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A obscura seleção do Sergio Porto

 
Este Fórum está Bloqueado. Você não pode enviar, responder ou editar mensagens   Este Tópico está Bloqueado. Você não pode editar mensagens ou responder    Página Principal -> Dúvidas sobre o resultado do Sérgio Porto 2005
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Ana Holck



Registrado em: Segunda-Feira, 25 de Abril de 2005
Mensagens: 3

MensagemEnviada: Sex Abr 29, 2005 6:08 pm    Assunto: A obscura seleção do Sergio Porto Responder com Citação

Caros colegas artistas,

Venho por meio deste e-mail revelar o que fiquei sabendo sobre o
processo de seleção para as Galerias Sergio Porto. Assim como vocês, também submeti meu portfolio para esta seleção, que desde o adiamento nas datas começou a soar estranha. Acredito que as informações abaixo sejam do conhecimento de alguns de vocês, mas não de todos.

Ocorre que por um decreto do Ricardo Macieira, entrou no lugar da Claudia Saldanha o Luis Cancel, marido da Regina Miranda, diretora do Centro Coreográfico. Quando ele entrou os portfolios para o Sergio Porto já haviam sido julgados. Os jurados foram a Anna Bella Geiger, o Fernando Cocchiarale e a própria Claudia Saldanha e havia uma ata pronta e assinada pelo júri que, segundo o edital, seria divulgada no inicio de janeiro. Entretanto, o Luis Cancel se recusou a aceitar o trabalho que já havia sido feito pelo júri, e decidiu escolher outros nomes, que sequer haviam enviado portfolio, seguindo assim critérios contrários aos previstos pelo edital para a seleção do Sergio Porto.

Considero todo esse processo um enorme desrespeito com os artistas que se submeteram a esse processo de seleção acreditando na veracidade de um edital público. Em situações como esta não apenas nós, que enviamos os portfolios, bem como o júri, que os avaliou pacientemente, foram completamente ignorados, mas toda a classe artística e a população carioca como um todo. É gritante a falta de transparência em processos públicos como este.

Acredito que nós, representantes da classe artística, temos a obrigação de tentar tornar público mais este triste episódio da política cultural carioca.

Um abraço cordial,

Ana Holck.
_________________
ah
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Claudia Hersz



Registrado em: Terça-Feira, 26 de Abril de 2005
Mensagens: 1

MensagemEnviada: Seg Mai 02, 2005 7:31 pm    Assunto: Responder com Citação

Cara Ana, colegas e participantes do fórum em geral,

Antes de mais nada , gostaria de agradecer publicamente a Ana Holck, por abordar de forma clara e corajosa um assunto tão espinhoso.

Vou tentar traçar um breve retrospecto do que vem acontecendo, para que os novos acessadores do forum conheçam a plenitude da discussào que já vem acontecendo em emails particulares, desde 20 de abril de 2005:

Há aproximadamente um mês, recebi da Sra. Juliana Castro, assessora do Sr. Luis Cancel, um email esclarecendo que meu projeto de exposição para o Espaço Sérgio Porto havia sido rejeitado.
Até aí, nada demais, apenas uma decepção pessoal, não fosse o fato de não haver sido divulgada a lista dos projetos selecionados e deste email vir endereçado , em email aberto, com cópia para outros 163 artistas......

Achei esta atitude deselegante, e fiquei magoada como outros possivelmente ficaram, de ver seus projetos, laboriosamente concebidos, serem publicamente achincalhados por um órgão público. (O único alívio era o fato dos co-rejeitados serem artistas de alto nível...)

Decorridos alguns dias, recebo da Sra. Juliana, às 17:00 do dia 20 de abril, véspera do feriado de Tiradentes, um email gentil e até fofinho (novamente dirigido a mim e a esses 163 artistas, com todos os endereços de email aparentes), dizendo que eu poderia fazer parte do "mailing list"( sic) do Sérgio Porto. Praticamente uma promoção cultural imperdível ......

Como já estava aborrecida o suficiente com a falta de ética e a promiscuidade virtual empregada pelo Sérgio Porto através de seus prepostos, mandei para a supracitada senhora o email que reproduzo a seguir:

"Cara Juliana,

Gostaria de aproveitar o ensejo para uma observação.

Parece-me que você é , atualmente, a responsável pela comunicação com o público e artistas através de email. Ocorre que, ao usar esta midia, é necessário usar de discrição, na medida em que nem sempre as pessoas gostam de ver seus nomes e endereços postais divulgados através da Internet. Para isso temos, no Outlook Express, o recurso "CCO" - sigla esta que significa "Com Cópia Oculta."
Provavelmente, outros programas de email têm recursos semelhantes.

