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RJ/SP Abraham Palatnik na Anita Schwartz / Edital Arte e Patrimônio 2009 - Inscrições e informações para o profissional
ANO 9 - N. 57 / 25 DE MAIO DE 2009

AGENDA DE EVENTOS
Detanico e Lain, João Loureiro e lançamento de livros de Breno Silva e Louise Ganz na Galeria Vermelho, São Paulo
Abraham Palatnik na Anita Schwartz, Rio de Janeiro
Maria Lynch na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro
Montanhas, Marinhas e Outras Miragens na Galeria Entre-Tanto, Rio de Janeiro
CURSOS E SEMINÁRIOS  
Seminário de História, Crítica e Teoria da Arte: 10ª Bienal de de Havana na UERJ, Rio de Janeiro
Curso de especialização em arte-educação: Linguagens da Arte no Centro Universitário Maria Antônia (USP), São Paulo
SALÕES E PRÊMIOS  Edital Arte e Patrimônio 2009 - Inscrições e informações para o profissional
COMO ATIÇAR A BRASA
  Bourriaud analisa artes plásticas sem temor nem preconceito por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo
IDANCA.NET  Seminário Interseções recebe inscrições



Detanico e Lain, Espaços de Tempo, Galeria Vermelho
Angela Detanico e Rafael Lain, Six Am In Shanghai (Local Time), 2008

João Loureiro, Zootécnico, Galeria Vermelho
João Loureiro, Zootécnico, 2009

Breno Silva, Constance Pinheiro e Louise Ganz, Lançamento de livros de Breno Silva e Louise Ganz, Galeria Vermelho
Breno Silva, Constance Pinheiro e Louise Ganz, 2008

Detanico e Lain
Espaços de Tempo
+
João Loureiro
Zootécnico
+
Lançamento de livros Banquetes - Expansões do doméstico e Lotes Vagos - Ocupações Experimentais de Breno Silva e Louise Ganz

26 de maio, terça-feira, 20h

Galeria Vermelho e Espaço Tijuana
Rua Minas Gerais 350, São Paulo – SP
11-3138-1520 ou info@galeriavermelho.com.br
www.galeriavermelho.com.br
Terça a sexta, 10-19h; sábados, 11-17h
Exposições até 27 de junho de 2009


Sobre as exposições


Enviado por Marcos Gallon marcos@galeriavermelho.com.br
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Abraham Palatnik, Anita Schwartz Galeria
Abraham Palatnik

Abraham Palatnik

Curadoria de Guilherme Bueno

27 de maio, quarta-feira, 19h

Anita Schwartz Galeria de Arte
Rua José Roberto Macedo Soares 30, Gávea, Rio de Janeiro - RJ
21-2274.3873 / 2540-6446 ou galeria@anitaschwartz.com.br
www.anitaschwartz.com.br
Segunda a sexta, 10-20h; sábado, 11-17h
Exposição até 27 de junho de 2009


Sobre a exposição
Texto curadorial de Guilherme Bueno

Enviado por Beatriz Caillaux beatriz@cwea.com.br
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Maria Lynch, Devirneando, Mercedes Viegas
Maria Lynch


Maria Lynch
Devirneando

27 de maio, quarta-feira, 19h

Galeria Mercedes Viegas
Rua João Borges 86, Gávea, Rio de Janeiro - RJ
21-2294-4305 ou galeria@mercedesviegas.com.br
www.mercedesviegas.com.br
Segunda a sexta, 13-19h; sábado, 15-19h
Exposição até 30 de junho de 2009 prorrogada até 15 de julho de 2009

Texto de Luisa Duarte sobre a exposição

Enviado por Galeria Mercedes Viegas galeria@mercedesviegas.com.br
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Ricardo Barcellos, Montanhas, Marinhas e Outras Miragens, Galeria Entre-Tanto
Ricardo Barcellos

FotoRio 2009
Montanhas, Marinhas e Outras Miragens
Alex Josias, Alexandre Cardinal, Alexandre Hypólito, Angela Freiberg, Bob N, Clarisse Tarran, Claudia Bakker, Daniel Murgel, Denise Cathilina e Tina Velho e Simone Michelin, Greice Rosa, Botner e Pedro, Marco Antonio Portela, Marcos Vilas Boas, Mel Guerra, Miriam Homem de Mello, Pedro Victor Brandão, Renato De Cara, Ricardo Barcellos

