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NESTA EDIÇÃO: (clique para ir direto a matéria desejada) Iole de Freitas no MAC, Niterói Happy hour www.laisle.com no CAHO, Rio de Janeiro HOJE SIDAIDS no SESC São Gonçalo, RJ Revista D'Art + Seminário Delineando Nortes no CCSP, São Paulo Comentário sobre o Fórum de Debates do Prêmio Sérgio Motta, São Paulo

exposição e lançamento do livro Iole de Freitas Sobrevôo
Edição Cosac&Naify com organização de Lorenzo Mammi
7 de dezembro, sábado, às 17h
Museu de Arte Contemporânea de Niterói Mirante da Boa Viagem s/n.º Praia da Boa Viagem Niterói RJ 21 2620-2400 http://www.macniteroi.com Terça a domingo, das 11h às 18h. Exposição até 9 de março de 2003.
O Museu de Arte Contemporânea de Niterói inaugura sábado (07 de dezembro de 2002) a exposição Sobrevôo - Iole de Freitas. Reunindo 12 esculturas recentes em policarbonato com tinta industrial, a mostra consolida as relações que a artista mineira vem travando entre transparência, translucidez e opacidade. A abertura da exposição marca também as comemorações dos 30 anos de carreira de Iole e o lançamento do livro Sobrevôo (Cosac & Naify Editora), que aborda o trabalho da artista nos últimos quatro anos.
Mantendo a poética da transparência e da translucidez, leveza e equilíbrio, a linguagem plástica de Iole de Freitas instala-se no espaço, constituindo um percurso que o espectador tende a cumprir, percebendo as novas relações espaço-temporais que passa a vivenciar quando os elementos geométricos que visualiza são transparentes e o lugar que eles ocupam é sinalizado por formas voadoras e flutuantes impregnadas de cor: violeta, púrpura e laranja invadem a ambiência do MAC-Niterói e exigem do espectador um cuidado especial ao se deslocar no espaço. O que toca o chão é transparente, o que flutua no espaço é pura cor. São planos retos e curvos que pela relação de peso entre as partes se originam no espaço.
Iole de Freitas deixou de lado os tubos de aço inoxidável para apostar nas placas de policarbonato. O vôo rumo à expressão sem o aço era ensaiado desde a instalação permanente Dora Maar na Piscina (1999), uma escultura de seis metros de largura por dois de altura em plena piscina do Museu do Açude (Rio). A peça, uma das primeiras com policarbonato, anunciava o interesse da artista pelo material, ao mesmo tempo firme e receptivo ao movimento. Quatro anos depois, Iole de Freitas sente-se segura para exigir das placas a leveza de um lenço no ar, desafiando a gravidade em 12 esculturas na nova mostra.
- Atingi um domínio maior da linguagem, certas atitudes não são mais necessárias. Procuro mergulhar na essência da idéia, com o mínimo de interferências. O trabalho toma uma autonomia maior à medida em que se afasta da analogia com o corpo humano - diz Iole de Freitas, bailarina por 18 anos antes de ingressar nas artes plásticas.
A opção pelo policarbonato segue a trajetória delimitada a partir dos anos 70, na exploração das relações de transparência, translucidez e opacidade. A obsessão pela interpenetração de planos e campos visuais através da luminosidade tem raízes nos estudos com telas de inox, cobre e latão há cerca de 30 anos. Outra influência é a da fase na qual Iole pesquisou tecidos finos, na passagem dos anos 70 para os 80.
- O próprio trabalho indica o caminho, não tenho um foco definido. A escolha pelas chapas de policarbonato responde a uma questão técnica que tem reflexos na minha estética, que é a capacidade de curvá-las a frio. Essa característica torna possível um estudo mais complexo na relação de peso e equilíbrio, além do diálogo com a luz - afirma a artista.
A abolição dos tubos de inox trouxe a reboque uma aceitação maior das cores, demonstrada pelo uso do violeta e do púrpura em algumas peças. Econômica em sua paleta, Iole também esculpe em vermelho, sempre analisando a relação dos fragmentos coloridos com a luz.
