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abril 2, 2019

Lina Bo Bardi no MASP, São Paulo

Livro e mostra em 3 países reveem multiplicidade de Lina Bo Bardi

Arquiteta italiana que adotou o Brasil, rompeu hierarquias entre as artes e moldou uma nova linguagem do modernismo, agregando uma visão própria e radical com referências da cultura brasileira terá exposição em abril no MASP. Em 2020, mostra segue para o México e EUA

Lina Bo Bardi (1914-1992) gostava de ser chamada de architetto, substantivo que em italiano, sua língua materna, tem um único gênero. A inflexibilidade da palavra não podia destoar mais da trajetória de Lina, uma arquiteta múltipla que atuou em frentes tão diversas quanto a produção de revistas, a educação, os museus e o que ela chamava de “arquitetura ambiental”: uma arquitetura que buscava se relacionar com o seu contexto e com o entorno tropical do Brasil. A amplitude de sua produção e de seu pensamento é o cerne de Lina Bo Bardi: Habitat, exposição que abre dia 4 de abril no MASP, acompanhada do mais completo catálogo já produzido sobre a obra e o legado da arquiteta. O livro, como a mostra, terá versões em três línguas -- português, espanhol e inglês -- e a co-organização do Museo Jumex, na Cidade do México, e do Museum of Contemporary Art (MCA) de Chicago. As instituições receberão a exposição em janeiro e junho de 2020, respectivamente.

A abertura de Lina Bo Bardi: Habitat será simultânea à da exposição Tarsila popular, sobre a artista que foi figura central do modernismo brasileiro em sua primeira fase, a partir dos anos 1920. As mostras integram o ciclo “Histórias das mulheres, histórias feministas”, eixo temático que guiará a programação da instituição ao longo de 2019.

A mostra, de perfil panorâmico, terá diferentes configurações em cada país. Em todos, como o título indica, ela contará com exemplares da revista de arquitetura Habitat, produzida por Lina enquanto dirigia o MASP ao lado do marido, o marchand e crítico italiano Pietro Maria Bardi, diretor-fundador do MASP. A exposição e o livro, porém, vão além da revista -- apenas uma das frentes de atuação de Lina, embora fundamental para pavimentar suas criações no campo da arquitetura e das artes. O habitat do título diz respeito também ao mergulho empreendido pela arquiteta no contexto brasileiro, que procurou entender antes de aplicar aqui as ideias modernistas trazidas da Itália. O casal chegou ao Brasil em 1946, deixando para trás uma Europa arrasada pela guerra, e adotou o país em definitivo em 1951, ao se naturalizar.

“Não se trata de uma exposição somente sobre o trabalho de Lina Bo Bardi como arquiteta, mas, sobretudo, de uma oportunidade de mostrá-la como uma pensadora que atuou tanto na arquitetura e no design quanto no campo editorial, na pedagogia, na crítica e na curadoria”, diz Tomás Toledo, curador-chefe do MASP e um dos três curadores da exposição, ao lado de Julieta González, no Museo Jumex, e José Esparza Chong Cuy, no MCA Chicago.

Os temas principais da exposição giram em torno dos projetos fundamentais da carreira da arquiteta, bem como de momentos decisivos de sua trajetória pessoal. Tanto a mostra como o catálogo são divididos em três capítulos.

O primeiro deles, “O Habitat de Lina Bo Bardi”, conta com os quinze primeiros exemplares da revista. Lina e Pietro trabalharam nela entre 1951 e 52, quando se afastaram para tocar outros projetos, sobretudo na Bahia, estado que impactaria de modo decisivo o trabalho da arquiteta. “Foi em Habitat que Lina, que trazia da Itália experiência em revistas, desenvolveu e desdobrou seus interesses. A revista falava de arte popular, de mobiliário, da educação como transformação social e política, e de sua visão de arte, não eurocêntrica ou estadunidense. Sem dúvida, a revista Habitat é um grande registro da multiplicidade e da amplitude da atuação de Lina no campo da prática e da teoria”, diz o curador. No catálogo, esse capítulo é complementado por textos de Lina publicados em outros veículos -- prolífica, a arquiteta também produziu um grande volume de escritos.

“Repensando o museu”, a segunda parte, revê o envolvimento de Lina com o MASP desde a sede da 7 de Abril, dos Diários Associados, grupo de mídia do empresário e mecenas Assis Chateaubriand, fundador do MASP, com destaque para o edifício-sede da avenida Paulista e sua radical pinacoteca com cavaletes de vidro. Revê também sua proposta didática e de uma função social para o museu, com a organização de exposições que dessacralizavam obras e expografias e a criação do Instituto de Arte Contemporânea (IAC).

