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agosto 24, 2007

Catálogos MAMAM: Daniel Senise

daniel senise capa.jpg

Catálogos MAMAM: Daniel Senise

Preço: R$ 17 + correio

Como comprar: clique aqui para se informar

Formato fechado: 16 x 20cm
Nº páginas: 32
Impressão: imagens cor
Peso: 113g
Edição bilíngüe: português/inglês
Texto: Moacir dos Anjos
Tradução: Paul Webb
Projeto gráfico: Zolu design
Fotos: Flávio Lamenha
Exposição: 16 de junho a 7 de agosto de 2005
Organização: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM, Prefeitura do Recife


Fragmento do texto Sobre a necessidade da pintura, de Moacir dos Anjos

Na época em que a trajetória artística de Daniel Senise tem início - começo da década de 1980 -, existia sobre os praticantes da pintura a expectativa de que pudessem reafirmar a pertinência do meio, tido como um campo de invenção exaurido já fazia vinte anos. Essa expectativa fora alimentada pela relativa exigüidade de imaginação visual e de sensualidade na produção hegemônica do decênio precedente - informada por procedimentos ancorados, majoritariamente, no conceito e na razão -. às quais práticas pictóricas poderiam, supostamente, ser contrapostas. A exaustão hipotética da pintura, por sua vez, fora causada pela tentativa, elaborada por artistas modernistas, de fazer desse meio um campo de expressão autônomo - liberto, portanto, da responsabilidade de representar o mundo -, a qual teria, paradoxalmente, tornado a pintura redundante Muitos pintores responderam a essas circunstâncias conflitantes retornando, de forma acrítica, à tradição pré-moderna do meio, resgatando, por acomodação ou nostalgia, soluções inadequadas aos desafios postos para sua efetiva atualização. Vários outros. contudo, fizeram de suas obras um espaço de reflexão sobre o sentido de ainda pintar após a experiência moderna, reinventando as características dessa prática e alongando, por tempo incerto, sua relevância como operação de conhecimento. É no interior desse território dúbio de adoção e questionamento da herança da pintura que, desde então. se move a obra de Daniel Senise.

Por alguns anos, o artista fez trabalhos povoados de formas orqânicas e objetos comuns, os quais, mesmo em telas de grandes dimensões, quase nunca eram representados inteiros, como se houvessem sido ampliados a ponto de não caberem íntegros nos suportes. Volumosas e ocupando toda a superfície pintada com tinta acrílica, essas imagens, construídas com reduzida amplitude cromática e acentuado interesse qráfico, chamavam tanto a atenção para seus possíveis significados simbólicos quanto, propositadamente, confundiam figura e plano, atestando a dificuldade de construir o campo da representação pictórica na contemporaneidade. 0 final da década de 1980 vai marcar, entretanto, uma mudança relevante de estratégia criativa, embora mantendo o impulso auto-reflexivo inicial. Os trabalhos de Daniel Senise deixam de focar prioritariamente o delineamento de cenas sobre telas e se voltam, com ênfase semelhante, para a indagação sobre os processos que as formam. Ao fazer tal movimento, suas pinturas passam a incorporar técnicas não usuais no meio e recolocam, de modo inquisitivo, a importância que possa existir no ato de pintar.

Posted by João Domingues at 2:03 PM