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PE/PR/RJ/SP Marcus Vinícius na 10,20x3,60 / Niura Bellavinha na Parque Lage
ANO 3 N. 45 / 14 de abril de 2003




NESTA EDIÇÃO:
Monica Barki na IBEU com texto de Luiza Interlenghi, Rio de Janeiro
Niura Bellavinha na Parque Lage com texto de Agnaldo Farias, Rio de Janeiro
Marcus Vinícius na 10,20x3,60, São Paulo
Lançamento da coleção de jóias-daguerreótipo na Vermelho, São Paulo

Entre o Mundo e o Sujeito, Visita comentada por Moacir dos Anjos, Recife
Cosem convoca artistas visuais para reunião no MON, Curitiba
Debate: Guggenheim-Rio na UCAM-Centro, Rio de Janeiro
Pró e Contras compareçam, por Patricia Canetti


 
Monica Barki
Monica Barki: Ana C
Curadoria - Esther Emilio Carlos

15 de abril, terça-feira, 20h

Galeria de Arte IBEU
Av. N. Sra. de Copacabana  690  2º andar
Rio de Janeiro
21-3816-9458
cultural@ibeu.org.br
http://www.ibeu.org.br
Segunda à sexta, de 12h às 18h.
Exposição até 16 de maio de 2003.

A exposição constará de uma instalação com 11 bobinas de papel reciclado impressas em flexografia, com imagens baseadas em gráfica popular brasileira e personagens do teatro de mamulengos do Nordeste; duas sequências de 12 fotografias das performances COCO BOBO e ANA C. (enfaixamento de um casal por atadura impressa e enfaixamento da personagem “Ana C.”); e uma montagem com 8 serigrafias sobre borracha com imagens repetidas da "Ana C.".

As figuras presentes nos trabalhos tiveram, como ponto de partida, os mamulengos: forma de teatro de bonecos enraizada em tradições populares do Nordeste do Brasil. Monica Barki fotografou-os em recente viagem a Pernambuco e trabalhou-as no computador. A artista incluiu, também, fragmentos de palavras reproduzidas de letreiros de vendedores de beira de estrada, que ao serem recombinados deram origem a novos significados.

Ana C. é a protagonista das histórias de Monica Barki. O retrato de Ana C. aparece impresso em várias situações e em diferentes bobinas. A partir do seu nome, Monica escreve poemas, que se repetem ao longo dos 280 m de bobina.

Com o desenvolvimento das bobinas, surgiu a idéia de imprimir a atadura e enfaixar um casal, utilizando o desenho do Coco Bobo, que também já havia sido impresso em uma das bobinas. Monica Barki tentou transmitir a idéia de dependência entre marido e esposa, em um casamento e como consequência, a perda da identidade, a incomunicabilidade e o aprisionamento do indivíduo. Amarrado ao outro pela atadura, o corpo vira um boneco sem individualidade, um “coco bobo”, diz a artista.

Ana C.

LUIZA INTERLENGHI


Mãos em posição de ação, cano, sexo que explode e um alvo, uma vítima: mulher com a boca no cano-sexo, mulher-imagem-repetida cravada de furos. “O CABRA BOTA REVÒLVER NO OUTRO, ELE NEGA O CORPO, RASPA O DEDO, MAS A SURPREZA TÁ EMBAIXO. AI AI AI”. Em O Cabra (Tiroteio 1), 2002 de Monica Barki a frase mal escrita e em letras tortas reforça o conflito entre os personagens apresentados. A mais dramática da série de flexografias de Monica, O Cabra, trata diretamente do agravamento da tensão entre homem e mulher em conseqüência da pobreza e da exclusão social, tema dominante no conjunto de trabalhos apresentados na Galeria do IBEU.

Nas bobinas de papel fixadas na parede da galeria – ANA GANA ANA CANA; COCO BOBO; QUITÉRIA; O CABRA (TIROTEIO 1) ou BOLINHO DE AIMPIN –, Monica Barki exibe um fluxo contínuo de imagens e textos transformados em longos padrões de estamparia. Alguns rolos destas flexografias aparecem também em suportes de mesa com um serrilhado que permite à artista cortar pedaços do padrão impresso. Cada fragmento passa então a circular como obra autônoma.

