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junho 11, 2005

A Ocupação na Quebra de Padrão ou A Quebra de Padrão na Ocupação

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Ocupação

Adriana Peliano, Ana Amélia Genioli, Ana Teixeira,Augusto Citrângulo, Beth Moysés, Bruno Vilela, Caetano Dias, Camila Sposati, Canal Contemporâneo,Carlos Miele, Casa Blindada, Claudia Jaguaribe, Daniel Nogueira de Lima, Daniel Salum, Del Pilar Sallum, Domitíla Coelho, Eduardo Verderame, Eide Feldon, Eduardo Salvino, Eva Castiel, Fábio Flaks, Fábio Torres, Fábio Tremonte, Fanny Feigenson, Fernanda Chieco, Geraldo Souza Dias, Gisele Freyberger, Giselle Beiguelman, Graciela Rodriguez, Guto Lacaz, Helga Stein, Ingrid Koudela, Jean Pierre Isnard, Jorge Menna Barreto, Juliana Pikel, Jum Nakao, Kika Nicolela, Lali Krotosznski, Lucila Meireles, Marcus Bastos, Lenora de Barros, Marga Puntel, Mariana Lima, Mariana Meloni, Marina Reis, Marília Fernandes, Mídia Tática, Mirtes Marins, Neide Jallageas, Nino Cais, Niura Bellavinha, Oficina da Luz, Paulo D'Alessandro, Paulo Gaiad, Paulo Lima Buenoz, Paulo Nenflídio, Paulo Telles, Patrícia Osses, Pedro Palhares, Rafael Marchetti, Raquel Kogan, Rachel Zuanon, Renata Barros, Renata Padovan, Renato Dib, Regina Carmona, Regina Johas, Ricardo Hage, Ricardo Carioba, Ricardo Ribenboim, Roger Barnabé, Sheila Mann Hara, Sonia Guggisberg, Stela Fisher, Teresa Viana, Vera Bighetti, Vera Martins, Vera Sanovicz e Walton Hoffmann

6 de junho a 16 de julho de 2005 no Paço das Artes, Av. da Universidade 1, Cidade Universitária, São Paulo


A Ocupação na Quebra de Padrão ou A Quebra de Padrão na Ocupação

A Ocupação do Paço das Artes em São Paulo, evento que ocorre de 6 de junho a 16 de julho de 2005, é a oportunidade perfeita para retomarmos essa ação virótica, que busca quebrar o padrão da comunicação dos eventos artísticos.

Primeiro, porque não havia nada ali antes do evento de fato começar. Sua abertura não foi um vernissage, pois não havia obras prontas para serem envernizadas...

A Ocupação reforça a necessidade do contato entre obra e público para que a arte contemporânea "aconteça". E vai além. Ao permitir a troca entre os artistas e a interação do público com essa experiência, promove um coletivo que reúne artistas, críticos, instituição e público na ocupação desse espaço.

O segundo ponto se relaciona com as questões do que é público e privado, com a diluição dessas fronteiras na contemporaneidade. Ao mudarem seus ateliês (e galerias, já que temos uma funcionando na Ocupação nesse primeiro turno) para uma instituição pública, artistas expõem mais do que obras, mais do que processos de trabalho: uma espécie de intimidade que se mostra nas relações de convívio, tão raras atualmente, devido a nossa falta de tempo crônica. Em plena São Paulo, o tempo interno da Ocupação é de uma cidade do interior, aonde podemos prosear à vontade...

O paralelo que se faz entre a Ocupação - seus encontros, conversas e parcerias - e o uso de um blog (que na sua essência nada mais é do que um diário tornado público) estabelece a simbiose necessária para a Quebra de padrão que desejamos.

Falar de arte, escrever, mostrar imagens, comentar, discutir, compartilhá-la e vivê-la, ser contaminado e contaminar, ampliando o seu diálogo para além do espaço e do tempo que acolhem um evento, são algumas das questões que esse trabalho quer tratar.

Posted by Patricia Canetti at 10:36 PM | Comentários (2)

junho 7, 2005

Quebra de Padrão - Centro Cultural Telemar

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Centro Cultural Telemar

Museu das Telecomunicações
Rua Dois de Dezembro 63, Flamengo, Rio de Janeiro - RJ
21-3131-1227
www.institutotelemar.org.br/centrocultural
www.oficina.arq.br


Museu das Telecomunicações, Rio de Janeiro

O Instituto Telemar promoveu um Concurso Público Nacional de Arquitetura em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil, em 1999, para a escolha do projeto do Museu das Telecomunicações. O objetivo era reformular o antigo Museu do Telephone, edificação construída em 1918, no bairro do Flamengo, e geminada ao edifício sede do IAB-RJ, no Rio de Janeiro. Dentre os 63 projetos de todo o Brasil, venceu a proposta da equipe formada pelos arquitetos Ana Paula Polizzo, André Lompreta, Gustavo Martins, Marco Milazzo e Thorsten Nolte.

O conceito do projeto é o dialogo entre o novo e o antigo. A edificação antiga foi parcialmente demolida para receber um novo volume, nos fundos do terreno, definindo três zonas no edifício: o volume formado pelo edifício antigo, que foi mantido com suas características peculiares; o volume novo, que se diferencia do antigo por uma arquitetura contemporânea; e o vão livre, formado pelo afastamento entre os dois volumes, mantendo um diálogo harmônico entre as partes.

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A representação imaterial da temática da comunicação foi uma das premissas do projeto. Quando pensamos sobre o que é comunicação, instintivamente relacionamos a imagens, como fios de telefone, grandes servidores de computador, ou satélites. Mas a escolha de uma destas imagens revela, afinal, que o espaço da comunicação é bem mais abstrato. Não é um objeto, nem acontece em um determinado lugar, e sim se configura na ausência de algo físico. Pensando assim, chegamos à conclusão de que a comunicação acontece na inexistência de um espaço real.

