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BA/DF/MG/RJ/Alemanha João José no Estudio Guanabara / Bill Lundberg e Regina Vater na Funarte
ANO 4 - N. 62 / 16 de junho de 2004



NESTA EDIÇÃO:
Laércio Redondo integra os novos bolsistas Schloß Solitude, Alemanha
João José no Estudio Guanabara, Rio de Janeiro
Bill Lundberg e Regina Vater na Funarte, Rio de Janeiro
Gabriela Gusmão no Foto Arte 2004, Brasília
Heterodoxia na Paulo Darzé, Salvador
Inscrições para a Semana de Arte na Estrada Real, Passa Quatro
COMO ATIÇAR A BRASA:
Das ruas do Rio para o mundo (A praga Mazeredo se espalha)




Laércio Redondo

Novos Bolsistas da Akademie Schloss Solitude, Stuttgart – Alemanha
Anja Lutz, Edgar Endress, Laércio Redondo e Valeria Hasse

17 de junho, quinta-feira, 20h

Akademie Schloß Solitude
Solitude 3
D-70197 Stuttgart
Alemanha
49-711-99-619-0
am@akademie-solitude.de
http://www.akademie-solitude.de
Terca a sexta, das 10 às 12h e das 14 às 18h30; sábados e domingos, das 12 às 18h30.
Exposição até 11 de julho 2004.

Sobre os artistas e os trabalhos da exposição.

Este material foi enviado por Laércio Redondo (birger.lipinski@chello.se).
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João José
Um Reencontro

17 de junho, quinta-feira, 19h

Estudio Guanabara
Rua Visconde de Pirajá  82  Ipanema
Rio de Janeiro
21-25210197
contato@estudioguanabara.com.br
Segunda a sexta, das 13h às 19h.
Exposição até 9 de julho de 2004.

Veja o texto de imprensa.

Veja o texto crítico de Ferreira Gullar.


Este material foi enviado por Estudio Guanabara (contato@estudioguanabara.com.br).
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Vídeo-instalação
Bill Lundberg

Madeline

Vídeo-instalação
Regina Vater

Love-Space

Palestra
17 de junho, quinta-feira dia, às 13h30

17 de junho, quinta-feira, das 12 às 18h
(a mostra será realizada somente neste dia)

Funarte
(Antigo prédio do Ministerio da Educação e Cultura)
Auditório
Rua da Imprensa  16  Centro
Rio de Janeiro
Realização: Ministério da Cultura, Funarte e Universidade Estácio de Sá
Apoio: Universidade do Texas

Sobre os artistas e seus trabalhos.

Este material foi enviado por Vera Condé (universidarte@estacio.br).
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Foto Arte 2004
Gabriela Gusmão

17 de junho, quinta-feira, 19h

Marquise do Complexo Cultural da Funarte
Eixo Monumental  Setor de Divulgação Cultural
(entre a Torre de TV e o Clube do Choro)

Brasília   DF
61-223-2441
Segunda a domingo, das 9 às 18h.
Exposição até 18 de julho de 2004.
 
Heterodoxia
Anna Bella Geiger (RJ), Caetano Dias (BA), Carina Weldle (PR), Divino Sobral (GO), Eliane Prolik (PR), Enrica Bernadelli (RJ), Felipe Barbosa (RJ), José Guedes (CE), José Rufino (PB),Karina Weidle (PR) Marcone Moreira (PA), Paulo Pasta (SP) Sandra Tucci (SP), Patricia Canetti (RJ), Shirley Paes Leme (MG) e Walton Hoffmann (RJ)

18 de junho, sexta-feira, 20h


Galeria Paulo Darzé
Rua Rio de São Pedro  6  Graça
Salvador   BA
71-245-6933
paulodarze@br.inter.net
Segunda a sexta, das 9 às 12h; e das 14 às 19h; sábados, das 9 às 13h.
Exposição até 30 de junho de 2004.

Veja o texto de imprensa.

Este material foi enviado por Paulo Darzé Galeria de Arte (paulodarze@terra.com.br).
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Ciclo de oficinas
1ª Edição da Semana de Arte na Estrada Real

inscrições até 15 de julho de 2004

Ginásio São Miguel
Av Padre João Batista Aptche  115
Passa Quatro   MG

Informações e inscrições:
11-8135-0099
semanadeartep4@uol.com.br
http://www.passaquatro.com.br
Realizadora: Mônica Gambarotto

A Semana de Arte na Estrada Real – 1ª Edição é um ciclo de oficinas de desenho, pintura, gravura, instalação e vídeo que serão ministradas por artistas conceituados do eixo São Paulo - Rio de Janeiro, cujo tema será Interferência Ambiental. Paralelo às atividades de formação artística, ocorrerão outros eventos relacionados, como palestras, mesas redondas e debates com os artistas convidados.

