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agosto 13, 2018

Romy Pocztaruk na Zipper, São Paulo

Em sua primeira individual na Zipper, a artista Romy Pocztaruk, que passa a ser representada pela galeria, apresenta a série Bombrasil, uma investigação fotográfica e documental sobre o desdobramento no Brasil da corrida armamentista nuclear durante a Guerra Fria. O projeto paralelo, conduzido secretamente pela Ditadura Militar entre as décadas de 1960 e 1980, buscava o desenvolvimento de tecnologia para enriquecimento de urânio, construção de bomba atômica e de um submarino atômico no país. Dele, resultou a construção das usinas nucleares em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, que foram fotografadas pela artista. Romy também visitou outros locais relacionados ao programa nuclear brasileiro, como o Reator Argonauta e os arquivos da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear).

Com curadoria de Luisa Duarte, “Bombrasil” abre no dia 18 de agosto. O momento é particularmente oportuno: recentemente, o governo Michel Temer anunciou a retomada do programa nuclear brasileiro, que prevê a construção de novas usinas termonucleares e o aumento da exportação de urânio. A individual de Romy reúne fotografias da artista realizadas nas instalações das usinas, em composições com imagens dos arquivos da CNEN. Também apresenta cartazes que reproduzem manchetes sobre programa atômico brasileiro após o final da ditadura.

A ideia de jornada é recorrente na produção da artista, que costuma se envolver em longas pesquisas investigativas. Ela percorre geografias distantes para registrar os vestígios de lugares abandonados que foram, um dia, projetos faraônicos. Tal como em “A última aventura”, série em que Romy registra os vestígios da construção da rodovia Transamazônica, o trabalho “Bombrasil” revisita outra face do projeto desenvolvimentista da Ditadura Militar. Ambos trazem consigo a ideia de inserir o país em uma rota de modernidade. “Estes grandes projetos carregam uma utopia. Me interessa a criação do imaginário político, social e econômico sobre o que é o Brasil. Ao revisitar os projetos da ditadura, podemos entender muito sobre o nosso presente. São projetos ocultos, quase esquecidos”, a artista afirma.

A concepção expográfica de “Bombrasil” é baseada na mostra “Átomos para Paz”, realizada em 1959 pelos governos americano e brasileiro para divulgação pacífica da energia nuclear no Brasil. O programa, desenvolvido pelos EUA após os ataques a Hiroshima e Nagazaki, tinha a finalidade de criar uma nova imagem do desenvolvimento atômico em curso na época. O discurso da exposição buscava distanciar a ciência da ideia da guerra, promovendo a imagem dos EUA associada às vantagens da nova fonte de energia, ao divulgar informações sobre suas aplicações na pesquisa científica, indústria e saúde.

“Bombrasil” fica em cartaz até 15 de setembro.

Sobre a artista

Em diversos suportes, Romy Pocztaruk (Porto Alegre, 1983) lida com simulações, refletindo sobre a posição a partir da qual a artista interage com diferentes lugares e com as relações entre os múltiplos campos e disciplinas com a arte. Diversas vezes premiado, o trabalho da artista está presente em coleções como Pinacoteca do Estado de São Paulo e Museu de Arte do Rio. Com a série “A Última Aventura”, em que a artista investiga vestígios materiais e simbólicos remanescentes da construção da rodovia Transamazônica, projeto faraônico, utópico e ufanista relegado ao abandono e ao esquecimento, Romy participou da 31ª Bienal de São Paulo. Principais exposições individuais: “Geologia Euclidiana”, Centro de Fotografia de Montevideo, Uruguai (2016); “Feira de ciências”, Centro Cultural São Paulo (2015). Principais exposições coletivas: “Uma coleção Particular: Arte contemporânea no acervo da Pinacoteca”, Pinacoteca de São Paulo, São Paulo (2015); “Télon de Fondo”, Backroom Caracas, Venezuela (2015); “BRICS”, Oi Futuro, Rio de Janeiro (2014); “POROROCA”, Museu de Arte do Rio de Janeiro (2014); “9ª Bienal do Mercosul”, Porto Alegre (2013); “Region 0”, The Latino Video Art Festival of New York, New York (2013); “Convite à viagem: Rumos Itau Cultural”, Itau Cultural, São Paulo (2012).

Sobre a curadora

Luisa Duarte é crítica de arte e curadora independente. É crítica de arte do jornal O Globo, desde 2009. Mestre em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica - PUC-SP. Doutoranda em teoria da arte pela UERJ em 2017. Foi por cinco anos membro do Conselho Consultivo do MAM-SP (2009-2013). Foi curadora do programa Rumos Artes Visuais, Instituto Itaú Cultural (2005/ 2006); Foi coordenadora geral do ciclo de conferências "A Bienal de São Paulo e o Meio Artístico Brasileiro - Memória e Projeção", plataforma de debates da 28ª Bienal Internacional de São Paulo, 2008; Foi curadora de quatro edições do Red Bull House of Art, projeto de residências artísticas e mostras no centro de São Paulo voltado para artistas em começo de trajetória, 2009/2010; Foi curadora da exposição coletiva "Um Outro Lugar", MAM - SP, 2011; integrou a equipe de curadoria de Hans Ulrich Obrist para a mostra “The Insides are on the Outside”, Casa de Vidro de Lina Bo Bardi, São Paulo, 2013; Foi organizadora, em dupla com Adriano Pedrosa, do livro ABC – Arte Brasileira Contemporânea, Cosac & Naify, 2014. Foi organizadora, em dupla com Pedro Duarte, do Seminário Internacional Biblioteca Walter Benjamin, MAR - Museu de Arte do Rio de Janeiro, 2016.

Posted by Patricia Canetti at 11:16 AM