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maio 5, 2019

Eduardo Frota na Sem Título Arte, Fortaleza

Revolver a terra para semear heterotopias, exposição individual do artista Eduardo Frota celebra seus 40 anos de carreira artística, na Sem Título Arte. Abertura: 2 de maio, às 19h.

A geografia, a história e a cultura do Brasil atravessam a obra do artista Eduardo Frota desde a origem. É nas estrias, entranhas, no miolo da madeira reflorestada que o artista dá a ver toda uma história de miscigenação que nos funda como povo. O novo trabalho tem na pesquisa com o Pau Brasil sua inflexão para a construção da obra redimensionando uma geografia cultural do país.

A matriz da cultura brasileira é a fonte de pesquisa do artista: “Me aproprio da história do Pau Brasil como um signo seminal de articulação do território e da cultura transmutado em uma proposição artística. Esse ecossistema de muitas mutações e vários tipos da espécie dentro da Mata Atlântica, com seu clima tropical e subtropical, traduz também um dado da miscigenação cultural. Não é a cultura que delineia o espaço, mas é o espaço, a topologia, a geografia que delineiam fortemente também um dado da cultural”.

O Pau Brasil protagoniza o primeiro ciclo econômico do país, influenciando na Modernidade Europeia ao desequilibrar as relações da indústria têxtil. É, portanto, fundador do nosso modelo civilizatório extrativista, de tráfico e exploração. O pau de tinta abre o ciclo das Américas com mais influência na economia europeia, junto com a prata e o ouro. Marco do primeiro ciclo econômico e modelo de escravização dos índios.

Em “Revolver a terra para semear heterotopias”, Eduardo Frota refunda o país ao ir às origens, plantando 100 mudas de Pau Brasil. São 27 caixotes-territórios de madeira que compõem a topologia brasileira traçando uma linha orgânica que recodifica simbolicamente as lutas, revoltas e revoluções populares. Revolver a terra é reencarnar no corpo da obra as resistências populares que são constituintes da construção social e cultural do Brasil. “Replantar o Pau Brasil é devolver em gesto coletivo o que foi extraído no primeiro ciclo econômico e de exploração do país.”

A terra é corpo da obra. É preciso adentrá-la para sentir sua sensorialidade. “O espaço sempre foi uma questão preponderante no meu trabalho. Esse trabalho se materializa nos simples gestos de cavar e plantar. Só o gesto radical é capaz de abrir a obra.”

Revoltas do Malês, da Chibata, de Canudos são exemplos de levantes que nomeiam porções desses territórios. “Se a gente pensar que nessas revoltas milhões de pessoas foram mortas, a terra é esse dado de memória fecundo e a colonização é, em essência, a guerra pela terra e suas riquezas que está por trás de todos os crimes ambientais e humanos do país.”

A dimensão pública espacial da exposição está por vir. Ao final da mostra, as mudas serão plantadas nos espaços públicos da cidade evocando o conceito original da obra, “Revolver a terra para semear heterotopias”. A iniciativa do replantio coletivo na cidade será mediado pelo Projeto Pró-Árvore.
 
A exposição foi contemplada no Edital de Incentivo às Artes da SECULT-CE em 2016 e selecionado no Salão de Abril de 2019. Eduardo Frota é finalista do Prêmio Marcantonio Vilaça 2019.

Posted by Patricia Canetti at 12:49 PM