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PE/RJ/SC/SP Individuais no MAMAM / Debate sobre a exposição de Anna Braga no República
ANO 3 N. 61 / 19 de maio de 2003




NESTA EDIÇÃO:
Artur Lescher e Claudia Jaguaribe no ECCO, Brasília  HOJE
Ana Paula Lima, Jeims Duarte e Vera Costa na FJN, Recife
Nazareth Pacheco no Unicid, São Paulo
Keila Alaver na Luisa Strina, São Paulo
Marco Veloso na Artur Fidalgo, Rio de Janeiro
Mesa Redonda sobre a Arquitetura do Encantamento no IAB, Rio de Janeiro

Crise do sujeito, crise da cultura no Parque Lage, Rio de Janeiro  HOJE
Sérgio Sá Leitão no Fórum das Artes, Rio de Janeiro  HOJE
www.laisle.com no Unitevê  HOJE
Emeios enviados para O Globo sobre as Bolsas RIOARTE
Sim, o Canal funciona por Patricia Canetti





Artur Lescher, oxo, 2000, madeira e inox

Artur Lescher
Claudia Jaguaribe

Aeroporto

19 de maio, segunda-feira, 20h

Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio – ECCO
SCS Ed. Venâncio 2000  Bloco C  60   2° subsolo
Brasília   61-224-2101
Segunda a sábado, das 9h às 20h.
Exposição até 8 de junho de 2003.

Artur Lescher

Artur Lescher pode ser visto também como um transfigurador de objetos, de peças. Persegue o trabalho serial: uma idéia na cabeça e o seu desenvolvimento paulatino por meio de peças que se desdobram em outras, a partir da idéia primeira.

Utilizando como constante uma poética do espaço e da beleza de formas, Artur Lescher se aproxima das problemáticas da arquitetura e da pesquisa com materiais com os quais elabora seus projetos: plásticos opacos, madeiras, sal de cobre, mercúrio, resina, plásticos, náilon industrial, granito, porcelana branca, água, alumínio.

Quando criou “Blecaute”, em 1994, e apagou 3 Km da Rua Augusta, em São Paulo, o objetivo do artista era “desestabilizar o que é seguro”. Em nova versão de “Blecaute”, já em 2001, Lescher viu-se surpreendido pela realidade no país. Na sua opinião, “a Arte deve gerar crises”.

Na mostra, Lescher apresentará esculturas em madeira, granito e nylon que estavam presentes na última exposição da Galeria Nara Roesler, em São Paulo, e um inflável , “Aerólito” como ele mesmo denomina. Além disso, apresentará uma série de imagens manipuladas em computador, nova incursão do artista que costuma trabalhar com suportes tridimensionais e duas vídeo instalações, sendo que uma delas, “Mar”, foi criada especialmente para Brasília.

Artur Lescher conduzirá a visão do espectador através de sua poética particular, que investe sobre a ambigüidade dos objetos e na organização do seu espaço expositivo.

Livro

Na ocasião da abertura da exposição em Brasília, estará sendo vendido o livro “Artur Lescher”, da editora Cosac & Naify.

Durante o período da exposição, será lançado um livro-catálogo da coleção Artistas 21 sobre o artista, com texto crítico de Agnaldo Farias.

Claudia Jaguaribe - Aeroporto

A mostra “Aeroporto”, com obras da artista Claudia Jaguaribe tem um tema particularmente interessante para Brasília e seus cidadãos, pois possui na origem de seu traçado um avião e a localização isolada no centro-oeste do país, tornando o aeroporto local essencial para a vida das pessoas.

A decisão de realizar a mostra neste momento visa marcar os 30 anos da INFRAERO, órgão responsável pela regulamentação e administração da aviação e dos aeroportos no Brasil.

Claudia Jaguaribe estará exibindo sua primeira mostra individual na cidade, o resultado de uma pesquisa fotográfica sobre o universo dos aeroportos e aeromoças como símbolo dos relacionamentos transitórios, frágeis e anônimos decorrentes do deslocamento espacial como necessidade e reflexo da vida moderna.