- Quando mudei para o policarbonato, senti a necessidade dessas cores, já que não tinha mais os tons do latão, do cobre e do aço. O violeta, o vermelho e o púrpura são cores que se impregnam de luz, o que torna muito interessante o tratamento da superfície - acredita a artista.
O LIVRO Sobrevôo - Iole de Freitas é um panorama crítico e visual da obra da artista plástica, organizado por Lorenzo Mammì, com ensaios de Rodrigo Naves, Sônia Salzstein, Paulo Sérgio Duarte, Ronaldo Brito, Paulo Venâncio Filho, Márcio Doctors e Cristina Burlamaqui, mais poema de Haroldo de Campos. As fotos são de Vicente de Mello, Valentino Fialdini, Eduardo Ortega, Wilton Montenegro, Sérgio Araújo e Eduardo Eckenfels.
Nos últimos quatro anos, Iole de Freitas tem trabalhado de maneira surpreendente: desde 1999, quando realizou a instalação Dora Maar na Piscina, no Museu do Açude, no Rio, até a exposição que apresenta no MAC-Niterói, a artista protagonizou individuais de peso no Centro de Arte Hélio Oiticica e no Centro Universitário Maria Antônia, atravessou as janelas e paredes do Pestana Bahia Hotel, em Salvador, com uma instalação permanente de chapas de policarbonato e tubos de aço inox, e construiu novas esculturas nas residências dos colecionadores brasileiros Fábio Faissal, Bia Bracher e Luís Antônio de Almeida Braga.
Para dar conta desta produtiva trajetória, a Cosac & Naify lança Sobrevôo - Iole de Freitas, que traz um apanhado de textos críticos sobre a artista produzidos a partir do início da década de 80, chegando a análises escritas este ano, como as de Lorenzo Mammì, Paulo Sérgio Duarte e Cristina Burlamaqui. O livro recupera alguns ensaios clássicos sobre a obra de Iole, caso de Céu de Dentro, por Sônia Salzstein, Entre Lugar e Passagem (Rodrigo Naves), A Arte da Leveza (Márcio Doctors) e O Corpo da Escultura (Paulo Venâncio Filho). O poeta Haroldo de Campos comparece com um poema exclusivo, inspirado pela obra de Iole de Freitas.
A própria artista, que também é designer gráfica, escolheu as 86 imagens que compõem o livro, ao lado de Raul Loureiro, diretor de arte da Cosac & Naify. O percurso das fotos, centrado nas criações de 1999 para cá, investe sobre as inovações e conquistas plásticas da atual fase da artista, quando sua obra passa a buscar uma ativação específica do espaço que elege, nele instalando planos e linhas retorcidos que, imantando o ar, imprimem velocidade ao percurso. "Nas imagens selecionadas e no caminho visual estabelecido por Sobrevôo fica nítida uma nova relação com o espaço, muito mais potente, em comparação com meus trabalhos de fases anteriores, já que agora eu levo em conta o deslocamento do espectador dentro do trabalho", afirma Iole de Freitas.
Segundo a artista, o momento focado por Sobrevôo é exatamente o instante em que seu trabalho busca outra construção espacial, mas ainda em diálogo com os elementos que sempre fizeram parte da obra, desde os anos 70, quando trabalhava com filmes e deles retirava fotogramas para criar seqüências fotográficas. "Certa poética do trabalho se mantém: a questão da luz, da transparência, da translucidez, da velocidade. São elementos que percorrem minha obra desde o começo, há 30 anos, mas que agora assumem novas configurações de acordo com o lugar onde ela se instala", diz ela. "Antes era no plano do filme, no papel fotográfico ou em uma organização escultórica que pedia o apoio de uma parede. A conquista de hoje é que a obra se coloca no espaço real com uma liberdade que antes não tinha."
