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ANO 6 - N. 51 / 10 DE MAIO DE 2006


NESTA EDIÇÃO:
Dora Longo Bahia, Emil Forman, re:combo e Renato Valle no MAMAM, Recife
Ileana Hochmann na 90 Arte Contemporânea, Rio de Janeiro
Iole de Freitas na Marcia Barrozo do Amaral, Rio de Janeiro
Luz e sombra na pintura italiana entre o Renascimento e o Barroco no Paço Imperial, Rio de Janeiro
Terceira Margem no Ateliê da Imagem, Rio de Janeiro
Luiz Aquila na Valu Oria, São Paulo
Nanoexposição na Espaço Universitário, Vitória
CIRCUITO Dia do Nada, Londrina
SALÕES&PRÊMIOS
Inscrições e informações para o artista: Bolsa Iberê Camargo 2006
Inscrições e informações para o artista: 6° Salão de Arte do SESC Amapá, Macapá
Funcionamento do Canal / Canal functioning
Envio de conteúdo / Content submission
Contato / Contact
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Dora Longo Bahia - Escalpo

Dora Longo Bahia
Escalpo carioca e outras canções
Curadoria de Agnaldo Farias

Emil Forman
Inventário
Curadoria de Ileana Pradilla Cerón

re:combo
Mundo pequeno
Curadoria de Moacir dos Anjos

Renato Valle
A filha da Monga (coleção MAMAM)

11 de maio, quinta-feira, 19h

Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães - MAMAM
Rua da Aurora 265, Boa Vista, Recife - PE
Agendamento de escolas: 81-3423-2761 ou educativo@mamam.art.br
www.mamam.art.br
Terça a domingo, 12-18h; quartas, 8-18h
Exposição até 9 de julho de 2006

Sobre a exposição de Dora Longo Bahia

Sobre a exposição de Emil Forman

Sobre a expoisção de re:combo

Sobre a exposição Renato Valle

Enviado por Gustavo Neves de Sá gustavonevesdesa@hotmail.com
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Ileana Hochmann
Boarding Pass

11 de maio a 10 de junho de 2006

Galeria 90 Arte Contemporânea
Rua Marquês de São Vicente 90 / 101-B, Rio de Janeiro - RJ
21-2529-6588 ou galera90@terra.com.br
Segunda a sexta, 14-19h; sábados, 12-17h

Ileana Hochmann na 90 Arte Contemporânea

Leia o texto Matéria de memória: caminhos cruzados com Ileana Hochmann, de George Kornis

Leia o texto de Reynaldo Roels Jr.

Enviado por Wagner Vall wagnervall@terra.com.br
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Iole de Freitas

11 de maio, quinta-feira, 19h

Marcia Barrozo do Amaral Galeria de Arte
Shopping Cassino Atlântico, Copacabana
Av Atlântica 4240 subsolo lj 129, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
21-2521-5195 / 2267-3747
www.marciabarrozodoamaral.com.br
Segunda a sexta, 10-19h; sábados, 13-18h
Exposição até 24 de junho de 2006

Enviado por Bia Caillaux beatriz@cwea.com.br
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Luz e sombra na pintura italiana entre o Renascimento e o Barroco

11 de maio a 4 de junho de 2006

Paço Imperial
Praça XV de Novembro 48, Centro, Rio de Janeiro - RJ
21-2533-4407
www.pacoimperial.com.br
Terça a Domingo, 12-18h

Enviado por Meise Halabi meisehal@terra.com.br
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Terceira Margem
Adriana Montenegro, Ana Lígia Emery, Ana Saramago, Angela Rolim, Carmen Lopes, Caroline Valansi, Daniela Justus, Greice Rosa, Jafet Vieira, Julieta Roitman, Leonardo Ayres, Magnus Vaena, Mauro Buhler, Marcelo Kraus, Marcellus Machado, Marco Antonio Portela, Marisol França, Roberta Portas, Samara Sá, Simone Rodrigues, Sônia Meilman, Taís Monteiro

