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outubro 16, 2003

Um breve toque sobre o corpo (na arte) II

AC-8out03_Pollock.jpg

Trilhas Onduladas (1947), de Jacson Pollock: pintor se projeta sobre a superfície da pintura como em um mergulho.

Um breve toque sobre o corpo (na arte) II

RUBENS PILEGGI SÁ

Falar sobre o corpo, ou sobre a idéia de corpo inserido em arte, só é possível na medida em que definimos sobre qual corpo estamos querendo falar. É preciso compreender que esse discurso não se faz somente sobre sua materialidade, como textura, forma, cor, densidade, etc. mas, também, sobre as várias interpretações possíveis de pensá-lo. Mais, algo não é só aquilo que é, na aparência, mas o que representa ser, com seu significado movente e cambiante, que se desloca enquanto tentamos decifrá-lo.

Para nos ajudar em uma questão tão interessante quanto essa, podemos começar falando sobre as relações sujeito-objeto, sujeito-sujeito e objeto-objeto, nos apoiando em exemplos que nos vêem a mente, como os da antiga civilização Maia (contado por um amigo) que eles se cumprimentavam entre si, dizendo "eu sou seu outro". Uma simples reverência que nos faz aproximar de um conceito chave proposto pelo pensamento ocidental, que é a relação eu-mundo, iniciada pelo menos desde as investigações do pai da psicanálise, Sigmund Freud.

Separar o mundo, ou as coisas do mundo do eu, tornaram-se cada vez mais inexatas, ou relativas, ou indeterminadas e imprecisas, como coloca, por exemplo, a filosofia existencialista, a física moderna, a fenomenologia. Como vem colocando a arte. Cada observador transforma aquilo que é observado segundo sua própria subjetividade.

Rosalind Krauss (in Caminhos da Escultura Moderna, p 97), escrevendo sobre um trabalho do artista Marcel Duchamp - um urinol deitado sobre uma base, a Fontaine (1917) - nos faz crer tratar-se de um objeto "erótico", em que o simples deslocamento de uma peça sanitária (de posição do objeto e sua colocação dentro de um museu de arte) sugeria, também, a metáfora de um torso feminino, contornado no objeto. Diz ela que "a metáfora da Fontaine não parece ter sido forjada ou fabricada por Duchamp, mas sim pelo observador", que projetaria ali algo além do que está sendo dado a ver.

Na arte, o que é corpo se transforma em significado, muito embora nem sempre as estratégias usadas pelos artistas para tornar essa idéia clara, foram as mesmas, ao longo do tempo. Quando o pintor Lucio Fontana, na década de 1940, perfura sua tela, deixando o olho atravessar a superfície plana e bidimensional do quadro, essa experiência visa fazer com que não só o olhar, mas o próprio corpo do observador se irradie pelo espaço, agora aberto, tridimensional.

Mais adiante, na década de 1950, os Estados Unidos vêem o nascimento de uma linguagem própria em arte, a que os críticos deram o nome de "action paint". Um dos seus mais cultuados representantes, o pintor Jacson Pollock, pinta enormes lonas esticadas sobre o chão, derramando e respigando tinta sobre elas, como se mergulhasse em suas superfícies. O que poderia ser considerado apenas uma "revolução" formal na arte, acaba se tornando parte de um gesto que faz deslocar o movimento do pintor dos ombros para os quadris. E a pintura se transforma em uma atitude do artista perante o mundo, uma espécie de ritual, de dança.

A partir de então, arte e artistas começam a se confundir, sujeito e objeto se aproximam, tendendo a se fundir. E o caminho da arte se abre para happenings, performances, instalações, ações, intervenções e body art.

(continua)

Posted by Rubens Pileggi Sá at 6:44 PM | Comentários(1)
Comments

Rubens,
Suas observações vão ao encontro de muitas questões que venho estudando. A transposição do “corpo” da arte – culminando na união entre sujeito e objeto – indica possibilidades muito interessantes.
Quer dizer, pesquisas recentes apontam para o fato de que partículas distantes entre si influenciam umas às outras de formas que só estamos começando a descobrir.
Talvez à frente disso, talvez não, a produção artística contemporânea reflete e impulsiona nossa percepção de que há mais entre nós do que supúnhamos.
Parabéns pelo ensaios. Aguardo as continuações.
Um abraço,
Julio.

Postado originalmente no Blog do Canal

Posted by: Julio Xerfan at julho 23, 2004 4:21 PM
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