Com o surgimento da litografia, diz Walter Benjamim em seu texto seminal sobre a arte na era da reprodução, tornou-se possível ilustrar a vida cotidiana com agilidade maior que a da pintura. A moderna reprodução em massa e o surgimento da fotografia quebram o valor de culto até então associado à obra original. Ainda hoje o valor de culto da obra de arte não se perdeu completamente e Benjamim já observava a resistência deste valor de culto no retrato fotográfico que reverencia a expressão humana.

As matrizes das flexografias de Monica não são originais no sentido pré-moderno, mas, padrões gráficos e fotos digitalizadas e editadas, já destinados à reprodução. Estas matrizes podem ser impressas em vários suportes e aderem a diferentes superfícies.  O valor da arte é uma questão complexa que envolve a crítica, as instituições, patrocinadores e curadores. Mas na regra capitalista, que tudo regula pelo mercado, seja peça única ou reprodução, a arte tem sempre um valor no mercado. A série de trabalhos de Monica Barki reunidos na Galeria do IBEU investe na reprodução máxima da obra como estratégia de disseminação e resgate do Humano.

Na série de fotos que documenta a performance “Coco Bobo”, um casal está enrolado e imobilizado por uma bandagem impressa com as mesmas palavras, apropriadas de um letreiro de estrada. Se a crítica à dependência no casamento é a questão geral neste trabalho, a artista aponta a perda de identidade como fator de aprisionamento. Amarrado ao outro pela bandagem, diz Monica, o corpo vira um boneco sem individualidade, um “coco bobo”.

Ana C., mulher-ícone, criada a partir da foto de uma boneca de mamulengo, é o mote da exposição. A personagem reaparece nas bobinas, bandagens, impressões em borracha e séries fotográficas. No início dos anos 80, Monica pintava tradicionais retratos de família com irônicas intervenções que deixam transparecer traços perversos da vida em família. Nos trabalhos recentes a artista amplia o seu campo  de observação e muda a estrutura de organização da imagem. Em Ana C., 2002, Monica retrata a personagem usando uma estrutura em ciclos, própria das ladainhas e dos refrões do canto popular. A figura de Ana C., o amarelo da cabeleira contra o preto do fundo e a cor clara da face que é o branco vazado do papel, se repete na própria imagem matriz. A partir do bloco de quatro imagens iguais sobe um arco que irradia linhas. No interior desse arco, os instantâneos da  mulher-mamulengo vão se dissolvendo. Sem a cor da cabeleira e com o contorno esmaecido, Ana C. vai deixando de existir, a irradiar.

Monica manipula suas impressões como peças de um quebra-cabeça feito com registros de viagens, estórias incompletas ou letreiros populares de vendas de beira de estrada. O registro fotográfico é manipulado com tecnologia digital. A artista monta estes fragmentos de diversas maneiras, manejando-os como se fossem os bonecos registrados na viagem a Pernambuco,  até que eles comecem a formar novos sentidos, a contar outras estórias. Reeditadas e impressas em diversos suportes – bobinas de papel, placas de borracha, rolos de bandagem – as imagens comentam os desdobramentos das formas de dominação econômica sobre o corpo, o sexo e a liberdade de ação.

Apresentadas sem o realismo formal dos seus retratos dos anos 80 as personagens de Monica formam a outra face do noticiário policial e da vida de todos os habitantes dos grandes aglomerados urbanos. Falam de questões sociais mais ampliadas, tais como a violência contra a mulher e o machismo que se mistura com o crime a as rajadas de balas.

Não há um desfecho para a estória de Ana C., apenas a repetição da própria estória. Cada uma das imagens-estória criadas por Monica, com a economia de seus elementos – poucas palavras, partes de figuras, cores chapadas –,  recorta fragmentos de experiências do dia-a-dia da artista e os reorganiza em uma totalidade, como uma parábola visual.

Luiza Interlenghi
Mestre em História Social da Cultura pela PUC-RJ e em Curatorial Studies pelo Bard College, NY.

Fortaleza, março de 2003.

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Niura Bellavinha
Sabará  Mangueira

15 de abril a 29 de junho de 2003

Cavalariças e Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico 414
Rio de Janeiro
21-2538-1879 / 2537-7878
eav@parquelage.org.br
http://www.eavparquelage.org.br
Terça a sexta, das 10h às 22h; sábados e domingos, das 10h às 17h.


Sabará Mangueira

AGNALDO FARIAS


“A seco”
A sala maior, um espaço retangular de paredes altas e imponentes, pertence agora ao laranja, ao rosa e a dois tons de vermelho. Foi tomada por elas de cima a baixo e agora entrar ali é o mesmo que atravessar uma piscina incandescente. Uma piscina a seco porque as cores foram mantidas em estado de pureza, quase sob a forma bruta com que são extraídas do chão: como pigmento em pó.
 
