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Democratização da informação e sociedade DEBATE

 
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Juliana Monachesi



Registrado em: Domingo, 5 de Dezembro de 2004
Mensagens: 33
Localização: são paulo
MensagemEnviada: Dom Jun 18, 2006 5:41 pm    Assunto: Democratização da informação e sociedade DEBATE Responder com Citação

A professora do Senac Lucia Leão iniciou o debate da tarde do fórum Conexões Tecnológicas perguntando a Brian Holmes sobre a confluência em certos projetos entre terra e fluxo; projetos que têm características dos dois movimentos não seriam possíveis também? Ele concordou: "Os zapatistas fizeram algo incrível ao mostrar outra forma de participar. Precisamos de mais reciclagem, que também significa circular de novo, com novas pessoas, com novas idéias."

Remetando à fala de Lucas Bambozzi e à constatação de que o uso intensificado da internet não se traduz em expressão net_ativista, Giselle Beiguelman perguntou se esta insipiência não estaria ligada ao conformismo político no Brasil. A debatedora convidada do Conexões Tecnológicas e professora da PUC-SP relembrou o caso de um artista mexicano que faz intervenções em jornais, fazendo seções inteiras saírem ilegíveis em uma determinada edição, que sempre provoca celeuma -leitores telefonando para o jornal indignados etc.- mas, quando realizou a ação em uma cidade brasileira, não chamou nenhuma atenção. "Ninguém no Brasil reclamou; este é um índice do nosso conformismo", afirmou Giselle Beiguelman. Ela fez ainda outra pergunta, em relação ao fato de as corporações incorporarem slogans ativistas: "Não é sintomático que o fenômeno contra-midiático dos podcasts traga embutido no nome a marca do produto da Apple [o iPod]?", questionou. "A gente fala em mídia alternativa ao mesmo tempo em que faz propaganda da empresa de tecnologia?"

Bambozzi respondeu que o conformismo bem apontado por ela pode ser considerado herança do período de opressão vivido no Brasil durante 30 anos. "O resultado criativo demora mais a aflorar", afirmou. Mas o artista lembrou, a título de comparação (um tanto paradoxal), os estudos de Suely Rolnik sobre net_ativismo no Leste Europeu, onde a prática é amplamente difundida.

O ilustre artista conceitual francês Fred Forest, que acabara de inaugurar, dias antes, uma exposição individual no Paço das Artes, foi prestigiar o fórum na parte da tarde e pediu a palavra para tecer algumas considerações sobre a experiência da internet e sobre temas levantadas nas palestras. "É verdade que a net nos permite conhecer outros e nos reconhecer, mas estou atônito em relação ao net_ativismo de que vocês falam. Qual a minha legitimidade em agir pelos outros? Não estaria eu mesmo fechado em uma ideologia? Não seria necessário em relação Às clivagens entre esquerda e direita fazer emergir uma ideologia tão nova quanto é a internet para a sociedade?", perguntou à mesa.

Brian Holmes disse, em relação à inventar outra ideologia, que falta uma ética da rede: "Precisamos de uma nova organização na net que consiga ser mais rápida do que as corporações. Quem usou primeiro a agilidade da internet foram as corporações, seguidas pelos ativistas e depois pelos fundamentalistas. Espero que a direita não os siga. Nós precisamos criar formas de desacelerar as corporações. Uma ética, uma política e uma cultura da sociedade em rede estão ainda para ser inventadas."

Em resposta à palavra "representação", Hernani Dimantas devolveu a palavra "descentralização: "Os movimentos mais fortes de ativismo estão acontecendo na periferia, mas a periferia não tem tecnologia".

O debatedor convidado Marcus Bastos, professor da PUC-SP, perguntou se o espectro da busca pelo net_ativismo não poderia ser um pouco alargado, para incluir a net_arte, por exemplo. Não aumentariam os exemplos? Não daria uma resposta mais otimista à questão do conformismo político levantado por Giselle Beiguelman? A postura de Bambozzi se manteve: "O potencial de uso das redes foi super-estimado".

Ricardo Rosas, mais um debatedora convidado do Conexões Tecnológicas chamou a atenção para o fato de que estratégias que contestam a navegabilidade também podem ser consideradas uma forma de ativismo na rede. "O net_ativismo não é apenas mobilização social. É um conceito." A mediadora da mesa aproveitou a deixa das últimas intervenções para ironizar: "O net_ativismo da classe média brasileira são as comunidades do orkut", arrancando risos da platéia.

Brian Holmes foi mais firme na questão levantada por Bastos e Rosas: "Ou o ativismo interfere politicamente ou ele não é nada. Ou é qualquer coisa".

A discussão centro/periferia retornou em pergunta do jornalista Guilherme Kujawski, que relembrou o manifesto do antropólogo Hermano Vianna por ocasião do lançamento do programa "Central da periferia", na Globo [o texto foi publicado em abril como um anúncio de página inteira em diversos jornais brasileiros]: "Como acabar com este loop cibernético perverso?", perguntou o debatedor. Holmes: "Acesso livre para todos e mais esforços de desenvolvimento".
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