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fevereiro 18, 2013

Fundação Iberê Camargo traz a Porto Alegre a obra em movimento de William Kentridge

William Kentridge

William Kentridge, Rubrics [Rubricas] 2012 - 14 gravuras com títulos individuais: serigrafia sobre papel, 37,5 x 50,5 cm, tiragem: 10, publicado pelo Artist Proof Studio 2012, impresso por Cloudia Hartwig com o auxílio de Zwelethu Machepha. Coleção do artista, cortesia de Marian Goodman Gallery, Nova York, e Goodman Gallery, Johannesburgo.


William Kentridge - Fortuna, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS - 08/03/2013 a 26/05/2013


Depois de passar pelo Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, a maior retrospectiva na América do Sul do celebrado artista sul-africano William Kentridge será exibida ao público na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, de 8 de março a 26 de maio, com o acréscimo de 25 esculturas, entre inúmeras obras inéditas no Brasil. Ao todo, serão apresentadas 31 esculturas, 32 desenhos, 26 filmes e animações, 115 gravuras e duas vídeo instalações. Com papel, carvão e uma câmera, Kentridge virou referência internacional e criou um trabalho multifacetado, criando pontes onde um dia possam ter existido barreiras entre as artes visuais e o cinema. A primeira grande mostra individual do artista no Brasil é fruto da parceria entre a Fundação Iberê Camargo, o Instituto Moreira Salles e a Pinacoteca do Estado de São Paulo, que recebe a retrospectiva em 29 de agosto até 17 de novembro desde ano.

Com a curadoria de Lilian Tone, William Kentridge: Fortuna evidencia o processo de criação pouco convencional do artista em seu estúdio, em Johannesburgo. A escolha das obras, portanto, ao contrário de privilegiar um viés temático, destaca a variedade e o vigor da produção prolífica do artista ao longo de mais de duas décadas, mostrando como seu trabalho se dissemina por contaminação interna, em uma gama de diferentes plataformas culturais e mídias artísticas – desenhos, gravuras, ópera, esculturas, filmes, teatro e performance. “Quando Lilian Tone e eu falamos sobre a exposição pela primeira vez, eu disse que gostaria de fazer algo diferente de todas as outras exposições que já fiz, que costumam ser muito controladas e comedidas. Queria ter algo que demonstrasse o excesso do estúdio, o fato de que há sempre muitas coisas acontecendo, uma abundância... Um ambiente que mostraria a abertura dessas coisas alterando-se”, explica Kentridge em vídeo produzido para a exposição.

A mostra preparada para a Fundação Iberê Camargo será um pouco diferente da exibida no Instituto Moreira Salles, não só pelas especificidades de cada instituição, mas também levando-se em conta os trabalhos já anteriormente vistos pelo público de cada cidade. “Além do número maior de esculturas, gravuras e desenhos do que mostramos no Rio de Janeiro, teremos obras em maior escala. Os espaços amplos e a estrutura aberta do maravilhoso prédio da Fundação Iberê Camargo permitem que vários conjuntos de obras sejam vistos simultaneamente pelo espectador, o que também convida a apreciação das obras não só individualmente mas também em relação umas às outras, colocando em evidência o diálogo e a contaminação interna que estamos buscando enfatizar na exposição”, antecipa a curadora.

Kentridge alcançou visibilidade internacional com a série de curtas-metragens Drawings for Projection (Desenhos para projeção), que são considerados pelo artista o alicerce fundamental de sua obra. Iniciada em 1989 e ainda em curso (o vídeo mais recente, Other Faces, foi finalizado em 2011), a série possui até o momento dez filmes, que serão mostrados pela primeira vez em conjunto, acompanhados por 23 desenhos que o artista executou ao preparar os filmes. Será uma oportunidade única para examinar o diálogo entre desenho e filme e o processo de criação das obras. Os filmes tem uma aparência singular e diferente das animações convencionais devido a uma técnica caseira inventada por Kentridge, descrita por ele como “cinema da idade da pedra”. Kentridge filma, quadro por quadro, alterações que faz sobre um único desenho, realizado em carvão ou pastel em um processo de contínuo retrabalho, um ritual meticuloso de adição e subtração, acumulação e apagamento. O método, marcado por sucessivas mudanças e redefinições, não só se manifesta na percepção da obra como se incorpora à imagem. Na sequência dos desenhos, marcas brutas tornam-se linhas elegantes, que se transformam, com fluidez, em outras imagens. “O processo de Kentridge é transmitido como uma ilusão plausível, em que elementos visuais recorrentes do artista – uma constelação de elementos iconográficos – são construídos, desconstruídos e remontados diante de nossos olhos. Observamos um gato passando por transfigurações múltiplas: transformando-se em uma máscara de gás, um megafone, assumindo a forma de uma bomba”, escreve a curadora Lilian Tone.

