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dezembro 8, 2016

Hallstatt no Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo

Hallstatt toma a noção de dualidade como ponto de partida para uma reflexão sobre o significado da repetição de signos, imagens e formas no contexto contemporâneo. A ideia de dualidade estrutura o pensamento ocidental desde o mito fundador da criação, estabelecendo-se como tema recorrente na literatura e na psicanálise a partir do século XIX. A exposição reúne a obra de treze artistas que, em suas práticas, lidam com o duplo por meio de diferentes estratégias, seja em seu entendimento mais fundamental – através de simetrias formais – ou filosóficos e existenciais: o duplo como um estado alterado de percepção, cópia, reciclagem ou índice de realidades paralelas. Ao propor mais questões do que respostas definitivas, a mostra visa ampliar a discussão em torno do tema, tão urgente em um momento em que verdades absolutas são cada vez mais propagadas – e o lugar da verdade, cada vez mais difícil de se identificar.

[scroll down for English version]

Alexandre da Cunha (Belo Horizonte, 1969. Vive em Londres), é mais conhecido por esculturas que revisitam e ressignificam objetos cotidianos. Suas telas – que o artista enxerga antes como esculturas de parede do que como pinturas – seguem a mesma lógica ao incorporar materiais como esfregões, chapéus, conchas e escovas. A série Amazons (2014 – em andamento) tem como matéria prima toalhas de praia com estampas extravagantes. Cada uma das obras de Amazons reúne um grupo de toalhas a princípio idênticas, que Da Cunha tinge – dando a cada parte diferentes graus de nitidez – e costura em sequência, enfatizando noções de acúmulo e repetição. A ideia de repetição é reforçada no vídeo Contratempo (2013), que mostra centenas de imagens de explosões coletadas pelo artista na internet.

Amie Siegel (Chicago, 1974. Vive em Nova York) trabalha majoritariamente com instalações audiovisuais que lidam, de diversas maneiras, com noções de dualidade. O vídeo Genealogies (2016) é uma espécie de arqueologia de referências da artista, em que ela articula a ideia de que há sempre citações a outras obras em projetos supostamente originais, tomando O Desprezo (1963) de Jean-Luc Godard, como estudo de caso. O clássico de Godard é também o tema de The Noon Complex (2016) uma projeção dupla acompanhada de um televisor em que ela desconstrói o filme, removendo digitalmente Brigitte Bardot da narrativa. O televisor mostra uma atriz reencenando os movimentos de Bardot, incitando o espectador a um processo dialético de sobreposição de imagens para obter uma narrativa completa.

Candice Lin (Concord, Massachusetts, 1979. Vive em Los Angeles) faz uso de diversos suportes para elaborar uma investigação minuciosa sobre o reino animal, focando sobretudo em fenômenos naturais e microrganismos como fungos e bactérias. Por exemplo, Hormonal Fog (Study #1) (2016, em colaboração com Patrick Staff) consiste em uma máquina de fumaça emitindo periodicamente uma substância que bloqueia a produção de testosterona. A investigação acerca de sistemas reprodutivos é o cerne das colagens que ela mostra em Hallstatt, que reúnem amostras de exceções curiosas no reino animal: hermafroditas, espécies em que o sexo masculino carrega o feto e afins, apontando para a ideia do duplo como a inversão de padrões sexuais pré-concebidos.

As pinturas de Caragh Thuring (Bruxelas, 1972. Vive em Londres), perpassam noções de dualidades através de diferentes gestos. Por exemplo, o híbrido entre um vulcão e uma pirâmide – e, em nível mais fundamental, o tijolo que constitui esse híbrido – é uma imagem recorrente em sua obra. Outras de suas telas são inspiradas por composições de artistas canônicos, como Édouard Manet e Filippo Brunelleschi. Há ainda pinturas que Thuring enxerga simplesmente como duplas, uma precisando da outra para existir. Aqui, a artista mostra três telas quase idênticas nas quais retrata vulcões – versões em bordado de um desenho que ela realizou no início de 2016, que por sua vez é inspirado em gouaches napolitanos do século XIX –, fagocitando a própria obra ao mesclar noções de fundo e figura. Thuring mostra também duas outras telas em que usa tijolos para construir figuras humanas executadas em escalas contrastantes: três homens diminutos posando em David Gandy (2014) e uma mulher agigantada em Brick Lady (2013).

