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julho 7, 2005

Instalação provoca mal-entendido e artista plástica é detida em SP, por Luciana Pareja

Instalação provoca mal-entendido e artista plástica é detida em SP

Matéria de Luciana Pareja originalmente publicada na Folha de São Paulo no dia 4 de julho de 2005

Arte contemporânea nem sempre é bem-compreendida. A artista plástica Ana Teixeira, 47, por exemplo, foi parar no 5º DP ontem à tarde, quando fazia uma intervenção pública na feirinha do Bexiga (região central de São Paulo), realizada semanalmente numa praça na rua Treze de Maio.

Na sua bancada móvel, identificada com o nome do trabalho, "Outra Identidade", a artista fazia réplicas de carteiras de identidade, nas quais o "identificado" pode escolher uma entre dez frases, como "ainda tenho tempo" e "não tenho certezas", para ser carimbada no papel, no lugar em que normalmente figura o nome e o número do registro geral.

"A idéia é identificar a pessoa não pelo nome ou por um número, mas por frases que exprimam um pouco do que ela é", diz Teixeira, que já havia realizado a ação outras vezes.

As pessoas levam para casa a "outra identidade" e deixam a impressão digital do polegar gravada em um caderninho, que a artista expõe posteriormente como resultado de seu trabalho. A confusão começou aí.

"Uma senhora que trabalha na feirinha não quis fazer a identidade e começou a dizer que o pessoal era louco de colocar a digital no caderno, que eles não sabiam que uso eu faria daquilo", diz Teixeira. Não é feita identificação do dono da impressão digital no caderno, só há a marca de vários polegares indistintos e a inscrição "Outra Identidade" na capa.

As pessoas, temendo serem vítimas de um golpe, reclamaram no posto da Guarda Civil Municipal instalado na praça, segundo a artista, que foi levada ao 5º Distrito Policial para averiguação.

"Não houve crime, foi só um mal-entendido, é um trabalho de finalidade artística perfeitamente plausível", explica o delegado do 5º DP João Achem Jr. Tanto que Teixeira foi liberada em cerca de 15 minutos.

"O que me impressionou foi a lógica do capital que rege a cabeça das pessoas. Todo mundo ficava me perguntando como eu estava fazendo aquilo sem ganhar nada, sem pedir pagamento. Alguém disse que, se pelo menos eu fosse patrocinada por alguma grande empresa, poderia acreditar em mim, mas como eu não visava nenhum lucro, devia estar com "armação'", afirma Teixeira.

Posted by João Domingues at 12:21 PM | Comentários(6)
Comments

Patrícia, não conseui encontrar os campos para meu login e senha, mas envio uma carta escrita pela Ana sobre o ocorrido.

Boa noite

Em resposta a um e-mail que esse grupo enviou, com reportagem que relata minha "detenção" ontem por causa de uma ação de rua minha, gostaria de fazer a seguinte retificação: O delegado mentiu. Eu fiquei 3 horas na delegacia e só saí de lá porque chamei uma amiga, advogada criminalista, que se apresentou como minha advogada.

O delegado João Achem Jr ficou, durante muito tempo, buscando no código penal um artigo no qual se enquadrasse minha ação. Como não encontrou, depois que minha advogada chegou contentou-se em fazer uma minuciosa explanação sobre como eu deveria proceder ao "falsificar" as identidades e me liberou.

Foi isso.

Um abraço

Ana

Posted by: Fábio Tremonte at julho 7, 2005 11:48 PM

Patrícia, não conseui encontrar os campos para meu login e senha, mas envio uma carta escrita pela Ana sobre o ocorrido.

Boa noite

Em resposta a um e-mail que esse grupo enviou, com reportagem que relata minha "detenção" ontem por causa de uma ação de rua minha, gostaria de fazer a seguinte retificação: O delegado mentiu. Eu fiquei 3 horas na delegacia e só saí de lá porque chamei uma amiga, advogada criminalista, que se apresentou como minha advogada.

O delegado João Achem Jr ficou, durante muito tempo, buscando no código penal um artigo no qual se enquadrasse minha ação. Como não encontrou, depois que minha advogada chegou contentou-se em fazer uma minuciosa explanação sobre como eu deveria proceder ao "falsificar" as identidades e me liberou.

Foi isso.

Um abraço

Ana

Posted by: Fábio Tremonte at julho 7, 2005 11:49 PM

Solidarizo-me com vc. Este delegado é de última!
Ignorância e truculência, falta de profissionalismo.

Posted by: anibal at julho 12, 2005 6:42 PM

Prezada artista, não acho isso tão ruim, me parece que o ocorrido é um estranhamento comum a determinadas ações que não são meramente comtemplativas! Tire proveito do ocorrido! As frases dizem: ainda tenho tempo" e "não tenho certeza". Você queria estar numa feira, apropriando marcas individuais e ser considerada eplos transeuntes, feirantes e pelo truculento delegado (não sabe o que é arte academica, saberá contemporânea?)uma artista? Bom , se isso era importante deverias ter seguranças, mediaodres, ou um putdoor de galerista.

Posted by: duda at julho 12, 2005 9:03 PM

Cara artista
Parabens :)
Acho que concordo com todos os comentarios, especialmente o de Duda.
Nao tenha certezas , ainda tenho tempo, ... quais mais ?
Gostei das frases. Boas frases.
Porque voce nao faz uma versao destas para Internet : Imprima em casa sua "outra identidade" !
Vale ?
Sou carioca e fiquei curiosa pela "minha outra" identidade ...

Posted by: Tininha at julho 14, 2005 1:21 AM

surreal. 'não tenho certeza' se esse estúpido episódio, incluindo passar três horas numa delegacia, é potencialmente proveitoso. o fato revela algo q talvez se quisesse tocar, mas de forma grotesca, como uma conseqüência improvável.

a proposta é a q foi lançada e executada. sugestões podem vir a tornar-se outras ações, derivações da proposta original. acho-as bem-vindas mas desnecessárias. penso ser mais interessante trabalhar com o registro q a artista teve até aqui, e isto inclui nossos comentários.

'ainda há tempo' de transgredir a lógica e desarmar a burocracia.

Posted by: rg at julho 15, 2005 2:23 AM
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