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MG/RJ/SP RESULTADO FINAL do 3º Prêmio Cultural Sergio Motta ANO 2 N. 240 / 26 de novembro de 2002
SINTONIZE O CANAL CONTEMPORÂNEO
http://www.canalcontemporaneo.art.br/guiacarioca
NESTA EDIÇÃO:
Coletiva 10 anos na Marília Razuk, São Paulo
Projeto Ateliê na UFMG, Belo Horizonte
Palestra de Mônica Nador no MAB, São Paulo
Mesa redonda no CCSP, São Paulo
Situação # 1 COPAN na Biblioteca Mário de Andrade, São Paulo
Resistências no Cine Odeon, Rio de Janeiro
I Salão
de Arte Contemporânea, São José dos Campos
RESULTADO FINAL do 3º Prêmio Cultural Sergio Motta, São Paulo
10 anos Marília Razuk
Coletiva com 26 artistas
Amílcar de Castro, Annarrê Smith, Angelo Venosa, Caetano Dias, Cláudio Cretti, Cristina Lamas, Daniel Feingold, Eduardo Sued, Ester Grinspum, Fabio Miguez, Germama Monte-Mór, Hilal Sami Hilal, Isaura Pena, Jorge Molder, José Bechara, José Bento, Manfredo de Souzanetto, Marco Túlio Resende, Marcos Coelho Benjamim, Paulo Monteiro, Renato Madureira, Roberto Bethônico, Rodrigo Andrade, Rodrigo de Castro, Sérgio Sister e Tunga - artista que inaugurou a galeria em 1992.
27 de novembro, quarta-feira, às 20h
Galeria Marília Razuk
Av. 9 de julho 5719 loja 2
(entrada pela Rua Jerônimo da Veiga, 62
loja 2)
São Paulo 11 3079-0853
Segunda a sexta das 10h30 às 19h; sábados,
das 11h às 14h.
Exposição até 21 de dezembro de 2002.
Preços: R$5mil a R$50 mil.
Marília Razuk comemora 10 anos de sua galeria, inaugurando exposição que reúne os 26 artistas de seu elenco. Todas as obras são inéditas, criadas especialmente para esta mostra comemorativa que ocupará o pátio e os dois andares da galeria, recentemente reformada e ampliada. Além da obra especial para o evento, cada artista projetou a sua página no catálogo, tornando-o uma produção conjunta do grupo para também homenagear os 10 anos da galeria.
Esta exposição visa apresentar um pouco da trajetória do espaço paulistano marcada por mostrar a multifacetada produção contemporânea em seus mais variados suportes. “Desde o princípio, trazemos nomes das várias matrizes das artes plásticas que vêm se manifestando, sem nos atermos a uma linha conceitual específica que poderia não contemplar tantas vertentes que foram surgindo”, declara Marília Razuk. Ao longo de seu percurso, a galeria pôde acompanhar as mudanças de cada artista, alguns passando da tela para a fotografia, do desenho para escultura, da fotografia para o vídeo, enfim os vários caminhos percorridos.
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Projeto Ateliê
O processo criativo
de sete artistas plásticos aberto ao público
Coordenado por Marco Paulo
Rolla e Laura Belém
27, 28 e 29 de novembro, de 14h às 18h
Centro Cultural UFMG - Sala 6
Av. Santos Dumont 174
Praça da Estação -
Belo Horizonte
Informações: 31 3238-1078
/ 3238-1079
Durante
este período, as portas do projeto ficarão abertas e o público terá a oportunidade
de conhecer, de perto, as fases de finalização dos trabalhos, alguns já
finalizados e outros ainda em processo.
O projeto Atelier funciona
há cerca de dois meses e atende tanto a artistas plásticos profissionais
como a estudantes de arte com projeto em andamento. Os participantes são
Cristóvão Coutinho, Germana Arthuso, Juliana Alvarenga, Tai Nunes, Ana Siffert,
Dillan Silva e Cláudia Rabelo. Eles vêm recebendo, dos artistas coordenadores,
análise crítica da produção, exercícios estimuladores de criatividade,
além de embasamento teórico. As aulas acontecem três vezes por semana e
vão até o dia 28 de novembro.
No curso, o que mais
pesou, segundo os coordenadores, foi a investigação e a experimentação,
numa busca para que os alunos procurassem sua própria metodologia ao trabalhar
as obras de arte. A proposta, desde o início, foi valorizar o processo
em detrimento do resultado. Soluções técnicas e conceituais foram buscadas,
sem que os alunos se sentissem obrigados a apresentar um produto final.
Com o Projeto Atelier pretende-se inaugurar uma nova estrutura de ensino
de artes plásticas em Minas Gerais.