Gostaria de solicitar que , ao me endereçar emails, você o fizesse utilizando este recurso, para que meu email não seja divulgado indistintamente, pois em pouco tempo ele acaba conhecido por quem não me interessa, e minha caixa postal acaba entupida de mensagens sobre Viagra, extensões penianas, piadas chatas e que tais.

Aproveito, também, a oportunidade para lhe dizer que seu último email (dirigido a mim e grande parte desta lista) foi até constrangedor, pois tornava pública a rejeição de uma série de projetos de exposição para o espaço cultural supracitado. ( Aliás, a lista de"rejeitados" era de tão alto nível que gostaria de dizer a todos que me
senti honrada em nela meu nome constar).

Não pretendo soar desagradável , mas cabe observar que Ética, Elegância e Canja de Galinha nunca fizeram mal a ninguém.

Atenciosamente,

Claudia Hersz"

Até então, desconhecia o processo espúrio de seleção, e meu email foi mais um desabafo e uma reação de alguém que se sentiu desrespeitado.

Ocorre que , naquele feriado, que durou até 24 de abril, muitos emails foram trocados entre aqueles que tinham seu nome na tal lista que qualifico de promíscua. E seria muito bom que esses emails fossem postados neste forum, para que se perceba a densidade da discussão que vem acontecendo nos bastidores.

Alguns emails propunham, inclusive, uma ação para anulação judicial da tal seleção feita por Luis Cancel, visto que esta fere frontalmente o Edital, forma de compromisso público entre instituições governamentais e o ......público !!!!!!!!!!!!

Ou seja, edital é coisa séria. Neste caso, foi inteiramente desrespeitado. Há dúzias de fundamentos para se arguir a nulidade da "seleção" divulgada pelo Canal Contemporâneo.

Porém, essa situação esbarra em alguns obstáculos: uma Ação Popular junto ao Ministério Público para arguir a nulidade dos atos praticados por Luis Cancel (que seria o caso), ainda que seja gratuita (como é o caso), acaba por demandar um advogado ou alguém profundamente conhecedor da engrenagem burocrato-jurídica para que possa andar.

Muito provavelmente, uma liminar suspendendo os efeitos dos atos do Sr. Luis Cancel neste procedimento seria facilmente concedida pelo Poder Judiciário.

Porém, impetrar uma ação demanda dinheiro. E tempo. E disponibilidade emocional e existencial latu sensu.

Outro fato relevante é que muitos de nós temos amigos ou conhecidos entre os selecionados. Que não devem ser penalizados pela falta de ética da Prefeitura.

Portanto, estamos diante de uma situação que demanda alguma atitude coletiva de repúdio a esse processo seletivo incongruente com o Edital , ainda que não judicial, na medida em que parece que não sou a única a estar de saco cheio dos desvarios do Poder no que diz respeito aos artistas que vêm trabalhando de graça há alguns anos, e talvez por isso mesmo sendo tão tremendamente desrespeitados.

Proponho que se solicite uma posição da comisão de seleção real, ou seja - a anterior ( Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiaralle e Claudia Saldanha), e que nos organizemos para, ao menos, elaborar uma carta a ser divulgada pela imprensa e encaminhada à RioArte.

Antes que eu me esqueça: Nunca gostei da forma de seleção do Sérgio Porto, pois esta nunca foi pública e clara.Portanto, não estou sugerindo nem defendendo um retorno ao status anterior.

E ainda:
O pró-labore de Fernando Cocchiaralle e Anna Bella Geiger por seus serviços prestados foi pago ? Onde está a ata lavrada por ocasião da real seleção? A que título o Sr. Cancel foi contratado? Notório saber? Faltam pessoas de notório saber entre os curadores brasileiros? Ele recebe um DAS? A quanto monta seu salário? Seu currículo bacaninha foi checado?

Pergunto baseada no meu direito de contribuinte, como todos deveriam perguntar, pois quem acaba pagando todas as brincadeirinhas e desmandos desta Prefeitura sou eu e pessoas como eu, que pagam seus impostos municipais.

