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RJ/SP/Alemanha Em Tempo Sem Tempo e Albano Afonso no Paço das Artes / L'âge D'or no Parque Lage
ANO 4 - N. 124 / 05 de novembro de 2004


NESTA EDIÇÃO:
Angela Detanico e Rafael Lain premiados no
Nam June Paik Award 2004
, Alemanha
Luis Andrade no Cinemac, Niterói
L'âge D'or no Parque Lage, Rio de Janeiro
Grupo Individual Coletivo - Feira Livre no Plano B, Rio de Janeiro
Em Tempo Sem Tempo e Albano Afonso no Paço das Artes
, São Paulo
Intervenção no Lord Palace Hotel, São Paulo
Palestra de Roberto Conduru sobre Hélio Oiticica na Pinacoteca, São Paulo
Debates: Adolpho José Melphi e Daniel Nahon no Maria Antonia, São Paulo




Angela Detanico e Rafael Lain
Flatland

7 de setembro a 11 de novembro de 2004

Nam June Paik Award 2004
Phoenix Halle - Dortmund
Alemanha
Mais informações no dossiê dos artistas na Assossiação Cultural VideoBrasil.


A dupla Angela Detanico e Rafael Lain é vencedora do prêmio Nam June Paik-the International Media Art Award of North Rhine-Westphalia of the Arts Foundation NRW.

A obra premiada é Flatland, vídeo produzido em 2003 no delta do rio Mekong-Vietnã. O júri de seleção, presidido por Udo Kittelmann-diretor do Museu de Arte Moderna de Frankfurt, era encarregado de apontar artistas do mundo inteiro que desenvolvem pesquisas em vídeo e novas tecnologias.

Em São Paulo, outras obras da dupla podem ser vistas na XXVI Bienal de São Paulo - (O Mundo) Justificado, Alinhado à Direita, Centralizado, Alinhado à Esquerda; na Paralela-Pilha; e a partir de 8 de novembro na exposição Em Tempo Sem Tempo, no Paço das Artes-Seoul/ Killing Time.

Leia o texto de Lisette Lagnado.

Sobre os artistas.


Este material foi enviado por Galeria Vermelho (info@galeriavermelho.com.br)


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Cinemac
Luis Andrade

Palestra com Luis Andrade
27 de novembro, sábado, 16h

6 de novembro, sábado, sessões às 15h

Museu de Arte Contemporânea de Niterói
Mirante da Boa Viagem s/n.º
Boa Viagem - Niterói - RJ
21-2620-2400
www.macniteroi.com
Entrada franca e classificação etária, livre. Duração: 105 minutos
Datas: 6, 7, 13, 14, 20, 21, 27 e 28 de novembro de 2004.

Leia o release de imprensa.

Sobre o artista.

Filmes em exibição.


Este material foi enviado por José Carlos Assumpção ( jc.assumpcao@uol.com.br).
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L'âge D'or
Vídeo, Palestra, Performance

6 de novembro, sábado, das 15h às 19h

Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico  414
Rio de Janeiro
21-2538-1879
eav@parquelage.org.br
www.eavparquelage.org.br
Realização: A Corporação

Leia o release e veja a programação completa.

Este material foi enviado por Chacal (rchacal@uol.com.br)

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Grupo Individual Coletivo - Feira Livre
Alexandre Ferreira, Bianca Bernardo, Davi Ribeiro, Deo Crisis, Dinair Castro, Dugripp, Jorge Barreto, Ivan Henriques, Michele Blajchman, Roberta Condeixa, Venicio Ribeiro


Apresentação de Cristina Pape

6 de novembro, sábado, das 15 às 20h

Plano B
Rua Francisco Muratori  2  loja A
(esquina com Rua do Riachuelo)
Lapa - Rio de Janeiro
21-3852-1431
planoblapa@yahoo.com.br

Leia o texto de Cristina Pape.

Este material foi enviado por Cristina Pape (crispape@meuprovedor.com.br)

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Em Tempo Sem Ttempo
Almeida Jr, André Parente, Angela Detanico, Bill Viola, Caio Reisewitz, José Resende, Laércio Redondo (colaboração com Dorota Lukianska), Paulo d’Alessandro, Rafael Lain (com Jiri Skala), Ricardo Ribenboim, Ronaldo Kiel (colaboração com Anita Cheng), William Kentridge, com curadoria de Daniela Bousso


Temporada de projetos
Albano Afonso

Pintura de Luz e Auto-retrato Desportes

8 de novembro, segunda-feira, 20h

Paço das Artes
Av. da Universidade 1
Cidade Universitária - São Paulo
11-3814-4832
pacodasartes@pacodasartes.sp.gov.br
www.pacodasartes.sp.gov.br
Terça a sexta, das 11h30 às 19h; sábados e domingos, das 12h30 às 17h30.
Exposições até 15 de dezembro de 2004.

Leia o release da exposição Em Tempo Sem Tempo.

Leia o release da exposição de Albano Afonso.

Leia o texto de Fernando Oliva sobre o trabalho de Albano Afonso.

Este material foi enviado por Paço das Artes (pacodasartes003@terra.com.br)

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Intervenção no Lord Palace Hotel
Performance do Corpo de Baile 2

  7 de novembro, sábado, 16h

Lord Palace Hotel
Rua das Palmeiras  78
Santa Cecília - São Paulo
11-3225-0022
Quinta a domingo, das 11h às 19h.
Produção: Clara Perino
Exposição até 7 de novembro de 2004.

Saiba mais sobre o projeto.

