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agosto 29, 2012

Waltercio Caldas: O Ar Mais Próximo e Outras Matérias

Mostra Itinerante do artista Waltercio Caldas:

  • Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre - 2 de setembro a 18 de novembro de 2012
  • Pinacoteca do Estado de São Paulo - 2 de fevereiro a 7 de abril de 2013
  • Blanton Museum of Art, Austin, Texas - 27 de outubro de 2013 a 19 de janeiro de 2014

A Fundação Iberê Camargo se uniu ao Blanton Museum of Art (Austin, Texas) para lançar o mais abrangente olhar à carreira do celebrado artista brasileiro Waltercio Caldas. Com a mostra Waltercio Caldas: O Ar Mais Próximo e Outras Matérias, mais de quatro décadas da sua produção serão reunidas pela primeira vez. Um total de 87 obras, entre instalações, esculturas, objetos e desenhos, entram em exibição a partir de 1º de setembro de 2012 na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre e em 2013 segue para a Pinacoteca de São Paulo e no ano seguinte para o Blanton Museum of Art , uma instituição conhecida por sua sólida e importante coleção de arte latino americana. Alguns trabalhos recentes ainda são inéditos ao público.

Em cada uma dessas instituições, a mostra vai proporcionar uma experiência nova e única, pois a arte de Caldas responde ativamente ao ambiente arquitetônico em que está inserida. “Cada instituição tem salas e ambientes diversos, o que modifica a quantidade de obras nos espaços disponíveis. A arquitetura de cada lugar também sugere soluções diferentes para cada conjunto e a diversidade destas soluções, eu espero, certamente me trará muitas surpresas”, enfatiza.

Waltercio Caldas está sempre envolvido com a montagem das suas exposições. Em sua primeira visita ao edifício da Fundação Iberê Camargo, investigou os espaços do terceiro e do quarto andar que irão abrigar a exposição. Neles, planeja estabelecer relações entre trabalhos de várias épocas e com características diversas: “A arquitetura do prédio é desafiadora e isto é muito estimulante. Familiarizei-me com os espaços criados pelo Álvaro Siza na ocasião da minha mostra no Centro Galego de Arte em Santiago de Compostela, o primeiro museu projetado por ele, e tive muito prazer em trabalhar nos espaços não ortogonais daqueles ambientes. Espero repetir essa experiência em Porto Alegre.“

Há décadas, Waltercio Caldas é tido como um dos maiores nomes da arte contemporânea no Brasil, com um trabalho reconhecido muito além das fronteiras nacionais. Os curadores Gabriel Pérez-Barreiro, responsável pelo departamento de arte latino-americana do Blanton entre 2002 e 2007 e atual diretor da Colección Patricia Phelps de Cisneros, Venezuela/Nova York, e Ursula Davila-Villa, curadora adjunta do Blanton Museum of Art com passagem pelo Guggenheim de Nova Iorque, lançaram-se sobre todo o corpo de trabalho do artista, desde a década de 1960 até o presente, para investigar o lugar de Caldas na arte brasileira e no cenário internacional, procurando traduzir o seu pensamento único sobre a arte. Para isso, recorreram a coleções públicas e privadas selecionando obras representativas da prolífica carreira do artista. Dentre as mais recentes, nove permanecem inéditas no Brasil: Eureca, O que é mundo, Verde por Dentro, Planisfério, Talco, Donde, O Ovo, Azul de Superficie e Asas.

Para Pérez-Barreiro, o trabalho de Waltercio é imediatamente reconhecível como seu e ao mesmo tempo escapa a qualquer categorização. O artista funde referências do minimalismo, da abstração geométrica brasileira e da arte conceitual, sem que se encaixe em nenhum desses movimentos.

Waltercio desafia os hábitos visuais do público ao propor novas percepções do espaço ocupado pela obra de arte na galeria. Alguns de seus objetos de mármore, vidro, madeira ou aço exibem superfícies que refletem o entorno, outros obedecem a lógica da transparência, convidando um olhar que os atravesse. Aquário completamente cheio (1981), um recipiente de vidro quase transbordando com água, une essas duas características: reflete o espaço circundante como um espelho e funciona como uma lente para ver o que está por trás sob uma perspectiva diferente.