Abraços
Claudia Hersz
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Ana Holck



Registrado em: Segunda-Feira, 25 de Abril de 2005
Mensagens: 3

MensagemEnviada: Seg Mai 02, 2005 9:07 pm    Assunto: resposta a Claudia Hersz Responder com Citação

Claudia,

Obrigada pelo seu agradecimento a minha carta, mas realmente acho que não fiz mais do que minha obrigação como artista e cidadã. Escandaloso é mesmo ver como poucas pessoas parecem se importar com o que acontece em nosso meio e não é de se espantar que o país está como está....Espero que os poucos colegas que responderam ao meu e-mail durante o feriado e que ainda não se manifestaram no fórum o façam em breve. Foi até engraçado ver o Rodolfo Caesar enviar mensagem dizendo estar com pena da nossa classe, já que a dele já não existia mais! Alguns e-mails enviados eram muito interessantes e iam além da questão do Sergio Porto, indagando o modo como nossos trabalhos são avaliados em seleções Brasil afora, o que beira um outro tópico do Fórum do Canal o "Para que servem os Salões?". Na realidade, todo julgamento é complicado e ele sempre irá favorecer algumas pessoas, uma vez que terá que haver uma seleção e nunca será possível colocar todo mundo.... Os critérios são variados, há que se haver um consenso entre os membros do júri e isso poderá favorecer alguns artistas e outros não, independentemente da qualidade dos trabalhos e isso é totalmente legítimo.... Algumas seleções podem ter métodos mais abertos, dando maior espaço para que o avaliador conheça o trabalho do artista a fundo e até mesmo conheça-o pessoalmente, como é o caso do Rumos, onde alguns curadores visitam ateliês Brasil afora, outras seleções são feitas através de portfolios completos, onde o artista mostra trabalhos anteriores representativos de seu modo de pensar, há ainda o método dos salões, onde pede-se que o artista envie apenas o trabalho a ser exposto caso seja aceito (e são sempre 3 e acabou), que na minha opinião é o mais superficial de todos esses métodos de avaliação. No caso do Sergio Porto havia uma vitória nesse sentido, uma vez que este era o primeiro ano em que o envio de portfolios era aberto a todos e não apenas a artistas convidados ou que haviam ficado sabendo da seleção no boca-a-boca, uma vez que houve publicação das normas no Canal, e haveria um júri formado por 3 membros para avaliar os mesmos (essa informação me havia sido dada por telefone)....O método de avaliação não exigia projeto, o que é interessante para o artista, que poderia elaborar sua exposição ao longo do tempo, com calma, sem estar amarrado a uma proposta prévia. Este modo de selecionar o artista é similar ao do Centro Cultural São Paulo, um programa bem interessante de exposições, que avalia a obra como um todo, e não apenas 3 trabalhos. Daí todo o entusiasmo dos artistas que mandaram portfolios para o Sergio Porto, a coisa estava ficando bem democrática! Mas como já sabemos, não durou e sequer tornou-se pública tal abertura que se propunha no caso da seleção para as Galerias do Sergio Porto. O que estamos questionando aqui, nesse caso especificamente, através desse Fórum, é a mudança de regras no meio do caminho. Como já disse e não me canso de dizer quantas vezes forem necessárias, essa mudança de regras desrespeitou enormemente o jurado que avaliou durante dias os portfolios, e os artistas que enviaram os mesmos, pagando sedex, impressões ou ampliações fotográficas e etc....e que até meados de março esperavam a resposta desse "julgamento" para organizar suas atividades para o ano de 2005, uma vez que a "seleção" deveria ter sido divulgada na primeira semana de janeiro. Seria bom lembrar que na "nova" seleção sequer houve jurado e artistas que não haviam mandado portfolio foram "selecionados". Seleções são sempre difíceis, até mesmo para o júri, que muitas vezes não pode contemplar todos os artistas que gostaria, mas as regras devem ser claras e não podem mudar no meio do caminho seja com relação ao método de avaliação, aos prazos dos resultados e a ética na divulgação dos mesmos (ver resposta de Claudia Hersz acima).
Saudações,
Ana Holck.
_________________
ah
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Patricia Canetti



Registrado em: Terça-Feira, 9 de Novembro de 2004
Mensagens: 29

MensagemEnviada: Qui Mai 12, 2005 8:11 pm    Assunto: Que tal nos encontrarmos para falarmos ao vivo sobre o assun Responder com Citação

Nossa, quanta informação boa e eu ainda não tinha visto!

Peço desculpas pelo vacilo, mas como ainda não tinha postado nada nesse tópico, o fórum não me avisou, e eu também não reparei porque estava o nome da Ana como última msg e não percebi que o número de msgs havia mudado. Enfim, vamos ao que interessa.

Gostaria de ressaltar que a seleção do Sérgio Porto não foi um edital. Como bem nos lembrou a Claudia, as seleções do SP nunca foram muito corretas e essa, apesar de divulgada (acho que foi a primeira vez), pecou pela falta de oficialidade, digamos assim. Com edital ou sem edital, não importa, o nosso secretário municipal de cultura não está nem aí para compromissos com os seus cidadãos. O importante é lembrarmos que não é necessário apelar para o jurídico, mas apenas para a nossa própria vontade coletiva de ver as coisas funcionarem. E aqui está o X da questão. Aonde estão todos os indignados com mais este abuso contra nós, que não se dignam a colocar as suas opiniões?