12 de maio, sexta-feira, 19h

Galeria do Ateliê da Imagem
Av Pasteur 453, Urca, Rio de Janeiro - RJ
21-2244-5660 / 2541-6930 ou info@ateliedaimagem.com.br
Segunda a sexta, 10-21h30; sábados, 10-17h30
Exposição até 17 de junho de 2006
Organização: Marco Antonio Portela e Ana Saramago

Enviado por Patricia Gouvea pgouvea@ateliedaimagem.com.br
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Luiz Aquila

11 de maio, quinta-feira, 19h30

Valu Oria Galeria de Arte
Al Casa Branca 1130, São Paulo - SP
11-3083-0811
Segunda a sexta, 10-19h; sábados, 11-14h
Exposição até 3 de junho de 2006

Enviado por Marcy marcy@pooldecomunicacao.com.br
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Nanoexposição
Adriana Maciel, Alexandre Sá, Alice Miceli, Alice Yamamura, Ana Vitória Mussi, Anna Luiza Trancoso, Ana Paula Albé, Ana Torres, Analu Cunha, Analu Nabuco, André Alvim, André Amaral, André Sheik, Andrea Brown, Angela Rolim, Beatriz Luz, Bia Wouk, Bernadete Amorim, Cadu, Caetano Dias, Camille Kachani, Carlos Sena, Carolina Dias Leite, Cezar Bartholomeu, Cezar Migliorin, Charly Tecchio, Chica Granchi, Claudia Bakker, Claudia Hersz, Claudia Tavares, Coletivo Maruípe, Cristina Cabus, Cristina Salgado, Dani Dacorso, Dani Soter, Daniel Toledo, David Caetano, Denise Bellani, Denise Cathilina, Didico, Divino Sobral, Ducha, Eduardo Berliner, Elder Rocha, Eliane Prolik, Evany Cardoso, Fabian, Fabiana Santos, Felipe Barbosa, Fernanda Junqueira, Fernando De La Rocque, Frederico Dalton, Geraldo Marcolini, Gil Vicente, Gustavo Speridião, Heleno Bernardi, Hilal Sami Hilal, Icléa Goldberg, Isabel Löfgren, Joana Traub Csekö, João Carlos Goldberg, João Modé, João Wesley, José Cirillo, José Guedes, José Tannuri, Julia Csekö, Kitty Paranaguá, Laís Sobral, Lau Caminha, Lia Do Rio, Liliza Mendes, Lincoln Guimarães, Lívia Flores, Leonardo Ramadinha, Leo Videla, Leonora Weissmann, Lucia Avancini, Luiz Cavalheiros, Mara Martins, Marcia Clayton, Maria Do Carmo Secco, Maria Helena Lyra, Mariana Canepa, Marco Antonio Portela, Marcos Bonisson, Marcos Chaves, Marcos Palmeira, Marcelo Corrêa, Marilou Winograd, Mauro Bandeira, Mauro Espíndola, Mônica Barki, Nelson Augusto, Orlando Da Rosa Farya, Patricia Gouvêa, Pedro Paulo Domingues, Pedro Varela, Raul Mourão, Regina De Paula, Renan Cepeda, Ricardo Becker, Roberto Lacerda, Rosana Paste, Rosana Ricalde, Rubem Grilo, Sergio Machado, Simone Michelin, Simone Rodrigues, Sobral Centeno, Susi Cantarino, Suzana Queiroga, Tânia Buchmann, Tatiana Grinberg, Walton Hoffman, Yuri Firmeza

11 de maio, quinta-feira, 20h

Universidade Federal do Espírito Santo - Galeria de Arte Espaço Universitário
Av Fernando Ferrari 514, Goiabeiras, Vitória - ES
Segunda a sexta, 8-18h
Exposição até 30 de junho de 2006

Enviado por Patricia Gouvea pgouvea@ateliedaimagem.com.br
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Rubens e Iza, na hora da massagem, de um dia do nada de sol

CIRCUITO
Dia do Nada

1º de maio de 2006

Londrina - PR
http://nothingday.blogspot.com

Veja a matéria Performance - Viva o ócio criativo, de Nelson Sato, no Blog do Canal

Enviado por Rubens Pileggi pileggisa@gmail.com
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SALÕES&PRÊMIOS
Bolsa Iberê Camargo 2006
Uma bolsa de três meses para o Art Institute of Chicago, nos Estados Unidos, e uma bolsa de dois meses no espaço El Basilisco, na Argentina

