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novembro 6, 2017

Christus Nóbrega no CCBB, Brasília

Com a exposição “Dragão Floresta Abundante”, o artista Christus Nóbrega traz impressões muito particulares da China e propõe obra com participação especial do público

Mostra é resultado de uma aventura de um artista viajante que esteve a descobrir e a conhecer um território pouco conhecido e repleto de lacunas

Serão promovidas atividades complementares nos fins de semana, que incluem oficina de caligrafia, dobraduras e desenho com GPS


A partir de 7 de novembro, entra em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil – Brasília a exposição multimídia Dragão Floresta Abundante, que traz a produção de Christus Nóbrega, realizada durante o período em que o artista esteve participando de um programa de residências artísticas do Ministério das Relações Exteriores, em parceria com a Central Academy of Fine Arts – CAFA, em Pequim, entre outubro e dezembro de 2015. Essa é a primeira experiência do gênero realizada com a participação de um artista brasileiro na China. Dragão Floresta Abundante permanece até o dia 14 de janeiro de 2016.

O título da exposição associa o nome do artista, em chinês, à ideia de uma narrativa de aventura na qual um personagem vive situações extraordinárias. Os logogramas que representam o seu nome são pronunciados como Lóng Pèi Sen. O primeiro logograma significa dragão, o segundo abundante e o terceiro floresta. Em uma tradução livre significa "aquele que faz coisas bem-aventuradas e grandiosas".

Com curadoria da historiadora da arte Renata Azambuja – atuante em residências artísticas –, Dragão Floresta Abundante propõe uma rede de reflexões sobre diferentes tecnologias, desde as mais arcaicas – como o mapa e a pipa – até as mais modernas como o GPS de celular.

O conceito curatorial está vinculado ao tipo de experiência que surge quando o artista se encontra em estado de trânsito, condicionada, de alguma maneira, às circunstâncias postas pela residência e que são somadas ao background que ele carrega, estabelecendo ao final do processo, um universo visual pleno de camadas discursivas.

A exposição trata da poética artística resultante do encontro do artista com a China. Seu discurso é parte essencial para compor um panorama complexo e vibrante, sobre um país com 1.3 bilhões de habitantes e que é recheado de mitologias para o público ocidental, não só pelo idioma pouco acessível, mas também em razão da censura aplicada à mídia.

“O que vemos na exposição é o resultado de uma aventura de um artista viajante que esteve a descobrir e a conhecer um território pouco conhecido e repleto de lacunas, propício para a invenção artística. Lacunas que deixam entrever questões compartilhadas pela atualidade global, como gênero, modos de produção de trabalho e meio ambiente e que não escapam ao olhar de Christus”, afirma a curadora.

Dragão Floresta Abundante apresenta uma reflexão sobre a produção de arte contemporânea brasileira, sobre a arte chinesa e sobre residência artística e possibilita o acesso a facetas da cultura chinesa desconhecidas do grande público. Além disso, mostra um trabalho realizado durante uma residência artística, tipo de iniciativa ainda pouco difundida, tanto por quem atua no meio artístico quanto pelo público em geral.

As obras da mostra compõem oito séries que transitam entre as linguagens de fotografia, registros de performances e desenhos feitos com GPS, recorte laser, algoritmos. A ideia é que o público possa se aproximar da vivência do artista e da ainda desconhecida milenar cultura chinesa por meios diversos em que tradição e contemporaneidade são conjugadas fazendo uso de tecnologia.

Baseada no conto ocidental de Hans Christian Andersen a obra A Roupa Nova do Rei problematiza o encontro das duas culturas. Trata-se de uma série de autorretratos dos artistas, cujos corpos são recobertos com mantos de papel recortados por artesãs chinesas e afixados sobre as imagens com 500 alfinetes de ouro. Paper cutting é a arte chinesa de cortar papel, prática milenar iniciada desde que o papel foi inventado por Cai Lun, durante a dinastia Han. Por isso, a China é reconhecida como a criadora e é o único país onde essa técnica foi reconhecida pela UNESCO como parte da cultura Imaterial. Os chineses acreditam que o ‘papel recortado’ em vermelho na porta traz boa sorte e felicidade para toda a família. Os cortes de papel também são dados como presentes para os amigos ou membros da família e usados em diversas celebrações.