O grande mistério para mim está no fato de que nas poucas vezes que nos mobilizamos no Rio, obtivemos resultados positivos. Lembremos: Guggenheim, esculturas da Mazeredo, galerias do Sérgio Porto. É certo que no caso do Espaço Público, discussão deflagrada pelas esculturas dessa senhora, fomos enganados por uma estratégia de raposa velha de nosso secretário, com a criação da tal Comissão de Paisagem Urbana (pelo que me consta, até agora nunca chegou a ser ativada), para nos calar durante o período eleitoral. Touché, Macieira.

Tudo bem, não somos raposas, mas, ainda assim, conseguimos resultados contra essas ações autoritárias de nossa prefeitura. Colocando de um lado o silêncio de nosso coletivo e do outro as nossas pequenas vitórias, só consigo chegar a conclusão de que as pessoas simplesmente não querem mudar nada ou, então, como aprendemos com a psicanálise, preferimos o sofrimento conhecido, até nos apegamos a ele, do que o desconhecido, mesmo que ele prometa ser melhor...

Na próxima terça tem vernissage no Sérgio Porto e é a última exposição do ano de 2004. A próxima já fará parte da nova seleção... Que tal nos encontrarmos para falarmos ao vivo sobre o assunto?

abraços,
Patricia Canetti
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Patricia Canetti



Registrado em: Terça-Feira, 9 de Novembro de 2004
Mensagens: 29

MensagemEnviada: Sex Mai 20, 2005 12:31 pm    Assunto: Um espelho cruel Responder com Citação

Acho que a questão fundamental em relação a essa discussão e a uma possível mobilização não é a modificação da seleção atual, mas a transformação de nós mesmos.

Deixemos de lado por um momento as instâncias políticas mais distantes e foquemos nas mais próximas. O que somos nós artistas e curadores? Um grupo de profissionais dissociados, aonde cada um luta pelos seus próprios interesses se reunindo aqui e ali em grupos menores preocupados em defender pequenas posições estratégicas, sempre reagindo e nunca agindo, sem conseguir levantar a vista para de fato perceber o todo de seu contexto. Enfurnados em nossos próprios umbigos fundos e de paredes altas, às vezes até bem espaçosos e confortáveis, nunca temos a percepção do todo do qual fazemos parte, tampouco estabelecemos uma comunicação efetiva e, conseqüentemente, não somos capazes de construir o nosso espaço político.

O curador Luis Cancel aceita um novo cargo e descarta um compromisso institucional anterior, como se nada houvesse antes de sua presença. Com isso, desrespeita os seus colegas de trabalho, como se a nova posição hierárquica alcançada fosse uma verdade absoluta e, caindo nessa armadilha, atua de maneira totalitária. Sua postura reflete as ações de seus superiores e estreita os laços com o poder, que, no seu entendimento, viria de cima...

Ao descartar a seleção anterior, o curador Luis Cancel passa por cima dos colegas curadores e dos colegas artistas, demonstrando que sua atuação acontece de maneira isolada do todo. A seleção feita pelos seus pares não tem importância. O investimento de centenas de artistas, que dependem de seleções para ter o seu espaço de ação, também não é importante. Os vínculos desse profissional se demonstram frágeis, levianos, e espelham dramaticamente a nossa condição profissional.

Compartilham dessa condição, os artistas selecionados por ele, que, compactuando com esse cenário, talvez se dizendo que não tem nada a ver com isso e que não podem fazer nada para mudar essa situação, também passam a contribuir para o tratamento de gado dispensado a eles mesmos, artistas. (Artistas nessa posição de inscritos em editais são sempre tratados como coisas, como se não fosse justamente essa participação que movimentasse toda a engrenagem institucional.) E novamente nos vemos refletidos nesse espelho cruel, aonde percebemos indivíduos e pequenos grupos agindo ou deixando de agir, não importa, o resultado é o mesmo, respondendo sempre a sua visão curta.

Caminhamos como se houvesse sempre um nevoeiro espesso nos impedindo de ver além dos próximos dois ou três passos a serem dados. E, é claro, com pouca visão, andamos devagar, pois seria pouco prudente acelerar o passo ou mudarmos a direção...

Então, diante dessa imagem, devemos nos perguntar: o que é o nevoeiro; existiriam outras maneiras de seguir em frente e atravessá-lo; haveria algo para além dele; ou, até mesmo e porque não, o que poderíamos fazer para dissipá-lo?

E por fim, por que invariavelmente ficamos paralisados e aceitamos o papel de coisa?

Passo a bola para darmos o próximo passo.