Ao dialogar com o ambiente onde está inserida, a arte de Caldas requisita a imaginação do observador. O significado das peças surge na interação com o visitante, que é estimulado a engajar seus sentidos numa experiência corpórea e intelectual. Escultura em granito (1986), por exemplo, é um retângulo negro arqueado que se equilibra sobre suas extremidades. As superfícies curvas criam a ilusão de que um material pesado como o granito sólido pode levitar sem esforço algum e traem a nossa compreensão tanto da densidade da pedra quanto da Lei da Gravidade.

De fato, leveza e economia são qualidades marcantes nas obras de Caldas, cujo objetivo declarado é produzir um trabalho presente ao máximo através da ação mínima. Mesmo em obras com vários elementos, estes costumam se reduzir à uma simplicidade geométrica: são círculos, retas e pontos que conversam entre si em composições harmoniosas que a co-curadora Ursula Davila-Villa compara a arranjos musicais. “Realmente, a sua arte desempenha no espaço da mesma forma que a música: ela exibe uma grande presença etérea e uma quase absoluta ausência física”.

Elegantes, as obras de Caldas atraem o visitante por sua beleza e logo o envolvem em questões conceituais ligadas ao espaço e ao tempo. Essas preocupações estão presentes na paradigmática instalação que dá nome à mostra: O Ar Mais Próximo, de 1991. Nela, fios de lã coloridos pendem do teto modelando dois delicados arcos invertidos que cortam o ar e se cruzam em apenas um ponto. Esse eixo varia toda vez que o trabalho é instalado, pois Caldas redesenha o arranjo geométrico respondendo às paredes, janelas, luz e escala de cada ambiente onde é montado.

Se o espaço das obras de Caldas é incerto, o tempo para experienciá-las também se pretende diferente: “É desacelerado o suficiente para permitir a dúvida, estranhamento, questionamento e, em última análise, a criação de um novo significado”, coloca Pérez-Barreiro.

Outra parte importante da produção de Caldas são os livros de artista, nos quais a palavra escrita é usada de forma lúdica e se destacam assuntos como história da arte, filosofia e sistemas de conhecimento. O livro Velázquez (1996) resgata algumas de suas questões favoritas como a presença e a ausência, a realidade e a ilusão. Usando Photoshop, Caldas manipulou os textos e as imagens de um livro didático de história da arte removendo a nitidez de palavras e imagens, além de apagar figuras humanas de todas as reproduções transformando o ambiente de quadros como “As Meninas” em salas vazias. Dessa maneira, ele questiona a autoridade do livro como principal meio pelo qual conhecemos Velázquez, em oposição ao encontro físico com suas próprias pinturas. Pérez-Barreiro enxerga este trabalho como uma crítica institucional, mas também uma “homenagem à história da arte, e às maneiras nas quais artistas como Velázquez podem continuar a apresentar problemas interessantes para o mundo contemporâneo. O trabalho é uma conversa com o passado, em vez de um simples comentário sobre ele, e é isto que lhe concede tanto poder.”

Um olhar compreensivo ao conjunto da obra de Caldas evidencia não apenas o quão variada é a sua prática, mas também como o ambiente de exposição é capaz de afetá-la. “Creio que esta seleção realizada pelos curadores é bastante representativa de minha atividade artística e até mesmo aponta para alguns desdobramentos que, para minha alegria, já posso ver no horizonte. É isto que espero de uma exposição como esta: novas situações e novas soluções plásticas", conclui Waltercio.

Waltercio Caldas

Nasceu no Rio de Janeiro em 1946. Já expôs individualmente no Museu de Arte Moderna no Rio, na Kanaal Foundation, Bélgica, no Stedelijk Museum em Amsterdã, e na Christopher Grimes Gallery em Santa Monica, entre outros espaços. Waltercio Caldas participou da Bienal de Veneza em 1997 e 2007, assim como de múltiplas Bienais do Mercosul e de São Paulo. Seu trabalho está nas coleções do Museum of Modern Art, Nova York; Blanton Museum of Art, University of Texas, Austin; National Gallery of Art, Washington, D.C.; Museu de Arte Moderna, São Paulo; Colección Patricia Phelps de Cisneros, Venezuela/Nova York; e Bruce and Diane Halle Collection, Scottsdale, entre outras.

Posted by Patricia Canetti at 6:09 PM