Período: 19 a 25 de julho de 2004
Horário: Segunda a sexta, das 9 às 13h30.
Valor: R$ 500 por oficina
Pagamento: através de depósito bancário.

Sobre as oficinas.


Este material foi enviado por Edith Derdyk (ederdyk@uol.com.br).
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Como atiçar a brasa - Das ruas do Rio para o mundo (A praga Mazeredo se espalha)

Trabalho Coletivo de Mídia Tática
Leia sobre a proposta desse trabalho no Hora de crescer - como atiçar a brasa.


Matéria publicada originalmente no jornal O Globo, no Segundo Caderno, no dia 16 de junho de 2004.

Das ruas do Rio para o mundo

BERNARDO ARAUJO

Avenida Atlântica, Praça do Lido, Nova York, Paris, Recife, Túnel Zuzu Angel, Avenida Ayrton Senna... as esculturas de Marli Azeredo, ou Mazeredo, estão por toda parte. A ponto de o RioArte, depois de alguma pressão da comunidade das artes plásticas, ter criado uma comissão para decidir o que pode e o que não pode enfeitar as ruas da cidade. Em seu ateliê na Tijuca — que lembra um barracão de escola de samba — a escultora louva a criação da comissão, enquanto fala de seus projetos para o futuro, no Brasil e no exterior.

— É ótimo que se avalie o que pode ser instalado nas ruas e praças da cidade — diz. — Sabe que eu talvez vá para Atenas? Meus trabalhos inspirados em esportes podem me levar até lá.

A enxurrada de esculturas de Mazeredo pelo Rio — e, mais tarde, por várias outras cidades — começou em 1992, quando ela foi convidada a criar o símbolo do Fórum Global, feirão multicultural e étnico no Aterro do Flamengo, que era parte da conferência Rio-92. Desde então, vive sendo chamada para apresentar outros trabalhos em público, como as esculturas em homenagem a Ayrton Senna, Zuzu Angel e a estudante Ana Carolina, morta na saída do Túnel Santa Bárbara em 1998. Mazeredo garante que apenas uma das cerca de 20 obras suas nas ruas do Rio atualmente — incluindo as 15 da exposição “Milênio”, que está na Avenida Atlântica há uma semana e, informa ela, deveria ficar por um mês mas pode ser prorrogada — está lá por sugestão sua: “Vitória”, na Praça do Lido.
...

A criação da comissão certamente já é um passo à frente, mas ela ainda não está funcionando, nem se reuniu.

— Essa comissão foi inventada pelo secretário das Culturas, é um golpe de marketing que nunca vai sair do papel — diz a artista plástica Patrícia Canetti. — A prefeitura não tem dinheiro para nenhum projeto na área das artes plásticas. Quanto às obras da Mazeredo, não se trata de dizer se elas enfeitam ou enfeiam a cidade, mas de perguntar: qual a importância de uma escultura dela no desenvolvimento de nossa sociedade atual?

Alheia à discussão — que, de resto, nem começou — a escultora exibe mais um de seus projetos, esculturas de imensos guardas (estilizados, é claro).

— Eles poderiam ficar nas esquinas, para ajudar a prevenir assaltos, não acha?

Leia a matéria completa e publique o seu comentário no Blog do Canal:
http://www.canalcontemporaneo.art.br/blog/archives/000123.html


TEXTOS DO E-NFORME:

Novos Bolsistas da Akademie Schloss Solitude, Stuttgart – Alemanha

Artista: Edgar Endress
Titulo: Undocumented

No aparente documentario "Undocumented" Edgar Endless usa no seu video, colagens de antigos jornais e comentarios extraidos da televisão para contar a historia de um emigrante peruano que foi morto na fronteira do Chile. Este evento abriu a discussão e o confronto que existiu silencioso entre aqueles dois paises desde a Guerra do Pacifico no final do sec 18.

Edgar Endress (*1970, Osorno/Chile) estudou no Instituto de Artes de las Communicaciones em Santiago – Chile e tambem novas midias no Syracuse University, New York - EUA. Trabalhando com video desde 1995, ele toca nos complexos assuntos de imigracão, integracão e identidade. Recentemente participou na coletiva “Nueva/Vista” no Institut für Auslandsbeziehungen (ifa Bonn, 2002 / Berlin, 2003 / Stuttgart, 2003).
Endress é membro do Akademie Schloss Solitude desde marco 2004.