E no dia 4 de dezembro, às
19 horas, será realizado no Auditório um encontro com os alunos e com o
público. “Experimentação e Processo de Criação” será tema de debate entre
os participantes interessados em conhecer um pouco mais sobre a arte contemporânea
brasileira. Quem quiser participar basta comparecer ao Centro Cultural no
horário marcado. A entrada é franca e o endereço é avenida Santos Dumont,
174 – Praça da Estação. Informações: 3238.1078 / 3238.1079.
Laura Belém é artista plástica, bacharel em artes pela UFMG e mestre
pela Central Saint Martins College of Art e Design, em Londres. Já participou
de várias exposições como “Volto em 5 minutos” (Palácio das Artes) e “Open
House” (São Francisco, EUA). Hoje, atua como professora no curso de Pós Graduação
Latus Sensu “Artes Plásticas e Contemporaneidade”, da Escola Guignard.
Marco Paulo Rolla, também
graduado em artes pela UFMG, é pós-graduado pela Rijksakademie van Beeldende
Kunsten, em Amsterdã e participou da IV Bienal de Barro da América (Caracas),
ARCO 99 (Madrid), entre outras mostras. Atualmente é criador e coordenador
do CEIA (Centro de Experimentação e Informação de Arte), parte de uma rede
de iniciativas culturais independentes, que atua em nível internacional em
países não europeus, e que busca propostas, questionamentos e disseminação
da arte
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XXXIV Anual de Arte da FAAP
Mônica Nador
palestra
27 de novembro, quarta-feira,
às 19h
MAB – MUSEU DE ARTE BRASILEIRA
DA FAAP
Rua Alagoas 907 - São Paulo
11 3662-1662
http://www.faap.br
Segunda a sexta, das 10h às 21h; sábados e domingos, das 13h às 18h.
Exposição até 21 de dezembro
de 2001.
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Gilda Maia Rosa e Sérgio Romagnolo
mesa redonda
27 de novembro, quarta-feira, às 19h30
Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro 1000, Paraíso
São Paulo 11 3277-3611
Terça a sexta, das 10h às 19h; sábados
e domingos, das 10 às 18h.
São Paulo S.A.
Situação # 1 COPAN
Curadoria Catherine David
último dia - 27 de novembro, quarta-feira
Colégio São Paulo - Biblioteca Mário de Andrade
Rua da Consolação 94
Edifício COPAN - Mezanino
Av. Ipiranga 200, Acesso via loja 54
São Paulo
Informações e inscrições: tel 11- 9294 4876 / exorg@uol.com.br
Co-realização: Ministério da Cultura
da França - DAP; Consulado Geral da França em São Paulo;
AFAA - Associação Francesa de Ação Artística; Edifício COPAN; FNAC
Brasil
Apoio:Albino Advogados Associados, Audio Performance, CENDOTEC,Cinemateca
Brasileira, Colégio São Paulo, Escola de Comunicação e Artes - USP,
Embaixada do México - São Paulo, SESC
São Paulo, MSTC, Instituto Polis, Varig.
27 de novembro, quarta-feira
Biblioteca Mário de Andrade
18h
Resistência e Criação no contexto contemporâneo
Coletivo R/C: Suely Rolnik, Peter Pal Pelbart, Denise Sant’Anna
Ressonâncias
Catherine David, Christophe Wavelet, Maurizio Lazzarato e os autores associados à São Paulo S.A.
COPAN
22h
Encerramento: Coquetel-obra de Débora Bolsoni
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Resistências
Colóquio transdisciplinar
22 a 28 de novembro de 2002
Cinema Odeon
Praça Mahatma Gandhi 2
Cinelândia - Rio de Janeiro
http://www.resistencias.cjb.net
Entrada franca para todo o evento.
Organização geral: Tatiana Roque.
27 de novembro, quarta-feira
Resistência/Ação e Pensamento
12h30 Longa-metragem:
Lucie Aubrac de Claude Berri
16h Pensar as cidades:
o corpo, o coletivo e o território
Célio Garcia (psicanalista, UFMG)
Sylvain Lazarus (antropólogo, Université
de Paris VIII)
Luis Pinguelli Rosa (físico, COPPE/UFRJ)
18h Uma homenagem a Claudio
Ulpiano (leitura de textos inéditos)
Moska (músico)
Alexandre Ackerman (ator)
Marici Passini (escritora)
Silvia Ulpiano (Centro de Estudos Claudio
Ulpiano)
19h Para além da negatividade:
resistência como afirmação da diferença
Luiz Orlandi (filósofo, Unicamp)
Luiz Alberto Oliveira (físico, CBPF)
Luiz Manoel (filósofo, UFSC)
René Scherer (filósofo, Université de Paris
VIII)
Carlos Bezerra - Totonho (Educador popular,
músico, projeto Ex-Cola)
Mineirinho (representante do MST do Pontal
do Paranapanema)
Proposições: Cecília
Coimbra (psicológa, UFF e GTNM/RJ), Ana Kiffer (pesquisadora em literatura),
José Carlos Buzanello (advogado), Rodrigo Dantas (filósofo político, UnB),
IVIG.