Curadoria de Alexandre Hypólito e Renato De Cara

26 de maio, terça-feira, 19-23h

Galeria Entre-Tanto
Shopping Cidade Copacabana
Rua Siqueira Campos 143 / térreo loja 25, Rio de Janeiro - RJ
21-2236-4071
www.entre-tanto.com
Segunda a sexta, 11-20h; sábados, 11-16h
Exposição até 30 de junho de 2009


Enviado por Alexandre Hypólito alexhypolito@yahoo.com.br
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CURSOS E SEMINÁRIOS
Seminário de História, Crítica e Teoria da Arte: 10ª Bienal de de Havana na UERJ
Alexandre Vogler, Efrain Almeida, Marcelo Campos, Marisa Florido, Ronald Duarte, Simone Michelin

Artistas e críticos brasileiros participantes da 10ª Bienal de Havana se reúnem na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no Seminário de História, Crítica e Teoria da Arte, exibindo trabalhos apresentados em Havana e trazendo discussões levantadas no evento teórico da Bienal sobre seu tema, Integración y resistencia en la era global.

3 de junho de 2009, quarta-feira, a partir das 16h

Leia a informação completa e publique seu comentário no Cursos e Seminários

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CURSOS E SEMINÁRIOS
Curso de especialização em arte-educação: Linguagens da Arte no Centro Universitário Maria Antônia (USP)

Docentes USP: Ângela Maria Rocha, Cláudio Mubarac, Ingrid Dormien Koudela, Luciano Migliaccio, Marcos Garcia Neira, Pedro Paulo Salles, Rosa Iavelberg, Sonia Maria Vanzela Castellar

Especialistas externos: Denise Grinspum, Dirce Helena Carvalho, Elisabeth Bueno de Camargo, Inês Bogea, João Bandeira, Laura Vinci, Maria de Fátima Junqueira Pereira, Uxa Xavier

A proposta do curso é formar educadores nas linguagens diversas da arte: Arte Visuais, Dança, Música e Teatro, visando a atualização nos paradigmas contemporâneos da arte e da educação, para orientar suas práticas e reflexões, tanto nos espaços de educação escolar, como nos de instituições culturais e ONGs que trabalham nessa perspectiva. Atualmente, Arte é disciplina obrigatória na escola e, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, é desejável que se forme o aluno, ao longo de sua escolaridade, nesses quatro domínios (Artes Visuais, Dança, Música e Teatro). Assim, o curso tem como orientação geral a abordagem da arte como objeto social e histórico, o domínio de orientações didáticas da área e conhecimento sobre as relações entre aprendizagem e desenvolvimento nas linguagens artísticas, saberes indispensáveis ao educador para sua atuação profissional em Arte.

Inscrições até 25 de junho - início em 1 de agosto de 2009

Leia a informação completa e publique seu comentário no Cursos e Seminários

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SALÕES E PRÊMIOS
Edital Arte e Patrimônio 2009 - Inscrições e informações para o profissional

Apoio a 10 projetos de difusão da temática patrimônio artístico e histórico brasileiro e artes visuais contemporâneas

Inscrições até 10 de julho de 2009

Leia a informação completa e publique seu comentário no Salões e Prêmios

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COMO ATIÇAR A BRASA
Bourriaud analisa artes plásticas sem temor nem preconceito

Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na Ilustrada no Jornal Folha de S. Paulo, em 16 de maio de 2009.

Crítica/"Estética Relacional" e "Pós-Produção"

Obras fundamentais sobre a produção contemporânea, no entanto, chegam atrasadas ao país

Finalmente, dois livros fundamentais sobre a produção contemporânea em artes plásticas são publicados no Brasil: "Estética Relacional", de 1998, e "Pós-Produção", de 2004, ambos do crítico e curador francês Nicolas Bourriaud.

O primeiro, já um clássico, é dos poucos livros que olha a produção dos anos 90 sem preconceito, por alguém que acompanhou de perto toda uma geração, especialmente como curador, e conseguiu traçar linhas comuns. No geral, livros com tal ambição estão mais ocupados em detratar a arte contemporânea em vez de compreendê-la.

Já o livro "Pós-Produção", mais recente, continua o raciocínio de "Estética Relacional" sob nova ótica. Enquanto no primeiro volume o foco está no aspecto de convivência e interação da arte contemporânea, o segundo trata das formas de saber que constituem essa produção, especialmente aquelas vinculadas à estrutura em rede da internet, que geram um infinito campo de pesquisa para os artistas.