Curioso, em se tratando de Niura Bellavinha que durante anos fez da água um instrumento da sua pintura. Seu pincel era a pressão da água e do ar comprimido sobre a superfície da tela, fazendo a cor, através da remoção e supressão, desfibrada em subtons, atingir os nervos do tecido. Mas aqui não. A cor se mantém incólume. E para que elas fossem capazes de redimensionar o ambiente e não apenas pintá-lo, e também para impedi-las de se dissolverem no ar, a artista retirou-as dos pequenos quadriláteros plásticos em que elas chegam das fábricas, fixou essas sobras, as próprias embalagens impregnadas, nas paredes e construiu faixas regulares verticais e horizontais que pendem e atravessam o espaço. O visitante passeia contornando essas faixas, evitando-as, assim como os sacos abertos colocados no chão, repletos dos pigmentos, semelhantes aqueles de juta com que os antigos armazéns ofereciam seus grãos para o exame e compra dos fregueses e que adorávamos mergulhar as mãos.
 
O chão, como em São Paulo, estará recoberto em toda sua extensão pelo pigmento e o visitante poderá caminhar, imerso num espaço de alta potência cromática.
 
“A medida do impossível”
Situada logo à esquerda da entrada da sala maior, mas sem que se possa entrar nela, o chão da segunda sala foi ocupado por centenas de pirezinhos brancos. Em cada um deles, contrastando com a brancura cintilante da porcelana, do piso recoberto pelo pigmento branco de titânio e com o branco fosco das paredes, um montículo de cor que, como no trabalho anterior, varia entre o laranja, o rosa, o vermelho e o vermelho escuro. Os pires serão manipulados e os pigmentos soprados ao ar numa performance, que será gravada e projetada. A constância desse ritual de coloração do ambiente, a aura imaculada da sala assim como o magnetismo da imagem incessante, tudo isso contraria a alta temperatura cromática da sala maior, no limiar da qual o visitante o contempla. O olhar corre baixo pelo espaço sorvendo os bocados de cor até ser freado pelo filme na parede. As cores retinem em torrões regulares, uma série correspondente às embalagens plásticas de onde foram retiradas.
  
“Sabará | Mangueira”
A terceira sala das Cavalariças, conjunto das salas expositivas da Escola do Parque Laje, possui entrada independente das outras duas. Sua cor oscila entre o vermelho e o rosa. O mesmo pigmento vermelho que marcou o barroco de Sabará e que era originário da China; o mesmo pigmento rosa, marca registrada da Estação Primeira de Mangueira, escola de samba que deve seu nome a uma fruta trazida da Índia. Essas são as nossas raízes: amálgama de linguagens, matérias, coisas, técnicas e etnias praticamente indiscerníveis. Somos constituídos de despojos, a maneira da escultura de pó cuja efemeridade mantém-se as custas de seu aprisionamento numa câmara de vidro.
 
Espalhados pelo chão 44 caixas de acrílico contendo aparas e sobras dos mesmos quadriláteros plásticos, as pequenas embalagens em que chegam os pigmentos. Uma referência aos bólides de Oiticica, que fazia rimar artista com passista, de resto filiado a Mangueira. Como os bólides de Oiticica, essas caixas podem ser manipuladas. São, já se viu, despojos também. Fragmentos impregnados da matéria prima da pintura – o pigmento -, corpos que escaparam do descarte e que brilham indecisamente convidando-nos ao tateio.
  
“A onda como o tempo – a construção do oceano” 
Expandindo a vocação de seus trabalhos rumo ao espaço circundante, nessa exposição Niura Bellavinha, transborda as cavalariças para ocupar o pátio interno do majestoso prédio da escola e em cujo centro existe uma grande piscina. Metáfora da sobreposição dos tempos, a piscina retangular, bordejada por uma galeria pontuada por colunas, é um chão líquido impossível de ser trilhado. Esvaziando-a, a artista conduz o visitante para dentro dela, para assistir ao processo de reconstrução da água e do tempo.
 
A piscina traz um aquário em cuja água será projetado um vídeo com imagens do fundo do oceano e outro vídeo estará, simultaneamente, sendo projetado em uma das paredes menores internas da própria piscina.
 