Inscrições até 10 de julho de 2006

Fundação Iberê Camargo
Rua Francisco Ferrer 453 / 602, Rio Branco, 90420-140, Porto Alegre - RS
Informações: 51-3028-4137 / 3333-0584 ou cultural@iberecamargo.org.br
www.iberecamargo.org.br
A ficha de inscrição está disponível exclusivamente no site da FIC

Informações para o artista sobre o custo-benefício de editais

As informações abaixo, todas de caráter objetivo, copiadas do edital, servem para ajudar o artista iniciante a decidir sobre a sua participação no evento em questão. Leia sobre esta iniciativa do Canal no Salões&Prêmios.

PRÊMIOS PARA SELECIONADOS:
Bolsas no valor de R$ 8 mil referente aos três meses de permanência em Chicago e R$ 6 mil referente aos dois meses de permanência em Buenos Aires.

CONTRAPARTIDA PARA SELECIONADOS: inscrição e taxas, assim como hospedagem, na instituição de destino, pelo período de três meses em Chicago e dois meses em Buenos Aires; passagem aérea ida e volta em classe econômica;

GANHO PARA INSCRITOS: NENHUM

CONTRAPARTIDA PARA INSCRITOS: Divulgação dos trabalhos de dez (10) artistas no site da Fundação Iberê Camargo, no decorrer do ano de 2006

CUSTOS OPERACIONAIS:
INSCRIÇÃO:
- Portfólio contendo no mínimo cinco imagens de trabalhos realizados nos últimos dois anos e cinco imagens de outros trabalhos que sejam relevantes para a compreensão do percurso do artista;
- Textos críticos publicados ou inéditos (se existirem) sobre o trabalho do candidato
- Currículo atualizado e comprovação de participação do candidato em pelo menos três exposições individuais e/ou coletivas (catálogos, fôlderes, matérias de jornais).

DEVOLUÇÃO PARA SELECIONADOS E NÃO-SELECIONADOS:
- Sem especificação

Saiba mais sobre a Bolsa, leia o edital completo e publique seu comentário no Salões & Prêmios

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SALÕES&PRÊMIOS
Inscrições e informações para o artista: 6° Salão de Arte do SESC Amapá
Fotografia, Escultura, Objeto, Pintura, Gravura, Desenho, Instalação, Vídeo Arte, Áudio-Intalação, Performance e Intervenção Urbana

Inscrições até 21 de julho de 2006

SESC Amapá, Centro de Atividades Araxá, Seção Artística Cultural
Rua Jovino Dinoá 4311,Beirol, Macapá - AP 68902-030
96-3214-1323, cultura@ap.sesc.com.br ou artesplasticas@ap.sesc.com.br
www.ap.sesc.com.br
Segunda a sexta, 8-12he 14-18h
6° Salão de Arte do SESC Amapá: 15 de setembro a 31 de outubro de 2006

Informações para o artista sobre o custo-benefício de editais

As informações abaixo, todas de caráter objetivo, copiadas do edital, servem para ajudar o artista iniciante a decidir sobre a sua participação no evento em questão. Leia sobre esta iniciativa do Canal no Salões&Prêmios.

PRÊMIOS:
1ª Categoria: Um prêmio aquisitivo no valor de R$ 3,5 mil
2ª Categoria: Um prêmio aquisitivo no valor de R$ 3,5 mil
Premio Incentivo: Dez prêmios incentivo no valor de R$ 600

GANHO PARA SELECIONADOS: A exposição, sem pró-labore

CONTRAPARTIDA PARA SELECIONADOS:
- Todos os participantes selecionados para a exposição no 6º SALÃO DE ARTES DO SESC receberão certificados

GANHO PARA INSCRITOS: NENHUM

CUSTOS OPERACIONAIS:
INSCRIÇÃO:
O Portifólio deverá ser apresentado no formato A4 (21 x 29,7 cm) e deverá conter currículo artístico, fotocópias e/ou fotografias (aconselha-se entre 18x24 e 20x25 cm). Fitas de vídeo, DVD e CDs só serão aceitas para inscrições nas categorias vídeo arte, audio-instalação, intervenção urbana e/ou performance, no formato VHS, MP3, e DVD.

