalimba (2018), an opaque layer covers the flora like a mantle. The ochre hues that drench the canvas are interrupted by electric strokes of pink, orange and blue, revealing a peculiar aspect of the artist’s process, which often uses the surface of the canvas as a pallet to mix the colors. It’s also an evidence of the almost sculptural treatment Marina imparts to the thick layers of paint, like colored clay to be moulded. In Rabetão de ouro (2019), the liquefied matter of the mud (and in a wider sense of her own painting) becomes the very theme of the piece. An energetic gesture shapes what the artist describes as “mud spurt”, which violently spreads around a set on the verge of collapsing.

Marina Rheingantz (Araraquara, 1983) lives and works in São Paulo. She also currently holds the exhibition Rebote [Rebound] at Carpintaria, in Rio de Janeiro, which sets a dialogue between her paintings and Mauro Restiffe’s photographs, to June 15th. Her recent solo shows include Várzea, Bortolami Gallery (New York, 2018); Galope, Zeno X Gallery (Antwerp, 2017); Terra Líquida, Galeria Fortes Vilaça (São Paulo, 2016); and Dot Line Line Dot, Nichido Contemporary Art (Tokyo, 2016). Notable group shows include On Landscapes – Biennial of Painting, Museum Dhondt-Dhaenens (Deurle, Belgium, 2018); Mínimo, múltiplo, comum, Estação Pinacoteca (São Paulo, 2018); Projeto Piauí, Pivô (São Paulo, 2016); Soft Power, Kunsthal KAdE (Amersfoort, Netherlands, 2016); Prêmio PIPA, MAM Rio (Rio de Janeiro, 2015). Her work is present in the following collections: Museu Serralves (Porto), Taguchi Art Collection (Tokyo), Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAM Rio (Rio de Janeiro), Itaú Cultural (São Paulo), among others.

Posted by Patricia Canetti at 9:55 AM