O vídeo alterna imagens do oceano com imagens gravadas no próprio pátio interno, onde aparecem referencias a Gabriela Besanzoni, cantora lírica de renome, antiga proprietária do casarão onde agora funciona a Escola do Parque Laje.   Em quase todo o tempo do vídeo, do lado de fora da piscina, caminhando em sentido anti-horário, é a própria Niura Bellavinha quem destrava o tempo apos soprar um pigmento vermelho que vai dar o tom da cena ao som de Gabriela Besanzoni cantando Cármen.
  
São Paulo, 2003.

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Marcus Vinícius
seis quadros horizontais

16 de abril, quarta-feira, 20h

10,20x3,60
Rua Jaguaribe 262
Santa Cecília   São Paulo   11-3362-0468
www.dezevinte.com.br
Segunda a sexta, das 12h às 19h, sábados, com hora marcada.
Exposição até 9 de maio de 2003.

Nelas, Marcus, propõe a idéia do quadro como o objeto retangular, disposto horizontalmente, que ligado à parede preserva seus caracteres bidimensionais, cujos elementos podem ser estudados separadamente e repropostos segundo uma ordem arbitrária. Dessa forma, ao analisar os elementos do quadro e organizá-los, o artista não se obriga a dispor de todos eles de uma só vez, mas usá-los de acordo com a necessidade de cada trabalho.

Neste contexto, uma de suas maiores preocupações é estabelecer a unidade objetiva, uma idéia que propõe a construção do espaço da obra de modo que todos os seus elementos sejam significantes, ou seja, nada nela é acessório, mas contribui para sua compleição. Quando se ocupa com os elementos materiais – a tinta, a moldura, o pano, a madeira, o papel, o vidro, as ferragens e os módulos, que fraturam a idéia do plano da pintura, acentua muito mais a intenção de sua concreção do que o caráter subjetivo da obra.

O espaço relacional é fundado aí, onde o trânsito do observador ativa sua percepção do espaço físico expositivo, através do modo como são organizadas e apresentadas as obras.

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lançamento da coleção de jóias-daguerreótipo
Cris Bierrenbach, Hugo Torre Curti e Letícia Scarpa
Colecionador de Ossos
+
encerramento da exposição
A'1346 METROS CÚBICOS; Andrezza Valentin SEM TÍTULO; Chiara Banfi SEM TÍTULO; Cris Bierrenbach A OPERAÇÃO ILEGAL; Rogério Canella O LUGAR DO HOMEM

música p/ duo Incautos Tementes
 
15 de abril, terça-feira, 19h

Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais 350
São Paulo  SP  11-3257-2033
info@galeriavermelho.com.br
http://www.galeriavermelho.com.br
Terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 17h
Exposição até dia 17/04, das 10h as 19h)
 
COLECIONADOR DE OSSOS:
 
A fotógrafa Cris Bierrenbach e os designers Hugo Torre Curti e Letícia Scarpa, da HL6, desenvolveram uma coleção de jóias-daguerreótipo. A coleção denominada Colecionador de Ossos, composta por 8 modelos com tiragem limitada de 3 peças numeradas cada, expande o trabalho de daguerreótipos da fotógrafa, transformando-os em jóias feitas a mão, de prata 925 e couro, pela HL6.

As jóias-daguerreótipo poderão ser encomendadas na Galeria Vermelho durante o lançamento, ou a partir do dia 16 na HL6.

HL6
Rua dos Chanés 293 - Moema
04087-031   SãoPaulo   11-5535-0289
http://www.hl6.com.br
hl6@hl6.com.br

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Entre o Mundo e o Sujeito
Visita comentada por Moacir dos Anjos

15 de abril, terça-feira, 19h

Galerias Baobá, Massangana e Memorial Joaquim Nabuco
Av. Dezessete de Agosto  2187
Casa Forte  Recife  PE
81-3421-3266 r: 421/422
artes@fundaj.gov.br

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Cosem convoca artistas visuais para reunião

15 de abril, terça-feira, às 14h30

Museu Oscar Niemeyer
Curitiba   PR

A Coordenadora do Sistema Estadual de Museus da Secretaria de Estado da Cultura, Clarete Maganhotto, convida os artistas visuais a participarem de uma reunião dia 15, às 14h30, no auditório do Museu Oscar Niemeyer. "Vamos trabalhar as propostas apresentadas na primeira reunião ocorrida dia 4 e que tratam da linha de ação para as artes visuais no Estado", adianta.