Daniel Sinsel (Munique, 1976. Vive em Londres) incorpora materiais orgânicos como sementes ou peles de animais em composições que perpassam a superfície bidimensional da tela, conferindo-lhes uma qualidade escultórica. Seus primeiros trabalhos, produzidos no início da década de 2000 – muitos dos quais retratavam jovens homens nus ou seminus – já apontavam explicitamente o seu interesse em explorar a noção de erotismo na pintura. Esse tema recorre em toda a sua produção, mesmo nos trabalhos onde a referência é menos evidente. Nas duas obras recentes apresentadas em Hallstatt, por exemplo, o erotismo é evocado a partir da relação criada entre aquilo que está dentro e fora da tela, daquilo que sua superfície oferece ou oculta ao espectador. Além disso, ao incorporar objetos cuja materialidade não é completamente identificável, cria uma espécie de tromp l’oeil que levanta dúvidas sobre o que é realidade ou representação. Pintura/escultura, dentro/fora, realidade/representação são apenas alguns dos dualismos que perpassam a obra de Sinsel, calcada, acima de tudo, no jogo de sedução que o artista estabelece entre espectador e obra.

Na série de esculturas intitulada Lexicon (2012 – em andamento), Iman Issa (Cairo, 1979. Vive entre Cairo e Nova York) revisita obras de arte que são apresentadas na forma de estudos para remakes contemporâneos. Embora retenham os títulos dos desenhos, pinturas, esculturas e fotografias originais, os trabalhos resultantes não são reproduções fiéis ou cópias das obras originais, mas interpretações cujas formas diferem significativamente de suas fontes. Ao propor novas formas para esses trabalhos, Issa busca comunicar algo mais familiar e consistente com sua própria experiência a partir das ideias sugeridas pelos títulos. As esculturas são acompanhadas de legendas museológicas que contém breves descrições dos elementos originais, bem como sua procedência e data, oferecendo pistas sobre a identidade de seus duplos originais sem revelá-los completamente.

Joshua Sex (Dublin, 1985. Vive em Londres) é um pintor e escritor cuja pintura está intrinsecamente ligada a noção de reciclagem. Durante o seu mestrado no Royal College of Arts, em Londres (2011 – 2013), o artista passou a se apropriar de fragmentos de telas descartados nos corredores da universidade, usando-os como base para as suas composições. O que começou por necessidade ou diversão tornou-se um modus-operandi de Sex, que a partir de então passou a sempre necessitar dessas pistas na forma de vestígios para compor suas telas. O artista apresenta um conjunto de cinco pinturas realizadas entre 2012 e 2015.

As esculturas, pinturas, performances e instalações de Manoela Medeiros (Rio de Janeiro, 1991. Vive no Rio de Janeiro) têm como foco o corpo e suas relações com o tempo e o espaço. A alusão à pele e à permeabilidade são elementos recorrentes tanto nos trabalhos em que utiliza seu próprio corpo como nas instalações site-specific em que trabalha sobre as superfícies da parede para criar composições ambientais. Nessas últimas – à exemplo da instalação que a artista desenvolveu especificamente para Hallstatt – Medeiros descasca obsessivamente seções do revestimento das paredes e cria espelhamentos das formas produzidas pela sua ação, às vezes utilizando o próprio detrito de tinta produzido em sua feitura ou elementos tridimensionais incorporados ao trabalho.