Em Passeio Controlado centenas de pipas são dispostas com fotos de chineses que conseguem aumento da renda familiar trabalhando como modelos para artistas. Soma-se a instalação documentos, cartas e bilhetes trocados por familiares chineses que por motivos políticos, de saúde ou de trabalho tiveram que ser separados forçosamente. As pipas nasceram na China por volta do ano 1200 a.c. Foram utilizadas como dispositivo de sinalização militar. Hoje a pipa faz parte da tradição cultural chinesa. Em dias de vento, velhos e crianças ocupam os parques para empiná-las.

Passeio Controlado convida o público a participar de forma interativa por meio de uma Fábrica de Pipas, performance que funcionará com a presença de monitores, das 9h às 19h. O público participa por ordem de chegada. Para isso ele deverá assinar o “contrato de trabalho” e cadastrar sua digital no relógio de ponto. Não há limite para quantidade de vezes que alguém participe da atividade. A obra pretende não só trazer a mitologia da pipa como atividade lúdica, mas para chamar a atenção sobre os percalços da produção industrial e da desvalorização da mão de obra no mundo contemporâneo. A cada 11 pipas fabricadas, o visitante pode levar uma pipa para si com o carimbo da fábrica e do artista.

A obra 89 Passos. 89 Linhas. Desenhos sobre a Paz parte do Protesto na Praça da Paz Celestial, liderado por estudantes na República Popular da China em 1989. O protesto ficou famoso por meio da ação de um jovem solitário e desarmado que invade a Praça da Paz Celestial e faz parar uma fileira de tanques de guerra. A identidade e o paradeiro do jovem são desconhecidos até hoje. O artista esteve no local e com o GPS ativado registrou sua caminhada em reflexão ao ocorrido. Nos exatos 89 passos desenhou cada uma das 89 linhas retas que constituem a obra.

Fábrica de Nuvens é resultado das observações e reflexões do artista acerca de sua experiência frente à poluição do ar na China, cujos altos índices atingiram novos recordes e milhões de pessoas em 2016. A obra parte da fotografia da chaminé de uma empresa que liberava fuligem noite e dia e vista por Christus da janela de seu aposento na Universidade, onde residia.

Ao estudar mandarim, idioma de gramática simplificada, mas extremamente complexa em termos fonéticos e caligráficos, o artista ficou particularmente tocado pelos processos de construção de algumas palavras que se dão pela conexão com outras. Nesse contexto, descobriu que muitas palavras utilizam o radical ‘mulher’para serem construídas, como por exemplo os termos barulho, intriga, ciúme, monstro,escravo, prostituta, estupro, entre outros. Essa foi a referência para a criação da obra Dicionário Feminino.

A exposição conta ainda com as obras Expedição Empório Celestial e Agitações concêntricas, sistêmicas e organizadas em lago verde.

No mês de janeiro, a exposição promoverá atividades complementares nos fins de semana. Serão desenvolvidas quatro oficinas durante todos os sábados do mês: Oficina de Caligrafia, Dobraduras e Desenho com GPS, todas gratuitas. As inscrições serão feitas pelo email dragaoflorestaabundante@gmail.com. As vagas não preenchidas poderão ser ocupadas por público espontâneo presente no local.

Christus Nóbrega - Artista e Professor Adjunto do Departamento de Artes Visuais (VIS), do Instituto de Artes (IdA) da Universidade de Brasília (UnB). Doutor e Mestre em Arte Contemporânea pela UnB. Leciona e orienta nos curso de Pós-Graduação em Artes e Design da mesma instituição. Vem participando regularmente e exposições nacionais e internacionais. Tem obras em acervos e coleções privadas e institucionais, a exemplo da Fondation Cartier - Paris e no Museu de Arte do Rio (MAR) - Rio de Janeiro, Embaixada do Brasil na China - Itamaraty, Central Academy of Fine Arts Museum (CAFA) - Pequim, Embaixada da Alemanha no Brasil, Museu Nacional, entre outras. Autor de livros e artigos científicos na área de artes e arte/educação. Premiado pelo Programa Cultural da Petrobras (2004 e 2011) e pelo Museu da Casa Brasileira (2004). Em 2015, representou o Brasil na China pelo Programa de Residência Artística do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, na universidade chinesa Central Academy of Fine Arts (CAFA).

Posted by Patricia Canetti at 12:25 PM