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junho 22, 2018

Ana Kesselring no Paço Imperial, Rio de Janeiro

Depois de dois anos sem expor no Brasil, artista apresenta peças, tridimensionais, em cerâmica

A artista visual Ana Kesselring abre, no dia 28 de junho, quinta, às 18h30, a exposição inédita Corpos Estranhos, no Paço Imperial. A mostra apresenta cerca de 15 esculturas em cerâmica, produzidas entre 2016 e 2018, entre São Paulo e Lisboa, criadas especialmente para esta exposição. O processo de produção é de cerâmicas de várias procedências, brasileiras e portuguesas, esmaltadas em alta temperatura. As esculturas estarão expostas sob plintos e pranchas em madeira, em um projeto de montagem exclusivamente criada pela artista e pelo arquiteto Alvaro Razuk para esta exposição.

Morando na Europa há 12 anos, desde que ganhou a Bolsa Cité des Arts, em 2006, da FAAP, e passou a residir e trabalhar em Paris, Ana fica entre Lisboa – onde vive atualmente – e São Paulo, e, agora, Rio. Na capital paulista, a artista apresentou sua última individual, intitulada “Os corpos do mundo”, sobre as possibilidades de representação do corpo em sentido expandido, também com a utilização da cerâmica.

A cerâmica sempre agradou a artista, mas foi em 2014, quando se mudou para Lisboa, que a motivação em trabalhar com este material se intensificou. “Mudei-me para Portugal para ingressar em uma residência artística numa escola de arte chamada Ar.Co, onde comecei a desenvolver estas peças. Até hoje faço meu trabalho num atelier dentro desta escola, que é em Almada, do outro lado do rio Tejo, e é muito prestigiada. Os principais artistas portugueses passaram por ela. Nesta exposição de agora, no Paço, o público vai poder ver esculturas individuais que se conectam e dialogam, sempre tendo em comum uma temática, que tem a ver com o corpo”, explica a artista.

Em Paris, Ana Kesselring já tinha começado a voltar sua atenção para a porcelana, mas foi mesmo em Portugal que ela sentiu a necessidade de se expressar tridimensionalmente. “Algumas mostras que vi em Paris, me despertaram para cerâmica, como o trabalho do belga Johan Creten, da sueca Clara Kristalova ou da artista Ana Maiolino, que vi na Documenta de Kassel”, diz. Também o trabalho do ceramista português Bordalo Pinheiro foi uma influência forte. Este uso da cerâmica segue uma tendência da arte contemporânea atual, na qual o material tem sido cada vez mais procurado pelos artistas.

Também em Paris Ana começou a trabalhar em torno da questão do corpo. Em “Corpos Estranhos”, há uma relação entre as formas desenvolvidas pela artista e diversos corpos: humano, animal, vegetal, mineral, já que as esculturas que ela executa se dão em grande parte a partir de moldes que ela faz de legumes, frutas, pedras, conchas, ossos moldados e outros elementos da natureza. “Estas formas que eu coloco e tiro destes moldes, eu monto no que chamo de ‘Barrigas’ ou nas ‘Colunas’, e nas outras peças. O resultado disso acaba tendo analogias como o corpo humano visto por dentro, como uma anatomia, mas desorganizada, ou reorganizada e inventada por mim.

Eu construo ‘corpos’ supostamente de seres vivos, que lembram órgãos internos, usando elementos da natureza ‘estranhos’ a estes corpos”, fala, deixando interpretações no ar. É um corpo no sentido expandido, pois a artista acredita que tudo está interligado, ou seja, o corpo humano está inexoravelmente ligado ao corpo dos vegetais e dos animais.

Ligia Canongia, que assina o texto de parede e o texto crítico desta mostra, escreve: “A transfiguração dos seres reais nas agregações obscuras e ambivalentes de Ana Kesselring - ao mesmo tempo, naturais e artificiais, familiares e bizarras, rígidas e sensuais - atesta não somente o estranhamento produzido pela troca de seus contextos lógicos, como, principalmente, pela capacidade poética de fazer a realidade delirar e sair de sua estratificação normal. O que antes eram simples vegetais, frutas, mariscos ou conchas, ganha excentricidade e se envolve em uma atmosfera absurda, comparável à das figuras espantosas de Arcimboldo ou às deformações surreais.

Cada espectador é único e, portanto, muitas visões distintas vão surgir. Cada olhar é próprio e, sendo assim, diversas analogias se fazem necessárias. E esta também é a ideia da mostra: deixar o público livre para interpretar o que mais se adequa ao seu olhar no momento. “Há muitas maneiras de ver aquelas esculturas ou, se quisermos, aqueles corpos, ou aquelas peças, por vezes abertos, como que mostrando as vísceras - num paralelo do que acontece inclusive hoje de violência na cidade, mas também através de uma questão mais ecológica, que é a conexão do homem com a natureza e com o mundo natural que a civilização moderna perdeu e vem tentando resgatar. O artista nunca cria a partir de uma única ideia, há vários elementos que determinaram que eu chegasse a estes trabalhos”, finaliza Ana Kesselring.

Mais sobre a artista
Graduada em 2006 pela FAAP – Fundação Armando Alvares Penteado, São Paulo, Brasil. Antes desta data realizou exposições em diversos locais, como no Centro Cultural São Paulo e no Centro Universitário Maria Antonia. Em 2007, recebeu pela mesma FAAP a Bolsa Cité Internationale des Arts em Paris, França, com subvenção para produção de seu trabalho. Em Paris, onde viveu até 2014, na mesma época realizou individual, na Sycomoreart Galerie e na Cité des Arts, em Paris. Participou, ainda, coletivas como “Mundo Sem Molduras”, no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, entre outras. Nos anos seguintes, completou Mestrado na Université Paris VIII. Vive atualmente entre São Paulo e Lisboa, onde desenvolve pesquisa em cerâmica na AR.CO. Expõe regularmente na Europa e no Brasil, e seu trabalho faz parte de coleções neste eixo.

Posted by Patricia Canetti at 11:32 AM