TRANSPORTE, DEVOLUÇÃO:
- Artistas residentes fora de Macapá deverão enviar seus trabalhos por conta própria
- O artista deverá encaminhar imediatamente, pelo correio, e-mail ou fax, aviso de recebimento (AR), o recibo de depósito na conta do SESC Amapá, correspondente ao valor do frete pago, garantindo assim, a devolução. Expirados os prazos estabelecidos no item anterior, SESC Amapá reserva-se o direito de incorporá-las ao acervo da Galeria Antônio Munhoz Lopes.

MATERIAIS ESPECIAIS:
- Cabe ao artista o fornecimento dos equipamentos necessários à apresentação das obras

SEGURO:
- Recomenda-se aos artistas que, se julgar necessário, efetuem o seguro de suas obras

DEVOLUÇÃO DE PORTFOLIO PARA SELECIONADOS E NÃO-SELECIONADOS:
É imprescindível o envio de um envelope já sobrescritado, com os selos referentes ao valor de carta registrada, juntamente com a inscrição, para que seja feita a devolução do portifólio, em caso de não seleção. O não envio do envelope implicará na não devolução do portifólio.

DEVOLUÇÃO DE OBRAS DOS SELECIONADOS:
- As obras selecionadas serão retiradas até 24 de novembro de 2006. Expirados os prazos estabelecidos no item anterior, SESC Amapá reserva-se o direito de incorporá-las ao acervo da Galeria Antônio Munhoz Lopes.

Saiba mais sobre o Prêmio, leia o edital completo e publique seu comentário no Salões & Prêmios

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TEXTOS DO E-NFORME

Dora Longo Bahia, Emil Forman, Re:Combo, Renato Valle no MAMAM

Dora Longo Bahia - Escalpo carioca e outras canções

Essa será a primeira exposição da artista paulistana Dora Longo Bahia no Recife, tendo sido já exibida no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB/RJ) entre fevereiro e abril deste ano. O objetivo dessa exposição é levar ao público as obras recentes de Dora Longo Bahia, uma artista cuja poética possui a mesma matriz daquelas que são gestadas no interior esfumaçados das garagens, que se une ao grito das ruas, às arriscadas expedições noturnas empreendidas pelos pixadores.

Como sempre insistiram as bandas de rock paulistanas, dos Ratos de Porão e Olho Seco, passando pelo IRA!, chegando até os Racionais e naqueles que vêm vindo agora, São Paulo, ao contrário do Rio de Janeiro, que tem praia e paisagem, é “deprê, feia e agressiva”. E parte dessas obras, em particular a singular série de pinturas “Escalpo carioca”, nasce justamente do olhar dessa paulistana sobre a “cidade maravilhosa”.

Composta por uma instalação interativa, pinturas e fotografias, essa exposição demonstrará com quantos sons e imagens, provenientes de referências populares e eruditas, se constrói a expressão contemporânea. Mais do que a contemplar e pensar, essa exposição, através da obra situada já na sua entrada, pretende levar o visitante, até mesmo aquele que se acostumou a ficar à margem, a participar ativamente dela.

Tanto o CCBB do Rio de Janeiro quanto o MAMAM são espaços culturais incrustados no centro de duas grandes cidades brasileiras. São espaços de interregnos onde conflitos sociais são experimentados na realidade. A poética de Dora Longo Bahia opera no interior desse conflito. Sua obra sólida, vigorosa e irrestritamente experimental, insiste em conquistar, dir-se-ia que a marteladas, um espaço possível para o desafogo da expressão contemporânea que tem como o endereço as metrópoles brasileiras. Sob esse ponto de vista seu trabalho não fala da violência ou da exclusão ou qualquer uma dessas questões que nos assediam cotidianamente: eles são a expressão mesma dessa violência, dessa exclusão, como também são a encarnação de relações afetivas e dos comentários existenciais que beiram a indiferença; dos contatos fugazes, do cotidiano crispado e vertiginoso, aspectos, de resto, igualmente encarnados em músicas e letras, tão banais quanto verdadeiras, das bandas de rock.

