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julho 5, 2006

A virada social na arte: Uma nova vanguarda?, por Juliana Monachesi

phil collins 2.bmp

A virada social na arte: Uma nova vanguarda?

JULIANA MONACHESI

As práticas colaborativas na arte configurariam uma nova vanguarda no cenário da produção contemporânea? Esta é a pergunta que muitos teóricos, críticos, artistas e interessados em geral vêm se fazendo ao longo dos últimos meses no Brasil e no mundo. Veja-se a edição de março da revista norte-americana Artforum, por exemplo. Em artigo intitulado "The social turn: collaboration and its discontents", Claire Bishop enumera experiências de "arte experimental engajada no contexto público", tais como a Social Parade do artista Jeremy Deller para mais de 20 organizações sociais em San Sebastian (2004), a clínica de aborto flutuante A-Portable, do ateliê Van Lieshout (2001), o projeto da artista Jeanne van Heeswijk de transformação de um shopping center abandonado (Roterdã, 2001-2004) em centro cultural, entre outros. Bishop relata a eclosão de práticas artísticas coletivas que ficam no limiar entre arte e eventos sociais, publicações, performances ou workshops. E coloca a pergunta: quais seriam os parâmetros críticos para analisar uma tal produção do ponto de vista estético?

"Estas práticas estão menos interessadas em uma estética relacional do que nas conquistas criativas da atividade colaborativa -seja na forma de trabalhos com comunidades pré-existentes ou de estabelecer uma rede interdisciplinar própria. (...) e mesmo figuras bem-sucedidas comercialmente como Francis Alÿs, Pierre Huyghe, Matthew Barney e Thomas Hirschhorn voltaram-se para colaborações sociais como uma extensão de suas práticas conceituais ou escultóricas. (...) Todos estes trabalhos estão ligados à crença na enriquecedora criatividade da ação coletiva e das idéias compartilhadas", escreve a crítica da Artforum. Ela recorre a textos hoje canônicos de Miwon Kwon [One Place After Another: Site-Specific Art and Locational Identity] e Nicolas Bourriaud [Relational Aesthetics] para apresentar o problema: "Arte é um lugar que produz sociabilidades específicas" e as práticas participativas na arte re-humanizam ou desalienam a sociedade fragmentada pela instrumentalização repressiva do capitalismo.

Obras que aportam uma tal resistência (ao sistema da arte e ao sistema sócio-político e econômico) estariam imunes a julgamentos estéticos? Bishop responde "sim": O tipo de crítica séria que surgiu em relação à arte colaborativa demonstra que a "virada social na arte contemporânea" produziu uma "virada ética na crítica de arte", ou seja, artistas são "julgados" pela maneira com que trabalham junto às comunidades que elegem. Eles exploram os envolvidos nos projetos ou de fato promovem um trabalho colaborativo consensual? Para a curadora sueca Maria Lind, o grupo turco Oda Projesi, que trabalha junto a comunidades próximas diluindo ao extremo a "autoria" da obra ao delegar todas as decisões aos participantes, configura uma prática mais ética do que aquela protagonizada por Hirschhorn em seu Bataille Monument, em que os participantes foram pagos para executar o "monumento" ao invés de co-criarem a obra -o que, para Lind, configuraria uma espécie de "pornografia social".

Bishop segue então defendendo que as experiências do Oda Projesi não são arte e que um trabalho como o de Phill Collins [They Shoot Horses, 2004, reproduzido na imagem acima], que em uma residência em Jerusalém pagou nove adolescentes para protagonizar uma maratona de dança em Ramallah, dançando durante oito horas ao som de pop hits das últimas décadas. "Os adolescentes são hipnóticos e irresistíveis ao se moverem da animação exuberante ao tédio e, finalmente, à exaustão. As letras banais da trilha sonora adquirem conotações pungentes à luz da resistência dos jovens tanto à maratona quanto à interminável crise política na qual estão presos. (...) A decisão de Collins de apresentar os participantes como adolescentes globalizados torna-se clara quando consideramos as questões ouvidas ao assistir o vídeo em público: 'Como é que os palestinos conhecem Beyoncé? Como é que eles estão usando Nike?' Ao evitar uma narrativa diretamente política, Collins demonstra como este espaço é repleto de fantasias geradas pela disseminação midiática de imagens do Ocidente", escreve Bishop.

Não é preciso ir mais longe no brilhante artigo de Claire Bishop nem conhecer de perto os trabalhos do grupo turco ou do tal Phill Collins para concordar: promover piqueniques em pequenas comunidades carentes na Turquia não é arte, apropriar-se do clássico livro de Horace McCoy [A Noite dos Desesperados], por sua vez transformado em filme por Sydney Pollack [They Shoot Horses, Don't They?, 1969], e adaptar o desespero vivido pelos pobres miseráveis que dançam até o limite de suas forças por uns poucos trocados para a especificidade de um território em guerra ininterrupta, apresentando os paradoxos da convivência entre local e global ali, é -indiscutivelmente- arte.

Posted by Juliana Monachesi at 11:51 PM | Comentários(1)
Comments

É indiscutivelmente arte, mas não é colaborativa.
Não será possível uma arte verdadeiramente artística E verdadeiramente colaborativa?
Claire Bishop é mesmo apocaliptica nesse sentido, mas e você, Juliana?

Posted by: Thaíse Nardim at dezembro 29, 2009 7:17 PM
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