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outubro 24, 2016

Collapsible Structures por Allegra Sallé

Collapsible Structures

ALEGRA SALLÉ

Julio Villani - Collapsible Structures, Galeria Mercedes Viegas, Rio de Janeiro, RJ - 29/09/2016 a 29/10/2016

O que não é fixo não é nada, o que é fixo, está morto.
Paul Valéry, Cahiers

A série de telas, colagens sobre papel e esculturas apresentadas por Julio Villani, mostram sua exploração de um campo de ação intermediário, oscilando continuamente entre o plano e o espaço, entre o móvel e o estável.

Nas esculturas da série Collapsible, tubos metálicos atravessados por um fio formam as arestas de um sólido de faces transparentes. Os ângulos não são fixos, permitindo a escultura adotar quantidade de formas diferentes: “desenho rígido transformado em objeto maleável”, diz o artista. Seu estado não é indefinido, é indefinitivo : um entre-dois consubstancial à obra de Villani.

A linha que estrutura as esculturas é, nas pinturas e colagens, traçada com grafite ou carvão; orgânica, ela nunca é completamente reta nem totalmente retesada, e muito deve à geometria sensível dos neoconcretos. Sobretudo nota-se que ela se estende bem além do quadro – que é meramente a porção de um todo que Villani nos dá a ver, situado entre um começo invisível e um fim imaginário.

A estabilidade que confere a moldura ao quadro é igualmente relativa: os diversos chassis que compõem as obras admitem regularmente ser intervertidos, a composição transformar-se. As telas deslizam de uma posição à outra durante sua elaboração pelo artista, que embaralha e reembaralha as cartas enquanto avança. Uma montagem especifica é favorecida no final, mas as obras portam frequentemente, de maneira intrínseca, a possibilidade da variação.

Nas colagens, a aposição dos recortes embebidos em tinta a óleo sobre o suporte deveria marcar o começo da vida da obra enquanto composição fixa, imutável. Deveria, mas não o faz: o suporte (papel Ingres ou antigos manuscritos em papel chiffon) foi selecionado para permitir que o médium continue operando mudanças na obra bem depois de ela ter sido assinada. Composição viva, contendo intrinsicamente a possibilidade da evolução.

A obra de Julio Villani como um todo parece assim se elaborar segundo um sistema de construção (mental) em torno da relatividade da fixidade. Como suas esculturas de contorno instável, também as composições pictóricas são atravessadas por um subtítulo genérico: collapsible architectures. O anglicismo se impõe, já que os vocábulos “dobrável” e “desmontável” não comportam a dimensão imprevisível do adjetivo inglês: aquele que contém o colapso, que pode desmoronar à qualquer momento. Esta instabilidade potencial é o nó do projeto de Villani.

Pela interrupção contínua do movimento, através do deslizamento que reside entre o entre o “fixo” e o “vivo”, o artista busca um estado lhe permitindo manter-se em suspenso, o maior tempo possível, em um entre-dois: neste eterno vaivém, vetor de permuta incessante, em cujo âmago tudo se dá.

Allegra Sallé

Posted by Patricia Canetti at 1:46 PM