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"a ciência é copyleft avant la lettre"

 
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Juliana Monachesi



Registrado em: Domingo, 5 de Dezembro de 2004
Mensagens: 33
Localização: são paulo
MensagemEnviada: Qui Mai 18, 2006 6:50 pm    Assunto: "a ciência é copyleft avant la lettre" Responder com Citação

André Lemos responde ao questionário do Canal Contemporâneo sobre revolução digital. Deixe seus comentários e contra-respostas.

1. em poucas palavras, o que o advento da internet modificou na sua vida pessoal e profissional?

Modificou completamente, desde a minha prática profissional como professor e pesquisador de Universidade, como enquanto usuário comum. Acho mesmo que na minha profissão estamos saindo da idade média agora Wink. O ideal de todo trabalho científico é a circulação do conhecimento, a citação múltipla e cruzada, as influências de teorias, métodos, visões... A ciência é copyleft "avant la lettre". A internet potencializa o que é próprio do fazer científico: circulação de obras, pesquisadores, alunos, circulação de informações as mais diversas, acesso planetário a livros, papers, filmes, fotos, áudio... Em um país como o Brasil, onde não temos nem livrarias nem bibliotecas equipadas, a internet é uma dádiva e modificou completamente não o fazer ciência em sua essência, pelo menos não totalemente, mas o acesso à produção científica e a pesquisadores ao redor do mundo.

2. em que termos a "democracia digital" pode ser considerada uma realidade, na sua opinião?

A democracia não é uma realidade nem fora da internet. Ela é um conceito normativo, algo que buscamos como um ideal, como o Bem, a Verdade, o Belo, a Liberdade. A democracia não existe em sua plenitude, mas em sua imperfeição do real, na nossa contrução atual. Na internet ainda não há evidências de que possamos falar de uma democracia virtual. Várias experiências falharam ao redor do mundo. Mas temos potências micro-políticas muito interessantes. Evidentemente a internet potencializa a troca informativa, o contato entre pessoas, a formação de agrupamentos ou comunidades, mas não há necessariamente engajamento político, troca de informações visando uma comunicação plena para além da troca informativa mais imediata ou hedonista. Esta comunicação plena (ideal, improvável e normativa também), só se daria pela razão exercitada em busca de um consenso sobre o bem comum. Isso não existe nem na internet, nem fora dela. Devemos buscar, efetivamente, formas de dinamizar o debate público e não apenas o voto on-line, seja pela internet, por celulares ou por terminais.

3. como a arte foi afetada pela "revolução digital"?

Desde as décadas de 60 e 70 os artistas têm se interessado pela fusão arte-telecomunicação e, com o surgimento da informática, houve uma radicalização dessa fusão. Formas artísticas novas surgem com as tecnologias digitais, como a arte robótica, a web ou net arte, a arte em espaços virtuais... assim como formas canônicas, como a música, a dança, o teatro, a pintura. O mais importante, ao meu ver, é a possibilidade de ampliação, tanto dos formatos, como daqueles que podem hoje se apropriar das tecnologias de comunicação e informação para produzir arte. Os três pilares da cibercultura -a saber, liberação da emissão, conexão generalizada por redes telemáticas e reconfiguração de formatos midiáticos e instituições sociais- possibilitam novas formas de apropriação resultando em uma maior possibilidade de construção e fruição coletiva de obras. Estamos vendo isso em trabalhos colaborativos em rede, em formas de escrita em celulares e em blogs, em produção de fotos, vídeos e filmes... As novas tecnologias democratizam o acesso aos meios de produção e fruição artística.

4. a informação ganhou outro significado no contexto da cultura digital?

Informação, como diz Gregory Bateson, da escola de Palo Alto, é a "diferença que faz uma diferença". Informar é sempre dar nova forma a algo ("in-formare"). Assim, na era da liberação da emissão, da circulação em rede e da reconfiguração da indústria cultural massiva, o que estamos vendo é um novo valor da informação como circulação, agregação de criatividade e colaboração. Estamos vendo isso nos blogs, nos sistemas P2P, no movimento dos softwares livres, nos podcasts, nas diversas formas da arte eletrônica contemporânea. Informação hoje é mais do que "in-formare". Trata-se de "de-formare", pela criação, pela extinção do valor da cópia, pela apropriação e pela circulação.

5. quais os três sites que você não passa um dia sem visitar?

O Google, o meu blog Carnet de Notes (já que escrevo quase que diariamente) e o sites de informação nas áreas de tecnologia como o NYT, BBC, The Guardian, Wired, Libé, entre outros.
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