Para justificar a escolha e a pertinência do tema, a artista destaca que a vivência de espaço e tempo foi totalmente modificada pela tecnologia, criando um conceito de "Cidade-Mundo". Observa que há uma superfluidez e superposição de tempos e até mesmo de matéria na medida em que os espaços que usamos se repetem infinitamente mundo afora como é o caso dos aeroportos. São espaços contínuos ou não-lugares como definiu Marc Auge, territórios organizados com valores simbólicos e com regras próprias.

Livro

Na ocasião da abertura da mostra será lançado, em Brasília, o livro AEROPORTO, de Claudia Jaguaribe, com texto de Agnaldo Farias, da editora Codex.

Programa Educacional

O Programa Educacional do ECCO foi desenvolvido de modo a estimular a compreensão e o espírito crítico dos visitantes, sobretudo de alunos de todos os níveis de escolaridade, das redes pública e privada.

O projeto apresenta os conceitos fundamentais da arte contemporânea, por meio de visitas guiadas e trabalhos em Oficina Educacional do ECCO com uso de técnicas como: desenho, pintura, escultura e colagem, onde os melhores 20 trabalhos serão premiados ficarão expostos na própria galeria.

A Oficina Educacional do ECCO é inteiramente gratuita e pode atender até 48 alunos por vez, variando entre 30 e 40 minutos.

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Ana Paula Lima, Jeims Duarte e Vera Costa

A visita guiada com os artistas às 19h30
20 de maio, terça-feira, 19h

Instituto de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco
Galerias Baobá e Massangana
Av. Dezessete de Agosto  2187
Casa Forte  Recife  PE
81-3421-3266
artes @fundaj.gov.br
Terça a sexta, das 9h às 12h das 14h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h.
Exposição até 29 de junho de 2003.
Agendamento de escolas e grupos especiais: 81-3421-3266 r: 421 / 422

O Instituto de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco abre sua segunda mostra de projetos selecionados para 2003. Ana Paula Lima (SP), Jeims Duarte (AL) e Vera Costa (SP) vão ocupar respectivamente as Galerias Massangana e salas 1 e 2 da Baobá, em Casa Forte. As individuais simultâneas iniciam-se no dia 20 de maio. Os 18 artistas que integram a programação de 2003 foram escolhidos pela comissão formada pelos seguintes especialistas em Artes Visuais: Cristiana Tejo, Coordenadora de Artes Plásticas do Instituto de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco, Eduardo Frota, artista plástico e Curador-Adjunto do Programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais e Tadeu Chiarelli, Professor-doutor da Escola de Belas Artes da USP, curador e crítico de arte.  

A artista plástica Ana Paula Lima apresenta seu projeto “Coma-me”, uma instalação que contém elementos indiciais (fotografias Polaroides, ninhos e gaiolas, espelhos, quadros contendo lições de alfabetização, caixa de ração animal, aparelho de som reproduzindo barulho de aves) que permitem ao visitante uma experiência sensível. Na opinião da artista, a obra reflete sobre a alfabetização e a alimentação, processos que passam pela boca. O público é convidado a se alimentar durante a exposição, transformando o trabalho.

Jeims Duarte realiza sua segunda exposição individual na Fundação Joaquim Nabuco. Desta vez, o jovem artista paraibano radicado em Alagoas vai mostrar sua obra “cross;adjetive”, uma cruz de 1,80m formada por vigas de madeira num padrão ortogonal em três eixos, interceptando as paredes. O trabalho se apropria de uma palavra, de um símbolo e de um procedimento, estendendo a noção de crucificação ao violentar a estrutura, com inserções de pregos e brocas, e ao fazê-la violentar o espaço circundante, afrontando os limites de contenção da galeria.

Vera Costa apresenta uma série de fotografias que registram um líquido branco escoando por um ralo de pia. A artista busca trabalhar com questões que vão desde o desimportante, em que o olhar se detém procurando algo que o transcenda, até a tentativa mesma de recortar uma fatia do mundo através do recorte espaço-tempo, o que é a própria essência da fotografia. Esta apropriação do real, que aqui suspende o tempo, congelando e fragmentando o fluxo, tenta capturar o processo, o movimento, registrando o efêmero do ato.