O vídeo e "flipbook" (livro de artista animado) De Como não Fui Ministro d'Estado, foram feitos exclusivamente para a exposição brasileira. O artista faz uma intervenção, desenhando sobre as páginas de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. “É um livro que eu li há muitos anos, talvez 20 anos atrás, e me pareceu um grande exemplo de como é possível moldar a narrativa, tomar o absurdo e transformar em algo realista. Eu tinha uma edição de colecionador belíssima, dos anos 1920, mas ela não era boa para desenhar. Usei uma edição muito barata, de larga escala, com papel de má qualidade que foi belíssima para desenhar”, conta o artista.

Na produção de Kentridge, objetos cotidianos aparecem constantemente, muitas vezes itens que o artista tem à mão em seu estúdio: uma cafeteira, uma tesoura. Mais do que apenas o espaço de trabalho, em sua obra o estúdio assume as funções de palco, de mise-en-scène e de sujeito, sendo parte de vários trabalhos que estarão na exposição. "O estúdio é um personagem central na prática de Kentridge, um espaço de invenção onde o artista parece quase organicamente incorporado. É um lugar continuamente reanimado por manifestações, uma mistura de linguagens e alegorias que envolvem os diferentes gêneros de seu trabalho”, diz Lilian Tone. Algumas prerrogativas de sua criação são evidentes em sua obra, como a utilização de elementos reais, referências implícitas a lugares, situações e eventos. O mais forte desses elementos é a memória social da África do Sul e seu histórico do Apartheid, particularmente na cidade de Johannesburgo – onde Kentridge nasceu, vive e trabalha. “A prática de Kentridge pode ser vivenciada como uma incorporação poética das complexidades, incertezas, dúvidas, ansiedades e esperanças de seu país. Um dos destaques da exposição são os magníficos desenhos da série de Paisagens Coloniais, baseados em gravuras de exploradores europeus na África, pouco conhecidos dentro da obra do artista e provenientes do início de sua carreira”, completa Lilian.

Entende-se a noção de “fortuna”, princípio guiador do processo artístico de Kentridge e presente no título da exposição, como um acaso direcionado, uma engenharia da sorte, em que pré-determinação coexiste com possibilidade. Segundo o próprio artista, “fortuna é um termo geral que utilizo para essa gama de agenciamentos, algo diverso da fria probabilidade estatística, no entanto fora do âmbito do controle racional”. Fortuna refere-se ao que acontece no estúdio, a condição do trabalho artístico em estado constante de construção, ao sentido de descoberta, menos do que invenção, à celebração da excentricidade, sem perda do engajamento político.

Sobre William Kentridge

Kentridge nasceu em 1955, em Johannesburgo. Estudou ciências políticas e estudos africanos na Universidade de Johannesburgo antes de entrar na Johannesburg Art Foundation e se voltar para as artes visuais. Durante esse período, dedicou-se intensamente ao teatro, concebendo e atuando em diversas montagens. Seu interesse pelo teatro e pela ópera perpassa toda sua trajetória e indica o caráter dramático e narrativo de sua produção artística, assim como o seu interesse em sintetizar o desenho, a escultura e o filme em uma única linguagem. Após ter influenciado artistas na África do Sul por mais de dez anos, Kentridge ganhou reconhecimento internacional no final dos anos 1990. Desde então, seu trabalho tem sido incluído em exposições e performances em museus, galerias e teatros em todo o mundo, como a mostra Documenta, em Kassel, na Alemanha (1997, 2003, 2012), a Bienal de Veneza (1993, 1999, 2005), exposições individuais no MoMA, de Nova York (1998, 2010), no Museu Albertina, em Viena (2010), no Jeu de Paume, em Paris (2011), no Louvre, em Paris (2010), no Metropolitan Museum of Art, em Nova York (2005), e performances no Metropolitan Opera, em Nova York (2010), e no La Scala, em Milão (2011).

Em 2011, Kentridge recebeu o prestigioso Kyoto Prize, em reconhecimento a suas contribuições no campo das artes visuais e da filosofia, e foi escolhido como Membro Honorário da American Academy of Arts and Letters e recebeu o título de Doutor Honoris Causa da University of London. Em 2012, apresentou as Charles Eliot Norton Lectures, na Universidade de Harvard, em Cambridge, tornou-se membro da American Philosophical Society, da American Academy of Arts and Sciences, foi nomeado para o Dan David Prize, da Tel Aviv University, e recebeu o título de Commandeur dans l’Ordre des Arts et des Lettres do Ministério da Cultura e Comunicação da França.

Posted by Patricia Canetti at 1:31 PM