O livro contrapõe momentos distintos da carreira de Iole, fazendo com que o processo de reflexão trazido pelos textos tensione e jogue luz sobre o trabalho atual. "Eu acredito que a obra de um artista é sempre uma só, mas que apresenta instantes expressivos que se diferenciam. Pode ser muito rico para o leitor confrontar alguns ensaios dos anos 80 com as reproduções de obras da década de 90."
No texto de abertura - Sobrevôo - que empresta seu título ao livro, o crítico Lorenzo Mammì, diretor do Centro Universitário Maria Antônia, analisa a obra de Iole de Freitas a partir de suas primeiras criações, no início dos anos 70, fase dos filmes e seqüências de fotogramas, quando o ponto de partida é seu próprio corpo (ela é dançarina de formação), que ora surge refletido e espelhado, ora fragmentado, remetendo a questões da identidade feminina e da organização da imagem corporal. Seus primeiros vídeos experimentais, Light Work e Elements, são de 1973.
"Acredito que, por um lado, a releitura dos trabalhos performáticos da década de 70 e, por outro, a evolução progressiva das esculturas da década de 80, sempre mais projetadas no espaço e sempre mais depuradas de elementos colorísticos e matéricos, foram as matrizes da fase mais recente do trabalho de Iole, a que se inaugura com Dora Maar na Piscina", escreve Mammi.
Em seu ensaio A Plena Forma, o crítico e professor de história da arte Paulo Sérgio Duarte, afirma que, se fôssemos procurar uma linha "evolutiva" da escultura de Iole de Freitas teríamos diante dos olhos um desenvolvimento que parte, no início da década de 80, das articulações de fios de arame, tubos de cobre e borracha, pequenos serrotes, pedaços de gaze e outros tecidos, formando desenhos no espaço, quase caóticos. Passaríamos então pela movimentação em curvas das grandes telas e lâminas metálicas, construindo corpos de movimentos complexos, frutos do contato direto com a obra escultórica do russo Vladimir Tatlin.
Encontraríamos depois, segundo Duarte, a presença das primeiras superfícies planas, nas grandes lâminas de ardósia de recortes irregulares, intervindo no interior de uma obra onde as grandes curvas ainda predominam. "As investigações pareciam desdobrar-se uma de dentro da outra, na busca de articulações que reclamavam por mais espaço na medida em que o redefinia de sua situação de caixas vazias - como são em princípio todas as salas de exposição - para receptáculos dos encontros de curvas de diferentes materiais, às vezes, interceptadas pelos planos das pedras", afirma o crítico.
A edição bilíngüe (português-inglês) traz ainda uma cronologia do percurso de Iole de Freitas, apresentando em fases a sua trajetória, desde as primeiras experiências artísticas, em 1973, até as exposições de 2002, quando suas obras, no embate entre superfícies refletoras e semi-opacas, passam a tensionar de maneira mais ostensiva os limites da visibilidade. A ausência de curvas e a presença do plano são as marcas mais evidentes destes últimos trabalhos, expostos no Gabinete de Arte Raquel Arnaud, em São Paulo, na Galeria Anna Maria Niemeyer, no Rio, e agora no Museu de Arte Contemporânea de Niterói.
ENTREVISTA Iole de Freitas fala do processo de elaboração do livro Sobrevôo, das mudanças e desafios colocados por sua mais nova proposta, de que maneira sua obra pretende provocar o espectador e também dos caminhos abertos, e que agora seu trabalho passa a percorrer. A entrevista foi feita pela Cosac & Naify.
Que novas percepções são reveladas a partir da visão em conjunto, em uma seqüência pré-elaborada, das imagens do livro?
Fica nítido, ao olhar as fotos das obras, que a idéia de construção do espaço está se tornando cada vez mais complexa. O trabalho perdeu sua relação com o plano da parede e agora incorpora sua própria estrutura plástica. Também dispensou a necessidade de um ponto de fixação na parede, ocupando o espaço e estabelecendo relações mais decisivas com o lugar onde está inserido, seja a paisagem, a natureza ou a arquitetura dos museus, galerias e residências.