Como, então, materializar um espaço que defina comunicação? A arquitetura, sem dúvida, tem como objetivo a criação de um espaço real e acessível, que se define por seus limites físicos. Para materializar essa idéia, propõe-se a criação de limites virtuais, ou não-existentes, ou existentes, mas invisíveis ou desfocados, podendo transmitir a ausência de si próprio, através de sua indefinição.

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A sobreposição das malhas

A orientação gráfica do projeto é baseada na sobreposição da estrutura rigidamente ortogonal do edifício existente, e da malha criada por ângulos livres que determinam todas as novas linhas da intervenção. Para a malha do novo volume, foi escolhido um tema referente à comunicação: as ligações - forma de comunicar - entre todas as capitais dos Estados do Brasil.
A subjetividade da criação da nova malha, criada para contrapor os dois tempos, foi determinante para estabelecer o desenho de toda a intervenção, sendo esta perceptível na "costura" dos dois volumes, na gráfica de seus espaços e na composição das fachadas revestidas de zinco.


Intervenção urbana

A demolição realizada na edificação antiga foi parcial. Foram mantidas as fachadas principal e lateral, a antiga estrutura e os revestimentos internos, conservando sua identificação volumétrica.

Com a abertura de uma nova rua lateral à edificação, o Museu das Telecomunicações, ganha uma implantação privilegiada, que requer uma volumetria adequada ao entorno, seguindo todas as exigências urbanas e tornando legível a organização interna do museu, além de valorizar suas fachadas e o conjunto que este faz com o IAB.

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Os limites do real - espaço virtual

A fim de tornar o edifício acessível a todos, alteramos o antigo acesso ao Museu, que era feito pela fachada preservada por um lance de escadas. O novo acesso é feito então pela rua lateral, onde a fachada é totalmente de vidro transparente e o nível do piso externo é igual à do piso interno, reforçando a idéia de continuidade entre espaço interno e espaço externo. Na antiga entrada do Museu foi criado um local para divulgação das exposições.

Este novo acesso foi projetado recuado em relação ao alinhamento, gerando uma fachada inclinada, que segue as linhas da malha criada, conduzindo os visitantes para a nova entrada do museu. Desta forma o museu se abre para a cidade, estimulando no observador o desejo de se aproximar e ver o que existe no interior.

Na fachada Sul ficam destacadas a volumetria nova e a volumetria de concreto da escada de emergência, separadas por um grande painel de madeira e um pano de vidro, onde foi criado um acesso secundário para carga e descarga e entrada de funcionários. Passarelas metálicas com piso de chapa furada ligam os pavimentos à escada e possibilitam a vista da rua dos fundos.

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Os dois tempos

O elo de ligação entre o edifício antigo e a nova intervenção se define pela criação de um vão livre, que corta o volume do museu. Este vão possui fachada totalmente envidraçada, e é coberto por uma clarabóia com brises automatizados, permitindo a entrada de luz. As circulações verticais, escadas e elevador, se desenvolvem neste vão, interligando de maneira interativa as áreas de exposição, uma vez que os pavimentos preservados são ligados a quatro novos pavimentos em níveis intermediários.

As lajes novas construídas são de concreto armado, sem vigas, possibilitando o melhor aproveitamento do espaço. As escadas que interligam os pavimentos são de estrutura metálica, com degraus e guarda corpos de vidro com PVB opaco, possibilitando a passagem da luz. O elevador constitui um volume destacado, apresentando uma de suas faces panorâmica, com vidro transparente e brieses horizontais de madeira, criando uma visão estroboscópica do interior do Museu.

Por este vão se tem a clara visibilidade de todos os pavimentos que compõem o espaço, pode-se entender onde se está e aonde se quer ir. O movimento através do vazio permite experimentar uma dinâmica, onde as escadas, que seguem a força maior do projeto, são parte do trajeto dentro da arquitetura.

Da mesma forma, os espaços internos foram organizados seguindo esta ordem maior: Os novos pavimentos possuem pilares cilíndricos metálicos e pisos cimentados, enquanto os pavimentos antigos possuem pilares quadrados e o piso de tábua corrida de madeira preservada da demolição.

Apesar do edifício antigo e o novo volume permanecerem como dois momentos da arquitetura, estas áreas constituem um todo integrado havendo sempre um diálogo entre passado e presente.


Organização interna

O pavimento de acesso será um local de recepção, onde poderão ocorrer eventos diversos, venda de produtos, e uma livraria, além de apresentação de produtos tecnológicos. A galeria de arte contemporânea se localiza no segundo nível, onde as exposições serão temporárias. No terceiro nível se encontra a administração do Museu e é onde começam as exposições de longa duração continuando até o sexto pavimento. Os andares intercalados e totalmente abertos possibilitam uma continuidade das exposições sem que haja uma interrupção brusca.

No sétimo nível, formado por um volume totalmente fechado e com pé direito de 12m, se encontra o espaço de múltiplo uso, apresentando diversas opções de organização, pois as arquibancadas são formadas por módulos desmontáveis, com cadeiras soltas. No último pavimento se encontra o Cyber-café com um terraço que possibilita a vista da praia.


A nova imagem do museu

As fachadas laterais e de fundos do museu apresentam o edifício para o novo espaço urbano e se mostram como um elemento único, passando uma imagem para a cidade.

Através de painéis modulares de zinco-titânio, com rasgos contendo iluminação, é representada uma linguagem digital, refletindo na reprodução da nova malha a tecnologia das telecomunicações.

Posted by João Domingues at 1:56 PM | Comentários (1)