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abril 10, 2016

Milton Machado na Nara Roesler, Rio de Janeiro

Galeria Nara Roesler Rio de Janeiro apresenta X, primeira exposição de Milton Machado na GNR RJ e a terceira na Galeria Nara Roesler, com trabalhos fotográficos que abordam a cultura contemporânea com a sagacidade única de Machado

[Scroll down for English]

Milton Machado estreia na Galeria Nara Roesler do Rio de Janeiro com X, primeira individual do artista desde a retrospectiva Cabeça, que exibiu em 2014 e 2015 seus 45 anos de carreira nos CCBBs do Rio e de Belo Horizonte. A mostra X, com abertura no dia 14 de abril, aborda com uma perspicácia muito particular ao artista, os aspectos da cultura contemporânea por meio de um vídeo e de vários trabalhos fotográficos. Nestes, a justaposição e a clivagem de elementos e cenários enfocados tanto pelas lentes de Machado quanto por outros artistas (por apropriação) sugerem narrativas não lineares e abertas.

A produção de Milton Machado é plural, com incursões em suportes variados. É o caso do desenho, usado mais enfaticamente por Machado no início de sua carreira, nos anos 1970, por meio do qual criava projetos de cidades aparentemente coerentes, mas na verdade impossíveis. Ao longo de sua trajetória, passou a fazer instalações de grande escala; a apropriar-se de mobiliário de escritório, como os gaveteiros de metal que empilhava como escadas; a usar a fotografia e o vídeo.

Nesta mostra, ele reúne trabalhos fotográficos produzidos entre 1995 e este ano. O que está em jogo aqui não é a fotografia, pois o próprio artista não se entende como fotógrafo, mas a produção de sentidos múltiplos pela junção de signos e elementos os mais diversos. Como em outras exposições de Machado, a totalidade das obras não é irrelevante: por meio dela, o artista adiciona uma camada a mais de interpretação, na produção de um sentido global pela somatória das imagens, a exemplo de um mosaico de peças desiguais que se conectam por suas similaridades e paradoxos. As narrativas podem ser isoladas em cada obra ou vistas como uma grande história, na articulação entre os trabalhos.

Nas palavras do artista, “X. Cancelamentos? Rasuras? Empresas falidas? Nem tanto. Aqui, nessa sequência marota de oposições, isso x aquilo visa às multiplicações e potencializações. Em outras palavras, intensidades. Tipo Descartes x Montaigne, Rubens x Poussin, Frajola x Piu-Piu, vassouras x espelhos, raios x rios, moscas x manequins. Talvez seja o caso de admitir que tratamos – recorrendo a essas tantas narrativas fotográficas – com uma negociação produtiva entre diferenças.”

Um exemplo é o trabalho Realismos (França, 1886 / Santa Teresa, Rio, 2005). Nele, uma fotografia de duas moças dormindo num amontoado de lençóis, no fundo de um quintal mal-ajambrado, é posta lado a lado com uma pintura de Courbet. O efeito de aproximação entre ambas é obtido pela simetria entre linhas geométricas, figuras e posturas, embora as cenas sejam totalmente discrepantes. Casamentos, faróis de carros, um manequim com uma mosca pousada no rosto, uma lanchonete, um pote de mel que funciona como chamariz para abelhas: os códigos embaralham-se e produzem narrativas de acordo com o interlocutor. Na mira, a lógica formal que condiciona o pensamento contemporâneo à instrumentalização, por meio da repetição do cânone.

Completam a lista de obras os trabalhos American Beauty (5th Avenue, NY, 2015); Duplo (Gray’s Papaya, NY, 2010); Michelangelo com Faróis (Metropolitan Museum, NY, 2010); Green Cap Loop Drive (Central Park, NY, 1995); Judd’s Drawing Lesson (NY, 2010); Body Pressure (Berlin 2013); Beuys Dormindo (PROA, Buenos Aires, 2014); Fraulein (Roupa molhada de jovem mulher, Joseph Beuys, 1985/Santa Teresa, Rio, 2014); Prince (NY, 2010); Sweep (São Paulo, 2013); New York Cars (NY, 2013); Two Weddings (San Francisco, 2012); Dupla Exposição (NY, 2015); Gradações Extremas na Categoria dos Instantâneos (1974), Um Passo Atrás (San Francisco, 2012); Bond Cab (Londres/Rio, 2001), The Last Land (Bienal de Veneza, 2005); Stray Bullets [Balas Perdidas] (Rio de Janeiro, Londres, NY, 1996-...); Raio x Rio (Ilha do Contrato, Baía de Camamu, Bahia, 2008-09).