Leia a íntegra da matéria e publique o seu comentário no Como atiçar a brasa

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NOTÍCIAS IDANÇA.NET
Criar a possibilidade do intercâmbio nacional e internacional sobre dança contemporânea é um passo fundamental para o crescimento. É também uma atitude política de juntar pessoas, habilidades e conhecimentos para tornar possível a troca de idéias. É essa convicção na democratização da informação e na profissionalização que surgiu o www.idanca.net, um projeto sem fins lucrativos, mantido pelo patrocínio da Petrobras - via Lei Rouanet - e por apoios no Brasil e no exterior. Clique aqui para receber nosso informe semanal e saber tudo que rola e anda sendo escrito sobre dança contemporânea e performance no Brasil e no mundo.

Seminário Interseções recebe inscrições

A primeira edição do seminário Interseções: Corpo e Olhar está recebendo inscrições até dia 31 de maio. Com o objetivo de criar um espaço de discussões interdisciplinares a partir da dança, o seminário será realizado entre 24 e 26 de setembro, em Recife.

As discussões desta primeira edição do encontro serão em torno da relação entre Dança e Cinema - os dois novos cursos de graduação da área de Artes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Além da programação principal de palestras e mesas redondas, o evento terá também mini-mostras de videoarte, videodança e vídeos de registros de espetáculos com debates.

Estarão em pauta temas como: Dança e cinema; Corpo e imagem; A história da dança pelo olhar do vídeo; Corpo, olhar e discurso; Trans-sexualidades, corpo e imagem; O olhar e as narrativas do corpo, entre outros. Os palestrantes convidados são Armando Menicacci (Paris 8), Denílson Lopes (UFRJ) e Ivani Santana (UFBA).

Professores, pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação em qualquer área de conhecimento que se encaixe na proposta do seminário podem inscrever trabalhos. O seminário também é aberto ao público interessado que deseje participar como ouvinte. Para as duas categorias de participantes é necessário fazer inscrição.

As propostas de resumos dos trabalhos devem ser enviadas, por email, até 31 de maio acompanhadas da ficha de inscrição (disponível aqui). As inscrições podem ser feitas pelos seguintes emails: cien.intersecoes@associacaoreviva.org.br, com cópia para secretaria.intersecoes@associacaoreviva.org.br. As cartas de aceitação serão mandadas até 30 de junho. A coordenação geral do seminário é de Roberta Ramos. Clique aqui para ler o edital completo.

Os encontros acontecerão na Fundação Joaquim Nabuco (Avenida Dezessete de Agosto 2.187, Casa Forte. Telefone: 81 3073-6363).

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TEXTOS DO E-NFORME

Espaços de Tempo de Detanico e Lain

A linguagem, tema recorrente na obra de Angela Detanico e Rafael Lain, é mais uma vez revista na exposição “espaços de tempo” proposta pela dupla para a sala 4 da Vermelho, composta por uma seleção de obras inéditas em São Paulo.

É o caso de LOCAL TIME obra apresentada na individual Um dado tempo um dado lugar apresentada em 2008, no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte (MG). Nela, Detanico e Lain propõem uma correspondência entre letras do alfabeto e o sistema de fuso horário que divide o globo terrestre. Para criá-la, a dupla partiu dos estudos desenvolvidos pelo astrônomo e matemático norte-americano Nathaniel Bowditch (1773-1838), que utilizou as letras do alfabeto para identificar os 24 fusos horários em que se divide o globo terrestre.

Wind Spelling (2008) é o título da peça sonora em que nomes de ventos do Sul são soletrados em uma escala sonora criada a partir da desaceleração de um sopro humano. Do som mais curto e agudo, correspondente à letra A, ao som mais longo e grave, correspondente à Z, os sons/letras sucedem-se e sobrepõem-se, enunciando nomes como Elephanta, Minuano e Sirocco. Já em Something Crossing (2008) um texto composto em Ventania, alfabeto derivado do sistema de notação da intensidade dos ventos, é animado de acordo com a direção dos ventos observada dia a dia em uma parte central do Oceano Atlântico.

Como em obras anteriores da dupla, Espaços de tempo reafirma a independência da arte no campo filosófico, sugerindo um espaço intermediário em constante trânsito entre o visível e o invisível, estabelecendo aproximações entre arte e linguagem no formato de tipografias, design gráfico, vídeo, arquitetura e som.