Este material foi enviado por Raquel Kogan (rkogan@uol.com.br)

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Ciclo de palestras
Singularidades da abstração geométrica no Brasil

Hélio Oiticica por Roberto Conduru
Metaesquema, circa 1957 (guache s/ cartão, 56 X 68 cm)


6 de novembro
, sábado, 16h

Pinacoteca do Estado de São Paulo
Praça da Luz  2
Auditório
São Paulo
11-3229-9844

Senhas distribuídas à partir das 15h30.

Sobre o ciclo de palestras e sua programação.

Este material foi enviado por Taisa Helena (tapascale@uol.com.br).

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Debates no MariAntonia: Presenças Francesas nos 70 anos da USP
Adolpho José Melphi e Daniel Nahon
A França na USP: ontem, hoje e amanhã

5 de novembro, sexta-feira, 18h30

Centro Universitário Maria Antonia
Rua Maria Antonia  294
Vila Buarque
São Paulo - SP
11-3255-7182
www.usp.br/mariantonia
Apoio: Consulado Geral da França.


Este material foi enviado por Centro Universitário Maria Antonia (imprensama@usp.br)

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TEXTOS DO E-NFORME

Angela Detanico e Rafael Lain premiados no Nam June Paik Award 2004

Os hackers dos sistemas de representação

Lisette Lagnado

Eles criam fontes tipográficas e inventam alfabetos. Eles enxergam o espaço por meio de pontos, linhas. Eles esquadrinham as cidades horizontal e verticalmente. Eles alteram as distâncias, os ritmos, as proporções. Eles comprimem e expandem ondas sonoras. Nada fixo, sequer uma matriz. Píxel por píxel, eles dilatam a paisagem até as margens do monitor. Eles subvertem os objetivos bélicos do videogame. Eles têm o poder de realinhar o mapa geopolítico em um minuto. Chegaram os hackers que atuam dentro da legalidade da arte.

Angela Detanico e Rafael Lain questionam os signos como sistema apto a representar a realidade. Uma prática que remonta à filosofia platonicista. E no entanto é como se cada novo trabalho dessa dupla de artistas viesse dizer que há muito ainda a ser dito sobre linguagem, ciência e cidade. Se, por um lado, o problema da representação permaneceu ao longo da história, por outro, é preciso reconhecer que o tempo modificou sua modulação. Escrever em fonte Utopia (2001) gera cruzamentos inéditos, porém virtualmente reais, entre os projetos de Niemeyer e o caos metropolitano: nem o modernismo sucumbe às cercas e guaritas, nem essas excrescências ignoram seus alicerces. O usuário ergue sua própria trama, seguindo os preceitos do movimento incessante e contraditório que caracteriza a vida urbana.

O mundo é apresentado como um grande texto em decifração permanente. Camufladas sob o empilhamento de objetos idênticos, palavras e idéias se revelam àqueles que se dispõem a aprender seus códigos-Pilha (2003) é uma escritura, um vício, um vírus que dispara a energia contagiante de sair interpretando. Usando a tecnologia do digital e a indústria de entretenimento, Angela e Lain inserem a instância da simulação entre as tradicionais categorias de fenômeno e cópia. Em Seoul/Killing Time (2003), chamado por eles de “vídeo de uma deserção”, nossa expectativa de assistir a cenas de combate foi substituída por um vôo inofensivo sobre uma cidade fantasma, traduzida depois em maquete. Desobedecer aos comandos está subitamente ao alcance da mão; e se a multidão soubesse dessa abertura acidental que o jogo proporciona? E se “se…” se tornasse real?


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Sobre os artistas

Angela Detanico, Rafael Lain
Caxias do Sul, 1974 / 1973

Exposições Coletivas / Group Exhibitions

2004
5 Times 10 Steps-fachada da exposição White Box-Galeria Vermelho, São Paulo
XXVI Bienal de São Paulo-Pavilhão da Bienal, São Paulo
Nam June Paik Award-Kunststiftung NRW-Dortmund, Alemanha
Derivas-Galeria Vermelho, São Paulo
Caderno Especial -Folha de São Paulo-31 Artistas, 1 Metrópole, São Paulo
Metamorfose(s)-9° Mostra Internazionale di Architettura-Veneza, Italia

2003
GNS-Palais De Tokyo, Paris
14º Festival Internacional de Arte Eletrônica Videobrasil, São Paulo
Printemps de Septembre-Toulouse, França
Cité Internacionale des Arts-Paris, França
Intershop Südstattsüd, Karlsruhe
Palais De Tokyo-Incomprehension-Paris, França
Imagética-Fundação Cultural de Curitiba, Curitiba
Modos de Usar-Galeria Vermelho, São Paulo

2002
Graphic Shows Brazil-Toquio, Japão
OO-Palais de Tokyo-Paris, França
Sesc Pompéia, São Paulo
Festival Eletronika, Belo Horizonte
Rafael Assef, Eliana Bordin, Leandro da Costa, Rafael Lain e Angela Detanico-Galeria Vermelho, São Paulo

2001
13º Festival Internacional de Arte Eletrônica Videobrasil, São Paulo
São ou não são gravuras-Museu de Arte Moderna de São Paulo
Ruído ou Silêncio-Itaú Cultural, Belo Horizonte

Residências / Artist In Residence

2004-2005
Cité Internationale des Arts-Paris, França

2002-2003
Cité Internationale des Arts-Paris, França

2002-2003
Le Pavillon / Palais de Tokyo-Paris, França

Projetos / Projects

2004
Dobra-Ferme du Buisson-Noisel, França (Curadoria/Curatorship)

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Luis Andrade no Cinemac

Luis Andrade é o artista plástico enfocado pelo projeto Cinemac em novembro. Aos sábados e domingos, a partir do dia 6, às 15h, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói exibe os filmes O Belíssono Monossíl... Ebó, Palíndromos, Atrocidades Maravilhosas, A Vadia Saída Vã, Super Loja Show, Ovo no Asfalto, 4 de Julho, Fumacê, Foguetório e Subself. Dia 27, às 16h, Luis conversa com o público sobre seu trabalho. O projeto Cinemac tem por objetivo projetar filmes e vídeos realizados por artistas plásticos brasileiros e/ou relativos as suas obras. Cada programação fica em cartaz durante um mês, permitindo aos visitantes ver os filmes mais de uma vez. A entrada é franca.