Milton Machado nasceu em 1947, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Participou das 10ª, 19ª e 29ª edições da Bienal de São Paulo (1969, 1987 e 2010) e da 7ª e 10ª edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2009 e 2015). Seu trabalho integra coleções públicas como: Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Niterói, Brasil; LP Morgan Chase Manhattan Bank, Brasil; MAR - Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil; Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu de Arte de Belo Horizonte, Belo Horizonte, Brasil; University of Essex, Essex, Inglaterra; Museo de Arte de Lima, Lima, Peru; Museo Civico di Arte Contemporanea, Gibellina, Itália; e da Daros Foundation, Zurique, Suíça.


Galeria Nara Roesler Rio de Janeiro presents X, Milton Machado’s first exhibit at GNR RJ and his third at Galeria Nara Roesler, featuring photographic works that approach contemporary culture with Machado’s peerless sagacity

Milton Machado is set to debut at Galeria Nara Roesler in Rio de Janeiro with X, his first solo show since Cabeça, a survey spanning 45 years of his career held in 2014 and 2015 at the CCBB in Rio and Belo Horizonte. Opening on April 14, the show X offers the artist’s uniquely sharp-witted take on aspects of contemporary culture, featuring a video and several photographs. The juxtaposition and interspersion of elements and sceneries shot by Machado and other artists (by appropriation) suggest non-linear, open-ended narratives.

Milton Machado’s production is plural, with incursions into myriad materials. One example is drawing, which Machado employed more emphatically at the onset of his career, in the 1970s, to create seemingly coherent cities that were really impossible. As his career progressed, he took to creating large-scale installations; to appropriating office furnishing, like the metal drawer units he would pile up as staircases; and to using photography and video.

This exhibit features photographic works created between 1995 and this year. What’s at stake here isn’t photography, since the artist doesn’t even consider himself a photographer, but the production of multiple meanings through the conflation of a wide variety of signs and elements. As in past shows by Machado, the totality of the artworks is not irrelevant; through it, the artist adds yet another layer of interpretation to the building of a global meaning through the summation of images, like a mosaic of unequal pieces that connect in their similarities and paradoxes. The narratives can be isolated within each piece or seen as an overarching story, in the articulation between the artworks.

In the artist’s words, “X. Cancellations? Erasures? Bankrupt businesses? Not so fast. Here, in this sly sequence of oppositions, this x that concerns multiplication and potentialization. In other words, intensity. Like Descartes x Montaigne, Rubens x Poussin, Sylvester x Tweety Bird, broomsticks x mirrors, lightning x rivers, flies x mannequins. Maybe it’s about time we admit that we are dealing – in resorting to these multiple photographic narratives – with a productive negotiation between differences.”

A case in point is Realismos (France, 1886 / Santa Teresa, Rio, 2005). A photograph of two women sleeping amid crumpled sheets, in the back of a messy backyard, is shown next to a painting by Courbet. A parallel is drawn between both images through the symmetry of geometric lines, figures and postures, even though the scenes are completely different. Weddings, car headlights, a mannequin with a fly on its face, a snack bar, a honey jar that attracts bees: the codes enmesh and produce narratives tailored to each interlocutor. The scope is set on the formal logic that reduces contemporary thinking to a tool, via the repetition of the canon.

The list goes on with American Beauty (5th Avenue, NY, 2015); Duplo (Gray’s Papaya, NY, 2010); Michelangelo com Faróis (Metropolitan Museum, NY, 2010); Green Cap Loop Drive (Central Park, NY, 1995); Judd’s Drawing Lesson (NY, 2010); Body Pressure (Berlin 2013); Beuys Dormindo (PROA, Buenos Aires, 2014); Fraulein (Roupa molhada de jovem mulher, Joseph Beuys, 1985/Santa Teresa, Rio, 2014); Prince (NY, 2010); Sweep (São Paulo, 2013); New York Cars (NY, 2013); Two Weddings (San Francisco, 2012); Dupla Exposição (NY, 2015); Gradações Extremas na Categoria dos Instantâneos (1974), Um Passo Atrás (San Francisco, 2012); Bond Cab (London/Rio, 2001), The Last Land (Venice Biennale, 2005); Stray Bullets [Balas Perdidas] (Rio de Janeiro, London, NY, 1996-...); Raio x Rio (Ilha do Contrato, Baía de Camamu, Bahia, 2008-09).

Posted by Patricia Canetti at 5:33 PM