Artista: Valeria Hasse
Titulo: Tota – Joias recicladas

O projeto Tota comecou em 2002 com a designer Valeria Hasse e a arquiteta Marcela Muniz em Buenos Aires. Reflexões em torno da vida dos objetos foi o ponto de partida para o projeto. A linguagem faz uso de tecnicas artezanais e industriais, materiais nobres atrelados a construcoes que se misturam, residuos e restos da sociedade de consumo.

Valeria Hasse (*1963, Buenos Aires/Argentina) estudou design na Universidade de Buenos Aires e tem pos graduacão na Jan van Eyck Akademie em Maastricht, Holanda. Trabalha como designer livre enfatizando midia impressa, pesquisas e projetos colaborativos. Hasse é membro do Akademie Schloss Solitude desde marco 2004.

Artista: Laércio Redondo
Titulo: Estrangeiro/Stranger

O termo deslocamento assim com visbilidade/invisibilidade sao os pontos de partida para a video instalacao de Laercio Redondo. O trabalho foi inspirado pela observacao dos passaros, que migram da Suécia todo outono. Uma projecao mostra uma formacao triangular de passaros que passam pela retina e desaparecem no ceu. No espaco expositivo duas pilhas de minusculos livros convidam o expetador a folhea-los e leva-los consigo.

Nos livros, as palavras "fremde" e "estrangeiro" aparecem em lados opostos e pedem a interacao do publico.

Laercio Redondo (*1967, Brasil) estudou arte na FAAP em São Paulo e Konstfack, University college of Art, Crafts and Design em Estocolmo, Suécia. Vive em Estocolmo e Stuttgart, participou na "Mostra Rio Arte Contemporânea" (MAM, Rio de Janeiro, 2002), "Materia Prima de Arte Brasileira" (Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, 2002), "Arghh" (Edsvik Konst & Kultur, Estocolmo - Suécia, 2003) e no Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2003). Redondo é membro do Akademie Schloss Solitude desde marco 2004.

Artista: Anja Lutz
Titulo: SHIFT! RE-APPROPRIATED

Esta será a decima quinta e a atual publicacao da revista "Shift", uma publicacao experimental que sempre questiona forma e conteudo no ato de produzir publicacões. O projeto nesta edicao é uma colaboracão que conta com designer graficos, artistas e escritores de todo o mundo. Nasce da ideia de reapropriar os “restos” das antigas publicacões e encontrar um novo contexto para eles.

O projeto tem um comentario social e economico, explora possibilidades - obviamente superfluas - de emprestar ao antigo material um novo significado e criar assim um novo contexto para o termo "reciclar".

Anja Lutz (*1970, Stuttgart/Alemanha) estudou midia e production design no London College of Printing, Inglaterra e no Jan van Eyck Akademie em Maastricht, Holanda. Trabalha como designer grafico independente desde 1994 enfatizando as areas de cultura e publicacões. Lutz, fundadora e art director do projeto international de arte e design "shift!". Lutz é membro do Akademie Schloss Solitude desde marco 2004.


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João José no Estudio Guanabara

Em torno de Ivan Serpa, professor do primeiro curso de arte do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, reuniram – se os integrantes do Grupo Frente (Aluísio Carvão, Décio Vieira, Hélio Oiticica, João José Costa, Lygia Clark, Lygia Pape, Rubem Ludolf, entre outros). Serpa listava as condições para pertencer ao grupo: não ter compromisso com as gerações passadas, ser jovem e ter boa vontade para o trabalho. A formação desse grupo pioneiro, fundamental para história da arte no Brasil, está completando 50 anos.

João José participou de todas as quatro exposições do Grupo Frente (1954 – 1956), e foi considerado por Mario Pedrosa o mais rigoroso concretista do grupo. Artista de caráter reservado, seu trabalho aborda questões da cor e da matéria pictórica, com um ritmo frequente.

O Estudio Guanabara resgata essa obra através de guaches e óleos realizados entre os anos 50 e 80, representativos do percurso desse artista “raro”.

João José – Um Reencontro

FERREIRA GULLAR

Já nos anos 50, quando a arte concreta surgiu no Brasil, observei, ao escrever sobre a pintura de João José S. Costa, quanto era importante o espaço e a cor objetiva em sua linguagem de pintor. Observação que confirmo ao rever os quadros que ele agora expõe no Estúdio Guanabara.