21h30 Máquina de Resistência
28 de novembro, quinta-feira
Encerramento do Colóquio
(não das resistências...)
10h Conferência de encerramento: Alain Badiou
12h Lançamento
do livro "Pequeno Manual de Inestética" de Alain Badiou. Editora Estação
Liberdade
Dias 25, 26 e 27 de novembro
Máquina de Resistência
(intervenção, palavra, som)
Wally Salomão, Guilherme Zarvos, Marta Moreira Lima, Paulo Tiefenthaler, Jards Macalé, Dado
Amaral, Caco Coelho, Lucio Mauro Filho, Bernardo Botikay, Maria Juçá,
Luis Andrade.
Linhas paralelas:
Rádio Madame Satã;
Burro Falante;
Conexões: participantes falam nas comunidades;
Exposição de fotos (Fotos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli- Sec. de Seg. Pública-RJ sob a guarda do GTNM/RJ e Fotos de Custódio Coimbra); Casa Alto Lapa- Santa.
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I Salão de Arte Contemporânea
Ada Maria
Cavallieri Prieto, Amilton Damas de Oliveira, Ana Maria Arantes Bonfim,
Ana Paula Oliveira, Antonio Mendes da Silva, Aparecida Junqueira de Oliveira
Ferigoli, Bettina Vaz Guimarães Moraes, Cesar Yoichi Fujimoto, Christina
Mello de S. Meirelles, Cláudia Herszenhut, Cláudia Kremp Cazadei, Cláudio
Siqueira Caropreso, Denise Martins Agassi de Oliveira, Elias Jorge Amery
Neto, Fátima Medeji, Fernando Daniel Velasquez Peña, Francisco Ding Musa,
Huilton Luiz Silva Lisboa, Isabella Carvalho Breves do Nascimento, João
Carlos Migotto, José Fagundes Altenfelder Silva, José Marcos dos Santos,
Luciana Moreira, Maria Sônia Junqueira Oliveira, Mauro Espíndola, Mauro
Guilherme Pinto, Monique Marie Allain e Palomino, Rafael Campos Rocha, Regis
Machado, Reiko Shimizu, Renata de Almeida Lucas, Rogerio Bassetto, Rubens
Ferreira do Espírito Santo, Tamara Andrade Espírito Santo, Tatiana Blass,
Tatiana Sampaio Ferraz, Thiago Honório, Violeta Dáfinni Rios Vera, Wagner
Malta Tavares
27 de novembro a 22 de dezembro de 2002
Vale Sul Shopping
São José dos Campos SP
curador: Takashi Fukushima
O Júri de Seleção e Premiação do I Salão de Arte Contemporânea composto por Célia Euvaldo, artista plástica e ilustradora do Jornal Folha de São Paulo, Rodrigo Naves, jornalista e crítico de arte e Bene Viana, empresário da área de comunicação, professor universitário, poeta e artista plástico, selecionaram 39 dos 132 trabalhos inscritos, divididos nas seguintes categorias: Desenho: 3 trabalhos; Gravura: 5 trabalhos; Escultura: 5 trabalhos; Fotografia: 5 trabalhos; Pintura: 17 trabalhos; Instalação: 4 trabalhos.
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3º Prêmio Cultural Sergio Motta
RESULTADO FINAL
Tadeu Jungle, mestre de cerimônias da festa de entrega do 3º Prêmio
Cultural Sergio Motta, está anunciando hoje, terça-feira, 26 de novembro,
os sete artistas finalistas desta terceira edição. Os vencedores por trabalhos
já realizados são Flo Menezes (música) Influenza - Rafael Marchetti
(internet) e Milton Marques (artes visuais), recebendo, cada
um, R$ 20 mil. Os contemplados com a bolsa estímulo são Dora Longo Bahia
(artes visuais), Lívia Flores (artes visuais), Helga Stein
(internet) e Lívio Tragtenberg (música), que recebem, respectivamente,
R$ 15 mil para desenvolver seus projetos. A modalidade Hors Concours
(R$ 20 mil), já anunciada anteriormente, coube ao Professor Walter Zanini
por sua atuação como grande incentivador da linguagem contemporânea e pelo
conjunto de sua obra.