Através desta iniciativa, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói busca ampliar seu campo de atuação na difusão da arte brasileira, além de oferecer ao público a oportunidade de travar contato com uma valiosa produção que, muitas vezes, só se torna acessível em ocasiões excepcionais como festivais, ciclos, mostras especializadas etc.

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Sobre o artista

Hipermídia Cearense

Luis Andrade nasceu em Fortaleza (CE), em 1967. Artista hipermídia é mestre em Linguagens Visuais pela EBA/UFRJ, 2000. Graduação em Artes Cênicas, EBA/UFRJ, 1996, e Comunicação Visual, PUC/RJ, 1986-1988 (incompleto). Cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ, 1987, e na Scuola Europea di Teatro e Cinema, Milão, 1988, onde residiu por dois anos. Membro integrante das associações de artistas Atrocidades Maravilhosas e RRadial. Professor do Instituto de Artes Plásticas da UERJ. Editor da revista Concinnitas Virtual / UERJ (em preparação) e membro do comitê editorial da revista Global para a América Latina - uma publicação da Rede Universidade Nômade e CIEC/UFRJ. Além de professor e coordenador editorial, tem publicado vários textos em revistas especializadas, no Brasil e no exterior, e é autor dos livros/CDs À[barrockbeat] (Rio, editora do autor, 2004, em preparação) e À (Rio, editora do autor, 2000) e, ainda, Love's House (Rio, editora Casa da Palavra, 2002). Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Exposições recentes: 2000 Atelier Finep, Paço Imperial, Rio de Janeiro / 2001 À [infobox], Galeria Cândido Portinari, UERJ/Rio de Janeiro, Nova Friburgo, São Gonçalo, Duque de Caxias e Resende; Panorama Atual da Arte Brasileira, com o grupo Atrocidades Maravilhosas, MAM/São Paulo, MAM/Rio de Janeiro e MAM/Bahia / 2002 Subself, Espaço Experimental Rés do Chão, Rio de Janeiro; Caminhos do Contemporâneo - 1952/2002, com o grupo Atrocidades Maravilhosas, Paço Imperial, Rio de Janeiro; Bienal de Liverpool, Campbell Square Space 2, Liverpool; 1º Festival de Mídia Tática, com RRadial, Casa das Rosas, São Paulo n5m4, com RRadial, International Festival of Tactical Media, Amsterdã; City of Coop, Prater der Volksbühne, Berlim; Documentary Fortnight, com Atrocidades Maravilhosas, MoMA, Nova York; Açucarinvertido II, The Americas Society, Nova York; 2004 Posição 2004, Escola de Artes Visuais do Parque Laje, Rio de Janeiro

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Filmes em exibição:

O Belíssono Monossíl... Ebó, Mini-DV-NTSC, Cor, 5’, 2001/2004.

Realização e edição: Luis Andrade. Câmera: Ana Lúcia Milhomens. Making off da exposição Noites em Claro na M... da República, realizada pelo artista no Museu da República, no Rio de Janeiro em 2001. Montagem das obras: Sync Hall e Suíte Adigital.

Palíndromos, Betacam-NTSC e S-VHS-NTSC, Cor, 25’25”, 2002.
Direção e roteiro: Sílvio Correia Lima. Edição: Lúcio P. de Almeida. Música incidental: Luis Andrade (voz) e Maurício Barros (soundscape). Realização: Copsom/CTE - Uerj. Documentário realizado a partir de exposição À (Infobox), apresentada pelo artista na Galeria Cândido Portinari, e nos cinco campi da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Maracanã, Duque de Caxias, São Gonçalo, Nova Friburgo e Resende) em 2001.

Atrocidades Maravilhosas, 35mm, Cor, 20’, 2002.
Direção, roteiro e montagem: Renato Martins, Pedro Pellegrino e Lula Carvalho. Trilha sonora: Pedro Luís. Realização: PAX / PUC-RJ / Faperj. O premiado curta-metragem é resultado da colaboração de três cineastas com cerca de 20 artistas cariocas. Durante algumas madrugadas de 2000, o grupo deslocou-se pelas ruas do Rio de Janeiro colando milhares de cartazes lambe-lambe em seus muros, viadutos, túneis etc, fazendo intervenção direta na paisagem do maior cartão-postal do Brasil.

A Vadia Saída Vã, Mini-DV-NTSC, Cor, 15’, 2004.
Câmera e trilha sonora: A Tripulação (Jarbas Lopes, Marssares, Luis Andrade, Ducha, Léo Barbudo, Sérgio Torres, Aimberê César e Jorge Melodia). Direção: Dado Amaral. O filme documenta as peripécias de grupo de artistas durante uma semana, ao conduzirem pelas rodovias brasileiras três fuscas coloridos, que se destinavam a serem exibidos na inauguração do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, na cidade de Curitiba, em novembro de 2002. Os carros, assim como o projeto da viagem, são obras e proposição de Jarbas Lopes, cujo título original é Troca-Troca.

