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janeiro 22, 2004

Panorama da Arte Brasileira por Luiz Camillo Osorio

Este texto foi publicado originalmente no jornal O Globo, no Segundo Caderno, no dia 14 de janeiro de 2004.

Uma minibienal problemática

LUIZ CAMILLLO OSORIO

Panorama da Arte Brasileira: seleção de artistas em mostra no Paço Imperial revela uma perspectiva redutora da história recente da arte brasileira

O "Panorama da arte brasileira", atualmente no Paço Imperial, ganhou projeção de uma minibienal, pondo em foco, a partir de alguma linha curatorial, a produção de arte recente. Realizado desde 1969, sob os auspícios do MAM-SP, ele se fortaleceu em meados da década passada. A edição deste ano trouxe uma novidade: o cubano, radicado nos Estados Unidos, Gerardo Mosquera foi convidado para a curadoria e realizou uma exposição interessante porém problemática. O seu conhecimento de longa data da arte brasileira não se fez valer como poderia, assim como o espaço apertado complicou a leitura das obras. Vamos por partes.

No nome, nossa vocação para desorganizar estruturas

Comecemos pelo subtítulo: "19 desarranjos". Por mais precisa conceitualmente que seja, a óbvia conotação orgânica desta palavra atrapalha. É uma palavra feia. Dezenove é apenas o número de artistas. Mas tudo bem, implicâncias de lado, fiquemos com o desarranjo, pois as razões do curador são boas e qualificam bem o que ele acaba por mostrar — sem ironia, por favor. Segundo Mosquera, desarranjo pretende revelar a nossa vocação para desorganizar estruturas, subvertendo "a partir de dentro o marco construtivo, mas sem transpô-lo e sim ampliando suas possibilidades, potenciando-as de forma nova". O maior mérito é sua vontade de discutir as singularidades poéticas brasileiras sem nenhuma apologia nacionalista ultrapassada. Para isto, contaram a favor o seu olhar de estrangeiro e a inclusão de artistas não brasileiros nesta exposição. Assim podemos começar a pensar uma noção de brasilidade sem fronteiras e identidades fixas.

A escolha dos artistas, seguindo a linha conceitual traçada pelo curador, acabou se mostrando comprometida com uma perspectiva redutora da nossa história recente. Repetiu-se uma visão, muito batida lá fora, do desenvolvimento da arte brasileira restrita ao eixo Neoconcretismo e Cildo Meireles. Não se discute a liberdade do curador, a pertinência de sua leitura nem a importância dos artistas escolhidos. O ponto é a insistência em uma única leitura e a reincidência de certos nomes. Tomando a desestruturação e o deslocamento da referência construtiva como proposta curatorial, parece arbitrário juntar artistas como Cildo Meireles, Ernesto Neto, Vik Muniz, Leonilson e Adriana Varejão. A única justificativa talvez seja o pouco tempo para a realização da exposição e o fato de estes artistas facilitarem uma itinerância internacional para o "Panorama".

Destaque para o resgate de Umberto Costa Barros

Outro ponto discutível é o fato de a obra de Cildo Meireles — além do magnífico porém bissexto Umberto Costa Barros — ter sido a única referência efetiva da geração vinda dos anos 70. Como se ele fosse uma ilha poética isolada e marco absoluto para nossa produção atual. Tivesse o curador explorado outras referências, além de Cildo, como Barrio e Antonio Dias, para citar só dois, ele teria alargado, e muito, os horizontes de compreensão de nossa vitalidade e de nosso desarranjo contemporâneos. A obra de Leonilson certamente ficaria mais abrigada historicamente, assim como as de José Damasceno, Fernanda Gomes e mesmo Adriana Varejão.

Deve ser sublinhado, para não ficar apenas nos senões, o importante resgate do artista Umberto Costa Barros, cujas poucas obras realizadas, no fim dos anos 60, fizeram época. Uma pena não ter entrado aqui no Rio a maravilhosa instalação com os bancos articulados em precário equilíbrio, que foi, indiscutivelmente, a grande sensação deste "Panorama" em São Paulo. Além disso, cabe destacar a aposta nos artistas de Brasília Adriano e Fernando Guimarães, que vêm conseguindo realizar, nas suas performances, o difícil casamento de força plástica e presença dramática. O mesmo destaque pode ser dado para a jovem Sara Ramo, cujos dois vídeos, "Ceia" e "Oceano Possível", exploram o conceito da mostra com delicadeza e poesia.

Falta facilitar a relação do público com as obras

A maneira de "expor" os vídeos, de modo a facilitar a relação com o público, é uma questão a ser resolvida. No mínimo, deveria ser possível sentar para vê-los. Os gaúchos Lucas Levitan e Jailton Moreira também realizaram, em dupla, um trabalho inteligente, silencioso e com enorme graça. Inventaram capas de CDs imaginários — porém possíveis — e os expuseram em uma vitrine na loja de discos do próprio Paço, para surpresa dos mais atentos e curiosos. Quem não gostaria de comprar um CD intitulado "Benditos", com Itamar Assunção e Naná Vasconcelos, ou então "Twin hearts", com Lou Reed e Laurie Anderson? A concepção gráfica das capas é primorosa. Entre os três estrangeiros presentes, cabe mencionar a chinesa Kan Xuan, principalmente pelo vídeo com as cebolas desmontadas e remontadas. A desconstrução de uma lógica e de um tempo utilitários, tão entranhados em nossa experiência cotidiana, parece ser o denominador comum dos vários desarranjos poéticos.

No mais, cabe repetir a relevância, para a desprovincianização do nosso circuito de arte, destas interferências curatoriais realizadas por críticos internacionais sérios e de renome. Só assim conseguiremos de fato uma inserção mais afirmativa e abrangente da arte brasileira.

Posted by Patricia Canetti at 11:18 AM | Comentários(2)
Comments

eterna reincidencia de nomes e o nao questionamento da pertinencia da leitura(do curador)sao assuntos graves.
Morte a explicaçoes auto-suficientes.
valeu cara.

Posted by: simon at janeiro 23, 2004 2:10 PM

oi, preciso do contato dos irmão adriano e fernando para uma pesquisa. alguém se habilita ?
obrigado

Posted by: fabricio at março 20, 2004 2:38 PM
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