Um abraço,
Patricia Canetti
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Cezar Migliorin



Registrado em: Sexta-Feira, 20 de Mai de 2005
Mensagens: 1

MensagemEnviada: Sáb Mai 21, 2005 3:19 pm    Assunto: Sérgio Porto Responder com Citação

Caros,

Respondendo o pedido da Ana Angélica sobre o Sérgio Porto.

No meu caso;
Submeti meu portfolio à Rio Arte e segui todas as normas que encontrei postadas no Canal Contemporâneo.
Nunca soube de uma outra curadoria anterior a que selecionou meu trabalho.
Nunca tinha ouvido falar no novo curador.
Nunca o encontrei e o único contato que tive até hoje com ele foi via telefone quando fui informado da seleção no meio de março.

As questões que a Ana Holck e a Patricia colocam em relação a curadoria partem de informações que eu jamais tive e que não sabia serem públicas.

De qualquer forma fico pensando; se o Sr, Luis Cancel é o curador e o resultado ainda não foi divulgado, não faz sentido que ele faça a sua curadoria? Me digam se isso é absurdo.
Segundo, como se sabe que ele não corroborou a decisão dos antigos curadores? Como temos essa informação?

Patrícia, acho que os dois primeiros parágrafos do teu texto são preciosos e a atuação do Canal é fundamental para que esta imobilidade se transforme.
Mas quando dizes que os artistas selecionados compactuam com "o tratamento de gado", não posso concordar - falo por mim, obviamente. A não ser que o fato de participar de um edital seja uma forma de compactuar. Ai é pra pensar, talvez seja isso. Entrou no edital; compactuou.


Abraços
Cezar Migliorin
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Ana Holck



Registrado em: Segunda-Feira, 25 de Abril de 2005
Mensagens: 3

MensagemEnviada: Dom Mai 22, 2005 6:37 pm    Assunto: Responder com Citação

Caro Cezar,

Em primeiro lugar gostaria de parabenizar sua participação no forum bem como elogiar a clareza e honestidade com que respondeu as perguntas colocadas pela Ana Angélica. Entretanto, como vc. parece ter tomado conhecimento desse assunto apenas recentemente, gostaria de responder a duas perguntas que vc. coloca em seu texto. Respondo-as a partir de informações que fui adquirindo informalmente através de conversas com as pessoas, pois só mesmo dessa maneira tudo isso pôde vir à tona. Gostaria de aproveitar para explicar que o que me moveu a levantar essa polêmica foi uma real indignação com a política carioca e a sensação de que temos que tomar atitudes e exigir ética profissional se quisermos mudar as coisas nessa cidade já tão violentada (acredito que a cultura possa ser uma importante ferramenta no papel de recuperação do Rio). Deixo claro que não tenho nada pessoal contra os artistas da segunda seleção, mas acredito que eles também possam se posicionar, como é o seu caso.

sua primeira pergunta:
"Se o Sr, Luis Cancel é o curador e o resultado ainda não foi divulgado, não faz sentido que ele faça a sua curadoria? Me digam se isso é absurdo".
minha resposta:
A meu ver, o que é realmente absurdo é passar por cima de uma ata assinada por pessoas do calibre de Anna Bella Geiger e Fernando Cocchiarale, que segundo a própria me contou, fizeram um verdadeiro trabalho curatorial, indo até a RIOARTE o dobro de vezes estipulada para a realização deste trabalho, o que os permitiu "contemplar" muito mais artistas do que o usual nessas galerias. Esse trabalho foi registrado em uma ata discaradamente ignorada pelo atual curador do Sergio Porto, e a prova maior disso é que Anna Bella e Fernando sequer chegaram a receber seus pagamentos por tal empreitada, de modo que não houvesse prova de que esse trabalho havia sido feito. Tamanho desrespeito pode ser comparado a um regime totalitário como bem nos lembra a Patricia Canetti. Quando alguém pega o bonde andando, e este sem dúvida é o caso do Cancel, deve-se no mínimo ter respeito pelo trabalho dos colegas de profissão, para depois começar o seu trabalho, sem passar por cima dos outros....
É realmente pena que Anna bella, Fernando e Claudia tenham preferido se manter calados nesse debate, cada com qual com seu motivo, pois sei que realmente ficaram indignados com tudo isso. É provável, e eu sinceramente assim espero, que se manifestem em breve. Prova disso é a revelação da primeira ATA que foi postada no Canal hoje.

sua segunda pergunta:
"Segundo, como se sabe que ele não corroborou a decisão dos antigos curadores? Como temos essa informação?"
minha resposta:
A primeira seleção foi divulgada e podemos comparar os nomes: seis artistas haviam também sido selecionados na primeira e o seu nome é um deles. Ao figurar nas duas listas parece-me que vc. fica com opção de escolha: democracia ou totalitarismo.