Na concepção dos quadros, João José parte da identidade dos elementos forma-cor-espaço-estrutura e, com delicadeza e lúcida invenção, explora-os, fá-los agir e reagir em simultaneidade e reciprocidade de funções, criando assim uma realidade que pode ser controlada e observada, de que resulta construção de um campo visual rico mas sem ênfase.

Sem pretende excluir as demais experiências de outros artistas brasileiros no campo da arte concreta – como Ivan Serpa ou Aloísio Carvão -, vejo na pintura de João José o uso efetivo dos elementos pictóricos em sua nova função de fonte e objeto de uma atividade que tanto tem de mental quando de sensorial, perceptiva. Lembro-me de um trabalho seu, daquela época, de fundo vermelho, sobre o qual dispôs linhas brancas e amarelas, com uma dupla função, ora eram lados de retângulos - que se sucediam num ritmo de espiral até o suposto vértice do movimento, onde se transformam em dois pequenos quadrados -, ora, sem relação com qualquer outra forma, agiam por si, dinamizando virtualmente toda a área do quadro. Este é um exemplo de como o pintor fazia uso dos elementos simples da geometria para, sem qualquer efusão emocional, compor uma objeto belo, de uma beleza nascida dos jogos de probalidade entre espaço e forma. Mas há exemplo onde sua linguagem geométrica se torna mais fascinante, como no caso de um guache, exposto nesta mostra, onde ele rompe com a estrutura geométrica rígida para explorar outras possibilidades da relação espaço, forma, cor, linha. (O trabalho, de 1956, constitui-se de pequenos paralelogramas de cor rosa e dois outros elementos, um verde e outro vermelho).

Para encerrar, quero manifestar a alegria que tive ao rever os trabalhos de João José que, por discrição, os manteve tantos anos longe da vista de todos nós. Alegria tanto maior por ver confirmadas as qualidades que sempre encontrara em seus trabalhos.

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Bill Lundberg e Regina Vater

Bill Lundberg é um dos pioneiros na arte de filme-instalação. Chamado de “O Mágico do Cinema” pela mais respeitável publicação cinematográfica francesa, Cahier du Cinema, ele também é fundador dos cursos de vídeo-arte do departamento de Arte e História da arte da Universidade do Texas em Austin. Desde o início dos anos setenta, Lundberg vem enfatizando as relações humanas como elemento central do seu trabalho. “Madeline” é uma vídeo- escultura que foi escolhida por Okwui Enwezor
(um dos ex-diretores da Documenta de Kassel) para uma exposição que percorreu vários museus importantes da Europa.

Lundberg recentemente esteve no Brasil como bolsista da Fulbright, dando aula de vídeo e transmídia (cadeira que ele criou para o departamento de arte da Universidade do Texas) no Dragão do Mar e na Universidade Federal do Ceará em Fortaleza e na Universidade Federal de Pernambuco no Recife. 

Palavras do próprio artista: “Minhas obras são construídas em torno das experiências Humanas de ilusão e realidade.
Através do uso de projeção de filme e vídeo, enxerto ilusão a objetos e a ambientes reais. Minha intenção é reinventar a experiência cinematográfica e a relação entre o espectador e a imagem cinematográfica. Portanto, no meu trabalho, a imagem projetada poderá se tornar uma extensão do espectador. Muitas vezes quando assistimos a um filme ou a um programa de televisão, nós não nos damos conta de que a história, a ação e o cenário também continuam além do quadro da tela. Mas este <fora da tela> é também parte da história visível na tela.  Este espaço é chamado o <espaço diegético> do filme”.

“A diferença entre esta convenção e os meus trabalhos com filme e vídeo está em que nas minhas obras, não sou eu que controlo a <diegésis> como acontece nos filmes de longa ou curta metragem. Em minhas instalações o espaço diegético pertence ao espectador”.