Embora toda a trajetória da artista Dora Longo Bahia guarde relações com outros artistas plásticos, daqui e de fora, contemporâneos ou modernos, embora a artista tenha concluído um mestrado brilhante na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, elaborado seguindo a trilha aberta por Marcel Duchamp, a artista, membro ativa das finadas bandas “Disk Putas” e “Verafisher” e atual baixista da “Maradonna”, nessa exposição demonstrará porque o rock é parte da sua seiva.

Nas obras de Dora Longo Bahia, situações de oposição expõem o dilaceramento da artista entre a arte e a política, a pintura e a fotografia, o popular e o erudito, o barulho e o silêncio, o paradisíaco e o miserável e, principalmente, a perplexidade frente à relação entre presente e futuro.

Os trabalhos apresentados, entrelaçados com o rock mais frenético e atormentado, são marcados por deslocamentos de suportes e de linguagem, formas de discutir não só a possibilidade da arte em apreender o mundo mas da própria existência da arte neste mundo. Um caleidoscópio plástico-sonoro feito a partir de transposições da fotografia para a pintura - e vice-versa.

Nessa exposição as séries “Escalpos cariocas” e “Escalpos paulista” são exemplares no que se refere ao modo da artista pensar a natureza das pinturas e das imagens. Vistas magníficas retiradas de cartões postais são realizadas em espessas camadas de tintas, grossas a ponto de serem arrancadas do plástico sobre o qual foram aplicadas para, posteriormente, serem coladas diretamente sobre a parede. Escalpeladas, as imagens glamurosas agora sangram e resistem amarfanhadas até o momento em que a exposição se encerre e elas sejam definitivamente atiradas no lixo. Para a exposição no MAMAM, Dora Longo Bahia fez um novo e gigantesco escalpo, a partir de uma paisagem de Fernando de Noronha.

Já nas fotografias que integram a mostra é a mata que, transformada em folhagens encorpadas e obscuras, atravessadas de tons vermelhos, irrompe com seus mistérios, segredos, mágicas e espantos. Também nesses trabalhos a idéia de fronteira fica enfumaçada, deixando-nos pressentir intercâmbios e sobreposições de linguagens.

Na noite de abertura da mostra, haverá uma performance sonora reunindo o “Maradonna” - atual grupo musical da artista - e o “Devotos”, conhecido grupo de hardcore pernambucano formado por Canibal, Neílton e Cello.

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Emil Forman - Inventário

O MAMAM abrigará, pela primeira vez no Recife, uma mostra do artista carioca Emil Forman. Serão apresentadas uma grande instalação, 22 fotografias e três séries de desenhos, que oferecem uma panorâmica da obra do artista, falecido nos Estados Unidos, em 1983, aos 29 anos. A exposição Emil Forman - Inventário é também a maior mostra do artista desde 1984, ano em que foi realizada uma retrospectiva de sua obra no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

A instalação intitulada “Fotos de Antonietta Clélia Rangel Forman” conta com cerca de 2.500 imagens da mãe do artista, entre fotografias, radiografias, filmes e recortes de jornal. Essa obra inaugurou, em 1975, a Sala Experimental do Museu de arte Moderna do Rio de Janeiro. No catalogo da primeira montagem, em 1975, o artista descreve a instalação:

“A exposição consiste na apresentação de toda a documentação fotográfica que foi possível recolher acerca de uma pessoa (...). Atualmente as pessoas têm sua vida documentada pela fotografia em diversas e freqüentes situações. O resultado dessa documentação chega a nós depois de passar por uma seleção que é invariavelmente considerada indispensável. Após um controle técnico de qualidade, um sentido determinado é atribuído ao conjunto de imagens escolhidas. A apresentação simultânea de todo o material existente acerca de uma determinada pessoa possibilitará uma visão mais ampla da extensão que essa documentação pode vir a atingir”.

A montagem no MAMAM conterá todas as imagens da exposição original, excetuando os filmes.