Saudações,
Ana Holck
_________________
ah
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Daniela Mattoss



Registrado em: Segunda-Feira, 23 de Mai de 2005
Mensagens: 1

MensagemEnviada: Seg Mai 23, 2005 8:40 pm    Assunto: Algum movimento Responder com Citação

Cara Ana e colegas artistas,

Essa situação é inacreditável. A falta de respeito de nosso secretário `das culturas´ (sabe-se lá quais), se estende a cada dia: desrespeito a profissionais que são chamados e sumariamente descartados sem pagamento, tendo seu trabalho dispensado por um novo curador que, segundo sua assistente em e-mail aberto aos `recusados´, pede que seus portifólios sejam deixados para um `acervo documental de arte contemporânea´.
Bom, tentativa infértil a minha de tentar entender logicamente essa situação que vai certamente muito além do que podemos imaginar.
Concordo com vc Ana, os artistas que estão compondo a lista atual de programação das galerias do Sérgio Porto deveriam se posicionar de alguma maneira. Sem artistas não há exposição.
Não é de se estranhar que exista esse tipo de postura na RioArte em relação ao Sérgio Porto, local onde por dois anos desenvolvi um projeto de exibição de vídeos de artistas em diversos níveis de trajetória e que por motivos que até agora desconheço, visto que não tive nenhum tipo de esclarecimento a respeito, simplesmente não existe mais.
Continuo achando, conforme meus e-mails anteriores à lista, que deveríamos redigir uma carta a ser enviada à RioArte e à imprensa conforme Claudia Herz também sugeriu.

Abs,
Daniela
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Renan Cepeda



Registrado em: Terça-Feira, 24 de Mai de 2005
Mensagens: 1
Localização: Rio de Janeiro
MensagemEnviada: Ter Mai 24, 2005 11:03 am    Assunto: Responder com Citação

A respeito de ações coletivas de agravo contra o inacreditável episódio no Sergio Porto, creio que o que seria mais efetivo é uma ação judicial
conjunta por danos morais, uma vez que foi feita a seleção dos artistas escolhidos por Cocchiarale e Geiger. Caso os curadores se interessem pela causa, podem ser testemunhas, ou até integrar o elenco de autores da ação, pois foram publicamente desrespeitados. Quanto à notória desunião da classe é bom que se diga que, neste caso, não é necessária a participação de todos os artistas envolvidos. Até uma ação solitária já geraria efeito de precedência. As outras seriam acatadas posteriormente.

Acho que é perfeitamente plausível, segundo alguns advogados que consultei em semelhante situação ocorrida comigo recentemente.

Mas só até 2009 quando caduca a causa.

Meu saravá!
Renan Cepeda
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Paulo Mendes Faria



Registrado em: Terça-Feira, 3 de Mai de 2005
Mensagens: 1
Localização: petrópolis - rj
MensagemEnviada: Qua Jun 01, 2005 9:40 am    Assunto: Responder com Citação

Question
Eu também enviei portfólio ...

E fiquei ser saber se fui selecionado , pois ou contrário de vocês não recebi nenhuma comunicação ...
Resolvi , então , escrever um e-mail para a ouvidouria da prefeitura , que muito prontamente me respondeu , depois de contactar com a direção da Rioarte , me dando os telefones da Claudia Saldanha e me solicitando para entrar em contacto com ela diretamente pois o resultado já havia saído ...
Tentei por várias vezes falar com ela , não conseguindo ... falei com um funcionário que depois de muito procurar achou meu portfólio e me disse que não sabia se havia sido selecionado ou não ...
Se portfólio ainda está lá ... não sei ? Continuo aguardando uma comunicação oficial da Rioarte .

Se alguém tiver este e-mail gostaria de saber se meu nome consta na lista e recebê-lo , pois também quero entrar na justiça , pois fiquei indignado e acho que foi uma total falta de respeito com os artistas .

Até breve

Mendes Faria
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Luis R Cancel



Registrado em: Segunda-Feira, 27 de Junho de 2005
Mensagens: 1

MensagemEnviada: Seg Jun 27, 2005 7:18 pm    Assunto: Sobre Espaço Cultural Sérgio Porto Responder com Citação

Rio, 25 de Junho de 2005
Aos artistas plásticos, curadores e gestores de cultura cariocas e brasileiros

Foi com grande espanto que li a extensa matéria do Jornal O Globo, onde inúmeras referências e algumas alusões ofensivas são feitas a mim e ao meu trabalho, sem que jamais eu tenha sido procurado para uma conversa ou para esclarecimentos.