Lundberg foi agraciado por vários prêmios importantes no E.U.A, incluindo duas bolsas concedidas pelo NEA, duas bolsas concedidas pela Fulbright (1992 and 2003) e uma bolsa concedida pela Fundação Guggenheim (1981). Seus trabalhos são exibidos em museus de grande importância, incluindo individuais  no Whitney Museum of American Art, P.S. 1 ambos em Nova Iorque, o Carnegie Institute Museum of Art (EUA), Jak S. Blanton Museum, 1999 (Austin, Texas ), a Fundação Art Pace 1998 (San Antonio, Texas). E recentemente uma retrospectiva no Contemporary Arts Museum, 2002 (Houston, Texas),

Regina Vater realizou sua primeira instalação no Rio (praia da Joatinga) com a ajuda de Silvio Palhares em 1970. E em 1976 Regina fez seu primeiro trabalho de instalação usando filme (a qual foi premiada pelo festival de Ann Arbour-Michigan). E que foi também apresentada várias vezes tanto nos Estados Unidos como na Argentina. O interesse de Vater por vídeo começou 1974 quando vivia em Paris, neste mesmo ano. Lá, por encomenda de Ruth Escobar, ela realizou o seu primeiro vídeo (que contou com a participação da Companhia Ruth Escobar de teatro para a qual trabalhavam atores como: Pitanga e Sergio Britto ) – este trabalho foi finalizado por Andreà Tonacci.

Com a apresentação da obra “Love Spaces” será a primeira vez que o público carioca verá um trabalho de Regina Vater planejado como instalação de filme. Esta obra projetada em Nova Iorque em 1983 foi realizada no Texas em 1985 com o apoio de uma bolsa do conselho para as Artes de Nova Jersey e recentemente participou de importante mostra de vídeo feito por mulheres artistas no Jack S. Blanton Museum, da Universidade do Texas em Austin. 2003

Esta obra que foi originalmente feita com dois filmes super-8 cujas bordas se tocavam formando um só filme. Hoje está convertida para o formato de vídeo-instalação.

Os filmes combinados num só vídeo mostram um homem e uma mulher que ocupam espaços lado a lado, porém distintos. A separação física dos dois funciona como uma metáfora da separação emocional e psicológica dos dois.

A mulher gentilmente acaricia a beira do filme tentando em vão encontrar uma abertura que a possibilite entrar no filme do homem, e assim estabelecer um contato mais íntimo com o próprio, enquanto que o homem, indiferente, permanece mergulhado na leitura de um jornal que lhe esconde a identidade.

O fato de que a mulher esteja nua, (ela parece uma odalisca do Ingrès), e o homem vestido, serve para exarcerbar ainda mais o alheamento entre os dois. Além de realçar que um está mais conectado com o “natural” ou a Natureza e o outro com a “cultura”.

Divisão que historicamente tem servido para colocar a mulher num plano inferior ao homem. Realmente, no som do filme, isto é grifado por uma voz masculina que lê um tratado do século XV que instrui como a mulher deve se comportar e agir para se tornar uma boa esposa.

Câmera : Regina Vater
Atores : Debora Hay, uma das mais famosas dançarinas de dança contemporânea americana e Bill Lundberg (marido da artista que se ofereceu como ator)
Som : A voz é de John Aielli, um dos mais populares locutores de rádio de Austin aonde a artista vive desde 1985.


Palavras da artista: “Desde cedo em minha vida e carreira eu me interessei por temas psicológicos, aos quais retornei com periodicidade até metade dos anos 80. Em 1975  realizei uma foto-performance entitulada <Tina América> a qual registrei num livro de artista. Acredito que <Tina América>, que era baseada nos traços psicológicos da mulher classe média da América Latina (consulte: http://arteonline.arq.br/museu/interviews/reginavaterport.htm) se antecedeu em idéia e feitura a certas obras da mesma categoria mas com mais prestígio internacional. Já com o vídeo <Miedo> filmado anteriormente (no mesmo ano de 1975) em Buenos Aires, e com a instalação de filmes <Conselhos de uma Lagarta> que fiz em 1976 em homenagem a minha amiga e mentora Lygia Clark e com a adição de alguns outros trabalhos em super-8 e em fotografia creio que investi desde muito cedo e de uma certa maneira pioneira, pelo menos no Brasil, num corpo de trabalho que atesta este aspecto da minha obra relacionada ao corpo e a psíque e suas relações”.

Sua mais recente exposição de foto-documentários “Body/Water” ou
“Copo/Água” que foi apresentada pelo jornalista brasileiro Rosental Calmon Alves, se realizou ainda neste ano de 2004 na Flatbed Gallery em Austin Texas. Esta se compunha de fotos tiradas tanto no Brasil quanto nos EUA que revelam a relação de prazer do corpo humano com o elemento água.