Zootécnico de João Loureiro


Primeira exposição individual de João Loureiro na Vermelho, ZOOTÉCNICO aborda as relações entre forma e função da arquitetura de espaços públicos e privados. Para ZOOTÉCNICO, Loureiro criou uma única instalação composta por um conjunto de cinco animais confeccionados com fatias de espuma cinza: um rato, um lobo, um burro, um rinoceronte e um elefante. Em escala 1:1, os animais foram distribuídos pela galeria seguindo uma relação de proporcionalidade visual com o espaço, preservando como procedimento interno, a variedade sugerida pela arquitetura.

Procedimentos como esse norteiam as pesquisas mais recentes de Loureiro que buscam investigar o legado da arquitetura modernista brasileira e a lógica construtiva de edifícios e áreas urbanas. Se, por um lado, há em ZOOTÉCNICO uma aproximação quase tátil sugerida pelos materiais, por outro, a lembrança que trazem não é de caráter subjetivo. O que está em jogo em ZOOTÉCNICO não é a elaboração e implantação de um projeto viável e funcional para a vida e para o trabalho, mas trata-se de uma especulação acerca dos valores modernos e do fracasso de sua implementação.

A solução formal e a repetição de um único tema, empregada por Loureiro, em ZOOTÉCNICO, comenta os modelos expositivos recorrentes nos espaços determinados para a arte. A cor cinza, por sua vez, remete ao mesmo tempo às representações "naturalistas" de animais e à intenção de neutralidade do cubo branco. Ao percorrer a exposição, o visitante apreenderá os animais um a um, sem jamais ter a visão do conjunto integralmente. O rato, o lobo, o burro, o rinoceronte e o elefante, enfileirados gradualmente na memória do visitante, acabam por constituir uma escala de cinza.

Além disso, na data de abertura das duas individuais, serão lançados os livros “BANQUETES – Expansões do doméstico” e “LOTES VAGOS – Ocupações Experimentais” de Breno Silva e Louise Ganz, que integram a coleção Jardins de Bolso da Editora Instituto Cidades Criativas, de Belo Horizontes. Os livros estarão a venda no TIJUANA, por R$.40,00 a dupla, ou R$ 25,00 cada um individualmente.

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Abraham Palatnik

Anita Schwartz Galeria festeja um ano de atividades em seu espaço na Gávea com uma mostra individual de Abraham Palatnik, reconhecido internacionalmente como um dos pioneiros da arte cinética. A exposição, que tem curadoria de Guilherme Bueno, apresenta 19 trabalhos recentes e inéditos, 11 pinturas da série “Progressões”, e oito feitos especialmente para a galeria. Destes, Palatnik mostra três “pirâmides”, de 58 cm de altura, pesquisa iniciada este ano por ele, dois cinéticos também de 2009, em que resgata projetos de 1967, e três serigrafias criadas a partir da série “Permutáveis”.

Palatnik utiliza tinta acrílica em todos os trabalhos. Na série “Progressões”, ele pinta telas e as corta em tiras finas, utilizando laser, recolocando-as em uma seqüência que provoca imagens em movimento. A série “Pirâmides” é uma nova vertente do artista, que além de dar continuidade a sua pesquisa de cores, explora uma nova forma, uma espécie de prisma pictórico. Ele mostra ainda dois de seus famosos cinéticos, criados pelo artista a partir de projetos de 1967. Palatnik criou três serigrafias a partir da série “Permutáveis”, em que blocos sinuosos de madeira se encaixavam em uma superfície plana, que ele expôs no Museu Chácara do Céu, em 2006.

“Podemos ver as relações internas entre uns e outros que perfazem sua obra. Tentaremos na montagem apresentar este diálogo existente entre seus trabalhos, independente do suporte. Creio que o valor da cor e suas maneiras de serem ‘concretizadas’ é uma das chaves”, explica o curador Guilherme Bueno.

“É sempre estimulante poder trabalhar com um artista que você admira e faz parte do seu universo de referências. Todos conhecem a importância histórica do Palatnik e seu pioneirismo. O que particularmente me chama atenção é ele manter um trabalho tanto coerente como receptivo a diferentes manifestações e linguagens. Penso na simultânea investida nos cinéticos e nas pinturas e agora neste novo objeto que ele fez, que, a meu ver, conjuga elementos de suas pesquisas”, diz o curador Guilherme Bueno.