No entanto, quando fui convidado pelo Secretário Macieira para fazer a curadoria das Galerias do Sergio Porto no ano de 2005, o que muito me honrou, um press-release foi enviado a toda a imprensa. Dele constavam uma biografia básica e também meus contatos telefônicos. Acredito que tenha sido inclusive esta a fonte para as informações que constavam na segunda folha da
matéria.

No entanto, mais do que as instituições aonde trabalhei (Fundação Rockefeller, Prefeitura de NY, Bronx Museum of Arts; entre outras) o que me parece mais importante é meu foco de mais de 20 anos em difundir a arte Latino-Americana e meu trabalho com as artes visuais brasileiras, que teve início nos anos 80, quando comecei a preparar a exposição "O Espírito Latino-Americano: 1920-1970", realizada em 1989 em NY, San Diego e Porto Rico, e até hoje considerada como um marco para a visibilidade da arte Latina nos US. Aliás, minha admiraçào por Anna Bella começa neste período, já que seus trabalhos foram incluidos na exposição, juntamente com os de Lygia Clark, Helio Oiticica, Antonio Dias, Rubens Gerschman, Cildo Meirelles e outros artistas brasileiros.

Desde então, o Brasil sempre fez parte do meu roteiro como curador e consultor para coleções artísticas internacionais. Mais recentemente (2001), quando escolhi o Brasil como residência, fui imediatamente convidado a trabalhar como consultor internacional no MAM, onde pude conhecer mais de perto tanto a arte contemporânea carioca como a brasileira, e também onde trabalhei com Fernando Cocchiarali, por quem nutro o maior apreço e respeito.

Neste período mais recente, venho atuando também como curador de várias exposições no Brasil, entre as quais destaco "Dada e Surrealismo", uma exposição com mais de 230 trabalhos (entre os quais inúmeras pinturas e objetos de Miro, Man Ray, Duchamps, e outros), apresentada no ano passado em SP e em Curitiba, e que foi considerada uma das melhores exposições do ano.

Sinceramente, qualquer alusão desrespeitosa ao meu curriculum e idoneidade profissional denota falta de pesquisa.

Após ter aceito o convite do Secretário, fui então ao RioArte para conhecer a Sra. Claudia Saldanha, que me informou haver feito uma revisão dos portfolios enviados à instituição com Anna Bela e Fernando, mas também me informou que esta seleção não era oficial e que a listagem dos escolhidos ainda não havia sido divulgada. Informou-me também que outros artistas já se preparavam para suas exposições no primeiro semestre de 2005. Fiz então questão de honrar esses compromissos previamente assumidos, o que vem acontecendo até agora. Desde então, a Sra. Saldanha, como responsavel pela Divisão de Artes Visuais do RioArte, vem trabalhando comigo fazendo os encaminhamentos burocráticos das decisões curatoriais, estas de minha responsabilidade.

Minha visão para a ocupação das Galerias do Sergio Porto, em 2005, é a de dar continuidade a um processo, que já vem acontecendo ha muitos anos, ou seja: abrir os espaços para artistas experimentais cariocas e brasileiros exporem suas obras em exposições de caráter individual.

Inúmeras conversas com artistas cariocas, antes e depois de ter aceito o convite para fazer esta curadoria, ressaltaram a importância dessas galerias como espaço de exposição solo, históricamente o que vem acontecendo há varios anos. Optei por continuar esta tradição e me dediquei ao exame cuidadoso dos 192 projetos enviados ao RioArte. O que me chamou atenção, mesmo sendo um assíduo visitador de ateliers de artistas brasileiros, tanto no Rio como em outros estados, e também em NY, foi a grande qualidade das propostas enviadas, que demonstravam um alto grau de refinamento e conceituação, sendo em sua maioria merecedoras de uma exposição. Ali entendi o que havia levado Anna Bella e Fernando a sugerir inúmeras coletivas: era, provavelmente, uma maneira de tentar responder a uma demanda tão intensa.

No entanto, bastante familiarizado com o cenário de exposições no Rio e em SP, sei que nos museus e espaços culturais ha oportunidades muito limitadas para exposições individuais, a não ser que seja a de um nome bastante conhecido, o mesmo acontecendo nas galerias privadas. As Galerias do Sergio Porto tem sido exceção, promovendo, tanto para artistas jovens como para os mais amadurecidos, a oportunidade de mostrar seu trabalho em uma exposição individual. Isto é importante para a melhor fruição e conhecimento do trabalho do artista e também para análises curatoriais internacionais, que usualmente observam se o artista já tem em seu curriculum exposições individuais anteriores, vistas como um sinal óbvio de inserção do artista no movimento cultural de sua cidade e de seu país.

