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RJ/SC/SP Emoção Art.ficial 4.0 – Emergência! no Itaú Cultural / Bienal do Mercosul anuncia curadoria-geral da 7ª edição
ANO 8 - N. 69 / 30 DE JUNHO DE 2008

NESTA EDIÇÃO:
CIRCUITO  Alexandre Vogler nas ruas do Rio de Janeiro
CIRCUITO  Fotoencontro 2008 na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro
Emoção Art.ficial 4.0 – Emergência! no Itaú Cultural, São Paulo
Palestra Relatório do Pensamento Emergente, com Roberto Freitas no Victor Meirelles, Florianópolis
CURSOS E SEMINÁRIOS  Simpósio Internacional Emoção Art.ficial 4.0 – Emergência! no Itaú Cultural, São Paulo
NOTA  Bienal do Mercosul anuncia curadoria-geral da 7ª edição
CANAL INFOS&LINQUES




Foto: Alexandre Vogler

CIRCUITO
Alexandre Vogler
Base para unhas fracas / Fragile nails base coat

Junho de 2008 (duração indeterminada)

Rio de Janeiro - RJ
www.alexandrevogler.com

Leia o texto Contexto “Base para Unhas Fracas”: Cidade, paisagem, mídia externa, de Alexandre Vogler

Enviado por A Gentil Carioca correio@agentilcarioca.com.br
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CIRCUITO
Fotoencontro 2008
Flávio Colker, Matheus Rocha Pitta, Mauro Restiffe, Otávio Schipper

12 de junho a 19 de julho de 2008

Mercedes Viegas Arte Contemporânea
Rua João Borges 86, Gávea, Rio de Janeiro - RJ
21-2294-4305
www.mercedesviegas.com.br
Segunda a sexta, 13-19h; sábado, 15-19h

Enviado por Produção| Mercedes Viegas producao@mercedesviegas.com.br
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Oller Cornéer e
Martin Lucke - The Bacterial Orchestra

Quarta edição da Bienal Internacional de Arte e Tecnologia
Emoção Art.ficial 4.0 – Emergência!
Coletivo Boredomresearch (Vicky Isley e Paul Smith), Coletivo LAb[au] (Manuel Abendroth, Jérôme Decock e Els Vermang), Ki-bong Rhee, Leonel Moura, Lucas Bambozzi, Miguel Chevalier, Nicolas Reeves, Olle Cornéer e Martin Lübcke, Pascal Dombis, Raquel Kogan, Roman Kirschner, Ruairi Glynn, Sandro Canavezzi de Abreu, Santiago Ortiz, Vivian Caccuri

2 de julho a 14 de setembro de 2008

Itaú Cultural
Av Paulista 149, estação Brigadeiro do metrô, São Paulo - SP
11-2168-1776 / 1777 ou atendimento@itaucultural.org.br
www.itaucultural.org.br
Terça a sexta, 10-21h; sábado, domingo e feriado, 10-19h
Realização: Itaulab (Núcleo de Arte e Tecnologia do instituto)
Em paralelo, de de 2 a 5 de julho, será realizado um simpósio internacional sobre o tema.

Sobre a exposição

Sobre a Bienal Internacional de Arte e Tecnologia

Enviado por Cristina R. Durán cristina.duran@conteudonet.com
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Palestra Relatório do Pensamento Emergente, com Roberto Freitas

1° de julho, terça-feira, 18h

Museu Victor Meirelles - Sala Multiuso
Rua Victor Meirelles 59, Centro, Florianópolis - SC
48-3222-0692 ou museu.victor.meirelles@iphan.gov.br
www.museuvictormeirelles.org.br

Enviado por Museu Victor Meirelles museu.victor.meirelles@iphan.gov.br
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CURSOS E SEMINÁRIOS
Simpósio Internacional Emoção Art.ficial 4.0 – Emergência!
Palestras e Workshops
Participantes: Jon Bird e Andy Webster (GB); Peter Cariani (EUA); Santiago Ortiz (COL); Silvia Laurentiz (BR)