Abraham Palatnik nasceu em Natal, Rio Grande do Norte, em 1928, oriundo de uma família de judeus-russos. Muda-se ainda criança para Tel-Aviv, Israel, onde ingressa na Escola Técnica Montefiori. Entre 1943 e 1947, dedica-se aos estudos de pintura, desenho, história da arte e estética, no Instituto Municipal de Arte de Tel-Aviv. De volta ao Brasil, em 1950, usando seus conhecimentos de mecânica e física, desenvolve seus dois primeiros "aparelhos cinecromáticos", que projetam cores e formas que se movimentam acionadas por motores elétricos. Um ano mais tarde, cria polêmica ao participar da I Bienal de São Paulo com esses trabalhos. Por não se enquadrar em nenhuma das categorias da premiação, terminou por ganhar uma menção honrosa depois de muita discussão do júri.

A partir de 1964, desenvolve os "objetos cinéticos", como um desdobramento dos "cinecromáticos". Começa a trabalhar também na realização dos seus "relevos progressivos" em superfícies bidimensionais, trabalhando com a noção de cinetismo virtual e utilizando-se do recurso de composição serial de lâminas de madeira. O rigor matemático é uma constante em sua obra, atuando como importante recurso de ordenação do espaço. Com o decorrer dos anos, o artista passa a empregar sucessivamente três novos materiais: nos anos 70, a resina de poliéster, nos anos 80, cordas sobre telas, nos anos 90 um composto de gesso e cola.

Depois disso, realiza trabalhos em papel-cartão e pinturas com cordas utilizando pela primeira vez linhas diagonais e cores mais vibrantes como o laranja.

Abraham Palatnik - Histórias e Estórias da Cor por Guilherme Bueno

A arte, desde a modernidade, incorporou definitivamente para si a idéia de se constituir como pesquisa. Tal consideração deve, acima de tudo, ser vista como a busca persistente por novas maneiras de um pensar visual sistemático, algo que não só impulsiona o surgimento de outras linguagens (exemplificado pela relação inventiva com novas tecnologias) como também é capaz de formular novas perguntas sobre termos quelhe pareceram desde sempre ser característicos – a cor, a forma, o suporte, etc. Ao contrário de representar uma solução conciliatória de compromisso, o reconhecimento de tais variantes expõe antes a abrangência de caminhos que configuram a arte contemporânea.

Abraham Palatnik historicamente tem se valido desta riqueza de possibilidades. Hoje é mais do que reconhecido seu pioneirismo na década de 1950 com os cinecromáticos e depois com os cinéticos que traziam à tona uma nova abertura para o problema da cor e do movimento no espaço que ocupara toda a primeira metade do século XX. Ao mesmo tempo o artista desde então se concentra igualmente em verificar tais qualidades no campo da pintura, buscando ativar naquela superfície equivalentes dos movimentos físicos efetuados por seus objetos.

A exposição de Palatnik na Anita Schwartz Galeria de Arte oferece um repertório desta investigação, um experimento no qual todas as variáveis sempre são testadas, mas, diferente de um método estritamente científico, ao invés de procurar uma resposta, prefere lançar várias delas, todas igualmente verdadeiras – acrescente-se que é esta diversidade que lhe confere sua irrefutável pertinência. Ali são vistos cinco vertentes de seu trabalho: as pinturas, os cinéticos, monocromáticos em papel, serigrafias e seus mais recentes objetos, uma espécie de prisma pictórico. Entre eles podemos ver as relações internas entre uns e outros que perfazem sua obra.

Dentre elas, destaca-se o elo entre espacialidade e cor, constantemente interessado em faze-las, muito além de vibrar, fundar uma temporalidade da forma, isto é, coloca-las em ação, pô-las em movimento pelo deslocamento efetivo das partes (como nos cinéticos, em que, cada rotação das formas, que sempre ritmadas – ao invés de se mexerem sozinhas – criam a cada circunvolução nova trama compositiva e de interação cromática), pela reconfiguração do suporte (nos trabalhos em papel, em que os cortes meticulosos criam planos que avançam e retrocedem, atestando a obtenção peculiar de um movimento estático), pela intensidade da cor (nas pinturas, que, formadas pela colagem lado a lado de pequenas tiras transplantam para o quadro uma dinâmica ótica que nos outros casos era obtida por uma espacialização literal). Enquanto nos cinéticos prevalece uma recombinação estrutural permanente – já que a cada instante os elementos intercambiam sua função no campo –, nas pinturas a luminosidade é pautada via de regra por uma cor predominante que faz as demais emergirem ou fundirem-se conforme seus contrastes e harmonias. Neste sentido, as passagens entre amarelos e vermelhos, entre azuis mais claros ou escuros, entre brancos e rosados constrói um tempo visual entre os planos, agitando-os pela disposição ritmada dos feixes.