As fotografias de Mauro Restiffe (São José do Rio Pardo, 1970. Vive e trabalha em São Paulo) são invariavelmente produzidas por meio de procedimentos analógicos e sempre em P&B, o que lhe permite obter uma gama de tonalidades e texturas muito mais ampla do que na fotografia digital. Ao longo das últimas três décadas, Restiffe desenvolveu um sólido corpo de trabalhos no qual a arte e a arquitetura são assuntos recorrentes. Restiffe participa de Hallstatt com fotografias da série Oscar (2012) e San Marco (2013), criadas em ocasião do funeral de Oscar Niemeyer em Brasília e no Convento de São Marco em Florença, respectivamente. Em ambas as séries, o artista propõe contrapontos, revelando aspectos não vistos em situações específicas: no primeiro caso, ele produz uma documentação subjetiva e íntima de um evento de proporções nacionais, contrastando fortemente com as imagens oficiais que circularam nos meios de comunicação; no segundo, ele desafia as restrições do Convento e rouba fotografias dos claustros com afrescos do Fra Angelico.

Nuno Ramos (São Paulo, 1960, onde vive e trabalha) explora noções de dualidade, mimese, intertextualidade e repetição através de diferentes linguagens e materiais, que vão do texto à imagem, do som à encenação. Em Hallstatt, Ramos apresenta 3 cinzas (Ai, pareciam eternas!), uma instalação efêmera composta por cal, cinza e sal. O artista reproduz no chão do Galpão a linha da fachada de três casas em que morou ­­– a da avó, a da mãe e a casa onde os filhos nasceram – utilizando um pó diferente para cada contorno. Ao longo da exposição, as linhas desmancham-se e rearranjam-se com pisadas e vento. A obra alude a 3 lamas (Ai, pareciam eternas!), instalação site-specific feita por Ramos em 2012 mas, sobretudo, ao deslocamento de lugares afetivos, da memória. Ramos exibe também a obra Un Coup de Dés, que é uma versão em vidro e ácido do poema de Stéphane Mallarmé, Un Coup de Dés Jamais N’Abolira le Hasard (1897), tido como o primeiro poema tipográfico da história. Na versão de Ramos, as lâminas de vidro são sobrepostas, permitindo que os versos, cavados no vidro em ácido, sejam lidos em sua totalidade. O artista contribui ainda com o ensaio Bonecas russas, lição de teatro, publicado originalmente em seu livro Ó, de 2008, e republicado no catálogo da exposição.

Desde o início de sua prática artística há cerca de dez anos, Oliver Laric (Innsbruck, Austria, 1981. Vive em Berlim) toma a cópia, apropriação e ressignificação como nortes de sua obra. Em Hallstatt, Laric mostra duas esculturas que integraram sua exposição recente no Secession, em Viena (Photoplastik, abril – junho de 2016), em que ele produz scans em 3D de obras canônicas – no caso, o Monumento à Auguste Fickert de Franz Seifert (1929) e Polar Bear and Seal, de Otto Jarl (1902) – e os reimprime em poliamida. O artista disponibiliza todos esses scans em um website, onde qualquer um pode baixá-los, apontando assim também para a noção de dispersão.

Tamara Henderson (New Brunswick, Canadá, 1982. Vive no Canadá) produz majoritariamente esculturas e instalações – por vezes funcionais – que ela imagina enquanto em um estado alterado de percepção, seja sob hipnose, barbitúricos ou durante o sono. Em Hallstatt, Henderson mostra duas grandes cortinas que produziu durante uma residência em Hospitalfield House, em Arbroath, na Escócia. As obras funcionam como um portal para uma realidade paralela imaginada pela artista, um elemento de transição que assinala o movimento de passagem de uma dimensão a outra. Cada uma das peças sintetiza o imaginário subjetivo associado a essas realidades, consistindo, nas palavras da artista, em “cartões postais de paisagens enxergadas através de escotilhas”.

Tobias Hoffknecht (Bochum, Alemanha, 1987. Vive em Colônia) formou-se na Academia de Artes (Kunstakademie) de Dusseldorf, em 2013, onde estudou sob a orientação de Rosemarie Trockel. Adotando uma estética minimalista, Hoffknecht produz instalações geralmente compostas de duplas de elementos escultóricos que criam diferentes relações entre o espectador e o espaço expositivo. Com acabamento preciso, suas peças se assemelham a ready-mades industriais, embora sejam trabalhos únicos fabricados de acordo com as especificações do artista. Assim, estabelecem um diálogo estreito com o design, muitas vezes evocando mobiliários ou interferindo diretamente na arquitetura do espaço expositivo. Em Hallstatt, Hoffknecht apresenta duas esculturas inéditas em madeira e aço inoxidável, materiais recorrentes em sua prática.