Emil Forman - Inventário contará também com 22 fotografias que pertencem às séries fotográficas realizados durante eventos sociais, como casamentos, exposições de leilões e festas de família e amigos, freqüentados pelo artista, enquanto convidado. Quatro fotos dessas séries, originalmente produzidas em slides, foram publicadas na Revista Gam nº 38 em 1977, e projetadas em Nova York, em 1979, durante a mostra Life Styles - ICA Films - ICA Arts Centre Cinema. A grande maioria desses trabalhos, porém, permanece inédita no Brasil. Essas imagens, que deveriam funcionar como memória de um momento feliz, transformam-se, através do olhar atento e crítico do artista, em documentos do estranhamento e da incomunicabilidade no mundo contemporâneo. No MAMAM serão apresentadas ampliações fotográficas a partir dos slides.

A exposição também apresentará desenhos que pertencem a três séries diversas, realizadas em Paris, em 1977, e Nova York, em 1983. O legado gráfico de Emil Forman é muito vasto e de grande sofisticação plástica. Em seus desenhos, o artista criou imagens simultaneamente críticas e bem humoradas da sociedade, com traços que combinam o pathos expressionista com o caráter burlesco do cartoon e da caricatura. Algumas das obsessões do artista, como os sapatos e a figura feminina, além dos jogos de imagens e palavras estão presentes nos desenhos expostos no MAMAM.

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Re:combo - Mundo pequeno

O re:combo é um coletivo nascido no Brasil em 2001, formado por músicos, engenheiros de software, DJs, professores, jornalistas e artistas plásticos que combinam em eventos ao vivo (re-sampling) e em instalações os conceitos do dialogismo.

No campo das artes visuais o re:combo sempre tem como foco a relação com as pessoas. Muitas pessoas vivem nas cidades. Assim como as pessoas, os museus também habitam as cidades. Ao ser convidado a expor no MAMAM, o re:combo teve como primeiro impulso trazer a cidade para dentro do museu e, ao mesmo tempo, espalhar o museu pela cidade.

Na instalação apresentada no MAMAM, cartazes lambe-lambes serão colados dentro do espaço expositivo do Museu, com representações gráficas das cidades onde existem membros do re:combo (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo, Cidade do México, Hong Kong, Uruguai), formando assim uma psicogeografia da “cidade do re:combo”. Serão imagens representando o chão, o céu e paisagens dessas cidades.

No centro dessa cidade imaginária (o interior do próprio Museu) ficará um “cubo branco” (equipamento museológico clássico de um espaço expositivo supostamente neutro, construído para não interferir nas obras expostas, na cidade). No interior desse suporte haverá um monitor que apresentará vídeos com imagens e sons das ruas das cidades citadas acima.

Essas imagens, por sua vez, serão processadas através do software ViMus, utilizando como filtro sons captados da exposição de Dora Longo Bahia - simultaneamente em cartaz no MAMAM - e sons provenientes do público do museu, captados em tempo real.

Os mesmos lambe-lambes com imagens daquelas várias cidades serão também colados em muros de diversos bairros do Recife. Além disso, bicicletas com caixas amplificadas e rádios tocando os ruídos do público do Museu circularão pelas ruas. O museu se espalha por toda cidade.

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Renato Valle - A filha da monga (Coleção MAMAM)

Dando seguimento à política do MAMAM de exibir o seu acervo ao público, “A Filha da Monga”, de autoria do artista pernambucano Renato Valle, ocupará uma das salas do piso térreo do Museu. Esse trabalho - desenho em grafite sobre lona - foi desenvolvido durante residência artística no Instituto de Arte Contemporânea - IAC, em 2005. Nesse e em outros trabalhos realizados ao longo da residência, Renato Valle fez releituras de obras pertencentes à coleção do IAC ou que integraram exposições realizadas em suas galerias.

Acompanhará a mostra a exibição contínua de um vídeo (dirigido por Fernando Peres) que registra o processo de feitura do trabalho de Renato Valle, o qual contou com a participação do público que freqüentou o IAC durante o período de sua realização.

Durante todo o período da exposição, Renato Valle também fará, acompanhado pelo Setor Educativo do MAMAM, uma residência artística no Museu, produzindo novos desenhos a partir, dessa vez, de obras já pertencentes ao acervo do MAMAM.