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Nazareth Pacheco

20 de maio, terça-feira, 20h

Espaço de Artes Unicid
Universidade Cidade de São Paulo – Unicid
Rua Cesário Galeno 475
Tatuapé (Estação Carrão do Metrô)   São Paulo
11-6190-1310/1200   http://www.unicid.br
Segunda a sexta, das 10h às 21h; sábados, das 10h às 14h.
Exposição até 28 de junho de 2003
Agendamento para deficientes visuais e escolas pelo telefone 6190 1310 com Sheila.
Inauguração simultânea do Cyber Café Estudantina.


Mostra individual comemora quinze anos de trabalho de Nazareth Pacheco e está preparada para receber deficientes visuais.

A artista plástica Nazareth Pacheco estará mostrando os diversos momentos de sua produção artística, numa grande exposição no Espaço de Artes Unicid, localizado no Tatuapé, em São Paulo. Nesta individual ela reúne algumas obras de cada momento de seu percurso e comemora 15 anos de trabalho. Sua trajetória inclui exposições no Brasil e no exterior assim como uma importante participação na XXIV Bienal Internacional de São Paulo, em 1998. Na Unicid serão 47 obras que perfazem um período de 1989 a 2003.

Desde o início de sua carreira, em 1988, Nazareth desliga-se do plano bidimensional. Suas primeiras peças tridimensionais foram qualificadas por Tadeu Chiarelli de Objetos Dependentes. Dali em diante ela nunca desistiu de pesquisar materiais. Da borracha vulcanizada a artista passa a confeccionar objetos em látex, borracha natural. Em 1991 apresenta uma instalação na Pinacoteca do Estado de São Paulo, utilizando veludo. Coerente, madura, em 94/95 sua obra reflete sobre os tratamentos estéticos e cirúrgicos, pensa o corpo feminino. Nazareth cria trabalhos com instrumentos ligados à condição feminina como espéculos, dius, etc. No final da década de 90 surgem os adornos e vestes, tecidos por suas próprias mãos, com cristais, lâminas de barbear, de lancetar, bisturis, anzóis, etc. Com esses colares ela participa da XXIV Bienal de São Paulo. Ainda no mesmo período, elabora obras com o acrílico cristal, e em 2000, após freqüentar o Salon de Louise Bourgeois, desenvolve alguns objetos em resina.

Nazareth nunca dá títulos às obras. Os trabalhos que estarão expostos no Espaço de Artes Unicid contam o percurso acima descrito. Mas a última obra é inédita, construída especificamente para esta exposição. Trata-se de um pequeno compartimento com um espelho à frente, luzes de camarim no redor e, na entrada, uma cortina que a artista fez com 1008 lâminas de barbear. “Não é mais um adorno, é a impossibilidade de ultrapassar um espaço”, diz.

 A curadoria da mostra é de Elisabeth Leone, que diz ser um privilégio poder receber no espaço o conjunto da obra desta artista plástica. Ela explica ainda que “a obra de Nazareth desperta nas ordens sensoriais movimentos que se alternam, proximidade (tato) e distância (visão), possibilidade e impossibilidade. Assim, dando continuidade à pesquisa que desenvolvo nesta universidade, pensei ser provável que alguns de seus trabalhos pudessem ser sentidos na comunicação tátil, para aqueles que não tem sentido da visão, ou o tem diminuído”. Esse trabalho de adaptação para o público especial contou com o apoio do CAAD – Centro de Apoio Acadêmico ao Deficiente, da Unicid, inclusive para a transcrição dos catálogos em braile.

Nazareth Pacheco é formada em artes plásticas pela Universidade Mackenzie, estudou também na Escola de Belas Artes em Paris, participando de diversos ateliês e workshops, entre eles, de Guto Lacaz, Carmela Gross, Iole de Freitas e José Resende. Mestre pela Escola de Comunicação e Artes da USP, sob a orientação de Carlos Fajardo. Atualmente é representada pela Galeria Brito Cimino, em São Paulo, onde também apresentará, em junho, uma instalação exclusiva.