Super Loja Show, Mini-DV-NTSC, Cor, 18’45”, 2004.

Direção e produção executiva: Alexandre Vogler e Guga Ferraz. Apresentação: Lui Parente e Aurora Lázaro. Piloto de programa para TV aberta, realizado pela galeria A Loja, no Rio de Janeiro. Um casal de apresentadores expõe ao vivo, para a audiência, obras de arte dos artistas Alexandre Vogler, Arjan Martins, Alexandre Przewodovizky, Adriano Melhem, Cláudio Pedro, Ed. Galaxi, Fernando de la Roque, Geraldo Marcolini, Guga Ferraz, Luis Andrade, Marco Rafael, Ronald Duarte, Roosevelt Pinheiro e Romano, em esquema de tele-vendas.

Ovo no Asfalto, Mini-VHS-NTSC, cor, 3’10”, 2002.
Direção, edição e trilha sonora: RRadial. Vídeo-documento de ação do grupo RRadial. No dia 1º de maio de 2002, numa encruzilhada do bairro de Bangu, duas pessoas fritam um ovo no asfalto e se alimentam.

4 de Julho, Mini-VHS-NTSC, cor, 3’08”, 2002.

Direção, roteiro e produção: Rradial. Edição: Simone Michelin. Realizado a partir de uma intervenção RRadial, no Espaço Bananeiras, no Rio de Janeiro. Durante projeção pública de filmes em vídeo, o grupo banha uma pintura acrílica sobre tela - com claras referências ao artista norte-americano Jasper Johns - numa bacia com cloro e água sanitária.

Fumacê, Mini-VHS-NTSC, cor, 2’30”, 2002.
Direção, edição e produção: RRadial. Trilha sonora: Hapax. Vídeo-documentário de ação do grupo RRadial pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro. Carro aberto, com uma grande chaminé metálica montada na caçamba, cruza as ruas da cidade defumando os logradouros com essências especialmente preparadas para a ação.

Foguetório, Mini-VHS-NTSC, cor e p&b, 6’15”, 2002.

Direção: Luis Andrade. Edição: Adriana Guanaes. Trilha Sonora: Luis Andrade e Hapax. Vídeo-documentário do reveillon fora de época realizado pelo grupo RRadial no dia 11 de setembro de 2002, na Praia do Recôncavo, em Sepetiba (Rio). São imagens da festa à beira-mar mixadas com uma infinidade de matérias publicadas na imprensa brasileira, a propósito dos fatos que marcaram a data.

Subself, Mini-VHS-NTSC, cor e p&b, 7’, 2002.
Direção, subscript e soundtrek: Luis Andrade. Edição: Adriana Guanaes. Vídeo realizado a partir de uma proposição para arte interativa, com um dia inteiro de duração, no Espaço Experimental Rés do Chão, no Rio de Janeiro. No set, a presença constante de um revólver Smith & Wesson 38mm com seis balas ao lado, repousando diante da tela de um computador, dá o tom do vídeo. Para o artista, subself é tudo aquilo que resta após toda e qualquer tentativa de identificar e classificar as escolhas que o indivíduo faz para sua própria satisfação.

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L’age D’or no Parque Lage

Reafirmando a Escola de Artes Visuais do Parque Lage como centro de criação e movimentação artística da cidade do Rio de Janeiro, A Corporação apresenta a série L'âge D'or, às tardes de sábado do mês de novembro, com entrada franca. A programação busca misturar reflexão e apresentação de trabalhos, tendo como base a mostra de vídeos e performances e um debate sobre os coletivos recentes da arte carioca.

Programação:

6 de novembro
Uma conversa sobre a exposição Como Vai Você, Geração 80 com a presença na mesa do curador Marcus Lontra e dos artistas Luis Ernesto e Chico Cunha, além dos vídeos de Malu di Martino com os artistas que participaram da mostra e de Território Ocupado, vídeo sobre exposição realizada pouco depois.

13 de novembro
Será a vez do CEP 20.000, Centro de Experimentação Poética, evento da Rioarte, realizado por Chacal e Guilherme Zarvos. Além do debate e vídeo sobre o CEP, serão apresentados um DVD em homenagem a Waly Salomão e performances de vários poetas que fizeram os 14 anos da história do CEP, o mais duradouro foco de performance do Rio.

20 de novembro
é a vez do Grupo Hum, liderado pelos jovens artistas Nadan Guerra e Domingos Guimaraens, dois dos grandes performers cariocas. O Grupo programará seus vídeos e shows.

27 de novembro
A Gentil Carioca, formado por Ernesto Neto, Laura Lima e Márcio Botner. Por essa galeria do centro da cidade já passaram artistas como Thiago Rocha Pitta, Simone Michelin, Alex Hamburger, Jarbas Lopes, Ricardo Basbaum e Marssares entre outros. Alguns deles se apresentarão no encerramento do L'âge D'or.

“Sem curiosidade verdadeira, nem paixão pelo atual, nenhuma memória do passado pode ser viva; inversamente, a percepção do presente atenua-se e se empobrece quando se apaga em nós essa presença, muda mas insistente, do passado".( Paul Zumthor )

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Grupo Individual Coletivo no Plano B

Cristina Pape

O que é um grupo senão um conjunto de fragmentos tentando ser uma totalidade? é possível que essa última exista, mas acredito que sempre temporária, mutante e instável. A cada momento novas relações se estabelecem e os centros se deslocam, os fragmentos tal qual limalha de ferro atraída pelo imã, se reorganiza e se reconfigura. Grãos de pólen levados pelo vento se encontram com a terra para germinar. Campos magnéticos que se ligam e desligam, ao sabor das experiências de cada um e de um tempo no qual estamos imersos. Novos significados são novos trabalhos.