Em março de 2003, Vater lançou na Livraria Book People em Austin, Texas, seu livro de artista “Sounds Good” em homenagem a John Cage centrado na importância para as artes da existência do sorriso humano. O lançamento desse livro foi laudado pelo periódico Austin Chronicle como um dos eventos culturais mais importantes do ano. Em 2002, Vater curou a mostra “ Poesia Visual Brasileira” para o Mexic-Art Museum, mostra que foi recebida pela crítica de forma espetacular. A Art In America publicou um artigo sobre a mesma de seis páginas denominado “In Concrete Language” de autoria de Raphael Rubinstein, na edição de maio de 2002.

Vater foi homenageada recentemente com a ordem do Rio Branco por sua obra pessoal e seu empenho em divulgar a cultura brasileira no exterior, também foi agraciada com vários prêmios artísticos a nível nacional e internacional, tais como bolsas concedidas pela Fundação Guggeheim (1980), pelo New Jersey Council for the Arts (1984) residência de artista na Fundação Art Pace (1999), participou como representante do Brasil nas Bienais de Paris em 1967 e  Veneza em 1976. Seus trabalhos fazem parte de várias coleções internacionais, incluindo o Jack S. Blanton Museum e o Museu de Arte de San Antônio. Muito recentemente Regina concedeu em dois dias consecutivos, uma entrevista oral sobre sua vida e carreira para os arquivos orais do SmithSonian Institute de Washington DC (duas sessões de três horas cada uma) – O SmithSonian Institute é um dos mais importantes museus do EUA que se especializam em registrar e documentar a história da cultura americana, nesta ocasião Cary Cordova, a historiadora que a entrevistou lamentou a escassez de textos acadêmicos no Brasil sobre a obra desta artista-inventora.

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Gabriela Gusmão no Foto Arte 2004

O vento, fôrça em atuação, erodindo, esculpindo visões ininterruptas: pinturas efêmeras, EÓLICAS. Encontros do vento com o rio e com o mar.  Visitas de Iansã a Oxum e Iemanjá reveladas em impressões instantâneas.

Gabriela Gusmão, 30 anos, é formada em Comunicação Visual pela PUC-RJ, cursou aulas de pintura e desenho no Parque Lage e de fotografia no Ateliê da Imagem. Autora do projeto Rua dos Inventos que reúne livro, exposição e CD-ROM sobre o universo material urbano através de um olhar atento aos artefatos, abrigos, objetos, projetos de sobrevivência desenvolvidos por pessoas que vivem ou trabalham na rua.

Nos últimos anos, participou de exposições coletivas e realizou trabalhos em video e fotografia, além das experiências em desenho e pintura às quais se dedica desde meados dos anos 90. Em seu trabalho mais recente, EÓLICAS, a artista apresenta nos pilares da marquise da FUNARTE fotografias que captam o microrelevo de superfícies onde a ação do vento origina pinturas efêmeras.


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Heterodoxia Edição Salvador

A mostra segue apresentando um panorama das questões manifestas na diversidade da produção de arte contemporânea brasileira. Seu objetivo é revelar, por meio desse conjunto heterogêneo, possibilidades de diálogos e de debates, de afinações e  de dissonâncias entre as obras, e, assim, traduzir plasticamente a existência de diferentes  ”brasis” dentro do Brasil.

Heterodoxia origina-se da ação independente de artistas*. É uma prática de articulação de diálogos com outros artistas e de estabelecimento de conexões com instituições culturais, galerias e curadores visando a realização de exposições que dêem visibilidade à riqueza da produção brasileira contemporânea.

Heterodoxia é um processo curatorial elaborado por artistas. Não opera com um foco fechado, nem aspira a delimitar um campo único de interesse, mas, ao contrário,  busca a multiplicação das maneiras de ver e a abertura do leque de possibilidades das linguagens visuais. É por isso que se compromissa com uma visão panorâmica, reunindo posturas filiadas às mais diversas tendências, enfatizando o pluralismo do nosso repertório artístico.

Heterodoxia desenha uma possível cartografia da  arte brasileira. É um mapeamento orgânico que se configura à medida que é tecida a rede de relações entre artistas com bagagens, projeções e linguagens diferentes, que vivem em cidades muito distintas, e que sofrem influências de ambientes culturais de toda sorte. Cartografia de um território heterogêneo, marcado por contrastes e oposições, heterodoxia alimenta-se da própria diversidade contida na formação da cultura brasileira e de sua tradição de hibridação e flexibilização. É um registro empenhado em traduzir, através dos muitos processos artísticos, os muitos brasis existentes dentro do imenso e complexo Brasil.