Hallstatt é um vilarejo cinematográfico situado à beira de um lago rodeado por montanhas na Áustria. Há cerca de cinco anos, passou a receber um enorme fluxo de turistas chineses – mais do que o habitual, mesmo para um lugar cuja principal economia é o turismo. Um deles, desavisado, revelou a um local que na província de Guangdong, na China, uma cópia idêntica de Hallstatt encontrava-se em estado já avançado de construção, para a surpresa dos menos de mil habitantes do vilarejo, que não haviam sido consultados. De fato, a China tem a prática de reproduzir monumentos ocidentais em seu solo, mas pela primeira vez copiava-se uma cidade inteira. Essa apropriação é especialmente simbólica considerando-se que Hallstatt possui a mais antiga mina de sal do mundo e um dos mais antigos sítios arqueológicos da Europa. De certa forma, trata-se assim da cópia por excelência: a apropriação da matriz de uma cultura.


Hallstatt takes the notion of duality as the starting point for a reflection on the meaning of repetition of signs, images and forms in the contemporary context. The idea of duality has structured Western thought at least since the creation myth, having become a recurrent theme in literature and psychoanalysis from the nineteenth century onwards. The exhibition brings together works by thirteen artists whose practice deal with duality by means of distinct strategies. In Hallstatt, duality is understood both in its most fundamental meaning – through formal symmetries – or philosophically and existentially as a state of altered perception, copy, recycling or an index of parallel realities. By raising more questions than providing definite answers, the exhibition intends to broaden the discussion about the theme, which becomes so urgent at a time when absolute truths are increasingly disseminated – and the place of truth has become harder to identify.

Alexandre da Cunha (Belo Horizonte, 1969. Lives in London), is best known for his sculptures that revisit and reframe objects of daily use. His canvases – seen by the artist as wall sculptures rather than paintings – follow the same logic, incorporating materials such as mops, hats, seashells and brushes. The series Amazons (2014 – in progress) features beach towels with bold prints as raw material. Each piece from Amazons brings together a group of identical towels, which Da Cunha himself dyes – giving each part different degrees of sharpness – and then sews together, emphasising notions of accumulation and repetition. The idea of repetition is reinforced in the video Contratempo (2013), which shows hundreds of images of explosions the artist found on the Internet.

Tamara Henderson (New Brunswick, Canada, 1982. Lives in Canada) produces mostly sculptures and installations – functional, at times – that she conceives while in an altered state of perception, whether under hypnosis, on barbiturates or during sleep. In Hallstatt, Henderson shows two large curtains produced while in residence at Hospitalfield House in Arbroath, Scotland. The works function as a portal to a parallel reality imagined by the artist, a transition element that signals the movement of passage from one dimension to another. Each of the pieces synthesises the subjective imagery associated with these realities, consisting of, in the words of the artist, ‘postcards of a porthole’.

Tobias Hoffknecht (Bochum, Germany, 1987. Lives in Cologne) graduated from the Academy of Arts (Kunstakademie) in Dusseldorf in 2013, where he studied under the guidance of Rosemarie Trockel. By adopting a minimalist aesthetic, Hoffknecht produces installations usually composed of pairs of sculptural elements that create different relations between the viewer and the exhibition space. Extremely well-finished, his pieces resemble industrial ready-mades, although they are unique works manufactured according to the artist’s specifications. Thus, they establish a close dialogue with design, often evoking furniture or directly interfering with the architecture of the exhibition space. In Hallstatt, Hoffknecht presents two newly commissioned sculptures in wood and stainless steel, materials he employs time and again in his practice.