O grupo que apresento tem em comum a experiência de terem sido ou ainda serem estudantes do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Totalidade temporária. O grupo apresenta nesta exposição / evento tantos trabalhos, tantas idéias, tantas saídas e entradas quantas nós quisermos. São fragmentos de totalidades provisórias.

Schlegel tem uma frase bastante conhecida : “um fragmento tem de ser como uma pequena obra de arte, totalmente separado do mundo circundante e perfeito e acabado em si mesmo como um porco-espinho”.

Alexandre Ferreira, Bianca Bernardo, Davi Ribeiro, Deocrisis, Dinair Castro, Dugripp, Jorge Barreto, Ivan Henriques, Michele Blajchman, Roberta Condeixa e Venício Ribeiro possuem em comum a vontade de apresentar ao público o que eles são: contemporâneos de sua própria realidade.

O que vem a ser isso? Críticos do sistema de arte? Talvez sim , talvez não, mas tocam no ponto, sem dúvida.

Comprar o pão com ovo de Jorge Barreto e ser obrigado a refletir sobre o guardanapo é uma atitude política. Alexandre Ferreira prova que um centavo de Real na verdade custa seis centavos e Dugripp , também irônico, vende notas de dinheiro por valores menores do que o impresso.

Deo Crisis assume o nome de seu paradoxo: por suas mãos passam milhões de reais diariamente mas ele continua com as mãos limpas e não as lavou como Poncio Pilatos. Ele não trai sua condição. Afirma.

Nossa totalidade provisória mostra que Davi Ribeiro , Michele Blajchman, Dinair Castro e Roberta Condeixa estão caminhando pelo mundo identificando e colorindo os ratos de nosso cotidiano que não se mistura mas não se isola do resto do planeta. Os ratos , as fitas caminhantes, os conjuntos cromáticos, as marcas pelos corpos não adocicam o mundo nem o torna mais ácido: nos dá opções de escolha. Cada fragmento pode ser isolado ou unido a outro tantas quantas são as estrelas do universo.

Universo nosso, que um dia criou figuras nas paredes das cavernas e que deixaram o enigma da arte sobre nossas cabeças como uma espada afiada pronta para cair ou voar, quem sabe.

A luz que Ivan Henriques usa e transforma com a sofisticada tecnologia que transmuta o sonho em realidade e vice-versa  deve ter ajudado Venicio Ribeiro a iluminar suas cavernas e descobrir como fazer as bolsas quase primitivas e é a mesma que surgiu no mundo quando Vênus nasceu no trabalho de Bianca Bernardo.

O mundo é uma totalidade formada por fragmentos vendidos a R$1,99.

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Em tempo sem tempo no Paço das Artes

A exposição apresenta trabalhos com meios eletrônicos, interfaces digitais, vídeo projeções, fotografias e instalações. Em tempo sem tempo busca revelar como a noção contemporânea de tempo se constitui de diversas camadas que estruturam e revelam as subjetividades individuais e as subjetividades de uma coletividade, em que sujeito e tempo exprimem certo sentido da existência.

Uma exposição que lida com a idéia de tempo em oposição ao tempo físico, ao tempo cronológico ou linear. Trabalha com diversos artistas, com obras produzidas em diferentes tempos, abrindo um leque de possibilidades para uma leitura da idéia de tempo a partir de um panorama de complexidades. Estas, por sua vez, são o reflexo das diferentes subjetividades, em que o tempo, como propôs Merleau-Ponty: "não é um objeto do nosso saber, mas a dimensão de nosso ser". E o ser conseqüentemente, não pode ser entendido senão a partir de um contexto. Em cada subjetividade, portanto, transparece a dimensão cultural.

A curadora constrói um universo simbólico a partir de uma demanda: o apelo de cada obra. Exercitando uma outra maneira de fazer a curadoria, dessa vez a diretora do Paço das Artes, Daniela Bousso, não partiu de um enunciado ou de um tema para essa mostra. Parte de um convite aos artistas, no qual perguntou que obras os artistas gostariam de apresentar. O conjunto das obras trouxe a questão do tempo ao Paço das Artes.

Integram essa mostra dez artistas e entre eles comparece o romântico José Ferraz de Almeida Júnior, dialogando com a obra Glub-glub de José Rezende, dos anos 60 e com os artistas dos anos 90 e 2000.

Tudo isso para revelar, unicamente, que o tempo contemporâneo é feito de diversas camadas que estruturam e revelam as subjetividades individuais e as subjetividades de uma coletividade em que sujeito e tempo constroem o sentido da existência.
A presença de Almeida Júnior nessa exposição traz um pouco do nosso passado e nos projeta em nossa estrutura antropológica subjetiva. A historiadora de arte Maria Cecília França Lourenço desenvolve um texto crítico no livro da mostra atualizando a obra de Almeida Júnior na sua dimensão temporal e o filósofo Peter Pal Pelbart contribui com um ensaio sobre o tempo enquanto território de complexidades e desdobramentos, precioso para o aprofundamento do assunto. A curadora por sua vez, assina o primeiro texto do livro realizando leituras sobre o caráter das diversas temporalidades contidas na exposição em tempo, sem tempo.