O Projeto Arte na Universidade conta com o apoio institucional da Prefeitura de São Paulo e patrocínio da Universidade Cidade de São Paulo – Unicid.

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Keila Alaver
 
20 de maio, terça-feira, 19h

Galeria Luisa Strina
Rua Oscar Freire  502
São Paulo
11-3088-2471 / 3064-6391
http:://www.galerialuisastrina.com.br
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados das 10h às 17h.
Exposição até 18 de junho de 2003.

 
A Galeria Luisa Strina apresenta, do dia 20 de maio até 18 de junho de 2003, exposição individual da artista plástica Keila Alaver (1970). A mostra reúne obras inéditas, feitas a partir de serigrafias em vidro e em acrílico.
 
A artista mostra que as discussões sobre as relações humanas do cotidiano continuam a ser o ponto de partida de seu trabalho e que, para isso, utiliza images fotográficas de arquivos pessoais.
 
O conjunto dos trabalhos de Keila Alaver, ao longo de sua carreira, indica quais são suas principais questões: a primeira delas é a presença de figura humana inserida em contextos sociais ou arquitetônicos. A segunda são os recortes (muitas vezes, indicados por estampas, volumes ou mídias diferentes), por meio dos quais a artista discute a fragilidade ou a fragmentação das relações entre as pessoas. E a terceira questão é a exploração dos limites da imagem bidimensional.
 
Continuando sua pesquisa, a artista mostra, nesta exposição, trabalhos em serigrafia sobre placas transparentes de acrílico e de vidro. As placas possuem imagens diferentes e fracionais, que sobrepostas, criam objetos com cenas completas. O resultado é a criação de volumes e movimentos e a conquista de um desmembramento da bidimensionalidade da fotografia, o que propõe uma maior identificação física entre o observador e a obra.

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Marco Veloso
Rápidos Olhos Lentos

20 de maio, terça-feira, 20h

Galeria Artur Fidalgo
Rua Siqueira Campos 143 loja 148 no 2º piso
Copacabana   Rio de Janeiro
21-2549-6278
contato@arturfidalgo.com.br
http://www.arturfidalgo.com.br
Terça à sexta, das 15h às 19h. Outros horários, com hora marcada.
Exposição até 10 de junho de 2003.


Os desenhos de Marco Veloso revelam grande domínio técnico, fruto de intensa disciplina de trabalho.  Sua maturidade poética permite a descoberta de técnicas e procedimentos de grande pureza de linguagem, e quase ilimitadas perspectivas de temas.   As imagens podem sugerir ainda provocações formais.   Para o artista Artur Barrio, que assina o texto do convite, Marco Veloso “tem uma enorme coragem ao usar imagens figurativas, que não perdem seu caráter contemporâneo”.  A obra de Marco Veloso é essencialmente visual como linguagem, e demonstra o inteiro domínio profissional que sustenta a qualidade ímpar desta exposição.

Marco Veloso não dá títulos as suas seqüências, chamadas assim por serem agrupadas seguindo uma ordem de leitura.  Isto, entretanto, não impede que o olhar salte de um elemento para outro, ou “escorregue” em diagonal, provocando uma sensação de turbilhão.  Ou, ainda, que o olhar fique fixado momentaneamente em uma imagem que nos atraia mais do que outras.  O trabalho de Marco Veloso sempre instiga uma reação, uma curiosidade, e a vontade de olhar mais e mais, e descobrir.

Esta é a primeira individual de Marco Veloso em quatro anos – em 1999, fez a exposição Se as Palavras..., no Paço Imperial –, e a primeira em uma galeria.  Ele tem tido presença marcante em coletivas como a Mostra Rio Arte Contemporânea, no MAM do Rio, e a exposição Novas Aquisições da Coleção Gilberto Chateaubriand, em 2000, também no MAM.  