In the series of sculptures titled Lexicon (2012 – ongoing), Iman Issa (Cairo, 1979. Lives between Cairo and New York) revisits existing artworks, which are presented as studies for contemporary remakes. While retaining the tiles of the original drawings, paintings, sculptures, or photographs, the resulting works are not faithful reproductions or copies, but interpretations whose forms differ significantly from their sources. By offering alternative forms to these works, she attempts to communicate something more familiar and consistent with her experience of what she thinks these titles are referring to. The sculptures are accompanied by museum captions that contain brief descriptions of the originals, as well as their provenance and date, offering clues about the identity of their source without completely revealing them.
Since the beginning of his artistic practice about ten years ago, Oliver Laric (Innsbruck, Austria, 1981. Lives in Berlin) takes copy, appropriation and re-signification as guiding axes to his work. In Hallstatt, Laric shows two sculptures that were part of his recent exhibition at Secession, Vienna (Photoplastik, April – June 2016), in which he produces 3D scans of canonical works – in this case, the Monument to Auguste Fickert by Franz Seifert (1929) and Polar Bear and Seal, by Otto Jarl (1902) – and reprints them in polyamide. The artist makes all these scans available on a website, where anyone can download them, also alluding to the notion of dispersion.

Candice Lin (Concord, Massachusetts, 1979. Lives in Los Angeles) makes use of various media to carry out a detailed investigation on the animal kingdom, with a specific focus on natural phenomena and microorganisms such as fungi and bacteria. Hormonal Fog (Study #1) [2016, in collaboration with Patrick Staff] consists of a smoke machine that intermittently emits a substance that blocks the production of testosterone. Research on reproductive systems is at the heart of the collages shown in Hallstatt, which bring together examples of peculiar exceptions from the animal kingdom: hermaphrodites, species in which the male carries the foetus, and so forth, alluding to the idea of duality as an inversion of preconceived sexual patterns.

The sculptures, paintings, performances and installations by Manoela Medeiros (Rio de Janeiro, 1991. Lives in Rio de Janeiro) focus on the body and its relations with time and space. The allusion to skin and permeability is a recurring element both in the works where she uses her own body and in the site-specific installations where she works on wall surfaces to create environmental compositions. In the latter process – a version of which she developed specifically for Hallstatt – Medeiros obsessively scrapes sections of the wall surface and creates reflections of the forms produced by her action, sometimes using the paint peeling residues or incorporating other three-dimensional elements into the work.

Nuno Ramos (São Paulo, 1960, where he lives and works) explores notions of duality, mimesis, intertextuality and repetition using different languages and media, including text, image, sound and plays. In Hallstatt, Ramos shows the ephemeral installation 3 cinzas (Ai, pareciam eternas!) [3 Ashes (Oh, they seemed eternal!)], made with lime, ash and salt. Using these three materials, the artist has reproduced the outline of the facades of three houses in which he lived – his grandmother’s, his mother’s and the house where his children were born – on the gallery floor. During the exhibition, the lines will be gradually spread by the action of visitors’ footsteps and the wind. The work alludes to Ramos’ 2012 site-specific installation 3 lamas (Ai, pareciam eternas!) [3 Muds (Oh, they seemed eternal!)], but above all to the displacement of affective sites and memory. Ramos is also showing the piece Un Coup de Dés, a version in glass and acid of Stéphane Mallarmé’s Un Coup de Dés Jamais N’Abolira le Hasard (1897), which is considered as the first typographic poem in history. In Ramos’ version, overlapping glass sheets allow the glass-etched verses to be read in their entirety. The artist also contributes to the exhibition with the essay Bonecas russas, lição de teatro (Russian Dolls, Theatre Lesson), originally published in his book Ó (2008), and reprinted in the exhibition catalogue.