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Albano Afonso no Paço das Artes

O artista apropria-se de temas clássicos, fábulas e referências provenientes do história da arte para criar um universo de símbolos de religiosidade onde faz uma fusão com os personagens criados e o mundo onde o espectador é inserido em um jogo de mão dupla.

Albano Afonso O corpo do espectador é invadido pelas árvores, ilumina-se e, ao mesmo tempo em que subtrai luz, joga sombras sobre a imagem do bosque de pinheiros que brilha ao fundo da sala escura. O visitante está, a um só tempo, bloqueando parcialmente a visão da obra, integrando-se a ela e tornando-a visível para um segundo observador. Na instalação criada por Albano Afonso para esta Temporada de Projetos, bastam presença e deslocamento para desestruturar toda a cena.

Semelhante operação desestabilizadora, só que situada no universo bidimensional e valendo-se dos recursos próprios da pintura, pode ser percebida em Magritte. Le Blanc-Seing (Assinatura em Branco), de 1965, é obra que Albano assume como uma de suas principais referências para discutir representação, ilusão e verossimilhança. Na tela do pintor belga, vemos uma mulher cavalgando em uma floresta, seu corpo e o da montaria simultaneamente atravessando e sendo atravessados verticalmente pelas árvores (experiência análoga a que se submete o público no Paço). Toda a ambigüidade está baseada em uma particular subversão das regras da perspectiva, de maneira que fica impossível determinar a distância entre a figura central e a grade formada pelo bosque, em incessante movimento entre os planos anterior e posterior do quadro, aprisionando e libertando a cavaleira, aproximando-se e se afastando do espectador. Esta indiferenciada trama de pinheiros se coloca à frente não só para camuflar, mas também para iluminar os corpos. Assim como na instalação de Albano, o real depende de uma presença física para se revelar.

Tanto a obra de Magritte quanto a de Albano parecem perguntar sobre uma certa natureza dos homens, das coisas e da arte: no sistema da representação, o que veio ao mundo para suprimir e o que possui a capacidade de tornar visível? Vale aqui estabelecer um paralelo com as pesquisas de Yves Klein, centradas nos embates presença-ausência, material-imaterial, especialmente as zonas de sensibilidade pictórica imaterial na célebre mostra realizada em 1958, O Vazio (uma galeria pintada de branco, inteiramente vazia, que ele chamou uma exposição de vacuidade).

A operação de mão-dupla que envolve subtração e adição de elementos - e que insere decididamente o espectador neste jogo, em que eliminar e acrescentar não são decisões excludentes - é ponto central em outras séries criadas por Albano, caso das imagens de paisagens perfuradas sobre espelhos (série Planos de Viagem) e de seus auto-retratos sobrepostos a auto-retratos de Dürer, Van Dyck, Rembrandt, Goya e Courbet, intersecção que cria um campo indeterminado no qual as identidades de Albano dialogam com as do pintor consagrado.

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Albano Afonso

Fernando Oliva

O corpo do espectador é invadido pelas árvores, ilumina-se e, ao mesmo tempo em que subtrai luz, joga sombras sobre a imagem do bosque de pinheiros que brilha ao fundo da sala escura. O visitante está, a um só tempo, bloqueando parcialmente a visão da obra, integrando-se a ela e tornando-a visível para um segundo observador. Na instalação criada por Albano Afonso para esta Temporada de Projetos, bastam presença e deslocamento para desestruturar toda a cena.

Semelhante operação desestabilizadora, só que situada no universo bidimensional e valendo-se dos recursos próprios da pintura, pode ser percebida em Magritte. Le Blanc-Seing (Assinatura em Branco), de 1965, é obra que Albano assume como uma de suas principais referências para discutir representação, ilusão e verossimilhança. Na tela do pintor belga, vemos uma mulher cavalgando em uma floresta, seu corpo e o da montaria simultaneamente atravessando e sendo atravessados verticalmente pelas árvores (experiência análoga a que se submete o público no Paço). Toda a ambigüidade está baseada em uma particular subversão das regras da perspectiva, de maneira que fica impossível determinar a distância entre a figura central e a grade formada pelo bosque, em incessante movimento entre os planos anterior e posterior do quadro, aprisionando e libertando a cavaleira, aproximando-se e se afastando do espectador. Esta indiferenciada trama de pinheiros se coloca à frente não só para camuflar, mas também para iluminar os corpos. Assim como na instalação de Albano, o real depende de uma presença física para se revelar.

Tanto a obra de Magritte quanto a de Albano parecem perguntar sobre uma certa natureza dos homens, das coisas e da arte: no sistema da representação, o que veio ao mundo para suprimir e o que possui a capacidade de tornar visível? Vale aqui estabelecer um paralelo com as pesquisas de Yves Klein, centradas nos embates presença-ausência, material-imaterial, especialmente as “zonas de sensibilidade pictórica imaterial” na célebre mostra realizada em  1958, “O Vazio” (uma galeria pintada de branco, inteiramente vazia, que ele chamou uma “exposição de vacuidade”).

A operação de mão-dupla que envolve subtração e adição de elementos – e que insere decididamente o espectador neste jogo, em que eliminar e acrescentar não são decisões excludentes – é ponto central em outras séries criadas por Albano, caso das imagens de paisagens perfuradas sobre espelhos (série Planos de Viagem) e de seus auto-retratos sobrepostos a auto-retratos de Dürer, Van Dyck, Rembrandt, Goya e Courbet, intersecção que cria um campo indeterminado no qual as identidades de Albano dialogam com as do pintor consagrado.