As seis seqüências que Marco Veloso apresenta foram feitas de janeiro a maio.  Elas receberam informalmente uma numeração que vai de 25 a 30.  Por força de uma temática repetida em cada uma, elas não escapam aos apelidos, dados pelo próprio artista.  Assim, a seqüência 26 é “o sol”, que reflete um momento em que ele estava interessado na “expressividade, espontaneidade, e em uma certa solaridade”.  Para ele, dar títulos poderia sugerir erroneamente ao público que a série é ilustrativa.  A seqüência 27 não teve uma motivação específica, e os 16 desenhos foram criados em quatro horas.  O tempo médio de realização de uma seqüência é de um mês.

Automatismo e rabisco

Este trabalho que será apresentado na Galeria Artur Fidalgo faz parte da pesquisa iniciada por Marco Veloso em 1997, quando passou a trabalhar o processo de automatismo e rabisco, com que inicia os desenhos.  “No momento imediatamente anterior ao começo de um desenho, há uma espécie de cegueira. Depois, o próprio desenho dá as informações. Em parte esse processo é regido pelo caos, mas há uma lucidez”, conta Marco.  

Para Marco Veloso – que lecionou Teoria da Arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage – os grandes teóricos do desenho foram Leonardo da Vinci e Paul Klee. Enquanto Da Vinci discutia as questões pertinentes ao renascimento, como a configuração dos corpos e a relação do homem com a natureza, Klee trabalhou a relação com o cosmo.  O momento contemporâneo coloca outra questão, para Marco: o processo mente/corpo.

A partir de 1999, Marco passou a estudar o mecanismo do desenvolvimento da criança, a partir do desenho infantil.  “É aí que a criança representa sua experiência, que se apropria do seu instrumental”.  “De dois a três anos, a criança passa a ter o chamado duplo controle.  Até então, ela não respeita o limite do papel, não controla a força sobre o lápis, freqüentemente quebrando sua ponta, e só consegue fazer linhas verticais”, explica.  “A partir desse momento, a criança vai conseguir ter o controle de partida e chegada, ou seja, vai conseguir criar um movimento único e voltar ao ponto de início.  Também passa a ter o controle do tempo, onde consegue fazer uma linha horizontal, soltar a mão, e cruzar essa linha com outra vertical”, diz Marco.

Ele redescobriu uma série de desenhos que fez aos cinco anos de idade, e que lhe valeram um prêmio na escola.  Esses desenhos serviram de base para a seqüência 29, em que faz uma releitura desses trabalhos infantis.   Isto não é por acaso: o resgate da memória é outra das questões discutidas pelos artistas contemporâneos.

A seqüência 30 tem por tema os 16 capítulos do Evangelho de Marcos. Esta série conclui o conjunto apresentado com toque dramático e sentimento apaixonado, que equilibra a concepção sofisticada presente em todas.


ARTUR BARRIO

 “Luz e escuridão
no contraste denso
do branco e negro
aí está o desenho
de Marco Veloso
pontuando com
sua subjetividade
figurativamente corajosa
um dos melhores
momentos do
desenho... de verdade.”

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Mesa Redonda
Arquitetura do Encantamento
Sobre as obras poéticas de Gabriel Joaquim dos Santos
Amélia Zaluar, Eduardo Mendes de Vasconcelos, Lélia Coelho Frota e Márcio Doctors

20 de maio, terça-feira, 17h

IAB - Instituto dos Arquitetos do Brasil
Rua do Pinheiro 10
Largo do Machado  Rio de Janeiro

No dia 20 de maio, às 17 horas, no IAB, vai acontecer uma mesa redonda com Lélia Coelho Frota, Amélia Zaluar, Márcio Doctors e o arquiteto Eduardo Mendes de Vasconcelos: vão discutir "Arquitetura do Encantamento", sobre as obras poéticas de Gabriel Joaquim dos Santos, criador da Casa da Flor e Ferdinand Cheval, criador do Palácio Ideal, na França, como complemento da Mostra Internacional Rio Arquitetura. A Casa da Flor, em São Pedro D'Aldeia, é uma casa feita de cacos, conchas, búzios, pedaços de vidros, por um salineiro negro analfabeto, Gabriel Joaquim dos Santos e sua manutenção e registro fotográfico devem-se ao Instituto Cultural Casa da Flor. O evento é gratuito e aberto ao público e na ocasião serão projetados filmes sobre as duas obras.