A comissão
julgadora, formada por Ana Tavares, Christine Mello, Giselle Beiguelman,
Hermano Vianna, Lara Pinheiro, Tadeu Chiarelli, Adriano e Fernando Guimarães,
selecionou trabalhos desenvolvidos por meio de novas tecnologias, nas áreas
de artes visuais; música; dança e performance; internet; literatura, poesia
visual; publicação (site, cd-Rom, revista eletrônica ou digital); iniciativa
(publicações, filmes, festivais etc.); pesquisa, curadoria; e realidade
virtual, 3D, holografia.
Com 441
inscrições provenientes de vários Estados do País, quase o triplo do ano
anterior, a terceira edição contou com grande número de participantes na
área de Artes Visuais (234), seguida pela Internet (54) e Música (40).
"Como o prêmio foi instituído para incentivar artistas que centram suas
poéticas em novas tecnologias - arte eletrônica, arte digital, obras e projetos
em low ou high tech -, é natural uma maior representatividade
nestas três áreas, onde o uso destes suportes é mais freqüente", explica
Renata Motta, da comissão organizadora.
O Prof.
Walter Zanini, premiado na modalidade Hors Concours por sua
importância no contexto da arte contemporânea brasileira, é crítico e historiador
de arte, além de ter exercido funções acadêmicas junto à Escola de Comunicação
e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e à Faculdade Armando Álvares
Penteado (FAAP) nas décadas de 70 e 80, revelou-se um incrível diretor
de museu e um dos mais importantes curadores com o qual a Fundação Bienal
de São Paulo teve a honra de contar entre os anos de 1981 e 1983. Como diretor
do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), entre
os anos de 1963 e 1978, rompeu com as estruturas da museologia voltada somente
à aquisição e conservação de obras, extrapolando a idéia de colecionismo.
Ao implementar uma política cultural baseada na ação e no estímulo à produção
de jovens artistas, consolidou o MAC-USP enquanto um espaço que difundiu
a vanguarda experimental e contestadora dos anos 70, incluindo a partir
de 1973 as JACS (Jovem Arte Contemporânea) alinhadas aos questionamentos
conceituais sobre o objeto de arte e processos de criação artística,
configurando grandes eventos que incluíam performances, happenings
e arte em processo, a partir de espaços loteados entre artistas, mediante
um cronograma que definia várias ações durante um certo tempo.
As
três obras premiadas por trabalhos realizados:
Flo Menezes – (Música) Colores(Phila: In Praesentia),
um réquiem do artista para seu irmão Philadelpho – poeta desaparecido em
acidente em julho de 2000 – aproxima a estética da música medieval às
poéticas musicais contemporâneas. O público se vê envolvido espacialmente
pela difusão de sons ao vivo em tempo real por um sistema computacional,
desenvolvido para música contemporânea. "A obra culmina em três expansões
da palavra poesia, na voz do próprio poeta Philadelpho Menezes...Como um
réquiem, Colores possui um acento dramático, em que uma certa gestualidade
ritualística e quase religiosa advém dos gritos hiperagudos emitidos pelo
clarinete e que encontram respaldo nos sons eletroacústicos", explica o
artista. O clarinetista distancia-se do percursionista, como quem contracenava
e, paradoxalmente, será por este distanciamento físico que ambas as escrituras
musicais aproximam-se de fato, resultando em uma freqüência, uma comunhão
de tempo de inflexão sonora e uma profunda id-entidade. Tal gesto, que envolve
literalmente o público, simboliza a própria dialética da irmandade: quanto
mais distantes, mais os irmãos parecem de fato se olhar.
Influenza
(Rafael Marchetti) – (Internet) Mapa, um trabalho on-line
que se organiza a partir de uma equação algorítmica, criando um não-jogo,
uma não-interatividade a partir de uma des-estrutura de navegação criada
sobre um mapa urbano. Um mapa que desvia. É uma obra cheia de sutilezas,
é uma espécie de arte manifesto contra a internet, contra o usuário, e
sua imprevisibilidade des-estabiliza qualquer sistema. As possibilidades
pictóricas e lineares que aparecem cada vez que se clica o mouse
são meras banalidades frente à complexidade da não-proposta: o artista subverte
a mídia, anulando o browser enquanto interface. Ao instaurar
o desvio ao acaso, ele acaba criando o des-desenho, a des-pintura, a des-arte,
a não-interatividade, anulando a nossa ação junto à mídia. Sua não-proposta
de contaminação infiltra-se pelo avesso, para questionar um sistema e suas
camadas, para des-estabilizar a ordem das coisas, sem exatamente criar ou
recriar o caos.