O livro é lançado em um momento muito produtivo de seu percurso, em que o trabalho se reafirma publicamente com força, sem deixar de apontar novos caminhos. Você vê o livro como um coroamento desta última fase?
Não exatamente... encaro mais como uma oportunidade de dar lucidez a este instante em que a minha linguagem se encontra. Trata-se de um mergulho em quatro anos de produção, período que vem ganhando cada vez mais densidade à medida que o tempo passa. Ao mesmo tempo, aconteceu de a obra conquistar mais difusão e inserção institucional, instigando as pessoas. Tudo isso talvez não seja por acaso, mas decorra justamente da potência de investigação espacial que o trabalhou adquiriu neste período.
Você participou diretamente da escolha das imagens presentes em Sobrevôo?
Sim. Eu acompanhei de perto a seleção de fotos e a definição de seu percurso, ao lado do Raul (Raul Loureiro, diretor de arte da Cosac & Naify). Eu sou muito obsessiva com a questão da programação visual, por conta de meu passado como designer (nos anos 70 Iole trabalhou como designer gráfica em Milão). Também tenho uma ligação forte com a imagem propriamente dita, uma vez que no início eu atuava sobre os suportes fotográfico, Super-8 e 16 mm. Uma das primeiras coisas que faço é fotografar o lugar onde vou expor, para assim entendê-lo melhor e chegar mais perto do que pretendo. Quando a obra fica pronta, começa outra etapa, um corpo-a-corpo com os fotógrafos para a escolha das imagens. Eu procuro sempre por profissionais que tenham um olho muito flexível e plástico. Eles costumam ter muita paciência e estão comigo o tempo todo. Eu explico exatamente o que quero, e chego a fazer story-boards para me fazer entender melhor. O registro do meu trabalho é fundamental.
Nas fotografias das esculturas publicadas em Sobrevôo você buscou um efeito naturalista, uma luz próxima da situação real?
Eu não me importo tanto com a questão da luz. O desafio maior é, no suporte bidimensional da foto, conseguir imprimir a potência que a escultura possui. A seqüência de imagens deve dar conta, minimamente, da estrutura da obra e ter o poder de revelar, para o espectador, sua natureza espacial. Há uma relação interior, de linguagem, que precisa ser mostrada claramente. Isto é conseguido, na conexão de uma imagem com outra, através do percurso pelas páginas.
Como vem se dando as mudanças em sua linguagem, de quatro anos para cá?
Este sistema de linhas feitas com tubos de aço e planos de policarbonato jateado começou no Museu do Açude, com Dora Maar na Piscina, seguindo para a instalação do Centro de Arte Hélio Oiticica. Dali, também para as casas de Bia Bracher e Fábio Faissal. De maneira geral, eu lido com a questão espaço-temporal: há um tempo de fruição que a pessoa precisa para começar a se deslocar dentro deste ambiente, constituído pelos diversos elementos e instantes da obra. A nova fase da minha obra implanta decisivamente essa situação.
Que espécie de relação se estabelece com o espectador?
Estas novíssimas peças (que estiveram no Gabinete de Arte Raquel Arnaud, em São Paulo, passaram pela Galeria Anna Maria Niemeyer, no Rio, e agora estão no MAC-Niterói) sinalizam certo percurso espacial, ao mesmo tempo em que abdicam de determinadas garantias e certezas visuais do passado recente. Foi eliminada a presença ostensiva dos tubos, responsáveis por uma idéia de continuidade e que serviam de condutores para o espectador. Em outras palavras, se antes as pessoas podiam seguir as linhas dos tubos e ver onde estavam sendo levadas, agora não contam mais com este "apoio". Outra mudança é que as chapas deixam de ser translúcidas e passam a ser transparentes. Então o que acontece? A pessoa vê determinadas "nesgas" de luz cortando o espaço no ar, que são as placas de policarbonato jateado, presas a placas transparentes maiores, que não se vê. E mais outras lâminas soltas, com coloração extremamente vibrante, coral ou púrpura. Estas cores são aéreas, sinalizações de uma trajetória que espera pelo espectador para que se realize plenamente. O único elemento que toca o chão é matéria transparente. Isso tudo faz com que a pessoa perca as relações espaciais às quais se acostumou, estabelecidas por paredes e chão.