O trabalho participativo com os artistas faz parte da política de democratização da Secretaria e deve abordar os salões de arte, pesquisas, bibliotecas, oficinas e leis de incentivo. "Esses são os assuntos que mais preocupam a maioria dos artistas visuais. Vamos tentar resolvê-los", afirma a diretora da Cosem.

Encontros com a Cultura
Debate: Guggenheim-Rio
Paulo Casé - Arquiteto, autor do projeto de Revitalização do Cais do Porto
Ricardo Macieira - Secretário Municipal das Culturas
15 de abril, terça-feira, 18h

Universidade Candido Mendes
Salão Marquês de Paraná
Rua da Assembléia 10/42 andar
Centro - Rio de Janeiro
Coordenação: Escola Candido Mendes de Marketing Cultural
21-2531-2000 ramal 257
markcult@candidomendes.edu.br
http://www.markcult.ucam.edu.br


A Escola Candido Mendes de Marketing Cultural divulga a programação dos " Encontros com a Cultura ", módulo de extensão universitária onde acontecem debates e palestras com pessoas de destaque na cultura carioca e do país.

PRÓS E CONTRAS COMPAREÇAM!

Esta última mesa do debate sobre o Guggenheim-Rio, reunindo o autor do Projeto de Revitalização do Cais do Porto, arquiteto Paulo Casé, e o Secretário Municipal de Cultura, arquiteto Ricardo Macieira, pretende esclarecer diversos pontos sobre o contrato atual com a Fundação Guggenheim, que foram levantados pelo Secretário Municipal de Urbanismo, Alfredo Sirkis, quando iniciou esta série de debates.

Alguns pontos omissos do contrato inicial para a construção e operação do Guggenheim-Rio eram considerados prejuízos graves pelos Secretários no início deste processo. Questionado a respeito disso, Alfredo Sirkis nos revelou que o estágio atual de negociação prevê exposições brasileiras, e a itinerância das mesmas pela cadeia de museus Guggenheim. Como nada disso, nem mesmo a formação de um acervo de arte brasileira ou arte latina, ou a obrigatoriedade de pelo menos uma exposição de arte brasileira aqui no Rio, está previsto no único documento publicado pela Prefeitura até agora, gostaríamos de aproveitar a presença de Ricardo Macieira para conhecer estes novos detalhes tão importantes para o desenvolvimento da arte brasileira.

Em seu debate, Alfredo Sirkis nos deixou um enigma ao repetir algumas vezes que a Prefeitura, e sua Secretaria de Cultura, estavam abertas a sugestões que acrescentassem melhorias ao projeto, mas também foi enfático ao repetir que o museu, por ser fundamental para a captação de recursos privados para a Revitalização do Porto, não toleraria mudanças no modo já definido de sua negociação (e é bom lembrar, sem nenhuma participação de qualquer profissional da área, seja ele artista, historiador, museólogo, crítico ou curador); e em tom ameaçador completava nos dizendo que o museu se faria desta maneira, ou não se faria.

Gostaria de pedir a presença maciça dos artistas neste debate, dos que são a favor e contra o museu, para que seja possível costurar os prós e contras desta iniciativa, e pleitearmos algum diálogo com a Prefeitura, caso esta (remota) possibilidade realmente exista. Vamos exercitar pela primeira vez na vida uma troca de idéias que possa beneficiar ao conjunto dos profissionais de arte no Brasil, e não, uma ou outra vertente, região ou facção de arte.

Temos uma marca de peso entrando no país, ao mesmo tempo forte por sua história, mas combalida atualmente, como demonstram vários artigos da imprensa comum e das revistas especializadas americanas. (Seja por problemas financeiros, ou críticas de toda sorte sobre a sua direção e atuação, que vão desde vendas fraudulentas de obras de seu acervo permanente, uma programação pouco respeitada pelos profissionais americanos e europeus, até o uso comercial polêmico da arte e dos artistas que expõe.)

Precisamos saber o que é importante para nós na vinda deste tipo de museu, e se aquilo que imaginamos ser um ganho para nós como profissionais está defendido no contrato que será assinado, ou se estaremos jogados a própria sorte, e as eternas negociações, caso a caso, através de conhecimentos e articulações pessoais. Afinal, trata-se de dinheiro público, e de uma soma considerável, que deveria ser investido de maneira a melhorar as condições de nosso mercado de trabalho, e não simplesmente se omitir, e exacerbar as suas piores características.

Patricia Canetti
Artista plástica, e criadora do Canal Contemporâneo

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