2 a 5 de julho de 2008

Itaú Cultural
Av Paulista 149, estação Brigadeiro do metrô, São Paulo - SP
11-2168-1776 / 1777 ou atendimento@itaucultural.org.br
www.itaucultural.org.br
Ingressos distribuídos com meia hora de antecedência

Saiba mais, veja a programação e publique seu comentário no Cursos e Seminários

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NOTA
Bienal do Mercosul anuncia curadoria-geral da 7ª edição

Proposta conjunta de Victoria Noorthoorn e Camilo Yáñez foi escolhida após processo internacional de seleção que teve 67 projetos inscritos. Curadores propõem maior participação dos artistas na concepção da Bienal

A 7ª Bienal do Mercosul, prevista para acontecer entre setembro e novembro de 2009, em Porto Alegre/Brasil, terá curadoria-geral da argentina Victoria Noorthoorn e do chileno Camilo Yáñez. A proposta coletiva foi escolhida após um processo aberto de seleção em âmbito internacional que recebeu 67 propostas para avaliação.

Victoria Noorthoorn, 37 anos, é formada em Artes pela Universidade de Buenos Aires e obteve o grau Master of Arts in Curatorial Studies de Bard Collage, em Nova Iorque. Foi Coordenadora de Projetos do International Program/Museum of Modern Art – MoMA e Curadora de Exposições Contemporâneas no Drawing Center, ambos em Nova Iorque. Na Argentina, foi Curadora do Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires - Malba / Colección Costantini. Desde março de 2004 é curadora independente e organizou a Coleção Permanente do Museu Nacional de Belas Artes, em Neuquén/Argentina (2004); foi curadora-geral da 29ª Bienal de Arte de Pontevedra, na Espanha (2006); co-curadora de Ricardo Garabito: uma retrospectiva no Museo Nacional de Bellas Artes, Buenos Aires (2007); colaboradora na exposição do artista argentino León Ferrari para 52ª Bienal Internacional de Veneza (2007) e curadora da exposição Beginning With a Bang! From Confrontation to Intimacy. An Exhibition of Argentine Contemporary Artists 1960 / 2007 na Americas Society, em Nova Iorque (2007-2008), entre muitos outros projetos. Em 2007, foi diretora do Prêmio arteBA-Petrobras 07, em Buenos Aires/Argentina. Atualmente, integra o Comitê Curatorial do próximo 41º Salão Nacional de Artistas, que será inaugurado em novembro deste ano, em Cali, na Colômbia.

Camilo Yáñez, 34 anos, é artista visual e curador. Graduado em artes pela Universidade do Chile, tem mestardo em artes pela mesma universidade. É professor da Universidade Diego Portales, da Universidade de Desenvolvimento e da UNIACC. Expôs individualmente e coletivamente no Chile e no exterior. Entre suas mostras mais importantes estão Daniel López Show, na White Box, em Nova Iorque (2006); Contragolpe, no Instituto Divorcados, Karl Marx alle 87, em Berlin (2006); Multiplication, no Museu de Arte Contemporânea, em Santiago do Chile (2006) e Utopías de Bolsillo, Bienal de Arte, no Museu Nacional de Belas Artes, em Santiago de Chile (2006); Yáñez participou também da 5ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2005), entre outras. Obteve a Bolsa FONDART em três ocasiões. Como Coordenador da área de Artes Visuais do Centro Cultural Matucana 100, em Santiago do Chile, foi curador das mostras Sur Scene, Château de Tours, em Tours (2007); Feedback, na Galeria Concreta do Centro Cultural Matucana 100 (2007); CityScapes - Santiago de Chile, na ARCO, em Madrid (2006); Parrilla / Video Arte, no Centro Cultural Matucana 100 (2005) e Rúbrica, no Centro Cultural Matucana 100 (2003). Foi co-editor de Poblado, publicação sobre arte contemporânea chileno e membro do Comitê Editorial do livro Copiando el Edén: Arte Reciente en Chile (Puro Chile Ediciones, 2006). Atualmente é diretor de criação da CasaZegers, importante agência de publicidade em Santiago do Chile.