Heterodoxia se pretende um espaço contra-hegemônico, um lugar de encontro, convivência e cruzamento das diferenças manifestas na arte, onde opiniões divergentes e poéticas diacríticas são colocadas em tensão e em conversação, num campo de inter-relações que, ao ser armado, descortina múltiplos sentidos, inerentes à produção contemporânea.

Heterodoxia é uma ação em constante deslocamento. É uma mostra em que artistas, obras e salas de exposição são cambiantes. É nômade sua proposta de itinerar pela amplitude territorial  interagindo com contextos regionais, na tentativa de descentralizar e ampliar a política de exibição da produção brasileira. Heterodoxia reafirma a responsabilidade dos artistas diante da edificação do circuito de arte no país, como também da diminuição das fronteiras colocadas entre o trabalho de arte e o público.

Heterodoxia – Edição Salvador oferece a oportunidade de conhecer os trabalhos destes 15 artistas, de traçar miríades de relações, afinadas ou dissonantes, entre suas obras  e permite, a partir dessas relações, chegar a ilações sobre os possíveis significados que essa produção engendra.

O quadro de reflexões aberto com Heterodoxia desdobra-se sobre questões que eriçam a arte do presente: o contínuo trânsito de elementos entre o real e o imaginário; a ressemantização de objetos e fatos retirados da vida cotidiana dentro de um contexto poético; a sobreposição de informações visuais oriundas de extratos da cultura erudita, popular e de massa; o revigoramento das linguagens pictóricas figurativa e abstrata; a ocupação dos espaços bi-tridimensional por meio da repetição engenhosa de módulos e objetos; a presença de processos cujo cerne é a matéria e o fazer; as representações do corpo diante da cultura do simulacro; o uso das tecnologias da imagem para investigar o íntimo e o coletivo; a imersão na memória como modo de restauração do território do sujeito, e muitas outras.

A mostra é um projeto itinerante coordenado pelos artistas Divino Sobral (de Goiânia) e Walton Hoffmann (do Rio de Janeiro), e já esteve em exibições no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba , na Galeria Marta Traba, do Memorial  da América Latina, em São Paulo, na Galeria da Faculdade de Artes Visuais /UFG em Goiânia , Galeria Archidy Picado em João Pessoa , Casa da Ribeira em Natal, Casa do Porto em Vitória, Fundação Joaquim Nabuco em Recife, e Museu de Arte Contemporânea do Ceará- centro Dragão do Mar em Fortaleza.


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Ciclo de oficinas Semana de Arte na Estrada Real

As oficinas são voltadas para estudantes de arte, artistas, professores (das várias áreas da produção artística), produtores culturais, profissionais ligados à arte e interessados em arte contemporânea, que durante 5 dias consecutivos estarão imersos nas oficinas com alguns de seus artistas favoritos.

I - Desenho: O corpo da linha
Ministrada por Edith Derdyk

Apresentação de questões referentes ao potencial expressivo e construtivo da linha. A oficina focaliza a experiência da passagem da linha sobre o plano para a sua projeção no espaço.
A partir de proposições gráficas e dos estímulos naturais da paisagem de Passa Quatro, cada participante irá pesquisar seus gestos e procedimentos, materiais e instrumentos que melhor possam expressar a conquista de uma poética pessoal.
Serão abordadas questões como:
- a gramática do desenho: a linha e seus papéis
- a mão, o gesto, o instrumento, a matéria: a linha como extensão do corpo.
- o desenho e seus percursos históricos.
- a linha como força geradora nas diversas linguagens.
- a linha, o tempo, o espaço: duração, extensão, ritmo, tensão, forma, construção, direção.

Material: lápis HB, H,2B,4B, 6B, carvão litográfico, vegetal, lápis de cor, pastel oleoso e /ou seco, fixador, nanquim, bico de pena, pincel chato e redondo de diversas espessuras , 500 folhas de papel A4, bloco canson A2, bloco sulfite A2, estilete, tesoura, cola vinílica, arame mole, alicate, barbante, 3 fitas crepes e quaiquer outros materiais a fins.

Edith Derdyk é artista plástica com participação em exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Publicou: Formas de pensar o desenho e O desenho da figura humana.

II - Pintura: Paisagem invenção da pintura
Ministrada por José Spaniol

O foco da oficina será a criação da pintura como projeção do olhar sobre a paisagem. Por meio dos trabalhos nas oficinas, os participantes terão a oportunidade de entrar em contato com questões relacionadas a cor, contrastes, forma, proporção e ritmo.