Para além do impacto que as dimensões do trabalho (2 x 4,5 metros), a apurada técnica do artista e a bizarra imagem desenhada sobre a lona provocam no observador, essa exposição é importante por celebrar uma forma de aquisição de obras de arte para instituições ainda inédita no Recife. A partir do interesse do MAMAM em incorporar “A Filha da Monga” em sua coleção, o artista, o IAC e o próprio Museu articularam um grupo de 4 colecionadores locais que adquiriram conjuntamente o trabalho ao artista e o doaram ao MAMAM. Ao expor a “Filha da Monga”, pretende-se, portanto, também divulgar esse esforço coletivo em dotar as instituições museológicas locais de trabalhos importantes para o enriquecimento de seus acervos.

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Ileana Hochmann na 90 Arte Contemporânea

Há 7 anos sem expor no Rio, a artista plástica Ileana Hochman mostra obras inéditas na exposição Boarding Pass, na Galeria 90 Arte Contemporânea.

Com o sugestivo nome de Boarding Pass (cartão de embarque), a artista plástica carioca Ileana Hochmann apresenta suas recentes criações na Galeria 90 Arte Contemporânea, na Gávea. Fotografias, gravuras, esculturas em papel, objetos, transparências suspensas, tijolos, lupas e pinças fazem parte da "viagem" proposta ao público, através de um universo autobiográfico e contemplativo, mas nunca definitivo.

Ileana Hochamnn utiliza o princípio da serigrafia para trabalhar com objetos inusitados como tijolos recolhidos em escombros e papéis amassados. Estes materiais se alinham a fragmentos de memória pessoal - como 1 carta de família por exemplo - a outros objetos. A exposição se transforma em uma grande instalação por onde o espectador é convidado a "embarcar", através de sinalizações, a um determinado espaço e tempo, seguindo vários caminhos.

Para o crítico Reynaldo Roels, em seu texto de apresentação, a artista utiliza a serigrafia como forma ilusória. "Tudo opera como se girando em torno de um jogo de espelhos. Cada indício que aponte para uma direção ao fim se revela falso; todos os caminhos se embaralham; o que parecia ser a saída revela ser um obstáculo; e o espectador é confrontado com o dilema de, a todo momento, reconhecer que o que ele tomou como uma pista é na verdade uma ilusão. Ele está forçado a sempre recomeçar ", afirma.

Atualmente morando em Buenos Aires, Ileana Hochmann foi aluna e professora na EAV/Parque Lage, integrando o Núcleo de Gravura (NIG) ao lado de nomes como Evany Cardoso, Anna Carolina, Malu Fatorelli, Bia Amaral e George E. M. Kornis. Seu trabalho se aproxima da linguagem e técnicas presentes também em obras de artistas como Iberê Camargo, Anna Bella Geiger, Dionísio Del Santo, Ruben Grilo, Newton Cavalcanti, entre outros.

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Matéria de memória: caminhos cruzados com Ileana Hochmann

GEORGE KORNIS

Rio de Janeiro/ Escola de Artes Visuais/ Parque Lage. Nos primórdios dos anos 1990 éramos poucos: Evany Cardoso, João Atanásio, Ileana Hochmann, Giodana Holanda, Anna Carolina, Malu Fatorelli, Bia Amaral e eu. No entanto nós poucos, de modo intenso, queríamos muito: a criação em 1994 do NIG (Núcleo Integrado de Gravura), engajado na transformação e revitalização do ensino de gravura, expressava bem as nossas ambições. Articular as diversas técnicas de gravura entre si e paralelamente integrar a expressão gráfica às demais linguagens da produção visual contemporânea eram vetores que então orientavam nosso pensamento e ação coletiva.

No curso dessa década perseguimos, por caminhos diversos, uma perspectiva contemporânea para a reflexão, ensino, produção e difusão da linguagem gráfica que agregasse valor à tradição iniciada nos anos 1950 por Iberê Camargo (ainda no Instituto de Belas Artes que, historicamente, antecedeu à EAV /Parque Lage)e continuada, nas décadas seguintes, por Anna Bela Geiger, Isabel Pons, Dionísio Del Santo, Newton Cavalcanti, José Lima, Ruben Grilo, Gianguido Bonfanti, Solange Oliveira entre outros.