A proposta escolhida atendeu às metas da Fundação Bienal do Mercosul para a próxima edição do evento, informadas na convocatória de inscrição para o processo seletivo, a saber: o investimento prioritário na educação e na comunicação; o foco na contribuição social; a busca por reais benefícios a todos os públicos, apoiadores e colaboradores; a familiaridade do projeto com a criação artística contemporânea e seu discurso critico; a transparência nos processos de gestão e a consolidação da Bienal do Mercosul como uma referência nas áreas de arte, educação e pesquisa.

Em linhas gerais, Noorthoorn e Yáñez propuseram um conceito de bienal que determina uma participação efetiva dos artistas que a compõem, valendo-se de sua energia criativa para refletir sobre o papel que representam. Por isso, o projeto prevê uma equipe curatorial formada por artistas. A intenção é “oxigenar” os conteúdos da Bienal, propondo uma discussão sobre o momento crítico que o modelo atravessa em todo o mundo e a responsabilidade do artista como ator social e constante produtor de sentido crítico. Os curadores pretendem focar nas poéticas que sinalizam, documentam e exibem a essência do real e seu funcionamento, mostrando a habilidade da arte em “dissecar” as camadas da realidade para propor novas opções às estruturas de pensamento existentes. Dessa forma, os curadores sugerem que a Bienal do Mercosul seja uma forma de comunicar os aspectos da arte e do mundo, e que sua curadoria sirva de ferramenta de mediação entre o artista e o público. Esta mediação deve efetivar-se em duas linhas de ação: uma proposta conceitual de postulação de poéticas visuais, ou seja, as exposições em si, e uma estratégia operacional de amplo alcance. As exposições estão sendo planejadas e devem ser divulgadas em breve, juntamente com os nomes dos curadores adjuntos e dos integrantes do Projeto Pedagógico e da área editorial.

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TEXTOS DO E-NFORME

Contexto “Base para Unhas Fracas”: Cidade, paisagem, mídia externa

ALEXANDRE VOGLER

Existe uma cidade ideal, desenhada por arquitetos e urbanistas. Para além disso, seus habitantes constroem sua visualidade, agindo e permitindo sua transformação espontaneamente sob bases de tolerância e bom senso.

Essa visualidade configura a cultura visual do lugar onde milhares de pessoas convivem. A cultura visual de uma cidade grande é parte efetiva da noção de Paisagem que seus habitantes formam a cerca do lugar onde vivem.

Há tempos se percebeu, que a publicação do Capital só se faria de forma extensa e triunfante caso a imposição de sua marca abarcasse a escala do cotidiano. E a tomada das ruas, como o novo ground simbólico, se deu de forma natural e permissiva pela imagem-mensagem e sua recém-criada ciência.

As relações entre imagem e informação se estreitaram não deixando espaço para a subjetividade e os devaneios que permeiam a contemplação nos espaços de convívio.

Essa transformação foi absorvida e diluída no corpo social. Aos poucos os locais “ociosos” passam a ganhar função, pois, diante de uma cidade que cresce sob parâmetros de produtividade, todo e qualquer mobiliário urbano é passível de transformação, contanto que isso gere dinheiro.

A tomada do espaço público é feita diante de um público amortizado. A privatização do espaço de convívio convive com a subjetividade dos padrões de poluição visual.

O ser humano tolera tudo, desde que aos poucos.

Portanto a transformação do espaço público das cidades, quase sempre, se dá de forma gradual – quase pedagógica - avalizada pelos responsáveis de sua manutenção: os representantes do poder público.

A adequação do mobiliário urbano às regras do capital é um exemplo da transformação da paisagem das cidades em grandes corredores de publicidade estática.