Na técnica desenvolvida pelo artista, o reconhecimento de seu biótipo por parte do público fica comprometido devido a essa fusão (feita digitalmente, com base em um prisma, a partir dos olhos de ambos personagens). Este procedimento que busca articular negação da identidade pessoal e reafirmação da identidade artística (uma vez que as características físicas originais de Albano são mascaradas e restam a força e a sedução da obra por ele criada) já foi levado a cabo nas fotografias em que ele elimina seu próprio rosto com o disparo do flash (luz que a um só tempo revela e destrói a imagem), de novo uma evidente referência a Magritte, no caso a tela O Princípio do Prazer.

Um destes retratos perfurados – uma mistura entre o auto-retrato do pintor francês Alexandre-François Desportes (1661-1743) e o de Albano – recebe o público à entrada da exposição no Paço. Originalmente, o quadro de Desportes (Auto-Retrato de um Caçador, 1699) mostra o artista posando vitorioso, com um rifle à mão, após um bem-sucedido dia de trabalho, animais mortos a seus pés.

O tema clássico da caça (que pressupõe a morte) também se manifesta na projeção monumental no interior do espaço, baseada na floresta criada por Botticelli em História de Nastagio degli Onesti (Segundo Episódio), de 1483, pintura que narra o castigo eterno sofrido por um cavaleiro e sua amada – ela por ter se mostrado irredutível ao negar continuamente suas propostas de casamento, e ele por ter se suicidado por ela. Os deuses o condenam a caçá-la e entregar parte de seu corpo aos cães – para no dia seguinte recomeçar, indefinidamente. A ação é presenciada por um mortal, o cavaleiro Nastagio degli Onesti, que vagava miseravelmente por um bosque de pinheiros, amargando ele também o drama de sucessivas recusas por parte da mulher que amava. Contudo, ele consegue reverter a situação, ao relatar a ela a história. A dama, temendo destino semelhante, aceita o pedido de casamento.

Esta fábula de amor foi representada por Botticelli em quatro grandes painéis horizontais. Albano Afonso, em mais um de seus mergulhos na história da arte (a nostalgia e o resgate de uma era perdida são temas que dariam margem a toda uma outra discussão centrada em sua obra), apropria-se do bosque de pinheiros presente no segundo destes painéis, criando a partir dele uma superfície dura perfurada – em papel fotográfico, um suporte por excelência – que, atravessada pela luz branca do projetor, reproduz a floresta na parede da sala. Em chave contemporânea, o artista dá continuidade e atualiza o embate entre realidade e ficção – material/imaterial, concreto/ilusório – presente nas telas do pintor florentino.

Na projeção desenvolvida  por Albano para o Paço, a mata se abre numa clareira e, onde originalmente se via o cavaleiro arrancando o coração e as entranhas da amada, impõe-se agora a luminosa presença do casal Adão e Eva, de mãos dadas, seus corpos unidos por centenas de fios elétricos (técnica já usada na série Pictogramas Iluminados), tematizando a história trágica original de separação e morte, simbolizada pela perda da eternidade, o atributo divino do casal no Paraíso.

é interessante observar que, na contramão da corrida tecnológica que marca parte da produção artística atual, Albano criou seu casal bíblico de forma bastante precária, podemos dizer low-tech. Trata-se de lâmpadas baratas, de baixa voltagem, dessas que vemos por aí durante o Natal, mas que aqui funcionam para definir os contornos e emprestar carnalidade (e humanidade) às figuras de Adão e Eva.

Tudo isso em detrimento das inúmeras ferramentas disponíveis para se atingir um resultado semelhante ou, até, mais eficiente – em mais uma decisão que reafirma a instabilidade desta obra, do mundo, do homem e das relações afetivas. Além da interdependência entre duas pessoas, a característica debilidade das ligações amorosas é reiterada pela construção do trabalho – por exemplo, pelo fato de o circuito de cada uma das centenas de lâmpadas funcionar em par: se uma delas queima em Adão, o mesmo acontece em Eva, simétrica e simultaneamente. Neste universo criado por Albano Afonso – sistema em que os símbolos da religiosidade não podem ser negados – a saturação de luz é responsável pelo sentido impalpável da cena, em conformidade com o brilho irreal e etéreo da floresta.

Habitando ambiente tão improvável quanto o encontro de duas pessoas, o visitante se desloca lentamente, de maneira cuidadosa, espécie de cavaleiro perdido em um bosque, receoso ou do que pode encontrar, ou de destruir coisa por demais preciosa. Parece vagar à deriva, como se à procura de algo valioso que definitivamente perdera.

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Corpo de Baile 2 no Lord Palace Hotel

Lord Palace Hotel é um projeto de intervenção artística em um hotel recentemente desativado, localizado no bairro de Santa Cecília, na região central de São Paulo. O projeto envolve 27 artistas visuais, três críticos de arte, um grupo de intervenção, um corpo de baile e tem a pluralidade como uma das características centrais. Após quatro meses de encontros e discussões, o projeto ganha a configuração de uma “mostra” que acontece durante 45 dias nas dependências do Lord Palace Hotel - incluindo 32 quartos, lobby e corredores em dois andares.

Estabelecendo estreita relação com o contexto urbano em que o Hotel está inserido - o centro de São Paulo - e, em uma espécie de espelhamento dessa localização central do edifício, o projeto promove um cruzamento de artistas e linhas de trabalho de várias procedências. Uma iniciativa do grupo Casa Blindada, formado em 1999 por artistas plásticas paulistas; o projeto tem por objetivos provocar o intercâmbio e o encontro de diferentes artistas e públicos, problematizar os “interstícios”: evidenciando um espaço não convencional para abrigar obras de arte e valorizando o centro da cidade, colocando-o “entre aspas”, de modo a atrair o público dos arredores, despertando-lhes a curiosidade e o interesse em visitar exposições de arte e museus.