Trabalho externo com local a ser definido: os lugares serão definidos partindo de sugestões do grupo, de acordo com seus trabalhos. Serão feitas visitas para realização de uma pesquisa de campo, visando recolher elementos específicos do local escolhido. A captação desse material  poderá ser feita através de estudos em desenho, fotos, vídeos, etc. Os conteúdos aí recolhidos serão desenvolvidos livremente através dos meios pictóricos. Essas visitas procuram favorecer processos de composição, pela transformação de elementos do espaço cotidiano.

Material - o material básico de trabalho será guache sobre papel, caso haja um interesse específico, os participantes poderão utilizar outras técnicas.

José Spaniol é pintor, desenhista, gravador e escultor. É professor de pintura e gravura na FAAP.

III - Gravura: Carimbo - ex libris
Ministrada por Alex Cerveny

O carimbo é uma expressão simples e ancestral de gravura, entretanto, seu uso como arte é bastante restrito. Com estiletes apenas e borrachas de vinil, é possível criar elaboradas matrizes em miniatura e até mesmo uma tipografia artesanal. E, à maneira dos carimbos orientais e selos sumérios, é possível usar em vez de borracha, pequenos e macios bastões de pedra sabão, onix ou jade.

Esta oficina se propõe a pesquisar as possibilidades da construção artesanal de carimbos, e seus usos(ex-libris, marcas pessoais, tipografia e etc).

Material: borrachas de vinil "Faber Castell"(quanto, mais melhor), estiletes, caneta esferográfica, goivas para xilogravura, almofadas e tinta para carimbo "Carbex"(vermelha, azul, preta), papel sulfite a-4, nanquim, pena, lápis preto, pincel fino, bastões de pedra sabão (+- 20x20mm de base) e lente de aumento.

Alex Cerveny é desenhista, gravador, pintor, escultor e ilustrador da Folha de São Paulo.

IV - Instalação: Diversidade e pluralidade no espaço
Ministrada por Shirley Paes Leme

A proposta é abordar na prática novos conceitos sobre a percepção espacial e expansão da escultura. Considerando a história, a geografia, a topologia e a arquitetura da cidade, pensada como site specific, a oficina propõe a realização de uma instalação como trabalho final. Este projeto será elaborado a partir da diversidade e pluralidade das experiências pessoais e conhecimento dos alunos e da artista-professora

Material: 1 alicate, 2 kilos arame recozido 18, uma serra manual de cortar madeira de qualquer tamanho (serrote).

Shriley Paes Leme é escultora e professora na Faculdade Santa Marcelina. Tem participado de inúmeras exposições no Brasil e no exterior.

V - Vídeo: Vídeo Arte - experiências temporais e uma nova televisão
Ministrada por Simone Michelin

Vídeo-performance, vídeo-instalação,vídeo-monocanal, discussões em torno de conceitos históricos, estéticos e exercícios de linguagem.

Material: camera de vídeo própria e fitas mini dv.

Simone Michelin é videomaker. Como artista plástica trabalha com tecnologias de ponta e seu campo de atuação abrange a Arte Pública. É professora na Escola de Belas Artes da UFRJ.

VI - Criação tridimensional: Construções de imagem
Ministrada por Cristina Salgado

A oficina se dedicará a pesquisar materiais e objetos do universo cotidiano em geral e do local, que tragam possibilidades simbólicas, para com eles realizar experiências de construção de outros objetos. Os resultados serão “esculturas” construídas a partir de diversas estratégias de montagem - imagens poéticas concretas formadas pela reunião de elementos. A dimensão de elaboração formal será uma das questões envolvidas, mas dialogará com o sentido narrativo dos trabalhos produzidos e ambos serão fruto das relações de disparidade, analogia ou semelhança entre os elementos construtivos em termos de forma e de significado.

Material: objetos de atacado: como línguas-de-sogra, chaveiros, brinquedos, embalagens diversas; objetos usados: como livros, agendas, roupas, bolsas, objetos de decoração, utensílios domésticos (ou o que se tiver em casa e possa ser transformado); materiais, naturais ou não, disponíveis na cidade e arredores; materiais pregantes, costurantes ou amarrantes: como pregos, alfinetes, arames, linhas, barbante, corda, fitas adesivas (durex, crepe), durepoxi, cola quente, etc;ferramentas: agulha, martelo, alicate, tesoura.

Cristina Salgado é pintora, desenhista e escultora. Ensina na Escola de Artes Visuais no Parque Lage.

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