As imagens veiculam aquilo que o espectador-pedestre quer vê. Campanhas publicitárias são precedidas por pesquisas de opinião que estabelecem a conformação dos elementos simbólicos contidos nas imagens.

Isso produz a sensação de prazer e deleite aos consumidores em potencial, capturados pela força de composições sofisticadas e bem produzidas. O julgamento estético recobre o julgamento ético nesse grande campo simbólico que se transformou a paisagem imagética das cidades.

Dessa forma, recorro a uma imagem ordinária que, veiculada junto a um vidro de esmalte de unha, reproduz uma campanha publicitária de um cosmético.

A escolha deste segmento deve-se a fetichização da imagem da mulher em campanhas dessa (e outras) natureza como apelo de consumo. Assim, imprimo as mãos de uma mulher casada, com unhas pintadas de vermelho, sobre imagem manipulada que faz alusão ao órgão sexual feminino.

Parafraseando tais estratégias utilizo, grosseiramente, a imagem feminina alargando os padrões de aceitabilidade e bom senso utilizado nestas campanhas. Viso, com isso, estimular o pedestre amortizado a refletir sobre tais artimanhas utilizadas no mercado de forma subliminar, fazendo com que ele associe o mesmo procedimento em outras campanhas, feitas à vera, mas encobertas por recursos estéticos que ameniza a ilegalidade de suas ações.

A imagem contida, na verdade, trata-se de um conjunto de partes do corpo humano, alterados e reunidos digitalmente com a intenção de simular um conteúdo erótico, belicoso e, até mesmo, escandaloso.

No entanto a associação natural que se faz não condiz com a natureza original da imagem. Como disse, trata-se de uma manipulação, realizada por design gráfico, que trabalhou para a obtenção desse resultado. Resultado que põe em prova os níveis de tolerância do pedestre, solicitando uma reação a esse e outros produtos que cooptaram a paisagem da cidade a revelia do poder público.

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Emoção Art.ficial 4.0 mostra no Itaú Cultural a arte imprevisível de robôs e outros aparatos tecnológicos

O Itaú Cultural abre a mostra Emoção Art.ficial 4.0 – Emergência!, quarta edição da Bienal Internacional de Arte e Tecnologia criada pela instituição em 2002.

A mostra, que fica em cartaz até 14 de setembro, reúne 16 obras que tratam da imprevisibilidade dos resultados em diversos ambientes. “Reunimos trabalhos que mostram que mesmo no mundo dos softwares e dos componentes eletrônicos há a presença do inesperado”, diz Marcos Cuzziol, coordenador do Itaulab (Núcleo de Arte e Tecnologia do instituto) e um dos organizadores da exposição.“O eixo da mostra está no conceito de emergência, que no campo da arte tecnológica explora justamente o acaso onde deveria imperar o previsível”, completa Guilherme Kujawski, que compartilha a organização da mostra.

Nesta quarta edição da bienal, o público vai conhecer os trabalhos de dois coletivos e de 14 artistas da Áustria, Bélgica, Brasil, Colômbia, Coréia, Estados Unidos, França, Inglaterra, México, Portugal e Suécia.

Na sede do Itaú Cultural estarão expostos robôs que lêem as expressões faciais dos visitantes e respondem com emissão de cores; um robô que pinta quadros no estilo gestual e que capta os inputs do público (a obra integra o acervo permanente do Museu de História Natural de Nova Iorque na área de origem da espécie humana); carpas que se transformam em peixes-DJs, alterando com seus movimentos o som ambiente da sala de exposição; células virtuais que reinventam sons e compõem sinfonias, seres de vida artificial que se reproduzem; entre outros trabalhos.

A mostra também ganha o espaço urbano. A exposição terá a obra Ultra-Nature instalada na estação do metrô Paraíso. A peça é um painel de 9 por 3 metros que simula um jardim virtual com espécies fictícias de plantas. Quando o público passa pela obra, as plantas se movimentam, espalham seus polens e geram novas espécies.

