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maio 31, 2019

Sandra Antunes Ramos na Mul.ti.plo, Rio de Janeiro

No dia 4 de junho, a artista visual Sandra Antunes Ramos inaugura a mostra Costuras, na Mul.ti.plo Espaço Arte. A individual reúne cerca de 30 pinturas em pequenos formatos, que misturam tinta a óleo e costura sobre papel. Nas obras, Sandra trabalha tanto a questão pictórica, com blocos de cor, sua marca registrada, como rompe com isso, com linhas fluidas costuradas, que remetem ao corpo feminino. São obras delicadas, tanto no formato quanto no acabamento, que tentam equilibrar o geométrico e o orgânico, a rigidez e a fluidez. A mostra fica em cartaz até 11 de julho.

Sobre o papel, base conceitual do trabalho da artista, Sandra utiliza folhas de ouro, chapas de cobre e latão, tinta a óleo, tinta acrílica metalizada, caneta metalizada, cera para dourar e linhas metalizadas, material que a artista garimpa em suas viagens. As pinturas, em média de 21 x 21 cm, são, em sua maioria, quadradas e dividas em três planos. O primeiro, mais pictórico, pintado a óleo, carrega certa profundidade. O segundo é composto por um traçado de linhas que formam uma renda geométrica, que parecem pular para fora do papel. E, por fim, unindo esses dois planos antagônicos, como numa sutura, rompem traços orgânicos de estudos que a artista realiza há anos a partir da observação de modelo vivo em movimento.

Uma das características da obra de Sandra Antunes Ramos são os pequenos formatos. “Essa escala me é familiar e faz muito sentido para o meu trabalho, pois é a escala da mão, da mão que borda, da mão que pinta, da mão que colore compulsivamente até obter uma camada uniforme, quase contrária ao que o material inicialmente propõe”, explica a artista, que abdica do pincel. “Eu pinto com os dedos. O material mais forte que uso é o bastão oleoso, que espalho com a mão”, revela Sandra. Pequenas e delicadas, as pinturas da artista resultam de um processo de fazer lento e minucioso. “O papel é mais frágil do que a tela. Além disso, uso papéis finos, transparentes, que marcam, vincam, reagem mais. A tinta a óleo, mesmo no papel, demora muito para secar e uso diversas camadas. Depois vem a costura, que é lenta também”, explica Sandra.

Para o crítico de arte Alberto Tassinari, Sandra cria peças “no tamanho das coisas que a mão pega”. A arte de Sandra pede contemplação, são trabalhos mais condizentes com um canto sereno de uma casa ou algo equivalente. “Precisam ser olhados de perto. Caso contrário, não pulsarão. Ao aproximar-se deles, é como se o olhar os abrisse com uma grande angular. Ou, ainda, com o foco fechado, ora aqui, ora ali, na superfície de seus movimentos infindáveis. Não enchem a sala, mas inundam o olhar”, explica Tassinari.

Segundo o artista Paulo Pasta, o trabalho de Sandra organiza-se a partir de “uma indefinição muito poderosa, entre o reconhecível e o criado, um lugar entre a figuração e a abstração. E esse lugar ‘entre’ parece algo pessoal e diferente de muita coisa que hoje se vê por ai”. Ele fala também de sua relação com os pigmentos: “Sandra vai descobrindo as cores do desenho à medida que o vai construindo, um pouco como caminhar no escuro. E suas relações de cores possuem também um gosto muito próprio, igual ao seu espaço: são inesperadas, ousadas. Mas principalmente muito vividas e experimentadas”, finaliza.

É a segunda individual da artista no Rio de Janeiro, sendo a primeira em 2014, também na Mul.ti.plo. "Sandra nos mostra como uma artista contemporânea pode retomar o gesto manual como condição de uma escolha do seu consciente processo criativo. As silhuetas costuradas por Sandra fogem às obviedades, insinuam um corpo de enigmas. Desconcertante campo da delicadeza", explica Maneco Müller, sócio da Mul.ti.plo.

Sandra Antunes Ramos nasceu em 1964, em São Paulo, SP, onde vive e trabalha. Sua trajetória em arte visual começou tardiamente. Dedicou-se por cerca de dez anos à atividade de educadora. Posteriormente, migrou para as artes gráficas, onde realizou diversos desenhos de livros e capas. Como designer, teve uma larga experiência na diagramação e no desenho de livros de arte. Em 2014, realizou sua primeira individual, na galeria Mul.ti.plo Espaço Arte, no Rio de Janeiro, com curadoria de Alberto Tassinari. Em 2016, realizou uma exposição individual na Galeria Millan, voltando a expor lá em 2017, em uma coletiva no espaço Anexo Millan. Participou de exposições coletivas, como paratodos 2 (2017), na Carpintaria, Rio de Janeiro, e a mostra impávido colosso (2019), n’A Mesa, também na capital carioca.

Posted by Patricia Canetti at 4:06 PM