Que espécie de impacto você pretende causar com sua obra?
Ao se deslocar no espaço, a pessoa será levada a se questionar sobre as suas certezas, aptidões e habilidades. Não estamos falando de uma questão teórica, mas fenomenológica. O espectador pára antes de se aproximar da instalação, esbarra na obra, não sabe como continuar, interrompe o percurso no meio do caminho... alguns ficam meio tontos, outros perdem o equilíbrio e chegam a tropeçar. Era isto que eu queria, provocar um curto-circuito no sistema corpóreo-visual, oferecer uma experiência não apenas do olhar, mas também de todo o corpo.
O que se espera do público neste processo?
Eu venho criando um percurso no qual as coisas não ficam muito nítidas à primeira vista. O público deve "ir em busca", cumprir sua permanência dentro do trabalho. Estamos muito acostumados a olhar o mundo de forma a neutralizar as forças espaciais, para garantir que continuemos a caminhar no prumo, aquele que nos foi ensinado. Quando surge uma intervenção plástica que coloca este sistema em xeque, duvidamos de nossa própria estabilidade, referências e capacidade de nos manter em equilíbrio enquanto nos deslocamos.
Como se comportam as transparências nestes trabalhos mais recentes?
Não estou apenas preocupada com a questão da transparência em si, mas com aquela que interpela o espectador para ver como ele anda, como se mexe, de que maneira as referências espaciais destas esculturas, que são transparentes, translúcidas e coloridas, interferem no modo como percorremos a distância de um ponto a outro.
No início seu trabalho refletia mais a medida do gesto. Em um segundo momento, do corpo, e então da arquitetura. Neste sentido, podemos pensar nesta nova fase como uma síntese entre elementos ligados à dimensão do corpo e questões da arquitetura?
Sim, e o trabalho agora procura ser a própria arquitetura. Em instalações do passado, especialmente as do Paço Imperial e da Capela do Morumbi, já havia um embate, uma tensão com a arquitetura. Hoje a relação corpórea não é mais do artista, mas do espectador a se deslocar no espaço proposto a ele pelo artista.
A sua linguagem plástica tem avançado muito rapidamente. Qual o próximo passo em seu trabalho?
As esculturas que estavam na Raquel Arnaud já abriam algumas novas perspectivas, que agora avançam mais no MAC-Niterói. O impasse atual é: sem os tubos, como vou trabalhar com as torções no plano? Sumiu a linha e seu comando sobre o plano, que passa a se retorcer com base em relações de peso e equilíbrio. Na instalação do Hélio Oiticica e do Maria Antônia, os tubos, que eram totalmente retorcidos, forneciam ao plano o eixo da torção. Deste ponto em diante, a torção se dará a partir da relação entre as partes que compõem a obra e os pontos de fixação no teto e no chão.
Como você vê a instalação de suas obras em residências particulares?
Existe hoje um pensamento plástico contemporâneo que é abrigado não só nas instituições, mas também por coleções nacionais, caso dos acervos de Bia Bracher e Fábio Faissal, em São Paulo, e de Luís Antônio de Almeida Braga, no Rio. São colecionadores brasileiros que mostram coragem, provando que há mercado para trabalhos de grandes dimensões, que lidam com a arquitetura e a natureza. Nos casos de Bracher e Faissal, a obra começa do lado de dentro da casa e então ganha o exterior. É preciso certo espírito de ousadia para assimilar e incorporar em seu espaço privado uma poética que, à primeira vista, mostra-se avassaladora e gigantesca, mas que depois encontra seu lugar em nossas casas e se revela "habitável".