O capítulo repassa ainda a experiência da arquiteta na Bahia, onde criou o Museu de Arte Moderna (MAM-BA) nos escombros de um incendiado Teatro Castro Alves, e o Museu de Arte Popular do Solar do Unhão, edifício cuja escada, feita à maneira dos encaixes de carros de boi, se imortalizou na história da arquitetura brasileira. Foi na Bahia em que Lina abraçou de vez o popular, em uma vivência que resultaria nas exposições Bahia no Ibirapuera, realizada em 1959 no local que viria a abrigar o MAM-SP, Nordeste, que inaugurou o Solar do Unhão, em 1963, e A mão do povo brasileiro, aberta em 1969 no MASP da avenida Paulista.

A parte final da mostra e do livro, “Da Casa de Vidro à Cabana”, trata da trajetória de Lina como projetista. Sua trajetória se inicia com uma influência mais acentuada do modernismo europeu, com projetos como o da Casa de Vidro, sua primeira obra construída e sua residência até a morte, e com o passar do tempo agrega referências da cultura popular brasileira e das técnicas vernaculares de construção, características que podem ser observadas em projetos como a Casa Valéria Cirell, a Igreja Espírito Santo do Serrado e o SESC Pompéia, um de seus principais projetos.

No MASP, onde terá lugar no primeiro subsolo, Lina Bo Bardi: Habitat será realizada de 4 de abril a 28 de julho, em paralelo à mostra Tarsila Popular, no primeiro andar, e Djanira: a memória de seu povo, que abriu em 1º de março e vai até 19 de maio.

50 anos de ‘A mão do povo brasileiro’

Lina Bo Bardi: Habitat marca também os 50 anos da abertura do MASP ao público. Inaugurado em 7 de novembro de 1968 com a presença da rainha Elizabeth II, o prédio só abriria a sua primeira exposição temporária em 7 de abril de 1969: A mão do povo brasileiro, organizada por Lina Bo Bardi, com colaboração de Glauber Rocha, Martim Gonçalves e Pietro Maria Bardi.

De certa forma o resultado das experiências anteriores da arquiteta, como diz Tomás Toledo, a mostra reunia carrancas, imagens de santos, roupas de vaqueiro, objetos de uso cotidiano. Era como uma carta de intenções da arquiteta, que ali mostrava sua rejeição às hierarquias nas artes, sua ideia de museu como um espaço diverso e múltiplo. Como ela própria.

No México e nos Estados Unidos, Habitat contará com cavaletes de vidro expondo obras da coleção do MASP e a reconstrução de uma parte de A mão do povo brasileiro, mostra já reeditada pelo MASP em 2016.

Histórias das mulheres, histórias feministas

Lina Bo Bardi: Habitat integra um ano de exposições, simpósios, palestras, workshops, filmes e publicações em torno do tema “Histórias das mulheres, histórias feministas”. O ciclo temático de 2019 agrega diversas mostras monográficas, com nomes da arte contemporânea internacional, caso de Gego e Leonor Antunes, ao lado de artistas brasileiras dos séculos 20 e 21, como Lina Bo Bardi, Djanira da Motta e Silva e Anna Bella Geiger, além de duas mostras coletivas, Histórias das mulheres, artistas antes de 1900 e Histórias das mulheres, artistas depois de 2000.

Catálogo

Com edições em português, inglês e espanhol, Lina Bo Bardi: Habitat, o livro, vai reunir textos dos três curadores da exposição: Tomás Toledo, curador-chefe do MASP, Julieta González, diretora artística do Museo Jumex, na Cidade do México, e José Esparza Chong Cuy, arquiteto que foi curador do Museum of Contemporary Art Chicago (MCA) e hoje é diretor executivo e curador chefe da Storefront for Art and Architecture, em Nova York.

Amplamente ilustrado, o catálogo inclui materiais de arquivo, traduções de uma seleção de escritos de Lina Bo Bardi e ensaios de Adriano Pedrosa, Antonio Risério, Beatriz Colomina e Mark Wigley, Esther da Costa Meyer, Guilherme Wisnik, Jane Hall e Luis Castañeda.

O catálogo, com 352 páginas pode ser adquirido no MASP Loja, ponto de vendas do museu com entrada gratuita, independente das exposições. Valores: R$ 139 (brochura) e R$ 159 (capa dura).

Posted by Patricia Canetti at 11:14 AM