Uma outra atração para o público será a apresentação de um demo do esperado jogo de computador Spore, criado por Will Wright (o mesmo criador do SimCity) e desenvolvido pela empresa de games Electronic Arts. Ele apresenta uma história sobre a origem da vida, sua evolução, a criação de uma civilização tecnológica e a exploração do espaço. O jogo usa técnicas e gráficos de alta qualidade, e é um exemplo completo de emergência, no sentido cibernético da palavra.

Obras – Artistas Internacionais

The Bacterial Orchestra, dos suecos Olle Cornéer e Martin Lübcke, uma orquestra formada por pequenas caixas de som executa “sinfonias” através de feedback (microfonia) e sonoridades capturadas de 256 instrumentos, reelaborando as músicas infinitamente. Performative Ecologies, do inglês Ruairi Glynn, traz uma comunidade de robôs que reconhece expressões faciais do público e emite cores diferenciadas para cada pessoa.

No trabalho do português Leonel Moura, RAP3 – Robotic Action Painter , um robô solitário realiza obras de arte no estilo das pinturas gestuais. A inspiração do robô-pintor, que “vive” em uma sala dedicada à origem da humanidade no Museu de História Natural de Nova York, são as informações colocadas em seu código e os inputs recebidos do público. O seu criador trabalha na área de inteligência artificial e robótica e em 2007 criou o Robotarium, o primeiro zoológico de robôs, localizado em Alverca, Portugal.

Do austríaco Roman Kirschner, pesquisador na Academia de Mídia Arte de Colônia, Alemanha, Roots é uma espécie de aquário que em vez de água contém sulfato de ferro, onde estão mergulhadas hastes de arame que recebem cargas elétricas. A partir disso, cristais negros crescem em suas extremidades como neurônios e, depois de tentarem se conectar com cristais de outros eletrodos, dissolvem-se.

Em mais um aquário desenvolve-se Bachelor: The Dual Body, do coreano Ki-bong Rhee. Trata-se de uma instalação composta por um livro submerso na água onde faz delicados movimentos, sem afundar nem emergir. Ele mantém a sua estabilidade por meio de um equilíbrio dinâmico entre um campo magnético e o fluxo proporcionado pela bomba de água.

Bacterias Argentinas, web art do colombiano Santiago Ortiz, matemático e pesquisador das intersecções entre arte e ciência, sugere um modelo dinâmico de agentes autônomos – na forma de palavras em uma rede gramatical – que se comem uns aos outros, trocando informações genéticas e promovendo a emergência de narrativas inusitadas.

A reprodução de vida artificial é o que se encontra em Tumbling Dream Chambers, do coletivo inglês Boredomresearch (formado por Vicky Isley e Paul Smith, pesquisadores de animação e arte computacional). É composta por cinco displays, como recipientes de vidro para cultura de bactérias em laboratórios. “Inoculados” por duas “sementeiras” (pequenos computadores), microorganismos artificiais nascem, evoluem e morrem.

Já em PixFlow #2, o coletivo belga LAb[au] (composto por Manuel Abendroth, Jérôme Decock e Els Vermang) apresenta uma escultura na forma de um console composto por quatro displays dispostos verticalmente. Um programa simula um campo vetorial onde partículas fluem conforme a evolução de sua densidade. A interação mútua que se desenrola no campo provoca a emergência de comportamentos totalmente imprevisíveis das partículas.

The Mutation of the White Doe, do americano Nicolas Reeves traz três esculturas elaboradas a partir de um algoritmo genético. O pedestal de cada uma emite trechos reelaborados de The White Doe, antiga música folclórica escandinava. Esse trabalho remete às esculturas 3D criadas a partir de obras de software art.

Obras - Artistas brasileiros

Raquel Kogan criou Reler em que 50 livros-objeto, quando abertos, reverberam e multiplicam declamações de textos diferentes criando uma polifonia de sons que, somados, nunca são iguais. Esta obra foi uma das vencedoras do Rumos Itaú Cultural Arte Cibernética em 2007.