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mostra de vídeos happy hour www.laisle.com A Revolução não será televisionada, Carlo Sansolo, Chang Chi Chai, Daniel Valentim, Erika Fraenkel, Fernando de la Rocque, Plus Ultra, Maria Nepomuceno, Manu Sobral e Alexandre Gwaz, Pedro Paulo Dominguês, Valéria Costa Pinto e Sílvio Tavares Apresentação de 13 vídeos em três sessões - participação Mongus e Dr. Moyshe muzik
6 de dezembro, sexta-feira, das 19h às 23h
Centro de Arte Hélio Oiticica Rua Luís de Camões 68, Centro 20060-040 Rio de Janeiro Tel: 21 2242-1012 Fax: 21 2232-1401 Terça a sexta-feira, 11h às 19h; sábados, domingos e feriados, 12h às 18h.
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SIDAIDS www.canalcontemporaneo.art.br/sidaids-rj
7 de dezembro, sábado, às 16h
SESC São Gonçalo Av Presidente Kennedy 755 RJ 21 2604-7557 Exposição até 5 de janeiro de 2002.
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Revista D'Art do CCSP inaugura uma nova proposta editorial
Edição 9/10: Arte e cultura: a cidade como lugar Edição especial: Seminário Delineando Nortes
7 de dezembro, sábado, das 11h às 14h
Centro Cultural São Paulo - Piso Caio Graco Rua Vergueiro 1000, Paraíso São Paulo 11 3277-3611 r. 261
A Secretaria Municipal de Cultura promove, no Piso Caio Graco do Centro Cultural São Paulo, no dia 7 de dezembro (sábado), das 11 às 14h, com entrada franca, o lançamento da edição 9/10 da Revista D'Art , criada pela Divisão de Pesquisas do CCSP e uma edição especial do Seminário Delineando Nortes, que têm marcado a informação, o pensamento crítico e a análise dos temas documentados pelos pesquisadores da Divisão.
A edição 9/10 inaugura uma nova proposta editorial, cujo tema * Arte e Cultura: a cidade como lugar * discute a cidade sob o ponto de vista das relações culturais de uma forma multidisciplinar (teatro, cinema, arquitetura, música etc), buscando promover um panorama crítico mais amplo. O veículo passa a ser temático, o que justifica um conteúdo diferenciado dos números anteriores. São 13 artigos escritos por especialistas de diversas áreas do conhecimento e pelos pesquisadores da Divisão de Pesquisas, que tratam as questões urbanas contemporâneas, em particular da cidade de São Paulo.
O projeto capas, incorporado a esta edição, é uma proposta que busca valorizar a imagem e a experimentação gráfica, inaugurando uma nova estratégia de inserção de ensaios fotográficos na Revista D'Art.
Colaboram neste número: Ana Vaz Milheiro; André Gatti; André Isai Leirner; Angelo Bucci; Antonio Saggese; Arrigo Barnabé; Caio Reisewitz; Dalva Thomaz; Isaías Alves de Almeida Neto; José Fujocka; José Magalhães Junior; José Rollemberg de Mello Filho; Mônica Junqueira de Camargo; Rafael Vogt Maia Rosa; Raul Garcez; Ricardo Mendes; Rubens Machado Junior; Silvia Fernandes; Valdir Arruda; Walter Pires e Wanderlei Ariza. Em conformidade com a proposta de extroversão da memória artística arquivada nesta Divisão, para inseri-la num debate cultural permanente, o número especial Seminário Delineando Nortes da Revista, resulta do evento homônimo, realizado no segundo semestre de 2001. O objetivo do seminário foi promover uma reflexão sobre os rumos das artes e da pesquisa em artes na atualidade, com a intenção de aprimorar o nosso trabalho de registrar e pensar a produção artística da cidade de São Paulo.
Participaram deste encontro estudiosos das áreas artísticas em que a Divisão atua:
Renato Ortiz, Nelson Brissac Peixoto, Stella Teixeira de Barros (diretora da Divisão de Artes Plásticas do CCSP), Paulo Mendes da Rocha, Mariângela Alves de Lima, Ítalo Moriconi, Alexandre Wollner, Ricardo Ohtake, Rubens Fernandes Jr., Lorenzo Mammì, Sonia Salzstein, Ivo Mesquita, José Mário Ortiz Ramos, Christine Greiner, Helouise Costa, Cecília Almeida Salles e Nelson Rubens Kunze.