O Lord Palace Hotel foi inaugurado em novembro de 1958, com projeto do arquiteto Francisco Della Mana, e fechado em maio de 2004. O Hotel está localizado à Rua das Palmeiras, 78, Santa Cecília, um bairro dos mais antigos da cidade de São Paulo. Essa região, antes habitada pela elite do café, com seus palacetes suntuosos em grandes chácaras de plantação de chá, abrigou a primeira sede do Governo Paulista, nos Campos Elíseos. Também lá, foram fundados os grandes centros de atendimento em saúde da cidade: a Santa Casa de Misericórdia e a primeira sede da Sociedade Beneficência Portuguesa.

Chama a atenção no percurso histórico da região - e em especial da localidade da Rua das Palmeiras - a desconstrução da identidade de um bairro. A região se transformou, ao longo dos anos, de bairro de elite em zona comercial e de serviços. Hoje, o local é freqüentado por comerciantes, moradores de rua, catadores de papel e também por turistas eventuais que, em trânsito, hospedam-se por períodos curtos, na maioria da vezes a negócios.

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Projeto História da Arte Brasileira no Acervo da Pinacoteca do Estado

O ciclo de palestras Singularidades da abstração geométrica no Brasil pretende revisitar obras importantes para a compreensão dos desenvolvimentos do abstracionismo geométrico no Brasil. Busca-se, por meio da análise de trabalhos de oito artistas, apontar para a diversidade de poéticas que em geral são reunidas e homogeneizadas sob a rubrica “abstração geométrica”. O foco é dirigido, sobretudo, para desenhos, esculturas, fotografias e pinturas produzidas na década de 50 e início dos anos 60, todas pertencentes ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

A entrada é gratuita e não há inscrição prévia. Em virtude da limitação de lugares, serão distribuídas senhas para o ingresso no dia de cada palestra, a partir das 15h30.

Será concedido certificado de participação no ciclo mediante a freqüência de, no mínimo, 75% das palestras, comprovada em lista de presença.

Coordenação e produção: Taisa Helena Palhares/ Setor Educativo da Pinacoteca do Estado de São Paulo

Programação:

14 de agosto
Maria Leontina por Paulo Sérgio Duarte
Os episódios V, 1959/1960 (óleo s/ tela, 73,5 X 92,5 cm)

28 de agosto
Geraldo de Barros por Helouise Costa
Fotoforma, circa 1949 (fotografia P&B sobre aglomerado, 49,4 X 48,4 cm)

11 de setembro
Luiz Sacilotto por Luiz Renato Martins
Vibração ondular, 1953 (esmalte s/ aglomerado, 42,5 X 50,5 cm)

25 de setembro
Alfredo Volpi por Paulo Venâncio
Composição 1976, 1976 (têmpera s/ tela, 67,5 X 135,5 cm)

16 de outubro
Waldemar Cordeiro por Cauê Alves
Idéia visível, 1957 (têmpera s/ aglomerado, 100 X 100 cm)

30 de outubro
Hércules Barsotti por Margarida Sant’Anna
Desenho I, 1957/1958 (guache s/ papel, 68,8 X 68,8 cm)

6 de novembro
Hélio Oiticica por Roberto Conduru
Metaesquema, circa 1957 (guache s/ cartão, 56 X 68 cm)

27 de novembro
Lygia Clark por Ivo Mesquita
Bicho caranguejo duplo, 1961 (alumínio, 53 X 59 X 53 cm)

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Debates no MariAntonia: Presenças Francesas nos 70 anos da USP

No mês de novembro, o Centro Universitário Maria Antonia, em parceria com o Consulado Geral da França, promove o ciclo de debates Presenças Francesas nos 70 anos da USP, sobre as relações intelectuais entre o Brasil e a França na formação da Universidade de São Paulo. As conferências acontecem no Centro Universitário Maria Antonia, onde é apresentada a mostra Fotografias de Lévi-Strauss, até o dia 28 de novembro.

A abertura do ciclo de debates ocorre no dia 5 de novembro, com o tema A França na USP: ontem, hoje e amanhã com Adolpho José Melfi, reitor da Universidade de São Paulo, e Daniel Nahon, presidente do comitê francês de cooperação universitária com o Brasil.

No dia 12, o ciclo segue com Encontros literários e estudos franceses, com a presença da professora e crítica literária Leyla Perrone-Moisés e do etnólogo Pierre Rivas.

No dia 24, o tema Escolas Filosóficas será debatido por Marilena Chauí, professora de filosofia da USP, e Michel Paty, da Universidade Paris 7.

No encerramento do ciclo, dia 26 de novembro, o tema será Geógrafos franceses e brasileiros no coração do Brasil, com o professor Wanderley Messias da Costa, prefeito da Cidade Universitária, e o geógrafo francês Hervé Thery que lançará, na ocasião, o livro o Atlas do Brasil (Edusp), realizado a partir dos dados do Censo de 2001.

Programação

5 de novembro:
A França na USP: ontem, hoje e amanhã
Adolpho José Melfi / Daniel Nahon

12 de novembro:
Encontros literários e estudos franceses
Leyla Perrone-Moisés / Pierre Rivas

24 de novembro:
Escolas filosóficas
Marilena Chauí / Michel Paty

26 de novembro:
Geógrafos franceses e brasileiros no coração do Brasil
Wanderley Messias da Costa / Hervé Thery


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