Vivian Caccuri, igualmente brasileira e selecionada no mesmo Rumos, apresenta Canções Submersas. Neste trabalho, quatro carpas se transformam em “peixes-DJ”. Submersas em uma piscina climatizada, elas se movimentam e influenciam o som captado de tocadores de mp3 do público. O nado dos animais é reconhecido por um software especial e conforme eles se movimentam e se aproximam uns dos outros, o sistema modifica em tempo real as faixas musicais. É então criada uma "cacofonia fluida" no ambiente da obra, possibilitando uma "audição coletiva" de arquivos sonoros íntimos.

A web art youTAG, do mineiro Lucas Bambozzi, outra obra vencedora do Rumos Artes Cibernética 2007, é composta por um sistema especial de procura palavras-chave associadas a vídeos e fotos na Internet. A partir de uma busca especifica, o visitante recebe em sua conta de e-mail uma peça audiovisual remixada – e de autoria desconhecida – de material previamente existente e disponível na rede.

O arquiteto e mestre em poéticas digitais Sandro Canavezzi de Abreu apresenta em primeira mão I/VOID/O, também selecionada no Rumos. Nessa versão atualizada da instalação VOID o visitante se vê espelhado no interior de uma esfera acrílica, na qual sons, imagens reais e virtuais se fundem e se confundem, criando uma realidade interna instável e inóspita.

Obras no espaço público

Ultra-Nature é um extenso jardim virtual cuja flora é composta de seis variedades de plantas digitais coloridas que se agitam e se multiplicam de acordo com a movimentação do público. Esta obra do mexicano radicado na França e um dos pioneiros da arte digital Miguel Chevalier será exposta no metrô Paraíso e poderá ser vista por milhares de pessoas que passam diariamente por ali.

Do mesmo modo, Mikado_Xplosion poderá ser apreciada pelos transeuntes que passarem em frente ao Itaú cultural, na avenida Paulista. Do francês Pascal Dombis, a obra deriva de um programa de computador baseado numa imagem geométrica simples, que tem o formato de uma árvore. Trata-se de uma sobreposição de 1,5 milhões de linhas coloridas, que remetem ao jogo infantil das varetas chinesas e será fixada na fachada do prédio.

A exposição destas duas obras ao grande público enfatiza a postura do Itaú Cultural de explorar o espaço urbano com obras de arte pública. Em mostras anteriores, o instituto extrapolou o espaço de suas paredes e levou ao público nas ruas obras de Regina Silveira, Cildo Meirelles e Eduardo Srur.

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Emoção Art.ficial: bienal de arte e tecnologia do Itaú Cultural soma quatro edições

A primeira Bienal Internacional de Arte e Tecnologia (Emoção Art.ficial, como é conhecida hoje) foi realizada pelo Itaú Cultural em 2002, por meio do Itaulab – Núcleo de Arte e Tecnologia, pioneiro no segmento de arte tecnológica no Brasil criado naquele mesmo ano. Nesses seis anos de existência, o núcleo vem promovendo contatos e troca de experiências com inúmeros media centers de todo o mundo e com instituições acadêmicas. Cada bienal trouxe um aporte a todo esse trabalho. Hoje este núcleo é considerado referência no setor.

A sua criação representou uma evolução na trajetória do Itaú Cultural neste segmento, iniciada em 1997 por meio do Núcleo de Mídias Interativas, que naquele ano promoveu a exposição Arte e Tecnologia. Desde então, a instituição vem atuando sistematicamente na divulgação e no desenvolvimento e apoio à criação da produção artística com suporte eletrônico e digital.