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Debates
Crise do sujeito, crise da cultura

Arte e cultura frente à crise do sujeito
Participantes: Márcio Tavares d’Amaral e Paulo Sérgio Duarte

19 de maio, segunda-feira, 20h30


Galeria da Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico 414
Rio de Janeiro
21-2538-1879 / 2537-7878

O Canal Contemporâneo repassou uma data errada durante mais de 40 dias, sem sermos corrigidos, e lamentamos pelo transtorno causado. Data e novo horário estão confirmados.

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Seminário sobre Políticas Públicas e Identidade Cultural
Sérgio Sá Leitão
Representante Regional do MinC no Rio de Janeiro.
 
19 de maio, segunda-feira, 21h

Fórum das Artes / Rio
Espaço Cultural Sérgio Porto
Rua Humaitá 163
(entrada pela Rua Visconde Silva)
Rio de Janeiro   21-2266-0896

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Programa www.laisle.com arte contemporânea

19 de maio, segunda-feira, 18h

Canal Unitevê - 16 da net de Niterói

Programação:
 
Pedophilia de André Sheik; apresentação do vídeo e comentários do artista.

5:21:04 de Paloma Ariston; apresentação do vídeo e comentários da artista.

Bernardo Pinheiro conversa com Erika Fraenkel sobre sua exposição de fotografia no consulado da Argentina.

Patricia Canetti conversa com Erika Fraenkel sobre o Canal Contemporaneo, sobre política cultural, sobre a arte contemporânea e a internet.

O programa, normalmente pode ser assistido simultaneamente pela internet no site http://www.uff.br.

Reapresentação: em 2 de junho, segunda-feira, às 18h.


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Emeios enviados para a seção de cartas do jornal O Globo,
e não publicados, sobre a suspensão do Programa de Bolsas RIOARTE

 
Fiquei absolutamente estarrecido com a matéria de O Globo "Secretaria suspende seleção da nova turma de bolsistas da Rioarte", na qual o Secretário Municipal das Culturas (sic), não ve nenhum problema em cancelar o edital do programa de bolsas da RiArte, na fase final do processo seletivo, edital que foi elaborado na própria gestão de César Maia!?! E que ele, o Sr. Ricardo Macieira, de forma absolutamente irresponsável chama de "edital elitista"?!? São dele as palavras: "nossa política é de lutar para o acesso irrestrito do público a todas as ações culturais da prefeitura"...

Mas, "nossa política" quando? A partir de semana passada, e que pode mudar daqui a quinze dias?

O programa de bolsas da RioArte está na 8a. edição e é tratado como se fosse alguma coisa formulada da noite para o dia, numa mesa de botequim, por pessoas estranhas à Prefeitura!?! Como pode ser assim?

Com este cancelamento a prefeitura do Rio e a RioArte expõem de forma clara que não tem qualquer responsabilidade com a seriedade dos compromissos assumidos na área cultural, à exceção dos compromissos milionários assumidos com os executivos do museu Guggenheim, o que além de lamentável, é anti-ético. Sou fotógrafo profissional e não concorri ao processo de seleção da RioArte, mas imagino que mais esta atitude lamentável da instituição seja passível de medidas jurídicas por parte de qualquer um dos concorrentes ao processo seletivo.

Atenciosamente,
André Vilaron.
Enviado para O Globo em 12/05/2003.


Sobre o cancelamento do programa de bolsa da rio arte

Há há há !  O Macieira acha que não tem nenhum problema o cancelamemto do
programa de bolsas da Rio Arte, Claro ! não foi ele que perdeu tempo e
dinheiro produzindo um projeto, acreditando na lisura dos processos da Rio
Arte. Este fato só vem tirar mais crédito da instituicã ! Quem é que vai
acreditar que nas próximas bolsas da Rio Arte ? Quem vai perder tempo com
algo que pode acabar com uma canetada? mais uma vez o governo Cezar Maia
demosntra seu autoritarismo.

ps: É claro que o motivo alegado, só pode ser conversa pra boi dormir

Nós do Rio

Ernesto Neto
Enviado para O Globo em 12/05/2003.