Nesse contexto, o trabalho de Ileana Hochmann, por suas sólidas qualidades experimentais já identificadas por seu mestre e amigo Dionísio Del Santo, atrai irreversivelmente meu olhar que o tomava como portador de um futuro maior para a serigrafia e, por extensão, para a linguagem gráfica. Nossos caminhos se cruzaram regularmente desde então.

Acompanhei atenta e sistematicamente o processo de trabalho de Ileana: a sua longa exploração dos limites da matriz, a incorporação da superfície impressa também como área de gravação, a incorporação da palavra como caligrafia e desenho, a delicada exploração do espaço entre a bi-dimensionalidade e a tri-dimensionalidade, as superposições de transparências e opacidades e, finalmente, a intensa assimilação da fotografia na construção de um novo campo de possibilidades visuais para a tão estigmatizada serigrafia. Não é pouco. Não é acidental. Não é irrelevante.

Sou testemunha de sua trajetória como artista. Sei bem do seu empenho em transcender os limites tanto no plano da técnica quanto no plano da linguagem. Sei também de sua coragem e lucidez na construção de uma obra pautada pela inovação e coerência. Sei, ainda, que sua trajetória criativa está longe de esgotar-se. Lejos... muy lejos.

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REYNALDO ROELS JR.

Para trabalhos descritos como serigrafias, as obras de Ileana Hochmann podem provocar certa surpresa no espectador. Transparências suspensas, papéis em relevo (simplesmente rasgados e/ou amassados), tijolos, pinças e lupas: são esses alguns dos elementos que constituem o repertório referido à técnica serigráfica. Uma serigrafia que não parece serigrafia, ou que pelo menos só o é como recurso inicial, não como resultado final: a técnica que desaparece enquanto tal, a técnica que só existe para que possamos não tomar conhecimento dela. Com certeza, o objetivo último de toda a técnica, mas de que costumamos nos esquecer.

Primeiramente aluna nas aulas de Dionísio del Santo e de Evany Cardoso na Escola de Artes Visuais, em seguida ela ali foi professora. Significativamente, um de seus cursos se chamou “Serigrafia como outra coisa”. Seu projeto de uso (note-se, de uso) da técnica visa além dela: incidentalmente, o título da mostra seria Nada é o que parece ser, subseqüentemente eliminado. Muito da exposição depende também de material autobiográfico (especialmente uma carta de família). Este material, uma vez identificado, é responsável por um certo “clima” a ser percebido (vivido) pelo espectador. Para além desta percepção inicial, contudo, permanecem prioritários outros elementos, prioritários e nem sempre de ordem exclusivamente formal, que constróem o discurso da artista. Mais matéria prima (meio) do que produto acabado (fim), a biografia neste caso serve apenas de detonador do processo de solução de problemas e, uma vez detonado este processo, a biografia, como a serigrafia, também se torna secundária, absorvida pelo trabalho e não mais reconhecível nele. A própria utilização – conspícua – da escrita (que tem origem na biografia, mas é independente dela já que, em princípio, não conhecemos essa biografia) ajuda a estabelecer o clima. Os tijolos (recolhidos em escombros – da vida?) se aliam aos fragmentos de papel e transformam o conjunto em uma situação a ser tanto vivida quanto vista. Tal fica claro no cuidado com a montagem da exposição: em que pese a densidade de cada uma das obras, a exposição parece antes uma instalação (veja-se acima o título inicialmente pretendido...), obrigando o espectador a ver cada trabalho de uma e não de outra maneira, impedindo leituras muito distantes de seus propósitos originais, mas ao mesmo tempo instaurando a leitura de cada obra como se fosse um enigma.

Tudo opera como se girando em torno de um jogo de espelhos. Cada indício que aponte para uma direção ao fim se revela falso; todos os caminhos se embaralham; o que parecia ser a saída revela ser um obstáculo; e o espectador é confrontado com o dilema de, a todo momento, reconhecer que o que ele tomou como uma pista é na verdade uma ilusão. Ele está forçado a sempre recomeçar. Um pouco como na vida. Também um pouco como na arte (os artistas que o digam). Sob pena de saber nunca haver uma solução definitiva, mas que não podemos deixar de procurar.

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