Mauro Restiffe’s (São José do Rio Pardo, 1970. Lives and works in São Paulo) photographs are invariably produced by means of analogical procedures and always in B&W, which allows him to obtain a much wider range of shades and textures than digital photography. Over the last three decades, Restiffe has developed a solid body of work in which art and architecture are recurring subjects. Restiffe participates in Hallstatt with images from the series Oscar (2012) and San Marco (2013), devised at the occasion of Oscar Niemeyer’s funeral in Brasília and in Florence’s San Marco Convent, respectively. In both series, Restiffe creates counterpoints, revealing the unseen side of specific situations: in the first case, he produces a subjective and intimate documentation of a national event that significantly contrasts with the official depictions circulated in the mass media; in the second he defies the Convent’s ban and secretly photographs the cells featuring Fra Angelico frescoes.

Joshua Sex (Dublin, 1985. Lives in London) is a painter and writer whose work is inextricably linked to the notion of recycling. During his Master’s degree at the Royal College of Arts in London (2011 – 2013), the artist began to appropriate fragments of discarded canvases in the hallways of the university, using them as a basis for his compositions. What began out of necessity or amusement became his modus operandi, and from then on the artist always needed these clues in the form of vestiges to compose his canvases. In Hallstatt, Sex presents a set of five paintings produced between 2012 and 2015.

Amie Siegel (Chicago, 1974. Lives in New York) works mainly with audio-visual installations that deal, in myriad ways, with notions of duality. The video Genealogies (2016) is somewhat an archaeology of the artist’s references, in which she articulates the idea that citations to other works are always present in supposedly original projects, taking Jean-Luc Godard’s Contempt (1963) as a case study. This Godard classic is also explored in The Noon Complex (2016), a double projection accompanied by a television screen in which she deconstructs Contempt by digitally removing Brigitte Bardot from the narrative. The screen shows an actress re-enacting Bardot’s movements, prompting the viewer to dialectically overlap images so as to produce a full narrative.

Daniel Sinsel (Munich, 1976. Lives in London) incorporates organic materials such as seeds or animal skins into compositions that cut through the two-dimensional surface of the canvas, which lends them a sculptural quality. His first works, produced in the early 2000s – many of which portrayed young naked or semi-naked men – already explicitly indicated his interest in exploring the notion of eroticism in painting. This theme recurs throughout his practice, even in works where this reference is less evident. In the two recent paintings presented in Hallstatt, for example, eroticism is evoked by the relation created between what is on and off the canvas and what is offered or concealed from viewers. Moreover, by incorporating objects whose materiality is not completely distinguishable, the works create a kind of tromp l’oeil that raises doubts about which elements are real and which are represented. Painting/ sculpture, inside/ outside, reality/ representation are just some of the dualisms that permeate Sinsel’s production, a practice that hinges above all on a seduction game established between viewer and work.

The paintings by Caragh Thuring (Brussels, 1972. Lives in London) pervade notions of duality by means of different gestures. For instance, the hybrid image of a volcano and a pyramid – and, more fundamentally, the brick that makes up this hybrid – is a recurring image in her work. Other paintings are inspired by compositions of canonical artists, such as Édouard Manet and Filippo Brunelleschi. Yet other of Thuring’s works are simply pairs, as she sees them, one part being dependent on the other to exist. Here, the artist shows three almost identical pieces that depict volcanoes – embroidered versions of a drawing she made in early 2016, which in turn was inspired by nineteenth-century Neapolitan gouaches –, phagocytising her own work by mixing notions of figure and background. Thuring also shows two other works in which she paints bricks to compose human figures on contrasting scales: three miniscule men posing in David Gandy (2014) and a gigantic woman in Brick Lady (2013).

Hallstatt is a picturesque village situated on the edge of a lake surrounded by mountains in Austria. About five years ago, it received a huge influx of Chinese tourists – more than usual, even for a place whose core economy is tourism. One of them, unsuspectingly, told a local resident that an identical copy of Hallstatt was in an advanced state of construction in the Guangdong Province of China, to the surprise of the almost 1,000 villagers who had not been consulted. Indeed, China makes a habit of reproducing Western monuments on its soil, but for the first time it had copied an entire city. This appropriation is especially symbolic considering that Hallstatt has the oldest salt mine in the world and is one of the oldest archaeological sites in Europe. In a way, this is the ultimate copy: the appropriation of the matrix of a culture.

Posted by Patricia Canetti at 11:22 PM