O primeiro Emoção Art.ficial contou com a participação de prestigiados media centers de todo o mundo – como o ZKM (Alemanha), V2_Lab (Holanda), Arts Electronica Futurelab (Áustria), Experimenta Media Arts (Austrália) e IAMAS (Japão). São Paulo recebeu 39 obras digitais elaboradas a partir de suportes como softwares, games, robôs, vídeos em 3D e sensores eletrônicos. As instalações proporcionaram interação com o público, provocando os sentidos e reações diversas, rompendo com o senso comum de que essa forma de expressão é inacessível ou fria.

Participaram do evento artistas de conceituados media centers da Alemanha, Austrália, Canadá, Espanha, Holanda, Índia, Japão, México e Polônia. O Brasil foi representado pelo próprio Itaulab, por meio de um trabalho inédito desenvolvido pelo núcleo: Descendo a Escada, realizado por Regina Silveira. Versão virtual da obra Escada Inexplicável, criada pela mesma artista gaúcha, trata-se de uma escada interativa formada por um jogo de projeções que subvertem os códigos tradicionais de perspectiva.

O laboratório de arte e tecnologia do Itaú Cultural, transformava-se, assim, no embrião do que poderia vir a ser o primeiro media center brasileiro. Em paralelo à exposição, um simpósio internacional e workshops abriram uma abrangente discussão sobre cultura digital, no primeiro encontro de media centers promovido no país.

Passados dois anos, em 2004, o Itaulab promoveu Emoção Art.Ficial 2.0 – Divergências Tecnológicas. Essa segunda edição da exposição, também acompanhada de um seminário internacional, fez uma reflexão sobre o impacto político e social das novas tecnologias sobre o mundo contemporâneo e aprofundou a discussão sobre a arte digital e o papel da tecnologia no mundo moderno. Reuniu 30 obras criadas a partir do suporte digital, entre instalações, CD-ROMs, DVDs, sites e afins, muitas delas inéditas, de 17 países, além do Brasil: Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Canadá, Cuba, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, México, Peru, Romênia, Suíça e Uruguai.

As propostas dos trabalhos percorreram três caminhos: uma crítica à presença excessiva de elementos tecnológicos no mundo moderno; o uso da tecnologia como suporte para conduzir uma crítica política e social, e criações em que a tecnologia serve de suporte para o desenvolvimento de novas formas de realidade.

Em 2006, Emoção Art.ficial 3.0 – Interface Cibernética, a terceira e mais recente edição desta bienal, teve como foco a reciprocidade entre o público e as obras. Foram apresentados 13 trabalhos, clássicos e contemporâneos, criados por 18 artistas de países como Alemanha, Bélgica, Canadá, Estados Unidos, França e Noruega. Em paralelo, um simpósio reuniu especialistas internacionais e brasileiros para debater e refletir sobre o tema.

Os artistas que compuseram esta bienal exploraram os conceitos de “interface” e “cibernética” promovendo em suas obras relações recíprocas entre elas e o espectador. Definia-se, assim, a chamada interatividade, ou seja, pessoas e máquinas se comunicando de alguma maneira. Nesse processo, o papel da interface se comprovou fundamental. Mais do que apenas funcionar como canal de comunicação, a interface estabeleceu onde termina a pessoa e onde começa a máquina, e vice-versa.

Emoção Art.ficial 4.0 – Emergência!, que abre ao público no dia 2 de julho (no dia 1º haverá uma inauguração só para convidados), reflete sobre o conceito da emergência no campo da arte cibernética. Apresenta 16 obras contendo agentes reais ou virtuais que, ao se relacionarem entre si, geram resultados imprevisíveis.

O critério de seleção destes trabalhos foi a utilização do conceito de emergência sob o ponto de vista científico, em que resultados inesperados surgem a partir de regras simples. Quarta edição desta bienal internacional de arte e tecnologia, a exposição conta com dois coletivos e 14 artistas da Áustria, Bélgica, Brasil, Colômbia, Coréia, Estados Unidos, França, Inglaterra, México, Portugal e Suécia. Uma das obras será exibida no metrô Paraíso. Enfatizando a postura do Itaú Cultural de explorar o espaço urbano com arte pública.

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