Além disso, como uma declaração de intenções de viabilizar o intercâmbio entre artistas brasileiros e internacionais, especialmente novaiorquinos e latinos, e também para apresentar uma visão curatorial que atende a propostas, mas que é também propositiva, introduzi uma exposição inaugural de minhas atividades, aonde sugiro o diálogo entre dois artistas (Chico Cunha [Brasileiro] e Miguel Trelles [Porto Riquenho]) que, sem se conhecerem, trilham caminhos estéticos sincrônicos.

Linhas curatoriais não representam verdades ou julgamentos, apenas uma perspectiva, e, no meu caso, a de valorisar o trabalho de cada um e dar ao artista a oportunidade de mostrar-se e ser visto com atenção particular.

Luis R. Cancel
_________________
Luis R. Cancel
www.esperanto.com
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Claudia Saldanha



Registrado em: Quinta-Feira, 30 de Junho de 2005
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MensagemEnviada: Qui Jun 30, 2005 3:32 pm    Assunto: Galerias Sergio Porto - Esclarecimentos necessários Responder com Citação

A manifestação de artistas neste Canal e em outros veículos de comunicação sobre os fatos que ocorreram recentemente com as Galerias Sérgio Porto é legitima e oportuna. É fundamental discutir assuntos como critérios e transparência em decisões e processos de seleção que envolvam instituições públicas.

Esta mobilização explica-se pela importância do Espaço no cenário cultural. Desde sua inauguração, em 1990, a Galeria Sérgio Porto teve três curadores: Everardo Miranda até 1993, Claudia Saldanha de 1993 a 2001, Ileana Pradilla de 2001 a 2002 e novamente Claudia Saldanha de 2003 a 2005. O sucesso da programação foi fruto de um olhar atento e criterioso por parte destes curadores e do talento dos artistas escolhidos, muitos dos quais, hoje com uma sólida carreira, começaram ali sua trajetória. Vale lembrar que os compromissos assumidos sempre foram respeitados independente de mudanças na gestão das galerias, o que garantiu a consistência e a continuidade do trabalho.

A respeito das últimas declarações sobre o cancelamento da programação de 2005, gostaria de deixar claro que nunca disse ao Sr. Luis Cancel que a seleção feita pelo curador do MAM Fernando Cocchiarale e pela artista Anna Bella Geiger, em conjunto comigo, não era oficial. Seria uma loucura convidar pessoas desse gabarito, remuneradas com verba pública, para depois dizer que de nada valeu. Só um tolo poderia acreditar em tamanho absurdo!

A seleção foi oficial como foram oficiais e legítimas todas as seleções até hoje realizadas pela Divisão de Artes Visuais do Rioarte. Se foi arbitrária, deixou de fora ótimos artistas, se em alguns momentos deixou a desejar... esta é outra história. O convite feito a Fernando Cocchiarale e Anna Bella Geiger em 2004, e aos curadores Carlos Martins e Cristina Salgado em 2003, teve como objetivo examinar essa questão. Durante o processo de seleção, nos dedicamos não apenas ao exame dos portfolios, mas também ao debate sobre novos procedimentos para a seleção de artistas.

Em janeiro deste ano, logo após a conclusão da seleção, fui surpreendida pela notícia de que um novo curador assumiria as Galerias Sérgio Porto. Ao receber o Sr. Cancel no RioArte, mostrei-lhe a programação com os nomes dos 49 artistas (o maior número de artistas já selecionados) distribuídos em diferentes exposições, algumas individuais e outras coletivas. Sugeri ao novo curador que fizesse parte da comissão e indicasse outros nomes que considerasse importantes, imaginando assim que contornaria o impasse. Mas o Sr. Cancel respondeu simplesmente: “não faço curadoria de comitês” e anunciou que faria uma nova seleção, cancelando a anterior. E quando então sugeri que fizéssemos uma reunião com os dois curadores convidados para que tentássemos encontrar uma solução consensual, o Sr. Cancel disse que este não era um problema da sua gestão.

Apesar da resistência do novo curador, consegui manter a programação de 2003 feita pelos curadores Carlos Martins e Cristina Salgado, e que, por corte de verbas, ainda não tinha sido cumprida integralmente.

Estes são os fatos que geraram todo o debate que vem tomando lugar na mídia impressa e eletrônica.

No ano passado, a tentativa de se fechar uma das galerias não foi adiante graças a uma rápida mobilização da classe artística e da imprensa, mas a redução de 50% do orçamento das exposições provocou uma onda de incertezas e frustrações que afetou artistas, produtores, e todos aqueles envolvidos com as exposições. Isto, aliado aos fatos ocorridos este ano, tornaram a situação insustentável.

Após a inauguração das últimas duas exposições e o lançamento de três novos vídeos da Série RioArte Vídeo – últimas atividades da minha gestão – pedi a minha demissão do cargo.

Claudia Saldanha
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