Perdeu! Toda a classe artística perdeu!
Perdemos tempo e dinheiro preparando projetos, portfolios, pedindo cartas de recomendação para apresentar propostas de trabalho a uma instituição pública que abre inscrições públicas, paga profissionais publicamente reconhecidos para julgar os projetos e depois de meses manda o recado pelo jornal*: vamos mudar as regras do jogo! Julgamos, selecionamos mas não pagamos: queremos ser democráticos, agora o que vale é o seu enderêço!
Acho mesmo importante e urgente pensar A SÉRIO a política cultural em bases amplas. Gostaria de conhecer as iniciativas municipais para a criação e gestão de espaços destinados ao ensino de arte, produção e exposição, memória, discussão e troca, desde os fundos de Santa Cruz ao topo do Dona Marta, Rocinha, Pavão-Pavãozinho... Quero participar deste processo. Mas antes disso, quero ver respeitados os compromissos assumidos publicamente pelo Instituto Municipal de Arte e Cultura através do Programa de Bolsas RioArte.
 
* "Secretaria suspende seleção da nova turma de bolsistas da RioArte" publicado no jornal O Globo em 9.5.2003. http://oglobo.globo.com/oglobo/rio/107758373.htm
 
Livia Flores
artista plástica
Enviado para O Globo em 12/05/2003.


Sobre as decisões manifestadas pelos profissionais (!?) de cultura responsáveis pelo atual programa de bolsas RIOARTE, em avançado processo de desmanche, gostaria apenas de engrossar um pouco mais a coral:
O PAPO É RETO. NUMÉRICO. ISTO AQUI é UM NEGÓCIO!

Luis Andrade
Enviado para O Globo em 12/05/2003.

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Sim, o Canal funciona

PATRICIA CANETTI

Temos uma mídia contemporânea, viva e pensante, ligada aos nossos interesses; ela já nos afeta e modifica, mas nós ainda continuamos a agir como nos tempos anteriores ao seu surgimento, e ainda não somos capazes de usar minimamente as suas potencialidades.

A estruturação do Canal Contemporâneo tem me colocado questões a respeito de sua existência e de seu funcionamento. Tenho cada vez mais desenvolvido esta estrutura baseada nos relacionamentos das coletividades que se entrelaçam por aqui. Levo em conta o conceito de escuta de Pierre Levy (O termo escuta é preferível a comunicação porque evoca o ato de cavar um oco, mais do que o preenchimento de um canal, pois indica a atenção às solicitações e às propostas mais do que ao oferecimento de informação e justaposição de discursos.*), e a minha própria percepção da estrutura topológica do espaço cibernético, isto é, uma estrutura espacial que se desenha pelo tempo percorrido nestes entrelaçamentos.

Esta vivência formada pela dinâmica das individualidades e coletividades traz a revelação de temporalidades diversas contidas em nós, nos nossos processos, e no meu processo específico. Desenvolvo o meu pensamento em arte transitando por espaços bidimensionais, tridimensionais e cibernéticos, e tenho a consciência de que esta movimentação espacial também percorre temporalidades diversas. Tempos do real, tempos do outro, tempos dos nossos mecanismos cognitivos, tempos de acesso e formulação diferentes, sempre diferentes – me parece ser este o fator mais importante na construção desta dinâmica.

Esta
nova mídia focada em nossos interesses, e que agrega cada vez mais um público atento, já nos afeta e proporciona modificações, mas parece que ainda não estamos atentos a todo este processo. Vivenciamos uma relação automática, quase passiva, herdada da experiência com os meios de comunicação tradicionais, que ao longo de sua existência foram deixando de lado os interesses das coletividades, e passaram a servir apenas aos seus próprios. Assim sendo, foi abandonado a perspectiva de produção de pensamento por parte dessas mídias, restringindo as suas possibilidades a função ordinária de ferramenta formadora de opinião ligada ao princípio da propaganda (ou ainda, uma fina camada de realidade manipulável).