Milton
Marques – (Artes Visuais) Sem Título, Superfície 1 e Sem Título.
O artista apresenta três obras: Sem título (2001), é um mecanismo
de impressora redimensionado com uma TV colorida de 2,5" acoplada na parte
móvel da estrutura, que enfoca a des-sincronização entre mecanismo e imagem.
O movimento da máquina anula as potencialidades de sincronização. O artista
é representado em um vídeo durante sua permanência ou im-permanência diante
da câmera. Superfície 1 (2002) é um mecanismo-motor de baixa rotação.
Movimenta uma lupa extraída de um leitor ótico de scanner. O texto ampliado
traduz ironias que ecoam nas relações que se baseiam na aparência da vida
contemporânea, configurando um monumento à falsa verdade. Sem título
(2001) é um contador de quilometragem onde os números foram substituídos
por letras e motor elétrico. Máquina de fabricar palavras-significantes,
ordem metafórica sem homem, produz uma nova ordem de discurso, outros
sentidos que interagem com significados anteriores.
As quatro obras premiadas na categoria bolsa estímulo
(projetos a serem desenvolvidos):
Dora
Longo Bahia – (Artes Visuais) Sem título, a artista compara
pintura à ilusão, e fotografia à alucinação, contrapondo-as, mas ao mesmo
tempo, igualando-as enquanto imagens enganosas. Duas representações da mesma
imagem (uma fotografia de uma paisagem e uma fotografia de uma pintura da
mesma paisagem) podem ser vistas alternadamente, por meio do movimento lateral
do observador (ranhuras verticais), remetendo à formação da imagem cinematográfica.
A imagem representada é uma paisagem litorânea, enfatizando o caráter passivo
de contemplação do observador frente à arte, ao mesmo tempo em que pressupõe
a participação física ativa deste para visualização total da obra.
Lívia
Flores – (Artes Visuais) A Cadeia Alimentar, obra em processo,
este projeto da artista reencenou um sonho como filme para, em seguida,
constituir outros três filmes montados a partir de cenas da vida real. Reunindo
imagens que aludem às relações de poder, a obra evoca as ligações entre
trabalho, capital, liberdade e fome. A vídeo-instalação, com projeções
sobrepostas, estabelece processos de simultaneidade, colocando o espectador
em meio a um emaranhado de imagens que se sucedem como fluxos, sugerindo
instabilidade e perigo a partir dos múltiplos rebatimentos, que por vezes
extrapolam os limites do campo da projeção. O espectador encontra-se em
meio a situações que o deixam entre o sonho e a realidade por meio de ações,
paisagens e noções que se sobrepõem ao espaço-tempo do dia-a-dia.
Helga
Stein – (Internet) Narkes, um auto-retrato digital, captado
em webcam, é o ponto de partida deste projeto cuja proposta interessa
justamente por nos colocar diante de uma bifurcação: de um lado a artista
via auto-retrato promove o deslocamento de si mesma na construção de um
personagem robotizado, de mobilidade restrita; um corpo vídeo genético modulado
exposto de forma objetiva e emanando morbidez e frieza, manipulável digitalmente.
A imagem é apropriada, justaposta e fragmentada. Descontextualizada, distancia-se
do sentido original abrindo brechas para significados misteriosos. De
outro lado, a artista propõe ampliar a experiência do público ― o usuário da Rede, o espectador, o
navegador ― explorando o potencial da interface gráfica digital, buscando
imprimir maior legibilidade a ela, procurando garantir a interatividade
e legitimar a informação em outros contextos cognitivos.
Lívio
Tragtenberg – (Música) Coleção de Novas Danças Brasileiras,
o projeto de CD irá reunir dez composições inéditas, propondo uma viagem
acústica através de ritmos tradicionais da música brasileira, aplicando
uma espécie de filtro microscópico por meio da edição digital sobre os materiais
recolhidos em gravação de campo: os materiais básicos passam por um estilhaçamento
sonoro que, uma vez rearranjado, quer revelar outras possibilidades de
som sem que haja a perda de contato com o referencial estilístico primeiro
- isto é, o ritmo. A voz cantada, falada, eletrônica, em conversação é
um elemento essencial, fio condutor e amplificador. A proposta visa criar
um caleidoscópio de dicções em torno do ritmo dançante e da textura sonora
mais complexa ― rabecas pernambucanas, índios guatós conversando e cantando,
scratchs ritmados de viola de coxo.
Realização:
Instituto Sergio Motta e Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo
http://www.premiosergiomotta.org.br
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