No mesmo viés podemos analisar as serigrafias e o objeto. No primeiro caso, trata-se de uma questão de correspondências. Baseadas em pinturas mais antigas do artista, as serigrafias indicam como uma cor pictórica converte-se em uma cor gráfica, como ela, impressa, intenta transferir uma luminosidade e textura outrora obtida eventualmente com uma pintura jateada (e, acrescente-se, como ambas indicam uma aproximação com uma cor já industrial). O objeto, por sua vez, representa um novo viés cogitado por Palatnik. Podemos vê-lo como uma espécie de síntese das suas outras experiências: a pintura ganha uma volumetria familiar aos sólidos antes desenhados virtualmente pela rotação dos planos componentes dos cinéticos. As protuberâncias e relevos que desenhavam os cartões – e faziam com que se promovesse uma continuidade entre suporte e as formas que o ocupavam – adquirem concisão, de modo a coincidir os espaços internos e a exterioridade do objeto (não há mais formas dentro do limite do cartão, elas são a própria coisa). Mais além, convergem a percepção dinâmica dos cinéticos e aquela ótica das pinturas, posto que as cores seguem todas as faces do prisma, “rotacionadas” e fixas a um só tempo. Seria o caso de notar como elas lidam de maneira bastante particular com espectador ativo presente na arte contemporânea, quando diante deste tipo único de pintura/objeto.

Ao mostrar-se disponível a conjugar e/ou examinar paralelamente hipóteses de experiência da forma, a obra de Palatnik formula uma ciência estética da visão – uma ciência, porém, que ultrapassa o antagonismo entre pensamento racionalista e intuição sensível, trabalhando-os antes sua simbiose e a convicção de revigorar a percepção. Ela reitera uma relação com um mundo crescentemente envolvido pela tecnologia conservando, porém, um humanismo não-nostálgico, e sim entusiástico, persistente, renovado obra a obra.

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Por uma pintura das partes por Luisa Duarte

Em tempos de uma produção contemporânea permeada por um forte teor de narratividade, a pintura torna-se uma voz dissonante pela incontornável dose de mudez que traz consigo. Mas em seu silêncio as pinturas também buscam uma fala. E o que escutamos ao olhar para as obras da jovem artista Maria Lynch? Muitas vozes fracionadas poderia ser uma resposta.

Retalhos, título da presente exposição, remete a pedaços, cortes, partes de um todo. O procedimento da artista consiste em recortar diferentes camadas de cores em formas amebóides, orgânicas, que passam longe de qualquer rigor geométrico. É como se a artista abrisse e fechasse diversas janelas de cor e forma, promovendo jogos de velamento e desvelamento, adições e subtrações, que por vezes tentam o nosso olhar a figurar o que, a princípio, é pura abstração. Tal tentação é promovida de forma intencional, as telas de Maria Lynch trafegam em uma linha tênue que pende mais para a clara abstração, mas possui um pé no universo lúdico, sugerindo possíveis imagens figuradas, assim como as nuvens no céu.

A artista cria uma primeira fisionomia para a tela, em seguida doa outra, e começa a fundir ambas criando uma terceira, uma quarta, uma quinta. Através de mascaramentos e desmascaramentos, até o ponto final, o momento em que a dinâmica se interrompe. Mas o que nos foi então legado não esclarece, mas sim continua a interrogar o olhar. Maria Lynch busca trabalhar o campo da pintura como um lugar no qual é permitido que a dúvida se instale, não produzindo certezas, mas sim aberturas, multiplicidades, diferenças.

Note-se o caráter extrovertido dessa obra. Estamos diante de uma pintura que não se intimida ao vir a público. A dimensão generosa das telas; a ausência de receio em usar uma paleta por vezes difícil de conjugar num mesmo espaço; a conquista de um vocabulário próprio em um curto tempo de trabalho; são todos estes sintomas de uma obra que se coloca de forma altiva em seus primeiros passos no mundo.

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