O registro dos depoimentos, debates e entrevistas sobre o tema, propiciados por essas personalidades, ensejaram a edição deste número, fazendo com que a Revista D'ART, associando-se ao sucesso do evento, amplie sua repercussão.
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SOBRE O II FÓRUM DE DEBATES DO PRÊMIO SÉRGIO MOTTA
Estava em São Paulo. Fui assistir e participar do II Fórum de Debates do Prêmio Sérgio Motta, e gostaria de compartilhar isso com vocês. Primeiro, para abrandar a frustração que geralmente sentimos quando anuncio às semanas de arte e discussões, e depois ficamos sem o eco da sequência destes trabalhos. Segundo, por ser um prazer poder relatar a vocês que aquilo que estamos demandando às instituições, que elas tentem se aproximar da produção e pensamento artísticos em curso, é de fato possível. Já no catálogo desta 3a edição do Prêmio, o texto de apresentação fala de sua natureza inquieta, como a da produção por ele fomentada. O embate da arte/tecnologia, dos avanços tecnológicos e das poéticas artísticas, cada vez mais acirrado pela velocidade do nosso tempo, foi travado com profissionalismo e paixão durante o Fórum, que reuniu representantes dos artistas selecionados, premiados, comissão julgadora, críticos, curadores, e outras instituições que atuam na área, sob a direção instigadora de Daniela Bousso, e acompanhado, sempre atentamente, por Vilma e Renata Motta, e outros integrantes da Comissão Organizadora do Prêmio.
No ápice do debate, Daniela Bousso, responsável pela concepção e supervisão técnica do Prêmio Sérgio Motta, e Christine Mello, pesquisadora e curadora participante da Comissão de Seleção, discutiram sobre os critérios a serem adotados para a premiação - sobre a problemática das novas mídias estarem em constante modificação e sobre o julgamento das poéticas no campo instável das mídias emergentes. A discussão, é claro, está in progress, e terá continuidade nas próximas edições...
Confesso nunca ter visto uma discussão tão saudável neste nosso Brasil tão acanhado em debates, devido a nossa ainda recente abertura política. Houve espaço para todo tipo de colocação, questionamento e reclamação. Falamos também sobre a falta de política cultural e da urgência de reformularmos as leis de incentivo. Na verdade, o que elas precisam, é serem acompanhadas, discutidas e constantemente modificadas, a exemplo deste Fórum, como forma de estarem sempre atualizadas em relação a produção cultural e suas necessidades. (Mas por favor não esqueçam de chamar os artistas!)
Para encerrar, volto a discussão das poéticas x novas mídias, para lembrar de um episódio da história da arte. Leonardo da Vinci, conhecido artista do século XV, deixou a sombra de sua conhecida pintura uma enorme quantidade de cadernos, contendo anotações e desenhos, que trouxeram a tona pensamentos, questionamentos e inventos nas mais variadas áreas: da anatomia a mecânica; da astronomia a ótica; da filosofia a matemática. Em sua época não lhe era permitido apresentar como trabalho de arte um estudo de máquina voadora, mas e agora, seria? (Seria selecionado, premiado?) Quinhentos anos se passaram, e hoje entendemos que a arte contemporânea é um espaço de pensamento/ação, mas infelizmente ainda temos muito o que avançar em relação às negociações que o artista é obrigado a fazer com o seu tempo, para que possamos trazer a tona contemporaneamente ao artista o melhor de sua produção.
Patricia Canetti artista e criadora do Canal Contemporâneo
FÉRIAS DO CANAL O último e-nforme do ano será em 20 de dezembro, e o primeiro de 2003, em 12 de janeiro. Ou seja, as notícias deste período deverão ser enviadas com antecedência, para serem noticiadas antes do recesso.
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