Esta semana alguns episódios alimentaram a metodologia que eu e o estagiário, João Domingues, estamos criando para entender e trabalhar melhor a nossa relação com o recebimento dos emeios e a montagem da programação. Vou contar duas dessas passagens que nos revelam um problema de trilhamento (como o tracking no vídeo): um descompasso de tempo que afeta a percepção da imagem.

1 – Um assinante me escreveu para agradecer a divulgação e elogiar o Canal (“Por aqui todo mundo, literalmente, viu, e mais uma vez fica provado que o seu veículo é super-eficiente.”), mas também para lamentar que o texto de apresentação que havia sido mandado por eles não era muito bom, e que da próxima vez cuidariam disso melhor.

2- Foi anunciado no Canal a data errada da última mesa da Crise do Sujeito na EAV (Parque Lage, Rio), data esta que já vinha sendo divulgada ao longo da série de debates, sem que isso chamasse a atenção dos responsáveis pelo evento. O resultado foi que no dia anunciado pelo Canal até o palestrante foi, mesmo que no impresso da escola constasse a data correta, o que fez com que Paulo Sergio Duarte me respondesse dizendo que este era o preço do Canal funcionar e ter credibilidade.

Sim, o Canal Contemporâneo existe e funciona. Ele atinge ao mesmo tempo a um público específico e qualificado de profissionais ligados à área de artes visuais, mas também a outros setores artísticos (dança, cinema, tv, teatro, música, fotografia, design); chega também a empresários, políticos, arquitetos, psicanalistas, editoras, e com isso trabalha a ampliação de público da arte contemporânea. Informamos ao eixo Rio-Sampa, e também a outros 20 estados brasileiros (se cadastraram recentemente moradores do Maranhão e de Rondônia). Nossa programação também chega a diversos países espalhados pelos cinco continentes, emprestando-nos esta característica revolucionária da rede de eliminar fronteiras e deslocamentos, promovendo proximidade e encontros entre pessoas em trânsito pelo Brasil e pelo mundo.

As possibilidades são inúmeras, mas todas elas se iniciam com o aumento da visibilidade. Eu diria que depois do trabalho bem realizado, seja ele o próprio trabalho de arte, a curadoria, a produção do evento, o livro ou a revista, temos como segunda prioridade a sua apresentação, tanto a uma primeira camada de público mais próxima, porque mais especializada, ou geograficamente mais bem situada, quanto às outras mais distantes, em todos os sentidos, aonde trabalharemos o aumento de público, e consequentemente a ampliação de nosso mercado. Ou seja, preparar o envio em tempo hábil de um bom release, texto crítico e imagens para o Canal Contemporâneo é trabalhar a visibilidade em vários níveis e em várias direções.

Este básico, bem feito e continuado, é o início necessário para o desenvolvimento de novas abordagens e novos vôos multimídias.

Para finalizar, lembro o debate sobre Arte na Mídia ocorrido na primeira Primavera dos Livros no Rio, em 2001, quando ouvimos um relato histórico sobre o que a imprensa já havia representado para as artes plásticas na década de 70, e uma lamentação sobre a sua inexistência para nós nos dias de hoje. A última fala, se me lembro bem, coube a Ricardo Basbaum, que disse então, muito apropriadamente, que não adiantava ficar reclamando o fato de nossos jornais e revistas não se interessarem por arte contemporânea, (Nem mesmo o debate democrático é respeitado, na época do Panorama no MAM-RJ, o JB desceu o malho, mas não foi capaz de publicar na íntegra a resposta dos curadores da exposição, que foi publicada pelo Canal, e seus editores ainda responderam com emeios grosseiros sustentando a sua postura. Agora vemos também a falta de espaço democrático no jornal O Globo para um debate sobre a suspensão autoritária e sem sentido do 8o Programa de Bolsas RioArte.) mas que deveríamos nos apressar em construir alternativas, fossem elas impressas ou na internet.

Bom, já está rolando, mas o que que falta para nos cair a ficha?

* Pierre Lévy: A inteligência coletiva – por uma antropologia do ciberespaço. Edições Loyola, São Paulo, 1998. p. 70

Patricia Canetti é artista plástica e criadora do Canal Contemporâneo.


  Canal Contemporâneo
primeira mídia global de arte contemporânea brasileira
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